segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Um estudo sobre o impacto do encerramento de serviços públicos no interior do País



A massa atrai massa e a periferia perde recursos e gente - veja-se o já clássico Geography and Trade, de KRUGMAN, MIT Press, 1991. Em Portugal, o interior perde escala e rendibilidade e Lisboa ganha clientes, negócios, dinheiro e serviços, num círculo que só é virtuoso para a capital.

Com a adesão às Comunidades Europeias, e apesar de todo o financiamento do desenvolvimento regional (a cidade de Lisboa foi até 2005 uma região de Objectivo 1!...), a capital, o litoral de Viana a Setúbal, mais os 5 minutos de latitude da costa sul algarvia, cresceram e a periferia afundou-se, na obsolescência industrial e na subida cambial dos custos de mão-de-obra.

Regredindo na geografia humana de um modelo de alguns pólos industriais e urbanos dos anos 50 a 70, voltámos ao protectorado que, alegadamente, o general Maximilien Sébastien Foy terá descrito a Massena: «Portugal é Lisboa e o resto é paisagem». A prioridade do desenvolvimento de Lisboa, imposta depois da vitória socialista em 1995, cuja campanha atacou os governos do Prof. Cavaco Silva por alegadamente terem desprezado as cidades (para eleitor ler... Lisboa), provocou um maior esvaziamento do interior, uma maior concentração da riqueza na capital - como se já não bastassem os efeitos do câmbio alto do ECU/Euro e a abertura comercial das fronteiras...  Cavaco Silva havia feito as universidades e os institutos politécnicos na periferia, a principal obra de fixação de rendimento e gentes nas economias das cidades médias do interior, para além do famigerado betão que rompeu o bloqueio rodoviário das regiões distantes.

Do que vi no Governo socialista anterior - e espero que se altere neste - é muito maior o fecho de serviços no interior do País do que na metrópole em que, por obra e desgraça da premeditação socialista, se tornou Lisboa. Ora, Portugal não é a paisagem que sobra para lá da vista do castelo de São Jorge: Portugal profundo não é o quintal das traseiras de Lisboa.

Num nomento em que se pondera o encerramento de repartições (por exemplo, 140 repartições de Finanças, segundo notícia de hoje, 26-9-2011) da administração desconcentrada do Estado, seria bom realizar um estudo sobre o impacto do fecho de serviços do Estado na economia e na sociedade do interior do País. Julgo que faria bem o Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, que tem dedicado uma atenção extraordinário ao desenvolvimento das periferias e à coesão nacional, em solicitar a realização de um estudo que meça o impacto e fundamente a decisão do encerramento de serviços no interior do País.


* Imagem editada daqui.

24 comentários:

Anónimo disse...

É pá tudo o que de mal há neste país é obra dos socialistas. Dos de ontem e de hoje.
Até parece que nunca tivemos no governo o maioritário Cavaco e seus ajudantes Dias, Oliveiras, etc, o Barroso, o Santana, tudo gente "socialista" que apenas fez bem ao país, desde a agricultura, às pesacas. E em nome do interior deixaram Lisboa e o litoral na míngua. Que maravilhosos governantes foram essa gente... e os de agora vão pelo mesmo caminho. As migalhas de euros vão todinhas para o interior e para a terra do Jardim.
Apre...

Anónimo disse...

Caro anónimo,porque não chamar à pedra o Marquês de Pombal?
Não será mais razoável perceber quem nos governou nestas duas últimas décadas?
Para não falar em quem nos lançou no descalabro da entrega do Ultramar aos movimentos comunistas.

Falar em Santana cujo governo durou seis meses,condicionado pelo inacreditável Sampaio...ahaha!
Que delírio!

Anónimo disse...

Bem, temos aqui pano para mangas.

Mais uma vez, a culpa da insustentabilidade de Portugal não é apenas Socialista.

Portugal tem de facto, uma crescente incapacidade para gerir o seu pequeno território. Relembre-se que o território português é muito pequeno, sobretudo se o compararmos com Espanha, a Polónia, a Itália, a Alemanha, etc.

Governar tão minúsculo território parece complexo. Pensarmos nós, que Portugal já governou territórios que são cerca de 25 vezes, o equivalente ao que é hoje o seu território-base.

O que se criou no Portugal Profundo, para além de serviços públicos (Camaras, Universidades, Repartições, etc.)?

É que a criação de Serviços públicos, só por si, não acrescenta nada?

Que empregos se criaram através dessa expansão de serviços públicos?

