segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O bandeirante Jorge Jesus

O treinador Jorge Jesus fez mais em cinco meses, com o seu génio, autenticidade e audácia, pela reaproximação entre Portugal e o Brasil do que os políticos portugueses em mais de quatro décadas.

domingo, 17 de novembro de 2019

A segunda versão da terceira parte do segredo de Fátima

O livro de Manuel Arouca “Lúcia: a última mensagem” vem difundir o excerto desprezado da segunda versão, datada de 3 de janeiro de 1944, da terceira parte do segredo de Fátima, publicado na biografia da Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado O.C.D, “Um caminho sob o olhar de Maria”, de 2013, da autoria das irmãs do Carmelo de Coimbra, inédito que tem passado despercebido à cristandade e à historiografia, um texto que já havia sido publicado, sem esse enquadramento, no diário da irmã Lúcia, “O meu caminho” (pp. 180-182) A primeira versão da terceira parte do segredo de Fátima foi divulgada na Cova da Iria em 13 de maio de 2000, pelo cardeal Angelo Sodano por instrução do Papa João Paulo II. Não é claro que a Irmã Lúcia só tenha enviado a carta com a primeira versão da terceira parte do segredo para o Vaticano.

Escreveu Lúcia, em 3 de janeiro de 1944, nesta segunda versão da terceira parte do segredo de Fátima:
“Senti o espírito alagado por um mistério de luz que é Deus e nele vi e ouvi: a ponta da lança como uma chama que se desprende, que toca o eixo da Terra e ela treme: montanhas, cidades, países e povos com seus habitantes ficam sepultados. O mar, os rios e as nuvens saem de seus limites, transbordam, alagam e arrastam consigo em um torvelinho casas e pessoas em um número que não se pode contar, é a purificação do mundo do pecado no qual se encontra imerso. O ódio, a ambição, provocando a guerra destrutiva. Depois escutei no palpitar acelerado do coração e em meu espírito uma voz rápida que dizia: ‘no tempo, uma só fé, um só batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade o “Céu”!”

Nessa visão de Lúcia, escrita em 3 de janeiro de 1944, numa segunda versão do terceiro segredo de Fátima que Lúcia encerrada numa carta, tal como a primeira versão, Nossa Senhora refere-se à guerra nuclear, catástrofes geofísicas e unidade da Igreja:

1. Guerra nuclear: 
”a ponta da lança como uma chama que se desprende, que toca o eixo da Terra e ela treme: montanhas, cidades, países e povos com seus habitantes ficam sepultados.”
A descrição adequa-se à explosão nuclear, ao seu cogumelo atómico, ao cataclismo provocado pela bomba. Note-se que as bombas dos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki foram lançadas em 6 e 9 de agosto de 1945, dezanove meses depois de Lúcia ter escrito a carta. Todavia, a dimensão horrível das consequências que Lúcia apresenta pode indicar uma incidência ainda maior e por acontecer.

2. Catástrofes geofísicas:
“O mar, os rios e as nuvens saem de seus limites, transbordam, alagam e arrastam consigo em um torvelinho casas e pessoas em um número que não se pode contar, é a purificação do mundo do pecado no qual se encontra imerso. O ódio, a ambição, provocando a guerra destrutiva.”

As catástrofes geofísicas descritas pela Irmã Lúcia parecem resultar da “ponta da lança como uma chama que se desprende” e  da “guerra destrutiva provocada pelo ódio e ambição”. No texto essas catástrofes não são independentes, nem naturais. ‘Man made’? Sim, mas com a guerra. Que a oração evita e a falta de fé atiça.

3. Unidade da Igreja: 
“escutei no palpitar acelerado do coração e em meu espírito uma voz rápida que dizia: ‘no tempo, uma só fé, um só batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade o “Céu”!”
A Igreja una, santa, católica e apostólica, afetada pelo relativismo socialista, a nova face do marxismo.

sábado, 16 de novembro de 2019

Da Pátria



Resultados consolidados das eleições para a Assembleia da República,
de 4-10-2011,com exceção dos votos do estrangeiro
(elaboração pelo autor)


O distanciamento permite uma análise mais fria.

