segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dez comentários sobre a eleição de 5 de Junho de 2011

A eleição para a Assembleia da República de 5-6-2011, cujos resultados do território nacional copiamos abaixo, suscitam alguns comentários:
  1. O PSD obteve uma extraordinária vitória: meio milhão de votos a mais (mais 30% de votos) do que em 27-9-2009; 10,6% de vantagem sobre o PS e com um CDS com 11,7% (em vez dos desejados 15-18%), e muito provavelmente 108 deputados, o que lhe permite subalternizar o CDS no governo de coligação, que ainda juntará independentes como Passos Coelho afirmou no discurso de vitória. O PSD afirmou, através de Pedro Passos Coelho, uma linha jovem, justa, patriótica, aplicada, ideologicamente liberal num partido de matriz social-democrata (o que lhe ia custando a vitória significativa) e desassombrada. Contrapôs um discurso de verdade e de franqueza (salvé Eduardo Catroga!) à ruína e corrupção socialista e, finalmente, após o tango contra-natura, uma oposição clara face ao PS, sem bloco-centralismo nem governo unitário. Passos Coelho revelou, por exemplo no debate decisivo, ter muito mais carisma do que o menosprezo mediático-socialista lhe atribuía.  Na última fase da campanha, arriscou ao dizer que se não ganhasse a eleição, não governaria, ainda que alcançasse a maioria absoluta dos deputados com o CDS, e conteve o refúgio - ampliado pelos media controlados, e num círculo artificial vicioso de comentário político e sondagens que se inchavam mutuamente -,  de eleitores seus para o CDS, preocupados com o liberalismo clássico da nova linha PSD e atraídos pela viragem de Portas para um discurso a-liberal, com ênfase nos reformados e coitadinhos. Existe agora uma rara maioria absoluta aritmética de direita em Portugal: 50,4% dos votos e 57,4% dos deputados.
  2. O Partido Socialista sofreu uma derrota brutal que tombou Sócrates do poder do Estado e do partido. O PS conseguiu, até uma semana da eleição, quando as sondagens se entornaram, segurar durante bastante tempo a onda laranja o que atenuou a fuga de eleitores seus para a abstenção e para o PSD sob o bandwagon effect (a que chamo «efeito Bernardino» - «para onde votas Bernardino? Voto pela força!»): a amplificação das gaffes provocou o entopercimento dos eleitores, medido por sondagens inconclusivas na semana de ressaca do debate Sócrates-Passos, de 20-5-2011, na RTP. Mas era inevitável a punição do eleitorado à ruína financeira e económica do País e à corrupção do regime autoritário que os socialistas impuseram.
  3. O CDS de Portas prometeu muito com o seu conservadorismo neutro e cumpriu pouco: mais 10,2% de votos em valor relativo a 2009 (o crescimento de «dois dígitos» da hipérbole do líder centrista na noite eleitoral, o qual compara com um crescimento três vezes maior do PSD...), mas, atingindo 11,74% dos votos em 2011, regista apenas uma diferença positiva de 1,3% de percentagem absoluta face a 2009. Não obteve a posição de charneira, como os Lib-Dems britânicos de Nick Clegg em 2010, que ambicionava (e imprudentemente expressou, juntamente com outros dirigentes), com negociação com sociais-democratas e socialistas e negócio de Governo com quem desse mais, pois os 98 deputados de PS e CDS estão longe dos 116 deputados necessários para esse jogo de concessões do PSD: o CDS só pode coligar-se com o PSD e, assim, o seu poder negocial é bastante menor. Há cerca de um ano propôs um Governo PS-PSD-CDS e agora uma coligação pré-eleitoral com o PSD; porém, na campanha fez um desnecessário jogo duplo e cara feia, e arrogante, ao entendimento com o PSD, nomeadamente no debate televisivo com Passos Coelho que custará a esquecer. Paulo Portas é um homem muito inteligente e podia ser outro - mas é o que é, vítima de si próprio. Não me esqueço do seu discurso na Batalha, em 9-4-2002. Mas revirando-lhe as palavras cuidadas que escolheu nessa sua primeira intervenção pública como ministro da Defesa: Portas fala muito, persuade bastante, mas reforma pouco; e tem grande dificuldade em «conjugar o verbo "cumprir"».
