quarta-feira, 23 de maio de 2012

O santo nome de Pinocchio


No CM, de 22-5-2012:
«Alan Perkins testemunha no Tribunal do Barreiro
Ex-administrador diz que Freeport pagou 200 mil euros a Sócrates
12h45 de 22-5-2012
Por: Sónia Trigueirão

Um ex-administrador do Freeport Alan Perkins disse esta terça-feira no Tribunal do Barreiro que o intermediário Charles Smith lhe disse que o grupo britânico pagou em 2001 ao ministro do Ambiente [que na altura era José Sócrates] e outra pessoa cerca de 200 mil euros em troca da licença do outlet que viiria a ser construído em Alcochete, uma vez que havia eleições e que este poderia não ser reeleito. Certo é que a licença foi concedida na última semana do mandato do executivo liderado por António Guterres.
Segundo Alan Perkins, que nunca mencionou directamente o nome de José Sócrates, referindo-se sempre ao "ministro do Ambiente", a verba entregue pela Freeport oscilava entre os 200 e os 220 mil euros (150 mil libras esterlinas).
Numa reunião no Mónaco, em Janeiro de 2006, onde esteve Charles Smith e outros representantes da Freeport, esse tema foi referido. Smith disse a Perkins que receava que, por os pagamentos terem passado pelas contas da sua empresa, as Finanças pudessem querer pagamentos de impostos.
'Pinóquio', 'Bernardo' e 'Gordo' foram nomes referidos a Alan Perkins como tendo sido as pessoas que receberam dinheiros ilícitos. Segundo a testemunha, Smith disse que o dinheiro foi para uma pessoa que não usava o seu nome próprio e que recebia também através de outras pessoas.
Mais à frente, o ex-responsável do Freeport clarificou, no seu testemunho feito por video-conferência, que "pinóquio" era o ministro do Ambiente [José Sócrates], e que 'Gordo e Bernardo' eram primos, pessoas que recolhiam o dinheiro pelo ministro.
Inicialmente, Perkins não quis concretizar, mas falou em "primos e altos representes políticos".
No processo, a decorrer no Tribunal do Barreiro, os arguidos são Charles Smith e Manuel Pedro.»

Entretanto, a Lusa divulgou logo depois a resposta de Sócrates, que ameaça quem invocar o seu santo nome... de Pinocchio - ver Jornal de Negócios, de 22-5-2012, «Ex-administrador do Freeport diz que José Sócrates é o "Pinóquio"», e CM, de 23-5-2012, «Sócrates é o Pinóquio e recebeu 220 mil», e até o DN, de 22-5-2012, «Freeport - Ex-administrador diz que José Sócrates é o 'Pinóquio'». É a seguinte a notícia da Lusa:
«José Sócrates ameaça processar quem "abusivamente invocar o seu nome"
22 de maio de 2012, 13:45

José Sócrates anunciou hoje, após a sessão de hoje do julgamento do caso Freeport em que foi ouvido o ex-administrador do outlet Alan Perkins, que vai responsabilizar judicialmente quem abusivamente invocar o seu nome.
"José Sócrates não deixará de responsabilizar judicialmente quem abusivamente invocou ou venha a invocar o seu nome para obter vantagens ilícitas de qualquer natureza", garante Daniel Proença de Carvalho, advogado de José Sócrates, em nota enviada à Agência Lusa.
Proença de Carvalho salienta, a propósito, que na sessão de julgamento do chamado “caso Freeport” a testemunha Alan Perkins terá relatado uma conversa com o arguido nesse processo Charles Smith, na qual este "terá produzido afirmações pondo em causa o bom nome do engenheiro José Sócrates", ministro do ambiente à data do licenciamento do outlet de Alcochete.
"As afirmações atribuídas ao Charles Smith são falsas e difamatórias. Quando a gravação de tais afirmações foi conhecida, José Sócrates apresentou, em 03 de Abril de 2009, queixa contra o autor dessas falsas afirmações, que deu origem a inquérito criminal, que terminou com o arquivamento do processo", lembra o advogado, adiantando que o Ministério Público entendeu que o crime imputado ao consultor e arguido Charles Smith "estava prescrito".
A nota de Proença de Carvalho surge depois de, na audiência de hoje, o antigo administador da Freeport ter dito que o então o ministro do Ambiente terá recebido "pagamentos ilegais" para a viabilização do outlet de Alcochete.
Alan Perkins, administrador da Freeport entre 2005 e 2006, disse por videoconferência que o arguido Charles Smith o informou, em reunião realizada no Mònaco, em janeiro de 2006, que o então ministro do ambiente recebeu pagamentos ilegais para a obtenção da licença ambiental para o outlet de Alcochete.
No seu depoimento, Perkins nunca referiu diretamente o nome de José Sócrates, mas o cargo que este ocupava na altura, ou seja o de ministro do ambiente.
Adiantou também que a licença ambiental que viabilizou a construção do Freeport, em março de 2002, foi obtida mediante "o pagamento de 150 mil libras esterlinas, o equivalente a 200/220 mil euros".»