Que empresários criaram empresas de média e grande dimensão, nos últimos 20 anos, no Portugal Profundo? Em Castelo Branco? Na Guarda? Em Vila Real?

Os Serviços Públicos criaram baronetes locais que trouxeram apenas e só relações perigosas e nomenklaturas que enquistaram e que protegem apenas as suas clientelas.

A diferença entre muito do Portugal profundo e a Sícilia, passa apenas pelos métodos que os italianos utilizam (mais sanguinários....). De resto....a máfiazinha local só se protege a si e aos seus....e sempre a viverem da teta do Orçamento municipal.

Anónimo disse...

Relvas, Santana, Braga de Macedo, etc.

Está tudo muito bem entregue.

Deus que tenha piedade de nós!

Karocha disse...

Caro Prof ABC

O PR. também tem muita culpa!
Fundos da CEE,"Pai já sou Ministro" BPN, etcra!!!!

Anónimo disse...

Em tempos houve em Portugal um GOVERNANTE que teve a ideia de semear Escolas Primárias por todo o País. Fixou populações e ensinou-lhes a ler, escrever e contar e em muitos casos criou Escolas Secundárias que levavam os alunos pelo menos até ao 5º Ano do Liceu.
Em todas as capitais de Distrito criou um Liceu Nacional e bastantes Escolas Comerciais e Industriais.

Esse GOVERNANTE entendeu que através da colonização interna era possível que populações do interior, voluntariamente se deslocassem para zonas despovoadas facultando-lhes casa, terreno para cultivar, alfaias, sementes e um pequeno ordenado para começo de vida.

Esse GOVERNANTE mandou fazer barragens hidroeléctricas e barragens de rega no interior remoto, sobretudo no Alentejo que ainda hoje estão ao serviço tendo dinamizado muita indústria leve e pesada e comércio que ficou fixado no interior do País.

Não contente com isso, esse GOVERNANTE mandou fazer linhas de regadio, através das quais muitos agricultores beneficiaram de água para regas das suas terras a custo zero.

Esse GOVERNANTE providenciou para que estivessem suficientemente espalhados pelo interior outros serviços como a Guarda Fiscal, Guarda Florestal, Guarda-rios,Guarda Republicana, Polícia de Viação e Trânsito, Cantoneiros das Estradas, Estações de correios, Repartições de Finanças,etc., etc. que mantinham muitas pessoas espalhadas por todo o território.

Esse GOVERNANTE mandou fazer Casas do Povo, onde muita assistência social era dada às populações do Interior e também as Casas da Criança (por iniciativa do Doutor Bissaya Barreto).

Foi vilmente apelidado de "fascista" e continua desprezada a sua memória por muitos portugueses ingratos, ignorantes e facciosos porque lhes convém pescar em águas turvas.

Os mais novos desconhecem tudo isto porque deliberadamente a História recente lhes foi criminosamente sonegada nas escolas.

Hoje estamos como estamos:

O INTERIOR DO PAÍS DESERTIFICADO COMO NUNCA.

TERRENOS QUE EM TEMPOS DERAM PÃO HOJE ESTÃO MANINHOS E A
FLORESTA QUEIMADA ATÉ MAIS NÃO.

ENDIVIDADOS ATÉ À RAIZ DOS CABELOS.

OS JOVENS RECEM-LICENCIADOS SEM TRABALHO E ESTUDANTES COM O OITAVO ANO QUE MAL SABEM LER ESCREVER.

ENFIM OS PORTUGUESES RIDICULARIZADOS E HUMILHADOS PELOS PAÍSES DO MUNDO.

BELA DEMOCRACIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Os portugueses de boa vontade não podem esperar muito daquilo que se convencionou chamar de Estado.

Esperar que o Estado mantenha vivas as aldeias, vilas e cidades de Portugal, é um devaneio que custará caro.

O Estado é posse de uma nomenklatura, ou élite, como eles se auto-apelidam, que é avessa a trabalhar e a arriscar.

Perante isto, ou os proprietários dos terrenos promovem o desenvolvimento da agricultura e de indústrias, ou bem vão outra vez, recorrer à emigração e em massa.

Salazar fez muito pelo Interior, quando Portugal possuía as Colónias: o café de Angola, os diamantes da Lunda, o petróleo de Cabinda, o açúcar de angola, o cajú de Moçambique, etc.

Ou seja, Portugal voltou a 1385. O beco desta vez não tem mesmo saída. O próximo futuro passará por vender património aos credores: empresas, terras, propriedades imobiliárias.

