terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As calendas dos gregos

A inevitabilidade do pedido de socorro financeiro do Governo Sócrates ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira/FMI, cada vez mais próximo, não demove os defensores à direita da estabilidade governativa, pelo menos até ao próximo Orçamento de Estado.

Com o Governo a saber que, apesar da lei, quando mais cedo apresentar o orçamento de 2012, mais depressa cai, vai esticar ao máximo o processo, demorando em consultas e versões a entrega do documento na Assembleia, prolongando o jogo parlamentar da discussão orçamental até ao início do ano, e beneficiando do período de consultas do Presidente da República e dos procedimentos institucionais necessários que o levarão para o final de Fevereiro. O calendário que resulta do desejo de adiamento do sufrágio atirará as eleições antecipadas para Maio de 2012. E nessa altura, haverá quem, em nome da normalidade institucional, da estabilidade e do interesse nacional, aconselhe a espera por mais um ano e quem sucumba ao medo de enfrentar o adversário - porque não é momento oportuno, porque não se está preparado, porque o Governo ainda não caíu o suficente, porque é melhor ir sózinho a votos, etc., etc. -, evitando a maçada de eleições antecipadas e aceitando realizar o sufrágio apenas na data ordinária de Setembro de 2013...


* Imagem editada daqui.

2 comentários:

Carlos Alberto disse...

E em Setembro de 2013 ainda há-de aparecer uma especie de consenso nacional para prorrogar esse prazo por mais uns anitos, desta vez não havendo Guerra Colonial outra coisa se há-de inventar.

Anónimo disse...

Acho que Passos Coelho vai ser substituido antes que Sócrates seja substituido.