Em vez de um desmentido-que-não-desmente o escândalo do «Caderno de Encargos do concurso público para fornecer refeições e explorar as cafetarias do Parlamento», o seu Conselho de Administração faria melhor em moralizar o serviço de restaurante, «cafetarias» e refeitório, os seus preços e utilizadores (com privilégios acima das filhas solteiras dos funcionários públicos gregos...).
Veja-se a crónica de Paulo Pinto Mascarenhas, no CM, de 8-12-2011, intitulado «Encher bem a barriga no Parlamento», que expôs o custo de comida e bebida no Parlamento, com exemplos descarados: o almoço-buffet a 10 euros no restaurante; o almoço completo (e rico...) no refeitório por 3,8 euros (mais frequentado pelos funcionários)... Envergonha-nos ler, nesse comunicado, a mistificação de que «a Assembleia da República não comparticipa as refeições servidas no Restaurante dos Deputados, que as pagam integralmente» - essa afirmação só se compreenderia se o comunicado referisse o preço dos menus, comidas e bebidas, bem como um superavit de exploração dos restaurantes e «cafetarias» do Parlamento (que não há-de ser o caso).
Ora, veja abaixo o leitor o quadro das pp. 4-5 («Variedade Mínima Bebidas Espirituosas a Disponibilizar»), o quadro da pp. 5-6 («Variedade Mínima de Vinhos a Disponibilizar») e o quadro da p. 19 («Níveis de valoração») do Programa de Concurso Público 18/2012 de Fornecimento de Refeições e Exploração das Cafetarias na Assembleia da República, a que tive acesso:
Os preços no Restaurante dos Deputados (não no Refeitório...) são muito em conta. Como exemplos de carta e preços:
Atualização: este poste foi atualizado às 22:58 de 28-6-2012.
* Ilustração picada daqui.
Veja-se a crónica de Paulo Pinto Mascarenhas, no CM, de 8-12-2011, intitulado «Encher bem a barriga no Parlamento», que expôs o custo de comida e bebida no Parlamento, com exemplos descarados: o almoço-buffet a 10 euros no restaurante; o almoço completo (e rico...) no refeitório por 3,8 euros (mais frequentado pelos funcionários)... Envergonha-nos ler, nesse comunicado, a mistificação de que «a Assembleia da República não comparticipa as refeições servidas no Restaurante dos Deputados, que as pagam integralmente» - essa afirmação só se compreenderia se o comunicado referisse o preço dos menus, comidas e bebidas, bem como um superavit de exploração dos restaurantes e «cafetarias» do Parlamento (que não há-de ser o caso).
Ora, veja abaixo o leitor o quadro das pp. 4-5 («Variedade Mínima Bebidas Espirituosas a Disponibilizar»), o quadro da pp. 5-6 («Variedade Mínima de Vinhos a Disponibilizar») e o quadro da p. 19 («Níveis de valoração») do Programa de Concurso Público 18/2012 de Fornecimento de Refeições e Exploração das Cafetarias na Assembleia da República, a que tive acesso:
Só como exemplo, o programa do concurso fixa:
Nos preços (já com IVA incluído) a apresentar aos deputados, funcionários e acompanhantes, temos como exemplo, no «Caderno de Encargos», pp. 49-52, do concurso, a que tive acesso), por garrafa:
Nas bebidas espirituosas, o Caderno de Encargos, pp.47-48, estipula, por exemplo, por dose:
Nos produtos de café, o Caderno de Encargos (pp. 44-46), estabelece, por exemplo, os seguintes preços:
No Caderno de Encargos do concurso (p. 43), pode ainda verificar-se os preços a praticar no Restaurante da Assembleia da República:
- como variedades mínimas de bebidas espirituosas: 3 vintages, 4 brandies, 4 whiskies de 20 anos, 6 whiskys de 12 anos...
- como variedades mínimas de vinhos: 6 verdes brancos, 8 Bairrada tintos, 8 Dão tintos, 15 Alentejo tintos e 15 Douro tintos...
- no nível III de Valoração: bacalhau especial; «peixe inteiro, para servir à unidade (dourada, robalo, linguado, garoupinha, salmonete, truta, entre outros)»; «Novilho - carne de 1ª (traseiro), exceto lombo»; e «camarão (40 por Kg)»...
- e no nível IV de Valoração: «perdiz, lebre, pombo torcaz, rola e similares»; «lombo ou lombinho de porco preto (bolota)»; e «camarão/gamba grande (24 por kg ou maior) e similares»...
Nos preços (já com IVA incluído) a apresentar aos deputados, funcionários e acompanhantes, temos como exemplo, no «Caderno de Encargos», pp. 49-52, do concurso, a que tive acesso), por garrafa:
- Cabeça de Burro: 12,40 euros
- Duas Quintas: 14,65
- Quinta de la Rosa: 11,00
- Porca de Murça: 2,80
- Reserva Especial Ferreirinha: 48,10 (para não parecer mal não está o Barca Velha...)
- Casal Garcia: 3,90
- Quinta de Cabriz: 4,20
- Luís Pato: 10,80
- Reguengos: 3,30
- Cartuxa tinto: 23,60
- Bordeaux St. Emilion: 24,80
Nas bebidas espirituosas, o Caderno de Encargos, pp.47-48, estipula, por exemplo, por dose:
- Ballantines 12 anos: 2,95 euros
- JB 15 anos: 3,95
- Cognac Courvoisier 3*: 4,30
- Gin Gordon: 2,70
- Macieira: 0,95
Nos produtos de café, o Caderno de Encargos (pp. 44-46), estabelece, por exemplo, os seguintes preços:
- Croissant com chocolate: 0,60 euros
- Sandes mista: 0,75
- Sandes de carta assada: 1,00
- Torrada inteira: 0,45
- Bolos secos/Pastelaria: 0,75
- Prego/Bifana: 1,15
- Hamburger no pão: 1,15
- Sopa: 0,60
- Água 33 cl: 0,35
- Sumo de laranja natural: 0,85
- Cerveja mini: 0,45
- Café: 0,35
- Meia de leite: 0,35
- Chá preto: 0,15
No Caderno de Encargos do concurso (p. 43), pode ainda verificar-se os preços a praticar no Restaurante da Assembleia da República:
Os preços no Restaurante dos Deputados (não no Refeitório...) são muito em conta. Como exemplos de carta e preços:
- Caril de gambas: 6,60 euros
- Arroz de tamboril c/ gambas (2 pessoas): 16,55
- Tornedó c/ cogumelos e natas: 8,70
- Lombo de porco c/ ameixas: 5,90
Atualização: este poste foi atualizado às 22:58 de 28-6-2012.
* Ilustração picada daqui.