sábado, 16 de novembro de 2019

Da Pátria



Resultados consolidados das eleições para a Assembleia da República,
de 4-10-2011,com exceção dos votos do estrangeiro
(elaboração pelo autor)


O distanciamento permite uma análise mais fria.

Os resultados das eleições para a Assembleia da República, de 6 de outubro de 2019, confirmaram, em geral, as expetativas. Republico ainda o quadro que elaborei dos resultados consolidados (devido à coligação PSD-CDS não funcionar nos Açores e Madeira) das eleições para a Assembleia da República, de 4-10-2011. O PS passou de 32,3% para 36,4%. PSD e CDS desceram de 38,5% (em 2011) para 31,9% (em 2015): o PSD abaixo dos 28% (mas Rui Rio vangloriou-se do resultado porque foi acima... das sondagens); e o CDS com o resultado irrisório de 4,2%. O Bloco de Esquerda desceu de 10,1% para 9,5%, aparentemente com trasnferência de votos para o Livre, resultado da desavença de Rui Tavares com o Bloco de Esquerda, o qual alcançou 1,1%, através da campanha de Joacine Moreira. O PAN subiu 132% em termos relativos desmontando a farsa dos Verdes (uma criação de Zita Seabra no PC) para 3,3% e elegeu 4 deputados. A coligação Chega (do movimento Basta, de André Ventura e do partido Cidadania e Democracia Cristã, o atual nome do Partido Pró-Vida criado pelo meu malogrado amigo Luís Botelho Ribeiro) chegou a 1,2 (com 67 mil votos) e elegeu um deputado. A Iniciatuva Liberal, liderada por Carlos Guimarães Pinto, conseguiu também 1,2% e eleger um deputado por Lisboa. E a abstenção subiu de 42% para 44%, tal como os votos brancos e nulos (estes com maior crescimento relativo, de 1,6% para 2,3%.

Que interpretação? 

O PS ganhou as eleições devido à recuperação económica do País, à hábil manipulação das finanças pelo ministro Mário Centeno e ao controlo dos média por editores de confiança. Um País marcado por uma crise de duas décadas e meia (1991-2016), seguida da austeridade derivada pela reorganização financeira do protetorado da União Europeia (2011-2015), dirigido por Passos Coelho, após a bancarrota do Estado provocada pelo socratismo. Consolidou-se o marxismo pós-moderno da aliança com bloquistas e comunistas, que vai prosseguir.

PSD e CDS continuam enredados no socialismo. E daí não é expectável que saiam. Partidos supostos da direita que defendem o liberalismo nos costumes e o socialismo na economia, em completa contradição com o eleitorado sociológico da direita.

No PSD, Rui Rio teve a honestidade de confessar, em 6-5-2019, que «se o dr. Sá Carneiro não tivesse feito um partido, eu se calhar tinha ido para o PS». Dominado pela corrupção ao nível nacional, regional e local, e controlado pela Maçonaria, que já domina as estruturas concelhias até no interior, defende, mais ou menos assumido, a cartilha do liberalismo nos costumes: aborto, liberalização de drogas, ideologia de género, casamento homossexual, adoção de crianças por casais homossexuais, barrigas de aluguer, eutanásia. Na economia, defende o socialismo de Estado, a bancocracia, as políticas corruptas de licenciamento económico, os monopólios nas utilities, a mama das empresas amigas na teta do Estado através de esquemas de subvenção.

O CDS, derivado para CDS-PP (PP de Paulo Portas), dos últimos anos e que continuou no consulado de Assunção Cristas, segue uma proposta liberal em contradição com o programa oficial do partido, que data de 1993 e estabelece no capítulo II dedicado aos Valores Políticos: «O Partido Popular é democrata-cristão». De albergue de democratas-cristãos, conservadores e liberais, o CDS passou a seguir o liberalismo nos costumes, determinado pelo lóbi gay (assumido e de armário) que o domina, e que Portas marionetiza, e o socialismo de Estado, defensor das políticas de subvenção corrupta e de constrangimento da atividade económica através da ultrarregulação.

O povo da direita cansou-se da mixórdia da prática política corrupta de PSD e CDS, oposta aos seus valores patrióticos culturais, sociológicos e económicos, nos costumes e na economia: costumes cristãos, família, trabalho, caridade e responsabilidade social, livre iniciativa na economia.

Mais ainda, existe viabilidade política para um programa patriótico inspirado na doutrina social, como o que apresentei neste blogue. O que a nível internacional se verifica é a vitória da ideologia firme que a maioria do povo tende a preferir face à política corrupta. O exemplo do novo Brasil é paradigmático: face ao marxismo corrupto do PP e à direita corrupta do PSDB, o povo preferiu a proposta e Jair Bolsonaro, ideologicamente clara e de desmantelamento da corrupção.

Para a consecução desse programa patriótico democrático, corajoso e sem ponta de racismo nem de xenofobia e no estrito cumprimento do direito, mais do que representação parlamentar são necessários meios. Ilude-se quem crê que as redes sociais, sujeitas à censura indireta das elites relativistas, são meios suficientes. As redes sociais devem ser usadas, especialmente o Youtube, mais do que os obsoletos Facebook e Twitter: o video mais do que o parágrafo de texto e  o «Gosto». Tal como se devem manter os blogues pois permitem a difusão de informação e opinião elaborada. Insisto que é fundamental criar um jornal digital da direta moderada cristã para a luta política e o combate cultural.

A novidade que vos trago é de que já existe juventude com ideias claras e vontade de intervir. Uma força a juntar-se aos veteranos do combate ao socialismo e à corrupção.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei daquilo que li. Já alguma nostalgia perpassava por mim...
E sabe bem encontrar a tranquilidade, a verdade e a lógica.
E, no fim, a Esperança. Como João César das Neves escreveu:

O tempo é o inimigo supremo. O tempo vence tudo e só é vencido pela Esperança. A Esperança é esperar. Lenta, longa e continuadamente. Perder a ânsia, o sonho, a aspiração e o desejo. Mas confiar, acreditar e continuar à espera. Sempre.
Ter Esperança é esperar, apesar do tempo. Pois é o único modo de derrotar o tempo. É a Esperança que se renova, que permanece, que espera quando já não há ânsias, sonhos, aspirações nem desejos. A que espera quando não há esperança.
A Esperança — que vence o tempo e que vence o mundo — tem de ser tão poderosa que só pode nascer de algo que seja maior do que tudo.
Com a Esperança que vence, temos de esperar o Céu. A Esperança é a luz que a Luz nos deixou até ao seu pleno regresso.

ao

Anónimo disse...

43,07+1,61+2,09+5,71=52,48
100-52,48=47,52

Um País governado por uma minoria de Deputados!
Vai longe!