Nem comento: nem referência, nem ausência. Não é necessário. O estado a que o País chegou é o produto destes casos.


* Imagem picada daqui.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos media, que comento, não são suspeitas, ou arguidas, do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade e quando arguidas, gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

19 comentários:

Anónimo disse...

Só o CM e o "i" chamam o caso da corrupção socialista socratina à 1ª página.
O conglomerado de jornais do "amigo Oliveira" prefere falar no Relvas,o bombo da festa escolhido como manobra de diversão.

Anónimo disse...

Os bandos de esquerda estão concertados no encobrimento e nos alvos escolhidos para fogo de barragem.
O psicopata Santos Silva está escandalizado com a pressão de Relvas sobre uma jornaleira.
Ehehehe!
este bandalho foi um dos pivots no encobrimento das manobras socratinas sobre a imprensa,que levaram ao silenciamento de todos os escândalos e roubos.
Até jornalistas expulsaram e compraram por interposta entidade os orgãos de comunicação que não se deixavam manietar.
o polvo Varista usava os bancos para pressionar os directores dos jornais.Agora estão muito indignados...
Hipócritas!

De quem é a frase: “Não me preocupo com jornalistas. Prefiro controlar os seus patrões.”?

Do patrão amado do Santos Silva?
Acertou!

Que crápulas,acham que nos podem enganar com esta facilidade e descaramento.

floribundus disse...

tiros no Relvas
para esconder o pinóquio

Anónimo disse...

Resposta ao floribundus disse...

Venha o diabo e escolha 1 dos 2

Anónimo disse...

chafurda, cada vez cheira mais mal

Anónimo disse...

Sobre Sócrates não há dúvidas,sobre quem o Encobre também não e sobre quem proteje o Encobridor também não.Porque não foi exonerado até hoje?

Anónimo disse...

Uff!... que alivio.
Depois do caso Relvas, do Lima que está com pulseira e do aumento impressionante do desemprego, eis que temos uma notícia para aliviar a tensão. A partir de agora, e com o que disse "que ouviu dizer" esta testemunha do caso Freeport, os nossos problemas serão mais facilmente resolvidos e alguns até deixarão de existir por uns dias. Quem deve estar a esfregar as mãos é o Relvas.
O que alimenta o povo do CM e do "i" são notícias do "defunto" político.

Anónimo disse...

Os "nossos" problemas serão mais difíceis de resolver. Evidentemente. Temos que pagar as negociatas feitas pelo Estado português durante décadas. A parte de leão das negociatas, vulgo PPP's, foram fietas no Consulado Sócrates. Foram os outsoursings com a Sérvulo ou com o Júdice; foram as grandes auto-estradas com a Mota e com a Brisa; foram os Magalhães; foram as energias renováveis. Evidentemente,. os "nossos" problemas passam pela miséria. Inapelavelmente. Mas, também passarão pela criminalização de gente que ocupou o poder. Ela vai vir. Nem que seja pela mesma forma que liquidaram o Sidónio. O povo é o mesmo. Os crápulas, também.

Anónimo disse...

"defunto" político

O problema é que vocês não conseguem ver-se livres do cadáver...e ele cheira muito mal!

Anónimo disse...