  4. Bloco de Esquerda perdeu metade dos votos que tinha recebido na eleição de 2009 - os socialistas que retornaram à casa em perigo - e a oportunidade de consolidar o seu eleitorado. Para preservar o poder interno, o trotskista Louçã, sob o fogo radical da corrente comunista da salada russa que lidera, pré-aliou-se aos comunistas e alienou os votos, corroendo a base do eleitorado liberal do partido (eleitores mais liberais na economia do que os do CDS, segundo revelação de Pedro Magalhães, no i de 26-5-2011). Mas, fiel ao centralismo anti-democrático comunista, não se demite.
  5. O PC manteve o seu mumificado eleitorado - em rigor, teve menos 1,2% de votos (menos 5.322 votos) do que em 2009 -, mas conseguiu finalmente reduzir a ameaça do Bloco. O crescimento dos votos, e um deputado, em Faro não chega para a ocasião.
  6. E nos demais partidos, destacam-se: 1% de votos na ecologia neutra e suave do PAN-Partido pelos Animais e pela Natureza (qualquer dia ainda verei a criação do PAC-partido da Paz-Amor-e-Caridade...), o pequeno efeito da vozearia de Garcia Pereira e o fiasco de José Manuel Coelho no PTP. Esperava melhor votação no PPV-partido Portugal Pro-Vida, que, todavia, manteve a percentagem face a 2009, apesar da perseguição da ERC e do bloqueio informativo (e protecção do equívoco MEP - será que não se extingue com a demissão de Rui Marques?).
  7. A extrema esquerda parlamentar que se opõe ao Memorando de Entendimento do Estado português com a União Europeia (UE) e do FMI - Bloco e PC somados -, representa, somente 10,4% do Parlamento e 13,1% dos votos (14,3% se acrescentarmos 1,13% do MRPP). Existe, portanto, um consenso nacional para a aplicação e sustentação do acordo com a União Europeia e o FMI e das medidas de austeridade na despesa que implicam.
  8. A abstenção foi quase a mesma que em 2009: a subida de 39,5% para 41,1% parece dever-se ao empolamento dos eleitores inscritos. A eleição decorreu com regularidade no sufrágio - devido ao trabalho deste blogue, à indignação popular com o impedimento de votos de centenas de milhar de portugueses nas eleições anteriores e à prevenção do Presidente da República sobre a Comissão Nacional de Eleições e o Governo - mas ainda com uma imprensa controlada pelo poder socialista.
  9. O Presidente da República é um vencedor omisso desta eleição. Pela derrota do PS - se Sócrates ganhasse pediria a cabeça de Cavaco na bandeja dos media pela presumida irrresponsabilidade da dissolução do Parlamento - e pela mudança que comunicou ao País ser necessária. Conseguiu ainda o notável feito de passar incólume por uma campanha que Sócrates teve de desviar para o PSD, em vez de o fazer contra PSD-Cavaco, como desejava. Ri melhor quem ri por último: com paciência e persistência, Cavaco ganhou a guerra a Sócrates.
  10. A noite mediática teve episódios significativos. Passos Coelho sóbrio no estilo e no discurso, bem como sua mulher (vítima do racismo pê-éssico).  A habitual violência da segurança de Sócrates; a sua arrogância mal-disfarçada, um discurso fidelcástrico de justificação de derrota que aproveitou as dúvidas dos resultados do CDS e Bloco para ocupar o espaço televisivo com uma tentativa de manutenção de imunidade através de uma espécide de pré-inscrição nas presidenciais de 2016, que após, ter arriscado responder às perguntas dos media, correu muito mal a pergunta da corajosa jornalista Susana Martins da Rádio Renascença (4:40-6:00 deste video que o Paulo Guinote apanhou) -
    «Susana Martins (RR): Muito boa noite, senhor engenheiro, Rádio Renascença, Susana Martins. Eu gostava de saber se receia que este resultado eleitoral, esta derrota eleitoral, abra caminho a novos processos judiciais ou que acelere processos judiciais em curso? Sócrates: Processos judiciais?
    Susana Martins (RR): Estou-me a referir a eventuais novos processos em torno dos casos Face Oculta ou Freeport. (Apupos e assobios)
    Sócrates: (...) Por favor, eu compreendo a vossa surpresa, que é igual à minha, mas confesso que não entendi a pergunta. (...) Eu não consigo compreender essa pergunta pela simples razão de que a justiça nada tem a ver com a política e o que eu desejo é viver num País onde essa separação seja absolutamente, esteja absolutamente ao serviço do Estado de direito.»
    (Ler ainda o relato do José da Loja).

