As manifestações da Geração à Rasca, hoje, sábado, 12-3-2011, foram um êxito excepcional: cerca de 300 mil pessoas (200 mil pessoas em Lisboa, 80 mil no Porto e mais gente noutras cidades do País). As manifestações, convocadas por jovens através das redes sociais, transformaram-se num protesto geral contra a situação económica do País e não apenas dos jovens trabalhadores precários e desempregados.
As manifestações foram o sobressalto cívico que o Presidente da República indicou como necessário no seu discurso de tomada de posse, em 9-3-2011.
Os tácticos medrosos deveriam ouvir o povo ou o povo deixa de ouvir os políticos da oposição. O pacote de austeridade está apresentado nas suas linhas de (des)orientação, a ruptura de pagamentos está iminente devido à dificuldade de acesso ao crédito a taxas suportáveis, a necessidade de socorro financeiro do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da União Europeia e do FMI é inevitável. Não são conhecidas as condições de socorro financeiro do Fundo através da compra de dívida nas emissões primárias - a tal «flexibilização» do Fundo que era desejada pelos países mais endividados - e só na cimeira de 24-25 de Março de 2011 se firmará o novo modo de funcionamento. Mas sabe-se que os empréstimos impõem condições gravosas e supervisão apertada: um protectorado.
O Governo já não tem a confiança do povo português e deve, portanto, ser substituído, através de moção de censura - se Sócrates não apresentar uma moção de confiança - e consequente convocação de eleições antecipadas, mal o Governo socialista recorra ao empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da União Europeia e do FMI, seja o recurso ao grande empréstimo em tranches ou a empréstimos às pinguinhas. Não pode tolerar-se a continuação do caminho socratino para a ruína do País.
Pós-Texto (21:06 de 13-3-2011): Recomendo a leitura do excelente poste «A prova da realidade», do Paulo Tunhas, no Cachimbo de Magritte.
* Imagem picada daqui.
As manifestações foram o sobressalto cívico que o Presidente da República indicou como necessário no seu discurso de tomada de posse, em 9-3-2011.
Os tácticos medrosos deveriam ouvir o povo ou o povo deixa de ouvir os políticos da oposição. O pacote de austeridade está apresentado nas suas linhas de (des)orientação, a ruptura de pagamentos está iminente devido à dificuldade de acesso ao crédito a taxas suportáveis, a necessidade de socorro financeiro do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da União Europeia e do FMI é inevitável. Não são conhecidas as condições de socorro financeiro do Fundo através da compra de dívida nas emissões primárias - a tal «flexibilização» do Fundo que era desejada pelos países mais endividados - e só na cimeira de 24-25 de Março de 2011 se firmará o novo modo de funcionamento. Mas sabe-se que os empréstimos impõem condições gravosas e supervisão apertada: um protectorado.
O Governo já não tem a confiança do povo português e deve, portanto, ser substituído, através de moção de censura - se Sócrates não apresentar uma moção de confiança - e consequente convocação de eleições antecipadas, mal o Governo socialista recorra ao empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) da União Europeia e do FMI, seja o recurso ao grande empréstimo em tranches ou a empréstimos às pinguinhas. Não pode tolerar-se a continuação do caminho socratino para a ruína do País.
Pós-Texto (21:06 de 13-3-2011): Recomendo a leitura do excelente poste «A prova da realidade», do Paulo Tunhas, no Cachimbo de Magritte.
* Imagem picada daqui.
12 comentários:
O WAFFEN-SS,ARMADO DE BOTAS E DO MALHO ACUSOU DE DESERÇÃO TODOS AQUELES QUE NÃO QUEREM ACOMPANHAR O FÜHRER NA SUA TRESLOUCADA CAMINHADA PARA O ABISMO ARRASTANDO PORTUGAL E OS PORTUGUESES.É URGENTE A CHEGADA A PORTUGAL DO CORONEL CLAUS VON STAUFFENBERG PARA COMANDAR A OPERAÇÃO "BORBOLETA ROSA PARA O OLHO DA RUA".
http://economico.sapo.pt/noticias/financial-times-da-voz-a-desperate-generation_113212.html
A manifestação da “geração à rasca” é um dos temas tratados pela edição de hoje do jornal britânico.
