sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Devoções para ocasiões emergentes

“Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo. (...) Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.”

Recomendo a audição do discurso completo do Presidente brasileiro na abertura da sessão anual da Assembleia Geral da ONU. É muito útil ver a postura corajosa e ouvir o tom desassombrado. A diferença face à pusilanimidade da pseudo-direita portuguesa, mais ou menos envolvida com a corrupção e os valores e políticas socialistas, é brutal.

Em contraste, nesse mesmo dia e local, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso, reclama o multilateralismo, mas louva o globalismo e o catastrofismo climático do marxismo totalitário e escatológico. Saúda Angola, mas omite o Brasil (!?...), cujo novo governo critica indireta mas abundantemente. Torce o desejável multilateralismo para um globalismo totalitário em que todos devem seguir a cartilha do catastrofismo climático e conformar-se perante o relativismo socialista, um pseudo-humanismo que tolera a exceção islâmica da escravatura feminina. Lança uma espécie de patriotismo globalista, no qual ser patriota é ceder alegremente aos interesses dos outros, com prejuízo dos deserdados das periferias e do campo que têm de pagar as faturas bilionárias da boa consciência dos citadinos globais que os desprezam. Cita John Donne, que nenhum homem é uma ilha, mas, nessa mesma meditação XVII, o poeta católico também aí pergunta: “Who bends not his ear to any bell which upon any occasion rings?”. E a ocasião é o socialismo relativista que aplaude cinicamente qualquer adesão patética, para juntar ao rol dos colaboracionistas eventuais.

O mundo continuou, e continuará, para além dos prazos dos profetas catastrofistas. As alterações climáticas, em que uma parte é man-made, que preocupam justamente, não têm o impacto geofísico e humano do apocalipse, nem a fraude política das promessas vãs do Acordo de Paris qualquer efeito significativo - ver Bjorn Lomborg (quando um convite para uma conferência em Portugal?) -  senão o carro da música do neomarxismo ambiental que custa biliões de euros a Estados à beira da falência e transfere recursos para as plutocracias de ideologia oficial socialista. Enquanto inflamam os gilet jaunes com aumentos brutais do gasóleo e de impostos para satisfazer o delírio do Armagedão.

A pulsão da corrupção é constante na política, mas a adesão das cliques no poder no PSD e no CDS ao totalitarismo politicamente correto do relativismo nos costumes e da via socialista na economia não é apenas comercial. É íntima.

Contudo, tal como nos outros países, em Portugal, o povo da direita não quer balbúrdia nos costumes, nem ócio, nem crimes de corrupção e nas ruas. Contudo, face a cobardia dos representantes liberais, que seguem as políticas socialistas enquanto fazem os seus negócios com o Estado, o povo não pode admirar-se com a maioria marxista de dois terços no próximo Parlamento...

7 comentários:

Anónimo disse...

A ditadura fascista em Portugal foi uma ignomínia. Um absurdo existencial porque considero ser completamente inamissível que se prenda alguém só porque ele discorda de nós. O que o fascismo de Salazar fez foi instaurar uma ditadura, com uma polícia política (a PIDE) que tinha milhares de bufos (alguns a quem pagava) que denunciavam os democratas que eram contra o regime.
Na ditadura salazarista havia o partido único, controlado por Salazar, não havia eleições democráticas (os presidentes das Câmaras eram escolhidos pelo regime), as mulheres não tinham direitos, não havia um serviço nacional de saúde, a greve era proibida, havia quase dois milhões de portugueses analfabetos…

Anónimo disse...

Para o Anónimo das 18:53, de outro Anónimo:
Deixe-se de tangas. Só ignorantes poderão acreditar nas suas frases.

Anónimo disse...

Temos ali a democracia venezuelana com bufos em todo o lado, execuções sumárias, presos políticos, fome, miséria, doença, criminalidade que é um brinquinho e um paraíso perante o "tal fascismo" da esquerdalha estalinista.

Anónimo disse...

Rui Rio poderia ganhar as eleições e, assim, mandar o Costa para o estaleiro. Porém e infelizmente não o vai conseguir por culpa única e exclusiva dum tal Passos Coelho, hoje insigne catedrático de pacotilha. Por causa deste individuo o PSD foi arredado de disputar o poder durante mais 10 anos. O povo não esqueceu nem pode esquecer a forma como tratou os portugueses e outros órgãos de soberania, v.g o Tribunal Constitucional. E isto sem prejuízo de se entender que era necessário equilibrar as contas públicas. Porém, há "modus faciendi" para se operar sem ser à cacetada traduzida no "para além da Troyka".

A Mim Me Parece disse...

Por ser como dizes, ó inteligência anónima das 23:03, é que o PSD liderado por esse odiado Passos Coelho, ganhou em 2015 as eleições para a Assembleia Nacional. Calado és um filósofo.

Anónimo disse...

https://www.jn.pt/nacional/morreu-freitas-do-amaral-11366347.html

Merecia um post seu, Prof. Caldeira.

Anónimo disse...

Os anónimos das 14:20 e das 22:15, andaram a estudar nas novas oportunidades, nem sabem como se semeia uma batata, nunca trabalharam na vida são os chulo da sociedade. De história de Portugal nada sabem.
Quanto ao resto do texto, apenas quero dizer o seguinte: Portugal precisa de um segundo Marquês de Pombal. Porque haja o primeiro Primeiro Ministro; Sério - Competente - Corajoso, para mandar para a fogueira todos os militantes de todas as Lojas Maçónicas e também da Opus-Dei. No Portugal do 25 Abril, não é tolerável haver organizações secretas e opacas como as duas atrás referidas e que são um antro de corrupção, compadrio e servem apenas os seus próprios interesses e dos seus, relegando o Povo português para o cadafalso.