    Percebe-se que abriu a caça no PS às bruxas internas: o director da campanha, Vieira da Silva, que nem sequer apareceu ao lado do líder no palanque do discurso justificativo em que Sócrates nem sequer lhe agradeceu, será apontado como culpado da derrota, e, por consequência, o ferrismo - Sócrates escapuliu-se ao abraço de Ferro Rodrigues, que tinha voltado de Paris para lhe suceder... O episódio  da candidatura que era-para-ser-mas-ainda-não à saída prevenida do elevador de António José (pouco) Seguro; o riso de António Costa, mal composto quando sentia as câmaras virarem e o seu desprezo pelas outras candidaturas; o silêncio/desaparecimento de Francisco Assis. Afogados na derrota, os dirigentes socialistas fogem desconjuntados deste desastre de Berezina, só conseguindo reagrupar mais tarde; por agora, tentam salvar os anéis, enquanto não lhes puxam os dedos...




PSD                            38,63%    2.145.452 votos   105 deputados
PS                               28,05%    1.557.864 votos     73 deputados
CDS-PP                       11,74%      652.194 votos      24 deputados
PCP-PEV (CDU)            7,94%      440.850 votos      16 deputados
Bloco de Esquerda        5,19%      288.076 votos        8 deputados
PCTP/MRPP                  1,13%        62.491 votos
PAN                               1,04%        57.634 votos
MPT                               0,41%        22.494 votos
MEP                               0,39%        21.748 votos
PNR                               0,32%        17.620 votos
PTP                                0,30%        16.722 votos
PPM                               0,27%        14.978 votos
PND                               0,21%        11.671 votos
PPV                               0,15%           8.210 votos
POUS                            0,08%           4.601 votos
PDA                               0,08%           4.531 votos
P.H.                                0,06%          3.528 votos

Brancos                         2,67%       148.058 votos
Nulos                             1,36%         75.280 votos

Faltam ainda os votos do estrangeiro (cerca de 25 mil votos) mas não mudarão significativamente os resultados. O PS não descerá abaixo dos 28% nosresultados globais, sendo previsível, no círculo eleitoral do estrangeiro, a distribuição de 3 deputados para o PSD e 1 deputado para o PS.


Actualização: este poste foi actualizado às 15:31 e 15:56 de 6-6-2011.

25 comentários:

Caboclo disse...

Achei ....
http://rr.sapo.pt/multimedia_video.aspx?fid=167&fileID=305568

Anónimo disse...

Em Portugal voltou-se a respirar novamente AR PURO. Espero que o Sócratino se vá embora de vez. E que não tenha a tentação de candidatar-se à Presidência da República em 2016. É que agora, neste momento, a sua imagem está demasiado queimada, diria até esturricada e como a memória do Povo é curta, daqui por uns anos podemos ter este individuo com uma nova imagem, mais lavada que a actual, e aparecer aos olhos do Povo como um salvador da Pátria. Eu não acredito que este individuo se vá embora de vez, acredito que ele vai voltar para se vingar daqueles que o derrubaram agora. É preciso que o Povo não tenha memória curta, para bem de todos nós. Aleluia, por hora Portugal vai voltar à normalidade, ao diálogo democrático, espero que se mantenha assim por muito tempo. Um Bem haja ao Povo que votou pela Mudança.

Anónimo disse...

A memória das multidões é um memory card.São os média que fabricam e distribuem.
Vão congelando os processos e quando o energúmeno se apresentar nas presidenciais terá a folha limpa.Com sorte ainda será lembrado como o corajoso estadista que enfrentou a maior crise de sempre sem fugir.
Se neste país ainda estão dois partidos na AR cujo objectivo é acabar com a democracia representativa e estabelecer uma ditadura do proletariado,que há a esperar?

O link que procura está no blogue "A Porta da Loja".

citizen disse...

Caro António

Parabéns! "adversários" políticos eticamente próximos.

O trabalho não está acabado - a punição eleitoral não mata a sede de justiça.
Mãos à obra, embora, pessoalmente, esteja convencido que [esta justiça] irá esbarrar em escolhos inibidores já conhecidos e noutros por conhecer.

Abraço

Ferreira, Luís Manuel Silva disse...

