segunda-feira, 28 de maio de 2018

A desumanidade da legalização da eutanásia



A legalização da eutanásia, que os socialistas, trotkistas burgueses do Bloco de Esquerda e os liberais radicais do PSD (e, eventualmente, algum mais assumido no CDS) se preparam para aprovar no Parlamento, é a etapa final da institucionalização da «cultura de morte» - João Paulo II (25-3-1995). Evangelium Vitae - em Portugal. Apesar da evolução dos cuidados paliativos, legaliza-se o assassínio a pedido da família, já que o próprio raramente está em condições de fazer uma escolha consciente devido ao sofrimento físico e emocional ou deficiência.

O culminar do que o primeiro-ministro António Costa designou, no Congresso do PS, de 25-5-2018, «alargar» a liberdade. Despreza-se a dignidade humana, desconstrói-se a sociedade e legaliza-se a morte: a preguiça (o rendimento social de desinserção), a droga, o aborto, o casamento homossexual, a pederastia (a conquista dos abusadores de menores no Processo Casa Pia  da redução a idade de consentimento para os 14 anos), a adoção de crianças por casais homossexuais, a eutanásia.

Ganhei, em 2013, a primeira batalha da co-adoção de crianças por casais homossexuais, mas foi uma vitória fugaz, como outras. A maré pós-modernista, na proposta extrema de modernidade líquida de Zygmunt Baumann, sacode os resistentes e a maioria bóia na corrente, aderindo aos novos costumes velhos.

Na direita portuguesa e europeia, que quase só é do dinheiro já que perdeu os costumes, os expoliados do poder sistémico corrupto procuram também remar nessa onda de morte, para ver se recuperam o consolo financeiro e o mediatismo que pré-pagaram. Os conservadores (do quê?...) estão atarantados entre a doutrina e o discurso aggiornato do Papa Francisco, e os seus representantes (?) apresentam apenas um disclaimer ideológico frouxo que lhes iliba a má consciência de se juntarem à adoração do bezerro de ouro. No liberalismo de direita, em Portugal, defrontam-se internamente os tardo-liberais, divididos entre os que ainda acreditam nalguma coisa e os que não acreditam em nada. Já soltos desse debate de consciência, vencerão os neo-liberais que sublimaram o debate da consciência e navegam com o vento na popa, sem vergonha nem dor. Viva o Deus Dinheiro!...

Estamos, portanto, em minoria. Pior ainda, não temos representantes! Por isso, é que temos de criar as condições mediáticas para a mudança cultural e para criar representação.



Pós-texto (9:59 de 13-6-2018): A legalização da eutanásia foi chumbada no Parlamento, em 29-5-2018. A maioria de esquerda dividiu-se, com o PC a votar contra a eutanásia. Quase sem meios, obtivemos uma vitória. Mas é temporária. Voltarão à carga, depois de uma preparação mais longa e com maior participação dos grandes eleitores dos média, e triunfarão, como nas outras «causas fraturantes» da sociedade. A batalha decide-se pelos meios e pela vontade. Sem meios, e com vontade frouxa, pouco podemos. Portanto, como tenho insistido, devemos de arranjar os meios e motivar as vontades.

O resultado foi o seguinte, segundo o Sapo LifeStyle, de 29-5-2018:
«O projeto do PAN teve 107 votos a favor, 116 contra e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 110 votos a favor, 115 contra e quatro abstenções. O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV recolheu 104 votos favoráveis, 117 contra e oito abstenções.
Seis deputados do PSD votaram hoje a favor da despenalização da eutanásia, mas apenas duas parlamentares – Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz – o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão. Dos restantes, dois deputados sociais-democratas votaram apenas a favor do projeto do PS - Adão Silva e Margarida Balseiro Lopes -, um outro votou favoravelmente apenas o diploma do PAN, Cristóvão Norte, e outro ainda os projetos de BE e Verdes, Duarte Marques. Pedro Pinto e Berta Cabral abstiveram-se em todos os projetos e Bruno Vitorino absteve-se no do PAN, votando contra os restantes.
Entre os deputados do PS, somente os deputados Ascenso Simões e Miranda Calha votaram contra todos os projetos.»

Atualização: este poste foi emendado às 17:01 e 19:51, de 28-5-2018, e atualizado às 9:59 de 13-6-2018.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

A reescrita da história: Do Portugal Profundo, Sócrates e Costa




Quem tenha visto o programa «A licenciatura de José Sócrates», na Edição da Noite da SIC Notícias, , de ontem, 11-5-2018, pode ter sido levado a crer que o aí dito blogue «pouco conhecido» (este, Do Portugal Profundo) onde o percurso académico rocambolesco de José Sócrates se revelou, com factos e detalhe (e não «rumores»), em 22 de fevereiro de 2005 e continuou a ser desenvolvido, muito pouco relevo tinha ou teve e que o meu livro «O Dossiê Sócrates nunca existiu. Um caso judicial onde fui testemunha (de quase nada valeu) e arguido por queixa do «cidadão e primeiro-ministro enquanto tal», arquivado pela Dra. Maria Cândida Almeida, em 2008, a somar aos três processos judiciais anteriores que as cúpulas socialistas me infligiram, sem sucesso, pela defesa das crianças sexualmente abusadas da Casa Pia - a não ser o impacto das buscas judiciais noturnas a minha casa e à casa de minha mãe em 24 de outubro de 2004... Nada disto existiu. E todavia se não fosse o meu sacrifício patriótico, e de outros, tinha demorado muito mais a libertação do povo da crescente tirania e ruína socratinas.