Aos portugueses restará a emigração e empregos no turismo, a servir ingleses e alemães.

Portugal não gera recursos para ter as pequenas burguesias locais, pelos 308 concelhos e mais de 4.000 freguesias. Estas pequenas burguesias apenas se servem a si, e para arranjar lugarzinhos para os afilhados, nos Bombeiros, nas Repartições, nos Tribunais, etc.

O circulo fecha-se.

Anónimo disse...

O Prof. Cavaco vai ficar relembrado com o cognome de Aníbal - o Construtor de auto-estradas.

Portugal tem a maior rede de auto-estradas da Europa, em proporção à sua dimensão.

Curiosamente, a ferrovia que é muito respeitada na Europa central e do norte, foi completamente abandonada pelo Prof. Aníbal e respectivos sucessores.

Este pequeno detalhe diz bem do completo fracasso do modelo económico do Portugal de Abril. Modelo esse, que o Prof. Aníbal foi um dos seus autores mais relevantes.

Anónimo disse...

Sim,mas veja-se quem construiu mais kms de autoestrada.
Surpreendente,não?!

Anónimo disse...

Vir agora dizer que foi Guterres/Sócrates que construiram mais km de auto-estrada, é absolutamente indiferente.

Quem trouxe e promoveu o "modelo das auto-estradas", foi o Ti Aníbal de Boliqueime.

Aliás, está hoje provado que as auto-estradas contribuiram até para a drenagem de recursos do Interior para o Litoral. Ou seja, os do Litoral vão lá, para regressarem rápidamente. E muitos do Interior, adoram vir gastar ao Litoral....

Agora aparece o Comissário Relvas a querer taxar tudo quanto é auto-estrada. Há já auto-estradas, por exemplo no Grande Porto, onde há espaço e tempo para fazer uma sardinhada, ou quem sabe, promover uma futebolada.

A nomenklatura dos Aníbais e dos "Engenheiros" foram muito amigos dos Mellos, dos Mottas, etc....foi isto o "modelo de sucesso" do Portugal de Abril!

Ruiu. Faliu.

Anónimo disse...

Guterres e Sócrates construiram muitos kms de aotoestrada porque Cavaco promoveu o modelo?
Ahaha!
Claro que na essência,o que diz não é mentira,isto é tudo uma corja que está ao serviço de tudo menos dos portugueses.

Ljer disse...

Eles deveriam de ser todos presos

lawrence disse...

Quem me "tira" a Democracia, tira-me quase tudo!
mas...
Lendo de cruz o comentário do anónimo de 26-09 às 20,46, começa a haver alguma dificuldade em rebater o discurso!
Não por culpa da Democracia mas sim por culpa dos "democratas" que temos tido, do litoral ao interior!
E por este caminho...

Anónimo disse...

Podem dizer, alto e bom som, que o PSD do Sr Silva (e do Oliveira e Loureiro e outros qur tais) e do Cherne, o Santana coitado nunca tem culpa de nada, também tiveram muitas responsabilidades por esta desgraça que o Dr ABC jamais admitirá essa realidade. Para ele tudo o que há de mal no nosso país, hoje e de ontem, é culpa dos socialistas. Não há volta a dar... mas convenhamos, tal "cegueira" leva ao ridiculo.

Anónimo disse...

Senhor Comentador Lawrence:

Eu compreendo que o seu sonho de uma Democracia real a funcionar em pleno seria a forma ideal para governar o nosso querido País.

Mas acontece que NADA DISSO se tem praticado desde o fatídico 25 A!

Dou apenas alguns exemplos que podiam ser multiplicados por milhares ocorridos em 37 anos desgraçados.

1- A entrega incondicional das Províncias Ultramarinas portuguesas a grupos de terroristas, hoje exploradas pelos 3 maiores piratas mundiais.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

2-As nacionalizações do tempo de Vasco Gonçalves.

Foram uma decisão democrática do Povo Português?

3 - A entrada de Portugal na CEE.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

4- A venda de Toneladas de ouro (Património Nacional) (lembro-me de 16 Toneladas no tempo de Manuela F. Leite e de 200 Toneladas no tempo de Vitor Constâncio).

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

5 - A adesão ao Euro.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?


6- A construção e substituição de DEZ (10)estádios de futebol, a maioria inúteis.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

7- A nacionalização do BPN.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

8 - A prevista venda da TAP, e outras grandes Empresas Nacionais.