Finalmente, foi.-se embora o Sócrates, foi bastante injusto e duro para com as pessoas.
B No entanto, se há coisas péssimas que acabaram, não esperemos melhores dias.
à dívida enorme: pública e privada,. o défice, o acordo com o FMI, Banco Central Europeu e Troika e o fundamentalismo dos partidos que agora irão subir ao poder serão a estocada final na vida de muitos porqugueses que ou emigram e trabalham fora de portas, ou então serão vítimas da fome, do desemperego, do abandono e da discriminação em Portugal.
Agora teremos um país só para ricos, pois com a privatização de tudo, incluindo a saúde e a educaç~ºao, só os ricos podem aceder a cuidados de saúde, os pobres ou são resilientes e saudáveis ou morrem ao virar de qualquer esquina.
Se hjá existia, a discriminação, o racismo, a exlusão e a distinção irão ser o ponto forte de todos os dias.
Quem me dera ser banqueiro, grande empresário, gestor de uma grande empresa ou da elite do PSD ou do CDS, mas não sou porque não é para todos.
Finalmente, a esquerda terá que se reencontrar, não pode cometer determinados erros, o PS não pode fazer a política desastrosa que fez nestes seis anos e o Be e CDU devem deixar de ser meros partidos de contestação, devendo oferecer a Portugal uma alternativa, com ou sem o PS, a esta direita populista, demagógica e repressiva.
www.daescritaaleitura.blogspot.com

Anónimo disse...

De notar que Sócrates tirou menos votos em 2011, do que Santana Lopes em 2005.

Deus escreve direito por linhas tortas.

Plural 7 disse...

Dispensa elogios esta análise. Uma palavrinha à sobriedade com que foi vivida esta noite. Acredito que houvesse muita desconfiança, mas também houve uma atitude adulta de muitos portugueses que já não embarcaram em manifestações de alegria idiota. Ainda bem que o meu Porto esgotou a alegira tripeira, já a guardar forças para a noite de S. João. Sinal dos tempos, ou talvez não, a política, pelo menos nesta noite, parece que passou para o lado dos casos sérios.
Haverá tempo para fazer festa, desejo sinceramente que ela seja para festejar o final dos quatro anos desta legislatura, de preferência com muita gente a rebentar de indigestão de sapos.

citizen disse...

e... fique a saber que ainda não me mumificaram :)

Anónimo disse...

Penso que é interessante verificar que o PSD e o PS elegem cada deputado com cerca de de 20 mil votos mas os partidos sem assento parlamentar mesmo com o triplo desses votos não elegem nenhum deputado. Parece-me injusto!

António Balbino Caldeira disse...

Obrigado a todos pelos parabéns - que, dobrado, retribuo dobrados. A vitória é o desiderato de seis anos, três meses e mais quinze dias de trabalho, luta e risco. A necessidade e urgência do combate constante, nem me deu tempo de publicar o livro que queria fazer antes das eleições.

Já tinha saudades do Carlos e do Citizen.

Ao Carlos: a sobriedade é um valor que gostava que continuasse. Gostei dessa sobriedade em Passos Coelho.

Ao Citizen: escrevi primeiro cristalizar, mas pareceu-me demais estar a transformar pessoas em vidro, de modo que saíu-me «mumificar» (estará dicionarizada a palavra?...). Apesar de adversário, exagerei: o que se tem passado com o eleitorado comunista (versão leninista, pois a versão trokista está em revolução permanente e é muito inconstante, como se tem visto) é que está fixado e parece apenas reduzir-se pela esperança de vida - isto já escrevi. O número de votos comunistas varia muito pouco - apenas um ligeira perda para o PS. O Algarve que Jerónimo destacou - e eu confirmei - é uma excepção, num panorama de derrota estratéfgica, ainda que do ponto de vista táctico o PC tenha obtido uma vitória com a queda «à bruta» (de Louçã...) - e não abrupta - do Bloco.

Ideologias respeito e adversários justos também: o que execro é a falta de carácter, a pusilanimidade e, principalmente, a desonestidade.

Portugal recomeça cada vez que o povo se reconcilia com o seu espírito e, então, consigo próprio. Só há futuro com a recuperação moral do povo, que é santo - mas, às vezes, ingénuo (e, vá lá, interesseiro...).

Stunning inspiration disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caboclo disse...

http://rr.sapo.pt/multimedia_video.aspx?fid=1245&fileID=305764

Mentiroso disse...

Gostei de ler o comentário (artigo), bem apresentado como de costume e justeza das descrições nele contidas. No entanto, permito-me de observar que falta lá uma que qualquer honesta e honrada considerará da mais alta importância. O indivíduo eleito é um criminoso condenado.