They call themselves the geração à rasca, Portugal's "desperate generation" - university graduates aged from 21 to 35 who are desperate to start a career, earn a steady wage and move out of their parents' homes.
É assim arranca o artigo do Financial Times sobre a manifestação de jovens que decorre hoje em várias cidades de Portugal.
O jornal justifica a manifestação, organizada através da rede social do Facebook, com as medidas de austeridade do Governo, sublinhando que a economia nacional "está a enfrentar a sua segunda recessão no espaço de três anos".
"As manifestações de jovens na Tunísia, Egipto e Líbia abriu-nos os nossos olhos", diz Inês, uma das activistas da manifestação, em declarações ao jornal britânico.
Portugal’s ‘desperate generation’ cries out
They call themselves the geração à rasca, Portugal’s “desperate generation” – university graduates aged from 21 to 35 who are desperate to start a career, earn a steady wage and move out of their parents’ homes.
“The only work we can get is ‘work experience’, the only future we are offered is emigration,” says Inês Gregório, 29, an art history graduate who has worked in cafés for most of the six years since she left university.
Inspired partly by the youth uprisings in north Africa, Inês and tens of thousands of other dejected graduates are rebelling against their plight in an unexpected protest movement that has tapped into some of Portugal’s deepest social grievances.
Organised on Facebook, the social networking site, where the group has almost 50,000 followers, demonstrations are planned today in 10 cities, including Lisbon and Porto, in protest against what its manifesto calls the “wasted aspirations of a whole generation”.
As the Lisbon government ratchets up austerity measures, with a further tough package announced on Friday, the irreverent protest movement has touched a nerve in a country facing its second recession in three years, gathering a surprising momentum and dominating public debate.
The struggles of young people in Tunisia, Egypt and Libya have helped open our eyes,” says Inês, one of the leading activists of the movement in Porto, Portugal’s northern capital.
“But we are not looking for a revolution. We just want young people to take greater control over the lives.”
The movement began to take shape early this year through a loose network of separate groups in different cities, organising spontaneous protests, distributing leaflets and sending petitions by e-mail.
An anarchically comic protest song, “A Luta É Alegria” (The Struggle Is Joy), took the country by surprise last week, chosen by the public as Portugal’s entry for the Eurovision song contest. The song gained no votes from official juries and caused half the audience at the event to walk out in protest.
http://www.ft.com/cms/s/0/95990eb8-4c09-11e0-82df-00144feab49a.html#axzz1GQbkGPFB
The provocatively mocking song has been adopted as an anthem by the geração à rasca movement along with an earlier hit, “Parva Que Sou” (Fool That I Am), which helped launch the protest with lyrics such as “I belong to the unpaid generation”.
Many of the young people feel their lives are being blighted by a “lost decade” of low growth and a labour market seen to be protecting the jobs of older workers – Portugal’s equivalent of baby boomers – while preventing highly qualified young graduates from getting a foot on the career ladder.
“There is no greater injustice than inequality between generations,” says a senior Lisbon justice official, aged 59, who asked to remain anonymous. “My generation have bought their houses and their cars, but our comfort is depriving young people of their future.”
Inês, who recently found work in Porto organising street theatre, says the protest is also about deeper social problems.
“We are the best qualified generation in the history of Portugal and we want to use our skills to better our country. We don’t want to emigrate. It is in the natural order of things to leave home, get married and have children.”
Instead, many young graduates have little alternative but to live with their parents, surviving, if they can find a job, in low-paid “work experience” placements or on temporary contracts. Temporary contracts are more common than permanent ones in Portugal, says the European Commission. The jobless rate among graduates under 25 is above 30 per cent.
Government reforms announced on Friday are designed to make the labour market more flexible by cutting the compensation companies have to pay to sack workers. Current pay-outs are among the most generous in Europe, making employers reluctant to take on new staff, except on short-term contracts.
Many young graduates such as Inês favour measures to bring Portugal more in line with EU employment practices, believing they will help open up the domestic job market.
