«Infelizmente temos de constatar, sobretudo na Europa, o aumento de uma secularização que leva a deixar Deus à margem da vida e a uma crescente desagregação da família. Absolutiza-se uma liberdade sem compromisso com a verdade, e cultiva-se como ideal o bem-estar individual através do consumo de bens materiais e de experiências efémeras, descuidando a qualidade das relações com as pessoas e os valores humanos mais profundos; reduz-se o amor a mera emoção sentimental e à satisfação de impulsos instintivos, sem empenhar-se por construir laços duradouros de mútua pertença e sem abertura à vida. Somos chamados a contrastar esta mentalidade. A par da palavra da Igreja, é muito importante o testemunho e o compromisso das famílias cristãs, o seu testemunho concreto, sobretudo para afirmar a intangibilidade da vida humana desde a concepção até ao seu fim natural, o valor único e insubstituível da família fundada no matrimónio e a necessidade de disposições legislativas que sustentem as famílias na sua tarefa de gerar e educar os filhos.»
Neste tempo, e do contacto com os jovens e adultos que, como professor, tenho, noto que estas palavras constituem para a maioria uma blasfémia do hedonismo politicamente correcto, uma linguagem chata, distante e obsoleta. Porém, não foi a Igreja que recuou, mas o homem que partiu dela - e de si próprio - para escapar à disciplina da moral. O homem foge de Deus e até o afronta numa longa e penosa estrada de Damasco, ao fundo da qual a luz de Cristo o espera, cintilante. Mas por mais que se afaste, só Nele sossega.
1 comentário:
Estranho, que ninguém tenha deixado um comentário neste post num blog que tem tantos, o que confirma a profunda veracidade das suas palavras. Passaram a ter heróis e ídolos inferiores, princípios e valores rascas que correspondem com a sua natural baixeza.
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