«The real problem of humanity is the following: we have paleolithic emotions; medieval institutions; and god-like technology».Assista-se a este debate sobre a censura e liberdade na internet, realizado no Senado norte-americano, em 25-6-2019.
O mal, como o bem, está no coração do homem. Não está na tecnologia, mas nos decisores que dirigem os engenheiros da inteligência artificial num sentido contrário à liberdade e autodeterminação do indivíduo.
Temos realmente emoções paleolíticas, instituições medievais e tecnologias divinas. É um confronto de poder assimétrico entre a inteligência artificial e a liberdade humana. Não estamos preparados ainda para reagir à programação invisível da nossa vontade (e vida!) pelo software dos motores de busca, das redes sociais e dos servidores de acesso à internet; nem estamos ainda capacitados para enfrentar a descodificação da nossa instintiva comunicação não-verbal que expressa, sem filtro, as emoções sentidas. Nem temos instituições estatais que acautelem esta manipulação ideológica, política, económica, financeira e social. Nem regulámos e dividimos os trusts tecnológicos da internet, que abusam de concorrentes e do mercado.
A ameaça à liberdade humana pelas megaempresas da internet é global e supera o poder dos Estados. O abuso de posição dominante nos motores de busca (Google), nos programas de acesso à internet (Chrome, da Google), nos sistemas de funcionamento dos telemóveis (Android da Google e IOS da Apple), nas plataformas de videos (Youtube) no correio eletrónico (Google) e nas redes sociais (Facebook/Instagram/Whatsapp e Twitter) desvirtua a livre concorrência. Mais perigoso é que este braço do totalitarismo neomarxista do politicamente correto viola a privacidade e desvirtua a autonomia dos indivíduos, através do controlo dos metadados e da intrusão nas mensagens e conversas e das tecnologias negras de persuasão (com algoritmos secretos). É antidemocrático e tem de ser travado.