segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O primado do Espírito



Enquanto desbastava a barba, frente ao espelho, onde um homem se confronta, se envergonha e se reconcilia, meditava no primado do Espírito e na sua consequência. Espírito e carne, mas com a carne comandada pelo espírito.

O maior drama atual é que não prevalece o Espírito, mas a carne. É a carne que determina a preferência pela comodidade, pelo dinheiro, pelo poder. Na carne, o homem amolece. Abandona a Verdade, desonra a autenticidade, desvia-se do caminho, perde esta vida sem ganhar a Outra. No serviço do Espírito, o homem eleva-se, enobrece-se, cumpre. É.

Um efeito indireto do empobrecimento físico é a humildade. Constrangido pela penúria à frugalidade, o homem chega à bondade que se descobre no reencontro com os outros, substituindo a sua petulante omnisuficiência. Nesse sentido, o homem torna-se mais humano, mais caridoso e mais moral.

O peso do dinheiro esmaga o homem. O dinheiro, que é um instrumento de conforto e segurança, passa a ser um fim. O fim de um círculo vicioso de coisas e serviços e dinheiro. Quanto mais tem, mais gasta e, quanto mais gasta, mais quer ter. Um jogo de soma nula em que raramente entra a dádiva. Um fim trágico. Porque é o seu fim.

Creio que a depressão económica - terrível na fome, na doença, na guerra e na morte -, obriga o homem a reclassificar o dinheiro como instrumento e como instrumento menor de felicidade. Mesmo na sociedade tangível atual em que se confunde a felicidade com a euforia e aquém do limiar dos 75 mil dólares/ano. O homem  rico não precisa de nada - mesmo se carece de Tudo. Na sociedade pós-abundância, o reencontro é mais possível. Um reencontro consigo próprio, com os outros homens e com Deus. Cumprindo valores, recomeçando o trabalho e reaprendendo a Viver.

Do Portugal Profundo, agradeço aos comentadores, às fontes de mudança, aos leitores, aos amigos e aos vizinhos, a sua colaboração, e envio-vos votos, que estendo aos adversários, a todos e suas famílias de Santo Natal e de um Ano Bom, melhor do que a amarga expetativa.

13 comentários:

Lura do Grilo disse...

Um bom Natal de Cristo Jesus para o António

José António Salcedo disse...

Um Bom Natal, António. Abraço Amigo.

Anónimo disse...

Naturalmente, que não é por mero acaso que a depressão económica bateu à porta de Portugal. Era inevitável que viesse, e com muita força. É inevitável que demorará muito a ir-se embora. Nada é por acaso. As élites do Espírito Santo, passando pela Irgeja Católica oficial, a falta de honorabilidade é demasiado grande. O povo deixou-se ir pelos Iphone, pelos gadgets teconológicos, pelos passes milionários dos jogadores de bola, pela miragem das auto-estradas e pela engorda de leitões e de coscorões. Ser humano é muito mais do que isso. Cristo explicou isso bem. Até Cristo está esquecido. A depressão vai galopar, ainda mais.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Um Bom Natal e um Bom Ano também para si, caríssimo!

Anónimo disse...

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=607797

O director-adjunto do semanário Expresso, Nicolau Santos, lamentou, em declarações ao Público, ter-se «deixado enganar» por Artur Baptista da Silva, o homem que disse coordenar uma equipa da ONU encarregada pelo secretário-geral Ban Ki-moon de apresentar um relatório da crise na Europa do Sul. Recusou, contudo, que «alguém possa concluir» que ele próprio, «o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo».

«Cometemos um erro, mas não foi sequência da pressa ou da precipitação», refere Nicolau Santos. Conta que, depois desse encontro, uma jornalista do Expresso foi assistir a uma conferência do alegado especialista da ONU, «no Grémio Literário, uma organização prestigiada e insuspeita, feita perante inúmeros notáveis». Só mais tarde se realizou a entrevista publicada na edição do Expresso no dia 15 – na qual Artur Baptista da Silva propôs a renegociação da dívida –, na sequência da qual o próprio Nicolau Santos o convidou para o programa da SIC Notícias «Expresso da Meia-Noite», de sábado passado.

«Lamento muito, mas depois de 32 anos de jornalismo, fui mesmo embarretado», disse o director-adjunto, que afirma «não ter dúvidas» de que, tal como noticiou a SIC e confirmaram, depois, outros órgãos de comunicação social, «Artur Baptista da Silva será um impostor».

Duarte Meira disse...


Caro António Caldeira:

São postais como este que falam bem do Portugal Profundo.

Bem haja.

(E, quanto a "amargas expectativas", compreende-se que lembrem a alguém que ainda continua a acreditar possível regenenerar certos partidos...)

Floribundus disse...

Caro Amigo
venho atrasado, mas venho.
estive fora e sem acesso a pc
abraço

Anónimo disse...

O Nogueira pirou-se. Agora, diz que que se pirou por causa da não-criminalização de alguns esqueletos no armário da CGD. Será do Vara? Do Comendador Joe? Ou de quem? Ou só se pirou, e agora dá isto como justificação?

Anónimo disse...

http://economico.sapo.pt/noticias/venda-de-patrimonio-foi-feita-em-condicoes-onerosas-para-o-estado_159150.html

Entre 2006 e 2011 foram feitas 721 alienações, no valor de 1.423 milhões de euros das quais 413 através de empresas públicas. O tribunal constatou que, nos processos de alienação por ajuste direto às empresas públicas , 333 envolveram a celebração de Contratos Promessa de Compra e Venda (CPCV), sem que estivessem reunidas as condições necessárias para a emissão dos Títulos Definitivos (TD) que concretizariam a compra e venda, por não estarem regularizados os registos dos imóveis.

"O recebimento integral do preço com a promessa de compra e venda resulta, na prática, num financiamento ao Estado obtido em condições especialmente onerosas e num impasse relativamente ao uso do imóvel com custos económicos de ineficiência para o Estado", conclui o Tribunal de Contas

Anónimo disse...

Histórias de um Socretino dedicado à bola.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=607954

O fundo de investimento Codecity Sports Management, liderado por Rui Pedro Soares, lançou, a 13 de dezembro último, uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o capital da SAD do Belenenses.

A oferta pública decorreu da celebração de um contrato de compra e venda de ações entre a Codicity Sports Investements, o Belenenses e a sociedade Beleminvest SGPS, SA, que teve por objeto a aquisição por parte da primeira de 469.077 ações, representativas de 46,93 por cento do capital social da SAD pelo preço de um cêntimo por cada ação.

Diário Digital com Lusa

O BAPTISTA disse...

CONSTA QUE O BURLÃO-VIGARO-FILUSUFU REFUGIADO EM PARIS FEZ UMA PLÁSTICA E AGORA SE CHAMA BAPTISTA.

JPA disse...

Um Santo Natal:

E para que 2013 seja melhor do que o esperado, toca a arregaçar as mangas.

Abraço
JPA

Um entre Tantos disse...

Prof. António Caldeira, desejo-Lhe um excelente 2013, com saúde e tranquilidade.
Grande abraço.
Luís Pires