quinta-feira, 27 de junho de 2019

O big brother do politicamente correto

«The real problem of humanity is the following: we have paleolithic emotions; medieval institutions; and god-like technology».
Assista-se a este debate sobre a censura e liberdade na internet, realizado no Senado norte-americano,  em 25-6-2019.

O mal, como o bem, está no coração do homem. Não está na tecnologia, mas nos decisores que dirigem os engenheiros da inteligência artificial num sentido contrário à liberdade e autodeterminação do indivíduo.

Temos realmente emoções paleolíticas, instituições medievais e tecnologias divinas. É um confronto de poder assimétrico entre a inteligência artificial e a liberdade humana. Não estamos preparados ainda para reagir à programação invisível da nossa vontade (e vida!) pelo software dos motores de busca, das redes sociais e dos servidores de acesso à internet; nem estamos ainda capacitados para enfrentar a descodificação da nossa instintiva comunicação não-verbal que expressa, sem filtro, as emoções sentidas. Nem temos instituições estatais que acautelem esta manipulação ideológica, política, económica, financeira e social. Nem regulámos e dividimos os trusts tecnológicos da internet, que abusam de concorrentes e do mercado.

A ameaça à liberdade humana pelas megaempresas da internet é global e supera o poder dos Estados. O abuso de posição dominante nos motores de busca (Google), nos programas de acesso à internet (Chrome, da Google), nos sistemas de funcionamento dos telemóveis (Android da Google e IOS da Apple), nas plataformas de videos (Youtube) no correio eletrónico (Google) e nas redes sociais (Facebook/Instagram/Whatsapp e Twitter) desvirtua a livre concorrência. Mais perigoso é que este braço do totalitarismo neomarxista do politicamente correto viola a privacidade e desvirtua a autonomia dos indivíduos, através do controlo dos metadados e da intrusão nas mensagens e conversas e das tecnologias negras de persuasão (com algoritmos secretos). É antidemocrático e tem de ser travado.

terça-feira, 25 de junho de 2019

A censura politicamente correta e a destruição da democracia pluralista




A manipulação das notícias no motor de busca do Google e no YouTube, que o Project Veritas divulgou em 24-6-2019tal como acontece no Facebook (ver crítica do seu co-fundador Chris Hughes, no NYTimes, de 9-5-2019), no Twitter e no Pinterest - é agora a principal ameaça ao sufrágio democrático e à liberdade de informação e de opinião nos estados de direito com sistema político constitucional democrático representativo e pluralista. Seja na supressão de conteúdo «politicamente incorreto» e não conforme aos ditames neomarxistas dos chamados «guerrilheiros da justiça social» (social justice warriors), seja na promoção de conteúdos alinhados com essa progressismo posmoderno, de raiz leninista.

Estas megaempresas de comunicação assumem-se com plataformas neutras (neutral public forums), beneficiando juridicamente desse estatuto, mas comportam-se como editores (publishers) de conteúdos, com censura e promoção de notícias conformes a uma linha editorial que escondem. Estes gigantes tecnológicos cresceram muito (o Facebook até se arroga criar uma moeda virtual mundial, a Libra...) e mal: compram, copiam ou derrubam, concorrentes, e ergueram-se a um estatuto de big brother, de manipulação política dos cidadãos sujeitos a uma lavagem cerebral discreta mas constante. Por isso, requerem a intervenção do Estado norte-americano para a sua divisão e alienação, através de processos de anti-trust.

Recomendo o video do Project Veritas, de 24-6-2019, que expõe, com a ajuda de um denunciante insider, a censura e manipulação de eleições feita pelo Google/YouTube, através de um algoritmo enviesado chamado «machine learning (ML) fairness». Uma inteligência manipulada, por editores que tomam decisões e técnicos que preparam os programas para executar esta engenharia de censura. E uma justiça relativa à perspetiva dos editores escondidos que distorcem a verdade para a sua conveniência política, e fazem dos cidadãos marionetas subjugadas ao totalitarismo marxista politicamente correto.

