quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O mésico Ferro Rodrigues condecorado com... a Ordem da Liberdade!...

(Em atualização).



O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Eduardo Ferro Rodrigues, atual presidente da Assembleia da República, que nunca abjurou o comunismo do seu Movimento da Esquerda Socialista (MES), com a grã-cruz da Ordem da... Liberdade!... Parodicamente, fê-lo no dia 24 de novembro de 2016, assinalando o outro 24 de novembro de 1975 quando todos os sonhos de instauração da ditadura do proletariado com a esperada vitória do golpe militar comunista eram possíveis

Os vencidos do 25 de novembro de 1975 (o MES) são os vencedores de 2016... Não é a ironia da história, é a reciclagem do passado. Uma canelada no povo.

Eduardo Ferro Rodrigues pontificava  na Comissão Política Nacional do MES e era o número dois por Lisboa às eleições para a Assembleia Constituinte (ver abaixo) que, aliás, desprezavam («O poder revolucionário legitima-se a si próprio» - slogan do MES, na 1.ª página do n.º 1 do seu jornal Poder Popular, em 3-4-1975 - ver infra).



Poder Popular - órgão do MES, n.º 1, 3-4-1975, 1.ª página


Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, 1.ª página - detalhe



Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, 1.ª página - detalhe (slogan)


Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 3 - detalhe

 

Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 3 - detalhe (slogan)



Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 3, detalhe -  

anúncio do tempo de antena do MES na RTP
(em 5-4-1975, das 20:45 às 20:55)




Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 3, detalhe -
preâmbulo dos estatutos do MES



Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 4 -
 lista de candidatos do MES à Assembleia Constituinte
(Ferro Rodrigues é o segundo da lista por Lisboa)




Poder Popular (órgão do MES), n.º 1, 3-4-1975, p. 4, detalhe -
 lista de candidatos do MES à Assembleia Constituinte
(Ferro Rodrigues é o segundo da lista por Lisboa)






Limitação de responsabilidade (disclaimer): Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues foi referido, segundo o CM de 10-11-2003, no processo de abuso sexual de menores da Casa Pia por "3 jovens" vítimas - a Lusa de 20-12-2007 indica "duas" vítimas que o mencionaram "como estando envolvido em abusos sexuais ou presente em casas onde estes aconteceram". Em 5-1-2004, o CM noticiou:

«Ferro Rodrigues, segundo a TVI, não foi acusado no âmbito do processo Casa Pia por os alegados crimes de abuso sexual terem prescrito. De acordo com a estação televisiva, no processo vêm referidas duas situações que originaram arquivamentos: falta de indícios e prescrição dos factos, tendo o líder do PS sido incluído nesta última».
Eduardo Ferro Rodrigues negou esses abusos sexuais sobre menores e essa alegação. Não foi acusado pelo Ministério Público, nem sequer constituído arguido. 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A duplicidade da esquerda e a neutralidade da direita

A propósito da morte do genocida Fidel Castro, recomendo a leitura dos «Obituários à moda do jornalista tuga», pelo JCD, no Blasfémias, de 26-11-2016.

A esquerda revolucionária não abdica da divisão do mundo entre bons (os deles) e maus (os outros), ainda que os bons sejam ditadores totalitários e genocidas.

A direita dos interesses acompanhou os louvores da esquerda utópica à morte do ditador cubano sanguinário. Não por convicção, nem sequer pela habitual submissão ideológica: apenas por causa dos negócios. Sem valores, sem norte, sem uma política de reforma fiscal e de responsabilização social que aumentem o emprego, nada pode construir-se. Um bocadinho menos do mesmo - do relativismo e do assistencialismo -, com um bocadinho mais de rigor financeiro, não convence ninguém. Confrontados com esse bocadinho a menos de desconstrução social e o bocadinho a mais de rigor orçamental, os eleitores preferem «the real thing»: o socialismo, utópico, radical, desumano. Agora, não importam as lamúrias: quando se entrega o poder, o poder, a prata e a quinquilharia dos tachos, fica dos outros...


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Comparação de salários do Estado em Portugal e nos EUA

Salários anuais do Estado em Portugal e nos EUA:
  • Presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos: 423 mil euros (o atual presidente, António Domingues, ainda acumula este salário, em 2016, com a reforma antecipada de administrador do BPI).
  • Salário do Presidente da República Portuguesa: 95.392 euros em 2016 (calculado com base no salário do presidente da Assembleia da República, que ganha 80% do valor do Presidente da República), a que acrescem 38.972 euros de despesas de representação. 
  • Chair of the Board of Governors of the Federal Reserve Bank dos EUA, Janet Yellen: 199.700 USD no ano de 2015 (o que perfaz 188.077 euros, ao câmbio de 22-11-2016). 
  • Salário do Presidente dos EUA: 400.000 USD (376.620 euros, ao câmbio de 22-11-2016). Somam-se 50 mil dólares anuais de despesas de representação (47.090, ao câmbio de 22-11-2016)
O presidente da Caixa Geral de Depósitos não é equivalente ao de presidente do Banco da Reserva Federal norte-americana. Mas trata-se de um banco público e com bastante menor responsabilidade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Sistema

Como é que a coligação socialista-radical-comunista ainda mantém como presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão (ADC),  que coordena os fundos europeus (cerca de 25 mil milhões de euros, o mestre relvista António Dieb?!...