Dois anos antes do Público, em 23-3-2007, e do Expresso, em 31-3-2007 - valha a verdade que o semanário «O Crime» difundiu a minha investigação nessa primavera de 2005. E treze anos - ó reflexo... condicionado!... - antes da admissão da corrupção socratina pelo PS costista, a partir de 24-4-2018, motivada pela necessidade urgente de neutralizar, com uma manobra de diversão preventiva, o impacto previsto da acusação a mais políticos socialistas no inquérito-crime das PPPs rodoviárias pelo DCIAP (Sábado, de 9-5-2018, citada pelo Observador, no mesmo dia), objeto de controlo de danos de através de desinformação (veja-se o Público, de hoje, 11-5-2018).

Mas, parece-me, que António Costa deixa cair o seu amigo, camarada e financiador de campanha diretamente e por intermédio do seu homem de palha Carlos Santos Silva, de quem foi número dois no Governo e com a maior responsabilidade pelo caso SIRESP-Parte II, porque parece estar preocupado que as investigações judiciais e jornalísticas, nem sequer parem nas PPP e, vencido o bloqueio dos editores de confiança, passem à investigação dos casos que o envolvem e que descobri, neste meu blogue em março de 2015:
  1. O apartamento de cobertura, uma penthouse duplex (T2), no 5.º A (e 6.º) do n.º 105 da Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde António Costa viveu, com os seus dois filhos, entre julho de 2012 e novembro de 2014 (quando foi eleito secretário-geral do PS) e regressou a casa em Fontanelas, Sintra, onde vivia sua mulher;
  2. A conformidade dos valores pagos ao fisco e a manutenção da exclusividade como presidente da CMLisboa enquando auferia um balúrdio (76.250 euros em 2008, 76.250 euros em 2009, 93.750,00 euros em 2012 e 91.875 euros em 2013 - conforme as suas declarações no Tribunal Constitucional, que consultei in loco em 5-3-2015, em que faltava uma declaração) na SIC pela sua participação no programa de debate «Quadratura do círculo», onde esteve de abril de 2008 a novembro de 2014, desproporcionado relativamente às pobres audiências do canal e do programa.

A propósito destes dois dois casos, leiam-se os meus postes:

Os mais ingénuos acreditam, todavia, que finalmente tudo mudou no que respeita à notícia eplos média portugueses e a investigação da corrupção de Estado. Não é verdade. Podem provar o contrário, explorando a investigação que fiz sobre a penthouse duplex, a remuneração de presidente a tempo inteiro da CMLisboa, em exclusividade, enquanto participava no programa de debate «Quadratura do círculo» e a conformidade fiscal destas absurdas remunerações num programa e canal de fraca audiência.


Notas:
  1. O meu livro «O dossiê Sócrates», de setembro de 2009, com duas edições, editado em papel (e pdf gratuito) na Lulu, porque a Leya desistiu, à última hora, de o publicar, e comercializado pela Amazon, obteve 23.200 downloads gratuitos até a Lulu deixar de registar) fora o Scribd e a difusão pelos leitores do pdf por mail.
  2. E deste meu blogue Do Portugal Profundo, num balanço que fiz  em 20-4-2008, quando cheguei ao milhão de visitas desde que o criei em 31-8-2003, indiquei também: mais de milhão e meio de páginas consultadas (clicks), cerca de 12 mil visitantes no dia 22-3-2007, em que o Público noticiou a investigação deste blogue sobre o Dossiê Sócrates (o Público-OnLine congratulou-se ter registado o extraordinário número de 22 mil visitantes nesse dia); as 2.282 citações do Technorati; e a subida, nessa altura, à primeira posição do Blogómetro, medidor de frequência dos blogues nacionais. Em 30-8-2009, registava 1.461.156 visitas e 2.188.541 páginas consultadas e 97 454 comentários só no Haloscan (com certos posts a atingir mais de dois mil comentários e um total de 9.912 comentários em Junho de 2007), além daqueles comentários ainda no velho servidor do BlogExtra. Tudo isto, num blogue individual, sem o auto-reload (ou auto-refresh) que multiplica as visitas reais, sem registar as minhas visitas e clicks como autor, sem tácticas SEO (Search Engine Optimization). 
  3. Note-se que o meu trabalho de investigação neste blogue foi reconhecido na crónica «Vergonha» de Helena Matos, de 6-5-2018, e de José Manuel Fernandes «O pior cego é o que não quer ver», de 9-5-2018, ambas no Observador.

Limitação de responsabilidade (disclaimer): António Luís Santos da Costa, objeto das notícias dos média que comento, não é arguido ou suspeito de qualquer ilegalidade neste caso. Tal como sua mulher, Fernanda Maria Gonçalves Tadeu ou os filhos de ambos, não são suspeitos do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso.
A HVF, Otília Violas Ferreira, Edgar Alves Ferreira, Tiago Violas Ferreira, ou outros membros da família Violas, não são suspeitos a prática de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso. 
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arguido indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais, de fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014), no âmbito da Operação Marquês, goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.
As outra entidades mencionadas nas notícias dos média, que comento, não são suspeitas de qualquer ilegalidade ou irregularidade nestes casos, ou quando na condição de arguidas, como no processo Marquês ou no processo das PPPs rodoviárias, gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.