Os resultados das eleições para a Assembleia da República, de 6 de outubro de 2019, confirmaram, em geral, as expetativas. Republico ainda o quadro que elaborei dos resultados consolidados (devido à coligação PSD-CDS não funcionar nos Açores e Madeira) das eleições para a Assembleia da República, de 4-10-2011. O PS passou de 32,3% para 36,4%. PSD e CDS desceram de 38,5% (em 2011) para 31,9% (em 2015): o PSD abaixo dos 28% (mas Rui Rio vangloriou-se do resultado porque foi acima... das sondagens); e o CDS com o resultado irrisório de 4,2%. O Bloco de Esquerda desceu de 10,1% para 9,5%, aparentemente com trasnferência de votos para o Livre, resultado da desavença de Rui Tavares com o Bloco de Esquerda, o qual alcançou 1,1%, através da campanha de Joacine Moreira. O PAN subiu 132% em termos relativos desmontando a farsa dos Verdes (uma criação de Zita Seabra no PC) para 3,3% e elegeu 4 deputados. A coligação Chega (do movimento Basta, de André Ventura e do partido Cidadania e Democracia Cristã, o atual nome do Partido Pró-Vida criado pelo meu malogrado amigo Luís Botelho Ribeiro) chegou a 1,2 (com 67 mil votos) e elegeu um deputado. A Iniciatuva Liberal, liderada por Carlos Guimarães Pinto, conseguiu também 1,2% e eleger um deputado por Lisboa. E a abstenção subiu de 42% para 44%, tal como os votos brancos e nulos (estes com maior crescimento relativo, de 1,6% para 2,3%.

Que interpretação? 

O PS ganhou as eleições devido à recuperação económica do País, à hábil manipulação das finanças pelo ministro Mário Centeno e ao controlo dos média por editores de confiança. Um País marcado por uma crise de duas décadas e meia (1991-2016), seguida da austeridade derivada pela reorganização financeira do protetorado da União Europeia (2011-2015), dirigido por Passos Coelho, após a bancarrota do Estado provocada pelo socratismo. Consolidou-se o marxismo pós-moderno da aliança com bloquistas e comunistas, que vai prosseguir.

PSD e CDS continuam enredados no socialismo. E daí não é expectável que saiam. Partidos supostos da direita que defendem o liberalismo nos costumes e o socialismo na economia, em completa contradição com o eleitorado sociológico da direita.

No PSD, Rui Rio teve a honestidade de confessar, em 6-5-2019, que «se o dr. Sá Carneiro não tivesse feito um partido, eu se calhar tinha ido para o PS». Dominado pela corrupção ao nível nacional, regional e local, e controlado pela Maçonaria, que já domina as estruturas concelhias até no interior, defende, mais ou menos assumido, a cartilha do liberalismo nos costumes: aborto, liberalização de drogas, ideologia de género, casamento homossexual, adoção de crianças por casais homossexuais, barrigas de aluguer, eutanásia. Na economia, defende o socialismo de Estado, a bancocracia, as políticas corruptas de licenciamento económico, os monopólios nas utilities, a mama das empresas amigas na teta do Estado através de esquemas de subvenção.

O CDS, derivado para CDS-PP (PP de Paulo Portas), dos últimos anos e que continuou no consulado de Assunção Cristas, segue uma proposta liberal em contradição com o programa oficial do partido, que data de 1993 e estabelece no capítulo II dedicado aos Valores Políticos: «O Partido Popular é democrata-cristão». De albergue de democratas-cristãos, conservadores e liberais, o CDS passou a seguir o liberalismo nos costumes, determinado pelo lóbi gay (assumido e de armário) que o domina, e que Portas marionetiza, e o socialismo de Estado, defensor das políticas de subvenção corrupta e de constrangimento da atividade económica através da ultrarregulação.

O povo da direita cansou-se da mixórdia da prática política corrupta de PSD e CDS, oposta aos seus valores patrióticos culturais, sociológicos e económicos, nos costumes e na economia: costumes cristãos, família, trabalho, caridade e responsabilidade social, livre iniciativa na economia.

Mais ainda, existe viabilidade política para um programa patriótico inspirado na doutrina social, como o que apresentei neste blogue. O que a nível internacional se verifica é a vitória da ideologia firme que a maioria do povo tende a preferir face à política corrupta. O exemplo do novo Brasil é paradigmático: face ao marxismo corrupto do PP e à direita corrupta do PSDB, o povo preferiu a proposta e Jair Bolsonaro, ideologicamente clara e de desmantelamento da corrupção.

Para a consecução desse programa patriótico democrático, corajoso e sem ponta de racismo nem de xenofobia e no estrito cumprimento do direito, mais do que representação parlamentar são necessários meios. Ilude-se quem crê que as redes sociais, sujeitas à censura indireta das elites relativistas, são meios suficientes. As redes sociais devem ser usadas, especialmente o Youtube, mais do que os obsoletos Facebook e Twitter: o video mais do que o parágrafo de texto e  o «Gosto». Tal como se devem manter os blogues pois permitem a difusão de informação e opinião elaborada. Insisto que é fundamental criar um jornal digital da direta moderada cristã para a luta política e o combate cultural.

A novidade que vos trago é de que já existe juventude com ideias claras e vontade de intervir. Uma força a juntar-se aos veteranos do combate ao socialismo e à corrupção.