E corre nos mentideros que sobre o governo socialista e Sócrates,há algo que faz o Freeport parecer brincadeira de criaças.
Pode ser que saindo o Encobridor Geral e expurgada das duas comissárias a cúpula do Ministério Pútrido,alguém queira investigar.
Veremos então se vos sobra vontade de continuar as manobras de diversão.

Anónimo disse...

Uma pergunta de fácil resposta: o nosso Governo de direita cortou rápido direitos adquiridos ao zé povinho (por ex: 13 e sub. férias), mas para cortar nos poderosos (PPPs) demora séculos, e é se vai cortar, por que será?.
Talvez por haver muita rapaziada da cor que não deixa.
Sempre é mais fácil atacar os mais fracos.
Já mexeram nas fundações? Não.
Já mexeram nas empresas municipais? Não.
Já mexeram nas, de facto, gorduras do Estado? Não.


Já mexeram nos impostos? Sim, acima do máximo suportável.
Já mexeram nos salários? Sim, acima do máximo admissível, mas ainda não suportável - penso que ainda haverá mais.
Já mexeram nas leis laborais? Sim, estão no ponto máximo da facilitação para o despedimento barato, para a escravatura, etc.
Já mexeram no Estado Social? Sim, está no minimo possível, não pode baixar mais.

Pois é, e com isto tudo os ricos estão cada vez são mais ricos, há cada vez mais pobres, a classe média está a entrar na pobreza e os pobres na miséria.
O desemprego sobe, sobe, sem parar.
O défice não baixa.
A divida atinge máximos.
Os nossos jovens, mais bem preparados de sempre, fogem do país.
Os desempregados aproveitam a oportunidade da sua situação e, muitos deles, po~em a corda ao prescoço.

Enfim, só boas notícias com estas politicas de austeridade em cima de austeridade.

Anónimo disse...

Quem se interessar por este assunto, condenação dos corruptos, é interessante ver o vídeo de uma entrevista publicada pelo nosso amigo José da Portadaloja

http://portadaloja.blogspot.pt/

com o ´titulo "Tiago Caiado Ribeiro fala claro. Jardim Gonçalves nem tanto." Vale a pena ouvir para se compreender a razão da não condenação dos políticos corruptos e a facilidade com que se conseguiria dar a volta a todos os políticos que habitam Portugal.

São eles, os políticos de todas as cores que combinam as leis e as fabricam, naquela santa casa, de S. Bento que, inteligentemente, embaralham e voltam a dar, para que seja impossível a condenação de qualquer político por corrupção.


Napoleão

Ana Mendes da Silva disse...

Sócrates. PINÓQUIO. Sócrates. PINÓQUIO: Sócrates. PINÓQUIO. Sócrates. PINÓQUIO.

Anónimo disse...

Porque será que o "defunto" não dá sinais de vida?! Porque será que o sargeta Santos Silva está tão manso? Porque será que o Clone Pereira não se ouve? Porque será que o Teixeirinha até aprova a politica do Gaspar? Apenas e só, porque querem que o tempo passe, e as prescrições se sucedam. As prescrições são a forma moderna de "lavagem de dinheiro". Tudo prescreve. O Isaltino, o Domingos, o Valentim, etc. Tuod prescreveu. O Sócrates também está à espera que tudo prescreva.

Só há uma coisa que não presceve, que são as dívidas de Portugal. Tarde ou cedo, quem as está e vai pagar, vai-se esquecer da prescrição e vai accionar o mesmo formato que arrumou o Rei D. Carlos.

Anónimo disse...

Cavaco Silva congratula-se com consenso alcançado sobre adenda do PS.

Anónimo disse...

Convém lembrar que naquela época ainda não havia "euros", a moeda corrente denominava-se em "contos".
É só fazer as contas... uma enormidade!!

Anónimo disse...

16º bairro de Paris, é onde reside o "defunto" político. Parece que nesta zona, próximo da Torre Eiffel, se paga no mínimo pelo aluguer de um apartamento entre 4.000 e 5.000 euros mensais.

Karocha disse...

Caro Prof ABC

http://portadaloja.blogspot.pt/2012/05/o-sol-ja-nao-e-essencial.html

Anónimo disse...

Quem invocar o bom nome de Sócrates deve levar na cabeça.