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

It's au revoir


Na partida de Leonard Cohen, o trovador pessimista, mas defensor da vida, refiro um pré-epitáfio, escrito por Jonathon van Maren, no LifeSiteNews, de 21-10-2016, que revisita a sua poesia politicamente incorreta.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O pão e o suor

Da segunda leitura da missa deste domingo, 13-11-2016, uma citação oportuna e esclarecedora acerca da posicão cristã sobre o trabalho:
«Quem não quer trabalhar, também não deve comer». 
Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, 3: 10.

domingo, 13 de novembro de 2016

Trupe

«The uncomfortable truth about Christian support for Trump», de Jonathon van Maren, no LifeSiteNews, de 28-9-2016. Uma explicação por que os cristãos norte-americanos não deviam votar em Trump (desde logo, nas eleições primários do Partido Republicano) - para além de jamais poderem votar em Hillary Clinton (aborto, eutanásia, casamento homossexual e adoção de crianças por casais homossexuais, drogas, perseguição dos cristãos). 

Votar no relativismo totalitário e na corrupção não é uma fatalidade inexorável. Constitui uma resignação da luta.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Tramp

Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos EUA que ontem, 9-11-2016, terminaram.

Não tenho a mínima expetativa na sua presidência: nem na política interna, nem na política externa. Acho que vai ser um segundo Berlusconi: um fiasco político. Na política interna, julgo que vai ser incoerente com as promessas, seja na relação com os interesses financeiros, que têm os povos aprisionados, seja nos costumes (aborto, eutanásia, drogas, etc.). Na política externa, nem sei se evitará as trágicas tentações de grandeza de nation-building, que deslumbraram os antecessores, e tenderá a acabar rendido à realpolitik que enjoa as novas gerações.

Escrevi, ex-ante dos resultados, sobre o caso Trump e já tinha antecipado este desfecho. Talvez com Sanders, que a corrupção do establishment derrotou, fosse diferente - e até confesso que, à parte o socialismo politicamente correto, até hoje dominante nas elites norte-americanas, me agradava a sua plataforma de saúde e educação gratuitas e a vontade de pôr ordem na finança... Se fosse americano, pelas razões que exponho neste poste, não votaria nem em Trump nem em Clinton: tenho um princípio simples primordial: não voto em ladrões.

Porém, contra os média e o wishful thinking, o magnata imobiliário ganhou. Apesar do seu caráter de vilão (uma vantagem em tempos de reality show, como há pouco ouvi na CNN), da xenofobia antilatino-americana, do sexismo, das fraudes e negócios manhosos, da gabarolice, do discurso incoerente que agrada a cada freguês de momento, do desconhecimento da política internacional e da desconfiança que o povo tem por ele.

Motivos, entre outros, da vitória do antipolítico Trump e da derrota da que chamava «crooked Hillary»:
  1. Bradley effect e a distinção entre a resposta ao entrevistador/empresa de pesquisas de opinião e o voto (secreto).
  2. Corrupção política de Hillary Clinton - pay to play (concedendo favores do Departamento de Estado em troca de pagamentos milionários de discursos ao marido e de donativos para a sua Fundação) desmascarado pelas revelações publicadas diariamente pelo Wikileaks, de Julian Assange (a vingança serve-se fria...) e provavelmente fornecidas pelos serviços de informação russos.
  3. Contradição entre a posição esquerdista de Hillary e a sua fortuna: os Clinton saíram da Casa Branca, em 2001, falidos pelos custos jurídicos e de indemnização do caso Paula Jones (etc.) e acumulam uma fortuna de 230 milhões de dólares (dados de 2014), fora a controversa Fundação Clinton, que usam para fins particulares.
  4. Diferença entre público e povo.
  5. Raiva dos «forgotten men and women» com um poder política que os ignora: os que ficaram do lado errado da revolução tecnológica e perderam os empregos, as casas e o rendimento
  6. Perda da influência dos média tradicionais, descarados no seu viés esquerdista mas detidos por grupos capitalistas que os usam para conseguir benefícios do poder político dependente.
  7. Crescimento da importância dos novos média: os jornais digitais (v.g., Breitbart), os fora (e.g., Reddit), redes sociais (Facebook e, especialmente, Twitter, apesar da censura).
  8. Contraste entre Wall Street e Main Street.
  9. Estagnação dos rendimentos das famílias norte-americanas de 1999 a 2016 (-2,4% do que em 1999!).
  10. Medo do terrorismo islâmico e revolta perante a proteção internacional do Islão pelo presidente Obama.
  11. Xenofobia face ao fluxo migratório descontrolado.
  12. Vontade de isolamento defronte ao internacionalismo bélico anterior: invasão do Iraque por Bush e intervenções na Líbia (Obama/Hillary) e na Síria (Obama, depois de ter praticamente abandonado o Iraque).
  13. Por último, mas não menos importante, o cartão vermelho do povo à continuação do delírio neomarxista do totalitarismo do politicamente correto e da desconstrução social. A ideia de que na política só interessa economia é uma ingenuidade.
As revoluções políticas surgem por causa do desprezo dos governantes pelo povo e pela falta de bom senso em realizar as reformas que reequilibrem os Estados. Como no Brexit, podem as comadres opinadoras queixar-se da presumida ignorância do povo do Brexit e do crescimento da extrema-direita: mais valia olharem para o umbigo e extraírem com pinças fundas a porcaria da corrupção acumulada, acordando dos delírios químicos que impõem.