Devido à desinformação jornaleira em conluio com a corrupção política, os portugueses elegeram um criminoso.
O nome do país é arrastado pela lama.
Existem documentos oficiais que o atestam, tribunais, jornais, etc. Basta saber ler.
Aqui está o que esconderam: http://ur1.ca/4crjb

Vamos aplaudir o criminoso ou exigir ao partido que o substitua por alguém mais digno, que o partido de certo merece.

Vamos fazer como com o Isaltino e outros que tais? O Isaltino ainda era só acusado ao ser eleito e este, além das investigações em curso, já foi condenado.

Mentiroso disse...

Gostaria ainda de dizer ao segundo Anónimo que o que ele afirma é autêntico: «A memória das multidões é um memory card. São os média que fabricam e distribuem.»
Aliás tem sido repetidamente comprovado e um dos exemplos mais gritantes é como eles, os que fabricam esses cartões de memória elegeram o Cavaco, apagando desse cartão a memória da destruição da indústria, das pescas, da agricultura e de outras fontes de subsistência nacional. Ou seja, foi ele o verdadeiro coveiro de Portugal que criou as condições para a presente crise e também para a falta de médicos, que decretou pouco antes do fim do seu mandato de destruição.
Tudo isto foi apagado do tal cartão, tal como agora apagaram os crimes do Coelho.

Anónimo disse...

" apagando desse cartão a memória da destruição da indústria, das pescas, da agricultura e de outras fontes de subsistência nacional. Ou seja, foi ele o verdadeiro coveiro de Portugal que criou as condições para a presente crise e também para a falta de médicos, que decretou pouco antes do fim do seu mandato de destruição"

Oh pá, se tivéssemos que recorrer á nossa querida memória, o que nos faltaria era tempo, para escrever sobre os esbirros que puseram fim ao Império, sem acautelar o futuro. Soares. Santos, o Ministro da C. Interterritorial.

A cultura laxista vigente, por culpa de uma consciência Salazarenta.

A busca do fácil e imediato, quer através do crédito, quer através dos negócios, em que TODOS estiveram envolvidos. Desde os diamantes da Jamba, à entrada no Euro.

O tempo escasseia.

PS: Quanto á falta de médicos? Não há. Eles estão a fazer política, estão nas Administrações das empresas, e povoam densamente os hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra. Não fora isso, haveria ainda assim médicos para todos. Corporações.

Toupeira disse...

Não me parece que o CDS possa ser relegado para zona que lhe coloca.
Passos tem de saber os passos que vai dar.
Começa com o problema que criou com o cabeça de lista por Lisboa, quer problemas? Esse é um deles, (credibilidade)?
Não o pode colocar como presidente da Assembleia, está armadilhado.
Sobre o CDS não pode subalternizar sob pena de o país se tornar ingovernável e o CDS não é só Portas.
Não tenho especial simpatia pelo PSD e tenho apenas um pouco mais de simpatia pelo CDS, porque em qualidade de pessoas eleitas, vale muito mais que o grupo de eleitos pela comissão política e pelas simpatias,a começar por aí e vejam-se as listas, se não for pelos independentes vai ser o descalabro.
O país não aguenta experiências e Passos tem de saber com quem se aconselha, acabou a propaganda, chegou a hora de limpar o estado paralelo, se assim não for, estamos mal.
Também não dá para a reforma desta constituição.
"O que é uma constituição?. Não é a solução do seguinte problema?
Sendo dadas a população, os costumes, a religião, a situação geográfica, as relações políticas, as riquezas, as boas e más qualidades de uma nação, encontrar as leis que mias lhe convém."
Joseph de Maistre

Mentiroso disse...

Dirigindo-me ao mesmo Anónimo, em primeiro lugar, ter concordado com a parte que citei, como tal como lá se lê, literal e não com interpretações, não significa que concorde com estas últimas. Segundo, essas novas observações poderão dar lugar a longos debates cujo lugar não pertence aqui. Terceiro, a cultura laxista de carneiros nada tem a ver com Salazarismo nem é vigente, mas congénita e tem-se manifestado ao longo dos séculos; só que a conjuntura é diferente e nota-se mais.
Quanto à falta de médicos, não obstante o conteúdo da resposta ter influenciado, a decisão de reduzir enormemente as vagas para medicina foi bem e belamente decretada pelo Cavaco e não poderia supor-se um resultado diferente daquele que hoje se vive.

p disse...

http://gataescondida.wordpress.com/2011/06/06/proximo-governo/

Anónimo disse...

O Sócrates já se inscreveu nas novas oportunidades.

Anónimo disse...