Sem uma efetiva liberdade de comunicação, de informação e de opinião, não há eleições livres, não há democracia. Estes processos censórios da informação e da opinião, juntamente com a comunicação vigiada dos cidadãos, mediante a autorização legal (!?...) para a recolha dos metadados das comunicações dos cidadãos (que permitem aos governos, através dos seus serviços de informação, saber quem fala com quem), que também vigora em Portugal, tornam quase impossível aos partidos adversários do politicamente correto socialista ganharem eleições.

Insisto: é necessário executar uma estratégia de recuperação com dois vetores: combate cultural e combate direto.


* Imagem picada daqui.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma multazita

Passado o embaraço provocado por Joe Berardo no Parlamento (intocável pelo que sabe...), que levou José Sócrates a um hiato de recolhimento de um mês, o ex-primeiro-ministro tricentimilionário voltou, neste 17-6-2019, aos holofotes.

Parece estar em curso uma operação, com a ajuda das caixas de ressonância mediática dos devedores e comparsas, e a intervenção de algum bas-fond homossexual lisboeta, de preparação do aggiustamento do processo Marquês para uma simples fraude fiscal, remível com uma multazita. Uma manobra meticulosa, lançada com muita antecedência, do género da realizada por Almeida Santos nos anos 1980 que preveniu qualquer ensejo de derrocada (como na Itália da Tangentopoli) do regime socialista-maçónico-corrupto com a colocação de amigos e servos em lugares-chave que evitassem a queda do regime por magistrados independentes.

A manobra russo-cubana de subversão no Brasil

A espionagem eletrónica de conversas de Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do Brasil e que, enquanto juiz, liderou a Operação Lava Jato e condenou o ex-presidente Lula da Silva, por The Intercept, neste junho de 2019, parece uma operação cubano-russa para subverter o alinhamento da nova administração de Jair Bolsonaro com os EUA e deter a queda do regime comunista-corrupto na Venezuela. No teatro de operações sul-americano decorre um jogo complexo de relevo mundial de confronto entre EUA, de um lado, e Rússia-China do outro, com a Europa a ver navios, que são de guerra e comércio de minérios e gentes.

Mas a vozearia da esquerda sobre este assunto, como nos processos Face Oculta e Marquês, demonstra o axioma comunista da «verdade a que temos direito» e do “grão de verdade” e de que a verdade verdadeira que prejudique o movimento marxista, na sua roupagem vintage pós-moderna do relativismo, é uma “verdade burguesa” desprezível. Se a verdade real não interessa, também a corrupção é absolutamente desvalorizada.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Desilusão e combate


«Eh! croule donc, société! meurs donc, vieux monde!». 
                                                              Huysmans, Joris-Karl (1884). À rebours.


Recomendo o discurso do João Miguel Tavares, presidente da Comissão Organizadora das Celebrações do 10 junho, em Portalegre. É um retrato da desilusão de uma geração (a minha) com a corrupção da classe política.

A mudança do paradigma político-social da corrupção e da cunha, para a honestidade e o mérito, exige apenas a vontade do povo.

Contudo, o povo das gerações dos maduros (1930-1945), geração do pós-guerra ou baby-boomers (1946-1963) e geração X (1964-1977), está resignado, e tem votado no socialismo, mais ou menos dégradé, que se atualizou com as causas do relativismo pós-moderno e se diverte com as momices dos bobos da corte.

Por outro lado, as gerações mais jovens - a geração Y dos Milenários ou Millennials (nascidos entre 1978-1994) e a geração Z (que cunhei como florzinhas de estufa, nascidos depois de 1995), estão ainda mais afastadas da política e, por circunstância de conforto (providenciado pela carinhosa mamã Família e pelo anafado papá Estado sob controlo do grande Irmão da Maçonaria), pouco dispostas ao risco e sacrifício de realizar a revolução do sistema.

É muito difícil agora a mobilização do povo para a mudança: a corrupção «segura e quente» para quem nela se abriga e aquece; a alienação bastante grande; e os fatores disruptivos do sistema no resto do mundo, que têm provocado o crescimento da extrema-direita, como a imigração maciça e a criminalidade, têm ainda pouca incidência. Além disso, a dissolução interna das hostes cristãs causa desorientação.

Mas é também por causa dessa dificuldade que importa renovar o bom combate: direto; e cultural. Não basta o combate cultural, nem chega o combate direto. Estes são da dois vetores da estratégia para a mudança que importa cumprir. Assim deus nos ajude!