Foi uma decisão democrática do Povo Português?

Têm-nos impingido a ideia de Democracia mas é apenas para dourar a pílula e levar o Zé Pagode aos votos.

Somos governados por uma ditadura de partidos (que se entendem muito bem entre eles para sacar o mais que podem para os seus corifeus).
Esta ditadura de partidos é controlada e conduzida de fora para satizfazer os interesses internacionais inconfessados de quem está nos bastidores.

Para nosso mal e das gerações futuras.
Isto é que é a verdade!.

António Pereira disse...

Boa tarde!
Encontra-se ao vosso dispor um “nanoguia” do novo acordo ortográfico. Pouco maior do que um cartão de crédito, basta imprimir, plastificar e guardar na carteira para momentos de aflição. Também estão disponíveis novos materiais de aplicação/treino das regras do hífen: “MISTÉRIOS DO HÍFEN” III e IV.
Tudo isto no sítio do costume: http://acordo-ortografico.blogspot.com
Boa hifenização para todos!

Anónimo disse...

Coisa mais abjecta!

Alguns que se dizem portugueses subjugarem-se, com satisfação, ao creoulo do Brasil.

Senhor António Pereira coloque o "Nanoguia" num sítio que lhe agrade e hifenize-o para não lhe sair do lugar...

É patriótico e não tem nada de misterioso!

António Pereira disse...

Crioulo é com i, mesmo no português mais "patriótico". Como se pode defender uma língua que não se conhece? Quanto à linguagem de cavalariça, define quem a utiliza...

Anónimo disse...

Senhor António Pereira.
Uma pergunta:
Quais são os seus interesses no acordo ortográfico?
Não se percebe qual a razão de publicitar esse famigerado "Nanoguia" na página de comentários deste excelente texto do Dr. ABC.
Sinceramente creio que está completamente fora de contexto.

Anónimo disse...

Num país falido, sem alma e sem chama, só faltava mesmo era criar um fait-divers, com os hífenes.

Give me a break!

Qual Titanic, enquanto o barco se afunda, a malta entretem-se a jogar póker, a beber alcool, a fornicar!

Pois!

Anónimo disse...

Senhor António Pereira

O que o ilustre Anónimo das 19:30 quiz dizer foi que Vexa metesse o seu nanoguia no cu (no seu, obviamente). E entretanto aprenda que em português é tão correto escrever "creoulo" como escrever "crioulo", "criolo" ou "crioilo". Entendeu, ou nem por isso?

Anónimo disse...

Sr anomimo das 23h30

Fornicar até é muito gostoso e vale a pena em vez de estar a ouvir os chulos dos governantes. Agora beber alcool para nao nos lembrar-mos dos chulos dos governantes é que que nao lembra ao diabo.

Anónimo disse...

"Seo" anónimo das 23:47: o que é incorrecto é escrever num Português abrasileirado como o Sr. faz. Vê-se logo que é um p.s. encapotado que até a Língua Portuguesa quer vender. Tenha vergonha! Não queira ser traidor ao país e à Pátria.O Sr. ainda não percebeu que esse "negócio" do aborto ortográfico foi uma tentativa de uns tantos ligados a livreiras, com fortes ligações aos poderosos ganharem muito dinheiro?!

Anónimo disse...

64 mil € para a Fundação Mário Soares
A Fundação Mário Soares vai receber, este ano, pelo menos 64.825 euros de apoio financeiro da vereação da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Para além dos 50 mil euros anuais que "o Município está obrigado" a dar como "apoio financeiro" à fundação de Soares, acrescem mais 14.825 euros, propostos pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto – e que vão hoje a discussão e votação em reunião de Câmara.

O CM teve acesso ao contrato-programa, entre a CML e a Fundação Mário Soares, em que se adianta "a atribuição de apoio financeiro para o prolongamento, até ao dia 31 de Dezembro de 2011, da exposição ‘A Voz das Vítimas’, organizada pela Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória" e pela fundação de Soares.

O protocolo entre o município de Lisboa e a Fundação Mário Soares, que obrigava a um apoio anual entre 30 e cerca de 44.000 euros, foi assinado a 07 de Novembro de 1995, pelo presidente da Câmara, Jorge Sampaio, vigorando durante 10 anos, ou seja, até 2015.

Foi actualizado para 50 mil euros em Julho de 2010, pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, como "reconhecimento do trabalho levado a cabo pela Fundação".

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/64-mil--para-a-fundacao-mario-soares