Após a eleição de Mário Soares como Presidente da República, José Pacheco Pereira que pertencia ao heterogéneo Clube da Esquerda Liberal, cujos membros haviam participado no MASP (Movimento de Apoio Soares à Presidência), sentiu-se injustiçado. João Carlos Espada fora para assessor no palácio de Belém, Villaverde Cabral recebera a Biblioteca Nacional, e ele, um dos mais proeminentes do grupo, viu frustrada a sua ambição de um lugar na FLAD (Fundação Luso-Americana). Mário Soares preferiu o fiel Bernardino Gomes, eventualmente por causa de preservar a sua relação com os artistas já que a fundação viria a desenvolver um acervo de grande valor.
O aborrecimento de Pacheco Pereira levou-o a aproximar-se de Cavaco Silva, e preocupou Soares que não menospreza a ira dos despeitados. Eventualmente pela tutela de Soares sobre Balsemão, Pacheco obteve um posto de comentador na SIC; e, mais tarde, um lugar no ISCTE. No PSD, Pacheco Pereira, que nunca parece ter deixado de ser comunista (m-l), a exemplo dos novos governantes do MES, foi uma toupeira de Soares. Perdeu a vergonha quando Passos Coelho o afastou, e vingou-se na escrita, nos comentários e nas intervenções, no abraço a Costa na campanha eleitoral, e mentirizando (com «i»...) a austeritária Manuela Ferreira Leite para uma campanha ao serviço tático ingénuo do PS.
Exposto pela imediata prebenda mesista-soarista na administração da Fundação de Serralves, e obrigado a novos compromissos com o sistema que criticava seletivamente, Pacheco faz agora um exercício olímpico de salto de cavalo, na sua crónica «Um activo tóxico», no Público, de 19-12-2015. Assim ao modo do elogio de Marco António na peça Julius Caesar, de Shakespeare (1559), Ato III, Cena 2: «I came to bury Caesar not to praise him»... Repare-se na gravidade do que escreveu nesta crónica:
Atualização: Este poste foi emendado às 8:37 de 21-12-2015.
O aborrecimento de Pacheco Pereira levou-o a aproximar-se de Cavaco Silva, e preocupou Soares que não menospreza a ira dos despeitados. Eventualmente pela tutela de Soares sobre Balsemão, Pacheco obteve um posto de comentador na SIC; e, mais tarde, um lugar no ISCTE. No PSD, Pacheco Pereira, que nunca parece ter deixado de ser comunista (m-l), a exemplo dos novos governantes do MES, foi uma toupeira de Soares. Perdeu a vergonha quando Passos Coelho o afastou, e vingou-se na escrita, nos comentários e nas intervenções, no abraço a Costa na campanha eleitoral, e mentirizando (com «i»...) a austeritária Manuela Ferreira Leite para uma campanha ao serviço tático ingénuo do PS.
Exposto pela imediata prebenda mesista-soarista na administração da Fundação de Serralves, e obrigado a novos compromissos com o sistema que criticava seletivamente, Pacheco faz agora um exercício olímpico de salto de cavalo, na sua crónica «Um activo tóxico», no Público, de 19-12-2015. Assim ao modo do elogio de Marco António na peça Julius Caesar, de Shakespeare (1559), Ato III, Cena 2: «I came to bury Caesar not to praise him»... Repare-se na gravidade do que escreveu nesta crónica:
«Penso que ele [José Sócrates] tem legítimas razões de queixa contra o modo como a Justiça o tratou, abusando dos seus poderes e actuando ad hominem, bem como contra a campanha na comunicação baseada em fugas de informação orientadas, misturando informação relevante com trivialidades interpretadas de modo persecutório. (...)De abrupto à bruta, foi um pequeno salto.
Sócrates interpretou sempre o seu processo como sendo uma perseguição política desde o primeiro minuto. Teve uma ajuda preciosa na sua vitimização em alguns actos judiciais que objectivamente o discriminaram, e no efeito das fugas de informação que são orientadas contra ele e que não tiveram qualquer resposta capaz por parte do Ministério Público, o que gerou a suspeita de cumplicidade.»
Atualização: Este poste foi emendado às 8:37 de 21-12-2015.
8 comentários:
Sou frequentador assíduo deste local e, concordando ou discordando (poucas vezes) do que por aqui vai explanando, tinha-o em elevada consideração.
Hoje desiludiu-me.
Leu o artigo todo do Pacheco Pereira?
O sentido do que lá está escrito é totalmente contrário àquele que insinua.
O pacheco não tem desculpa.
Ao contrário da esmagadora maioria dos canhotos tem cabeça, tem cultura e tem inteligência.
O seu comportamento, independentemente de se concordar com o anterior governo, foi um nojo.
Senta-se agora na cadeira de Serralves. Tem lá um restaurante para matar a fome.
É mais um exemplo do inteletual de esquerda açaimado pelo politicamente correto.
Um nojo. Já os vamos habituando com os marxismistaso culturais ressaibiados.
George Lukacs perguntava: "Quem nos salvará da Civilização Ocidental?".
A resposta está aí. O pacheco
Fui ler o artigo de PP no Público.
Interpretei que o Sr. Sócrates é o tal activo tóxico do PS:
Leio com atenção o que o Dr. Balbino escreve e ouço e leio com a tenção o que PP fala e escreve.
Em síntese não percebo a necessidade de artigo . É porque PP vai para a Fundação Serralves por proposta do PS?
Bem fiquei a saber que ele era uma toupeira do Dr. Soares no PSD!!??
Dr. Balbino o senhor porque abandonou o PSD? Sei que nunca concordou com a estratégia política...
Agora, podemos dizer que o senhor era um toupeira do CDS ou da Igreja Católica no PSD? Não sei analisar as coisas assim...
http://rr.sapo.pt/noticia/42404/fmi_admite_que_divida_portuguesa_devia_ter_sido_reestruturada
Eleições em Espanha: qual a votação no partido comunista? Nos países desenvolvidos, como Noruega, Inglaterra, Suécia, EUA, Japão, etc, não há partidos comunistas ou se os há não têm qualquer importância. Só em países sub desenvolvidos, onde não há liberdade e impera a ditadura e o pensamento único, controlado pela polícia política, como Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Etc.
É a ignorância que explica a votação que o PC tem em Portugal, a quem o "poucochunho vermelho" se aliou a fim de não desaparecer politicamente, depois do que fez ao seu camarada Seguro e de ter tido uma votação despresível e inferior à obtida pelo Seguro.
Além de partilhar da opinão de Zé Muacho, sobre a substância, reparo que, citando entre aspas, escreve "Um ativo (sic) tóxico".
Estranhei, porque Pacheco Pereira não mutila a língua nem escreve à brasileira. Foi verificar e o que lá se lê é "Um activo tóxico" - seguindo, aliás, as regras legalmente em vigor da ortografia em Portugal que o A. deste "blog" se compraz em violar.
Acontece, porém, que quando se transcreve usando aspas deve-se manter "ipsis verbis" o original.
Quando o Dr ABC "apanha" alguém de quem não gosta é como uma lapa. Nunca mais o larga.
Ainda bem que o excelentíssimo preferia a viver em um sistema como os EUA impõem, do que em Cuba. Já esteve em Cuba, meu caro? Já viu com os seus olhos, não o que a imprensa tenta mostrar ao mundo, o que realmente é Cuba, você que tanto odeia os comunistas.
Desengane-se se pensar sequer que sou comunista, meu caro leitor.
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