quinta-feira, 26 de março de 2015

O financeiro imoral

«Die Hoffnung: sie ist in Wahrheit das übelste der Uebel, weil sie die Qual der Menschen verlängert». 
(«Na verdade, a esperança é o pior dos males, porque prolonga os tormentos dos homens». Humano, demasiado humano).

Mudando de assunto. Ponha o Morricone a tocar, por favor, no tema Morale dell'Immorale. Recoste-se. Leia. E enquando soma mentalmente as palavras brutas, reflita.

Este poste é para um financeiro, melhor, para o financeiro. Como Tano Cariddio financeiro é um criminoso. Recicla denaro sporco e sabe que assim é. No caso em questão, o dinheiro nem sequer provém da comum fraude fiscal, mas da corrupção de Estado, suja e viscosa, assassina de insolventes, de desavindos e de doentes, causadora de fome, de falências e da destruição de bem-estar e de projetos de vida.

Escondido lá onde estará, num país sem acordo de extradição com Portugal, o financeiro crê, numa esperança funesta, que o frémito da justiça passa e que os negócios voltarão ao usual. Engana-se. De qualquer modo, está inseguro. E sempre que cruza outros países por diversão ou em viagem relâmpago de trabalho, treme e aflige-se.

O financeiro está identificado. Perdeu assim o seu grande ativo, que é a discrição. Nunca mais o financeiro terá a carteira de clientes que possuíu. Aliás, parte dos seus clientes já o devem ter abandonado por causa do risco de exposição. E quando o braço da justiça chegar ao seu pescoço - uma questão de tempo... - o financeiro irá concluir que mais lhe valia o salário regular da empresa suíça em vez de esventrar a galinha da fortuna por ganância de embolsar, de uma vez, todos os ovos de ouro.
«Se o ouro é mau caminho,
Antes tu venhas a ser
O pobre mais pobrezinho
De quantos pobres houver.»


Augusto Gil (1873-1929). Canção da mãe.




21 comentários:

Anónimo disse...

O Financeiro só é nocivo quando os políticos são sporchi.
No consulado de Oliveira Salazar, os banqueiros sabiam que o Estado e o interesse nacional se lhes sobrepunha.

JPA disse...

Falta ao financeiro a companhia do fornecedor Paulo e conselheiro Mário.

Abraço
JPA

O Carlos Alexandre que se cuide!...que se cuide. disse...

Segundo a Sábado, as ameaças ao juiz Carlos Alexandre não param. Depois da pistola em cima da fotografia dos filhos e da tentativa de atropelamento da mulher, desta vez envenenaram-lhe o cão "Bart".

http://observador.pt/2015/03/26/envenenado-cao-do-juiz-carlos-alexandre/

Anónimo disse...

O Carlos Alexandre merecia uma onda de apoio nesta luta desigual contra o crime organizado. Uma grande manifestação de apoio para sentir que os portugueses estão com ele.
Claro que com as televisões e jornais capturados pela Máfia xuxa, é difícil mobilizar multidões, mas algo deve ser feito.
Um só homem está a fazer uma autêntica revolução, mostrando ao país que tem estado refém de uma quadrilha de criminosos de alto coturno.

Anónimo disse...

Portugal e os portugueses tiveram grande admiração, no passado, por vandalos, criminosos e trapalhões, desde o Zé do Telhado ao Alves dos Reis. Claro que, após a admiração, seguem-se períodos de limpeza. Só que a limpeza é depois excessiva. Vive Portugal o regime de Soares, o Regime da luxúria, da impunidade, da bandalheira. Até quando?

Anónimo disse...

O primeiro comentador viveu a realidade de Salazar??

Não há pachorra.

Anónimo disse...

No consulado de Oliveira Salazar, os banqueiros sabiam que o Estado e o interesse nacional se lhes sobrepunha.

Faça favor de contestar, respeitando a verdade, naturalmente. K7 não vale a pena.

Anónimo disse...

Tal como Bava, o crime parece compensar.

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/antonio_mexia_eleito_melhor_ceo_das_utilities_na_europa.html

António Mexia foi eleito, por um conjunto de analistas de ‘buy side’, o melhor presidente executivo da Europa no sector das ‘utilities’ (água, gás, electricidade), no âmbito de um estudo anual da revista Institutional Investor.

Anónimo disse...

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca___financas/detalhe/teixeira_dos_santos_vai_liderar_montepio.html

Fernando Teixeira dos Santos vai ser o próximo presidente executivo do Montepio, avançou a SIC. O economista vai substituir António Tomás Correia, que passará a liderar apenas o conselho geral de supervisão da caixa económica e manter-se-á como presidente da associação mutualista que controla a instituição financeira.

BELIAL disse...

o teixeirinha?

Vou já sacar o meu.
Cesteiro que faz um cesto...

Anónimo disse...

Oliveira Salazar:

"Mas a forma mais fácil de manter o Estado ao abrigo da corrupção plutocrática é - não ter de ser corrompido. Quando há pouco afirmei, tratando da economia nacional, que é preferível a sua autodirecção à direcção pelo Estado, tinha em mente, além do que disse, a vantagem para a política e a administração pública em que o Estado seja tão estranho aos interesses de cada um, como atento aos interesses de todos. Mal vai quando um grande negócio, lucros avultados, especulações, preços, importações, encomendas, licenças, direitos, dependem por sistema do parecer de uma repartição pública ou da assinatura do Ministro. A simples suspeição dos particulares envenena a administração..."

Anónimo disse...

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/envenenado-o-cao-do-juiz-carlos-alexandre-1690444

As ratazanas do P$ estão a sentir-se ameaçadas, agora que parece que além do 44 também a Fava e os filhos do corrupto, deputados, o Paulo Campos, etc poderão ser tb acusados

Anónimo disse...