●Tough austerity measures have been announced in an effort to ease pressure on the Lisbon government to seek a financial bail-out. They include cuts of up to 10 per cent in state pensions, and reductions in health spending, unemployment benefits and other welfare payments.
Caro Dr. António Balbino Caldeira,
“Através de moção de censura”, já deu para entender que não sai por aí, PPC é um líder fraco, sem força para liderar um governo de salvação... E não consegue descolar nas sondagens.
Sócrates recorrer ao empréstimo? Nem pensar, Portugal irá ficar na penúria, de tanga, mas, como só o Governo poderá pedir tal empréstimo e como o manhoso não o pede...Não virá para cá nem um chavo, seja da FEEF ou do FMI.
O manhoso “apresentar uma moção de confiança”? É melhor tirar o cavalinho da chuva, nunca tal acontecerá.
O Presidente poderá resolver o problema? Poder pode, mas não o vai resolver, falta-lhe força e garra.
Quando a miséria nos batar à porta, só as máfias irão sobreviver. Nessa altura já não é necessário estudar para ser escravo. É NECESSÁRIO PAGAR.
Napoleão
CHAMO A ATENÇÃO PARA O POST DE JORGE COSTA "A CONVERSA DO FMI" NO CACHIMBO DE MAGRITTE.EXCELENTE ANÁLISE DA SITUÇÃO E LEITURA OBRIGATÓRIA ANTES DA SEMANA COMEÇAR.
"As manifestações foram o sobressalto cívico que o Presidente da República indicou como necessário no seu discurso de tomada de posse, em 9-3-2011" - Tenha paciência. Só por cegueira pode estabelecer tal correlação. O Sr. Presidente, como "ente político" que é, mais uma vez se limita a cavalgar uma onda provocada pelas suas (como de tantos outros, na situação ou oposição) más decisões. Um pouco de realismos, é o que de pede.
O clímax está próximo:
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PEC: Posição PSD coloca em causa estabilidade política - Assis
O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, admitiu hoje em Aveiro que a estabilidade política em Portugal «está posta em causa», devido à posição assumida pelo PSD face ao novo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, já afirmou que o seu partido «não vai discutir nem negociar as medidas de um novo PEC», que foram apresentadas na passada sexta-feira.
Face à posição do PSD, Francisco Assis diz que, neste momento, «a estabilidade política em Portugal está posta em causa», adiantando que «há um novo quadro político-parlamentar que exige uma grande reflexão por parte do PS».
"O PS tem de avaliar com rigor e com objetividade esta nova situação política. O Governo, o grupo parlamentar e os órgãos do partido têm que, nos próximos dias, ponderar seriamente esta nova situação criada na vida política portuguesa", explicou.
Assis não quis falar sobre qual será a reação do seu partido, adiantando que "a iniciativa a levar a cabo é assunto que resultará de uma reflexão e ponderação que terão que ser feitas no âmbito das estruturas dirigentes do PS".
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=154597
Aguenta Sócrates.
Este pessoal ainda não sabe o que lhes espera!
Na situação "enrascada" que vivemos, rir é único consolo! Dizem que Sua Santidade, condoído da nossa sorte, terá escrito ao nosso Primeiro e aconselhado:
" - Filho! Não pec's mais!"
Cheguei até este blogue através de mail onde vinha link para o download gratuito do seu livro. Comecei a ler e rapidamente me interessei e confesso que aguardo a sua chegada. Será a minha leitura de primavera.
Estou na casa dos 30 mas recuso-me a fazer parte desta geração. Admito a minha ignorância em muitas matérias e admito ter uma visão muito simples de tudo. De qualquer forma aceite os meus parabéns pela iniciativa e empreendedorismo com que lançou este livro. E, só lamento profundamente que iniciativa e empreendedorismo não sejam adjectivos que caracterizem os portugueses.
As manifestações de sábado também se destinaram a Pedro Passos Coelho a Cavaco ao PSD e ao CDS.O "pantanal" em que o país se encontra tem o dedo de décadas de governação PSD/CDS/PS e muito particularmente de Cavaco Silva,só uma grande desonestidade intelectual o permitiria escamotear.
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