O que se vai passando no Ocidente sugere a necessidade urgente de recuperação dos valores morais de sempre e de responsabilidade laboral e económica dos cidadãos. Sem medo. Nem comodidade. Para evitar que a guerra externa, se tranforme na guerra civil; e a conduta burguesa nos leve à miséria.


Atualização: este poste foi atualizado e emendado às 16:25 de 9-11-2016.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O Don Profano

«(...) Sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.»


Sérgio Figueiredo, diretor da TVI, deve muito a José Sócrates - e provavelmente jamais lhe pagará. Mas a concessão de uma longa e patética entrevista, de 26-10-2016, ao Marquês arguido a (des)propósito do seu segundo enfarinhado livro, «O Dom Casmurro Don Profano - considerações sobre carisma», é um favor vergonhoso.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arguido indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais, de fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014), no âmbito da Operação Marquês, goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Afirmação e informação


Novidades velhas, em dia de Pão por Deus (que sempre sucede a qualquer Noite das Bruxas) e de Fiéis... Defuntos:
  • o povo português continua obnibulado, numa falsa sensação de segurança financeira do Estado socialista em falência e na continuação discreta do socratismo corrupto;
  • António Guterres foi eleito secretário-geral da ONU, onde irá pregar, além dos cravos desbotados, a paz e a concórdia contra o diabólico Islão radical, o que parece ser motivo de orgulho geral;
  • a CIA (com Kerry) apoiou o golpe de Estado borregado dos militares turcos, que Obama boicotou depois;
  • a administração Obama tenta recuperar, com ataques aéreos, spotters das forças especiais, armas, orientação ao exército iraquiano e aliança tática com os xiitas (e Irão!...), no norte do Iraque o terreno que abandonou,  - enquanto, na Síria, suportam os sunitas da ex-Al-Qaeda (contra Bashar Al-Assad, que mal por mal protegia os cristãos, e permanecem (quase) neutros face às forças do Estado Islâmico da Síria e do Levante (EISL) a quem consentiram (comos os aliados europeus), antes da vinda dos russos, que operassem as refinarias e vendessem petróleo para a Turquia através de longas filas de camiões-tanque que aviões da I Guerra Mundial podiam travar...
  • a Líbia continua o desastre criado pela nation-building falhada de Hillary Clinton - substituindo um ditador pelo caos de guerra civil e o crescimento do islamismo radical;
  • a Europa continua a tratar a invasão demográfica islâmica, que levará, mais tarde, à desgraça da guerra interna e ao horror da eufemisticamente chamada "limpeza étnica", como um problema de relações públicas que procura conter... abrindo as portas, ignorando a subida da extrema-direita; 
  • Trump (outro Berlusconi, mas ainda mais cata-vento) parece ir ganhar a eleição presidencial norte-americana, com a ajuda do FSB, mas principalmente em resultado da negligência do establishment político-económico e dos média engajados que apostaram no apoio a Hillary, mesmo sabendo do risco de exposição da corrupção endémica da família Clinton;
  • e a Igreja Católica continua a ser batida pelos ventos agrestes do politicamente correto, tentando manter-se como eixo da roda de um mundo politicamente (in)correto e moralmente perdido, que, todavia, caminha para o precipício da Guerra e dos cavaleiros que a acompanham.
Não foi inútil este hiato de reflexão. Serviu para compreender melhor o tempo. Nada de novo. Tudo velho. E podre.

O que fazer? Afirmação (do Bem e dos valores) e informação (do Mal e dos cacos...).


Atualização: este poste foi emendado às 11:49 de 2-11-2016.