Normalmente os bandidos e corruptos criminalizam as pessoas honestas.

SS disse...

Escrevi a tese e o livro todinho do 44...a bem do crime e recebendo muitas daquelas fotocópias de que gosto tanto...para o trabalho da escrita utilizei um Malho...

Anónimo disse...


Li ontem, que envenenaram o cão, do Juiz Carlos Alexandre.

Acto repugnante e cobarde.

Temos todos de estar alerta e manifestar/divulgar todas as atitudes que tenham como objectivo, intimidar.

Um abraço de solidariedade para todos os que perderam sentimentalmente este amigo.

Carlos

Anónimo disse...


Reza aos banqueiros :

« Maledictus sit in totis viribus corporis. Maleditus sit intus et exterius. Maleditus sit in capilis , maleditus sit in cerebro . Maleditus sit in vertice , in temporibus, in fonte , in auriculis, in supercilis, in oculis, in genis, in maxilis, in naribus, in dentibus , mordacibus sive molaribus , in labiis , in guttere , in humeris , in harnis , in brachis, in manibus , in digitis , in pectore , in corde , et in omnibus interioribus stomacho tenus, in renibus, in inguinibus, in femore , in genitalibus , in coxis, in genebus , in cruribus , in pedibus et in unguibus. »

Anónimo disse...


Mais uma inspiração «Dominical» :

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/livro_de_socrates_escrito_por_um_professor.html

Anónimo disse...


« José Sócrates não será o real autor do livro "A Confiança no Mundo – sobre a tortura em democracia". A obra terá sido escrita por um professor de filosofia a quem o antigo primeiro-ministro encomendou o serviço. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo jornal Sol, que cita uma fonte ligada à Operação Marquês.

A conclusão de que o livro terá resultado, afinal, de uma encomenda, é extraída das escutas telefónicas a que José Sócrates esteve sujeito durante vários meses. A partir delas, os investigadores consideram que o livro foi escrito por um professor universitário, de nacionalidade portuguesa e da mesma geração de José Sócrates.

Em Novembro de 2014, quando Sócrates foi preso, este professor já teria inclusivamente uma nova encomenda para escrever um segundo livro, intitulado Carisma, descreve o jornal.

Segundo relatos de diversos órgãos de comunicação social, o sucesso editorial do livro a "Confiança no Mundo" é um dos elementos que a acusação usa para provar que José Sócrates era o titular de uma fortuna de vários milhões de euros gerida pelo seu amigo Carlos Santos Silva.

Das contas de Carlos Santos Silva saíram cerca de 170 mil euros para comprar livros do ex-primeiro-ministro. Este dinheiro terá sido entregue a diversos amigos e figuras próximas de Sócrates, entre as quais os deputados socialistas Renato Sampaio e André Figueiredo, que adquiram em média 10 mil exemplares cada um.

Estes factos levaram os juízes do Tribunal da Relação a fazer uma dura avaliação moral do perfil do primeiro-ministro. Segundo transcrições do Sol, os juízes consideram que a "aparente publicidade e êxito editoriais muito acima do que seria resultante do real interesse de aquisição e de sucesso da obra demonstra, pelo menos indiciariamente, uma falha grave de seriedade intelectual, sobretudo de alguém que, como ele, exerceu altas funções governativas, mas de quem se esperara um comportamento de transparência e probidade".

Esta situação reforça a tese de que, caso José Sócrates fosse solto para aguardar o julgamento em liberdade, interferiria com o curso do processo e poderia destruir provas. »

Fonte : « Jornal O sol. »

Anónimo disse...

A questão da tortura no mundo actual é tratada pelo nosso antigo Primeiro-Ministro numa perspectiva assumidamente política, sociológica e cultural, não apenas como uma realidade e um escândalo ético de um passado imemorial em perpétua repetição, mas como escândalo e contradição ética intolerável na perspectiva de uma ordem propriamente democrática (...) Isto confere ao ensaio do Engenheiro José Sócrates não só um alcance político óbvio mas para além dele uma função problematizadora da própria mitologia democrática ( ...) Com actualizada argumentação histórica, jurídica, em função do código democrático que quase miticamente se confunde com as suas imagens de marca ideológica,( ...) o nosso antigo Primeiro-ministro faz o processo dessa paradoxal regressão (...) ( Eduardo Lourenço , Posfácio )

Ahahahahahahahahahahahaha !!!!!

Anónimo disse...


«Neste livro, José Sócrates desenvolve sua análise a partir de três abordagens complementares. Desfila a argumentação pelos canais da História, aborda os aspectos éticos da questão e acentua os danos que a prática da tortura acarreta às próprias instituições democráticas. Consegue desmontar, pedra por pedra, de forma convincente, todas as falácias a respeito da admissão do emprego da tortura em casos excepcionais, ou condicionada à limitação de sua intensidade e duração, ou ainda reservada exclusivamente aos episódios —sempre imaginários —em que um artefatonuclear está prestes a explodir, ou centenas de crianças estão reunidas num cinema que somente o terrorista imaginário pode confessar, se pressionado pela dor.» ( Luiz Inácio Lula da Silva, prefácio .)

Ahahahahahahahahahhahahahaha !!!!!

Anónimo disse...



« O livro foi lançado em Outubro de 2013, pela editora Verbo. José Sócrates tinha explicado que a produção correspondia ao trabalho académico que realizou, depois de abandonar o governo em 2011, para o Instituto de Estudos Políticos de Paris. Chegou até a dizer, numa entrevista ao Expresso, que tinha escrito o livro em francês e que depois o traduzira para português.»

Ahahahahahahahahahahha !!!!