ULTIMA HORA

Socrates foi visto esta tarde numa grande superficie a adquirir um Magalhaes. Em seguida foi-se inscrever nas Novas Oportunidades onde vai frequentar um curso de Ingles (tecnico ao que parece ...)

Anónimo disse...

Por enquanto é ele que se ri de nós.

Anónimo disse...

O país em que eu vivo, não é tão mau como as notícias mostram.
Somos dos maiores exportadores de cortiça do mundo!
Exportamos cortiça, depois compramos as rolhas ao extrangeiro.
Temos o programa E-escolas, E-escolinhas, E-oportunidades, entre outros, que permitem ter ao meu filho de 10 anos, um portátil que maioritariamente utiliza para brincar, e os professores nem lhe pedem para levar para a escola, por apenas 150€, mas dependendo do escalão em que se encontra, pode inclusivé ser gratuito!
No entanto, a minha filha de 18 anos que está no 2º ano de faculdade, tem de pagar as propinas, que muito dificultam o dia-a-dia, para ter comida na mesa, e dada a sua necessidade constante de internet e computador para poder fazer pesquisas e trabalhos requeridos, tivemos de adquirir um portátil igual ao do e-escolas por 700€.
No país onde vivo, temos auto-estradas consideradas pelo nosso governo, como muito boas e que vêm facilitar a comunicação e comércio. Para as criar, foram utilizados troços de estradas nacionais e itinerarios principais que até lá eram utilizadas para fazer essas ligações, embora mais morosas.
No entanto, o governo decidiu agora introduzir portagens em praticamente todas elas, onde pagamos a sua utilização a peso de ouro, e não temos alternativas. A menos que os camiões comecem a passar à porta de casa na minha aldeia para evitar os custos, mas aumentando os tempos de viagem! Não sei como vão passar alguns, dado que a estrada mal chega para passar um carro.
O meu país está a ficar envelhecido!
O governo apela à necessidade de aumento da natalidade.
No entanto, reduz os apoios fornecidos para o efeito, fecha instituições de ensino e maternidades.
As desigualdades sentidas, entre as aldeias e pequenas cidade, e as grandes cidades, é enorme. No sentido de habitação, acesso à saúde, serviços públicos, segurança... A desertificação do interior aumenta, e o litoral fica sobrecarregado. Obrigando a reestruturação dos espaços públicos, rodoviarios e sanitarios, quando a criação de insentivos à criação de emprego e alojamento em espaços rurais, poderia ser mais barata além de subsidiada pela UE.
O meu país é seguro!
No entando, os criminosos têm penas leves, e as vitímas, são ignoradas após julgamento!
Se alguém mata, tem uma pena de 2 anos, porque estava sobre influência de drogas, alcool ou um acesso de loucura, e ainda uma redução do tempo por bom comportamento.
Se um polícia mata um criminoso, no cumprimento do dever, é alvo de represálias por parte da sociedade, é levado a julgamento como o criminoso que alvejou, e corre o risco de ser sentenciado a uma pena superior aos 2 anos, se actuar sobre influência de drogas ou alcool, agrava a sentença, sem possibilidade de redução de pena. Na melhor das hipoteses, simplesmente perde o emprego!
No meu país fala-se na críse, e fazemos tudo por ultrapassá-la.
No entanto, trabalhamos para ultrapassar a crise do país aos olhos dos outros, passando a ter uma crise interna, a nível da população cada vez mais pobre, em vez de uma global.
Os preços de tudo aumentam, os vencimentos congelam, e as facilidades são retiradas aos que menos têm.
No meu país, tudo está ao alcance de todos.
Mas a maior parte do todo, é só para os podem pagar, e cada vez são menos!

Anónimo disse...

Eu esperava, pelo menos, antes de uma análise mumificadora de resultados eleitorais, que o sr. professor que gere este blog aqui deixasse, antes do mais, uma apreciação muito séria daquilo que foi o discurso de "fugida" do trapaceiro socretino.
Até pelo facto de ele, o agora já ausente, resolveu, nesse discurso, meter-se com a História....no futuro...
E isso passou-lhe ao lado.
Mas, já que mumifixa resultados, sr.professor, acredite, desde já, que Passos Coelho tem, também, desde ontem, os dias contados.

Henrique Sousa disse...

Caro amigo, as suas previsões estavam certíssimas. Eu falhei por excesso de optimismo. Gostei do «salvé, Catroga!».

Anónimo disse...

Today is ethical ill, isn't it?