segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Controlos e barretes


O caso Baptista da Silva, personagem passeada pelo Expresso, do «controlado» Ricardo Costa e do «embarretado» Nicolau Santos, pela SIC e pela TSF, como alto quadro das Nações Unidas e académico de renome, é revelador do enviesamento e do descuido da imprensa nacional.

«O doutor», crítico da austeridade da troika, defensor de uma renegociação da dívida pública portuguesa, na vanguarda da escola científico-política «Não Pagamos», foi também, segundo o 31 da Armada, acolhido pelo PS, de António José Seguro, na sua Universidade de Verão (sic) do PS, de 30-8 a 2-9, em Évora, onde terá perorado sobre estas e outras tretas, demonstrando o novo slogan socialista de que «Há outro caminho» - o mesmo...

O fulgor mediático que Artur Baptista da Silva obteve foi devido à correção política socialista do seu discurso controlado, mais do que ao barrete da ONU e académico que ostentava. Num país onde a vergonha vigorasse, em vez da corrupção, as direções do Expresso, da SIC e da TSF, seriam demitidas, mas aqui esses meios ameaçam com processospressiona-se  a Procuradoria-Geral da República a resgatar a honra dos média enganados, por crendice e desleixo. Como se o caso do Dossiê Sócrates não nos tivesse ilustrado de que um currículo falso - com título profissional falso e pós-graduação falsa -, não tem sanção judicial... Ou deve o caso dos títulos académicos e profissionais de Artur ser apreciado pelo Ministério Público por bitola diferente dos de José?!...

O alegado impostor recorda ao Francisco José Viegas, já liberto do Governo, o romance «A Brasileira de Prazins», no qual o Veríssimo Borges Camelo da Mesquita se faz passar pelo senhor D. Miguel. Mas nesta história político-mediática indecorosa, os Trocatles e précuradores de causas perdidas ainda são mais repugnantes.


* Imagem editada daqui.

Limitação de responsabilidade (disclaimer): as entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são, que eu saiba, arguidas ou suspeitas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade; e mesmo se, e quando, na situação de arguidas gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de sentença condenatória.

5 comentários:

Anónimo disse...

Imagine-se um washington Post ou uma BBC, e o Costa e o patusco do Nicolau, teriam que se demitir, ou ser demitidos. Como Balsemão, não quer jornalistas, antes quer escribas, deixa-os marinar, puxando-lhes os cordelinhos, quais marionetas, que lhe fazem todos os fretes. Por estas e por outras, Portugal faleceu. Os homens livres e competentes, só têm dois caminhos duros: 1) a emigração, onde talvez venham a ser reconhecidos; 2) serem afastados pelos Nicolaus megarefes da República Tuga.

Anónimo disse...

Tem razão,
A maioria das nossas elites sempre foram mediocres. Isto já é muito velho.
Apenas nos iludimos por espaços de tempo de que somos honestos-coerentes.
Fazendo lembrar as rábulas de Camilo e Hermínia : está tudo grosso.
Tornar o Estado como agente de Justiça isso custa, oh se custa, mas apenas ao cidadão trabalhador e ainda com princípios.

Anónimo disse...

E onde parou o movimento para o Congresso Extraordinário do PSD?Penso que isso encaixa na verdade e transparência mesmo para aqueles que se fartaram de militar em partidos que são, em grande parte, ajuntamentos de pessoas para governar a sua vida.

Anónimo disse...

Para muitos e também para mim, o "fenómeno ABS" não passou de uma serie de circunstâncias trágico-comicas.
Neste país, isto passa a ser normal, infelizmente.
Se Homens houvesse com honradez este sr. ABS regressava à prisão e os embarretados despedidos e os donos dos embarretados a pedir desculpas públicas.
Não sei como estes jornalecos ainda se aguentam. Quem lê aqulas misérias que se la escrevem? Eu já não leio há mais de 10 anos.
Não ha paciência para tanto lixo intelectual.

António Balbino Caldeira disse...

Calma. Como diria o Pacino, «We're just gettin' warmed up»... E cadelas apressadas, parem cães cegos, e as muito guinchonas alertam os adversários... mas não mordem.