quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A greve geral, a violência e a degradação económica e social do País





A greve geral de 14 de novembro de 2012 teve resultados mistos, com adesão da esquerda comunista, radical e parte dos socialistas, que trabalham na administração pública; no setor privado a perspetiva de desemprego e a aflição das empresas demove a maioria dos empregados da greve, mesmo aqueles que gostariam de participar.

À direita e ao centro existe a consciência de que a corrupção de Estado continua e a perspetiva é de que greves gerais (sendo a greve um direito legítimo dos trabalhadores) se fazem para mudar regimes e não para manter acesas chamas ideológicas e partidárias trémulas. Note-se que a greve é um direito legítimo dos trabalhadores para defender ou melhorar as suas condições de trabalho e um recurso eficaz para situações concretas; no que concerne a greves gerais a sua eficácia maior é na mudança de regime e não como forma vulgar de protesto mais ou menos ineficiente. O tachismo político, que queríamos reprimido, também continua: veja-se a garantia de retaguarda para autarcas sociais-democratas previsivelmente dizimados pelas eleições do outono de 2013 na notícia do Expresso, de 10-11-2012: «Relvas cria jobs para ex-autarcas».

Os patriotas da direita e do centro políticos não compreendem como pode continuar a vergonhosa omissão dos líderes da esquerda, e nomeadamente da sindical, sobre a corrupção de Estado nos governos socratinos - e mesmo a de agora. Calados, então, esquecidos depois. Se os dirigentes políticos da esquerda, e nomeadamente os comunistas e bloquistas, os seus deputados e opinadores institucionais engajados, além dos socialistas que nada sabiam, nem viram, nem dizem, sabem todos mais do que nós - porque têm notícia do que se passa nos altos escalões do Estado e têm acesso a informação interna das empresas - por que não passam as suspeitas às autoridades judiciais e não a denunciam quando estão protegidos pela imunidade parlamentar e, na prática, política?!...

A greve culminou com a habitual manifestação frente ao Parlamento dividida em duas partes: a primeira parte ordeira, cgtpínica, e a segunda violenta, bandeiras e intersindicais recolhidos, conduzida (!) pelos anarquistas, desta vez reforçados com radicais estrangeiros provocadores de zaragatas com a polícia. Multibancos queimados, a novidade dos incêndios dos eco-pontos (a combustão mais fácil dos plásticos...), montras partidas, quase duas  horas de provocação, pedradas com paralelos e petardos ocasionais, desencadeando, após avisos de dispersão, uma carga policial que apanhou provocadores e manifestantes pacíficos que não arredaram.

Acredito que o efeito de contágio da violência desejado pela rede internacional anarquista, que enviou provocadores para a primeira linha dos confrontos, é preocupante. A ideia dos radicais é proporcionar a violência para radicalizar e engrossar as hostes dos anarquistas portugueses de mais brandos costumes e também puxar para a violência a esquerda tradicional, para lá dos estivadores-sempre-em-greve. O efeito de contágio pode ter sido conseguido ontem, em parte, com a provocação demorada e a carga policial. Possivelmente, seria melhor a detenção sucessiva de elementos provocadores do que a cartarse musculada após quase duas horas de provocação, pedrada e petardos ocasionais. Por outro lado, como até aqui não tinha havido uma carga policial de grande dimensão, os manifestantes não dispersaram após receberem avisos e ordens policiais para o fazerem, porque acreditaram que a carga não aconteceria, mesmo após chuva de pedradas e petardos, e na convicção ingénua de que a polícia distingue manifestantes violentos e pacíficos durante a carga, arriando bastonadas apenas naqueles que os enfrentam. Os polícias sujeitos a horas de confronto acreditam no efeito dissuasor da bastonada, mesmo se as bordoadas tendem a radicalizar manifestantes e telespectadores, como, presumo, os chefes os previnem.

Para lá da greve geral/parcial, assente na paralisação de setores críticos (transportes, contínuos nas escolas, administrativos e enfermeiros nos hospitais), existe a degradação económica e social do País. É essa que precisamos resolver com uma política patriótica rigorosa, sem corrupção política, nem abuso do sistema social.


Atualização: este poste foi atualizado às 8:37 de 16-11-2012.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são, que eu saiba, suspeitos ou arguidos do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso; e mesmo se, e quando, alguém for arguido goza do direito à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

4 comentários:

Anónimo disse...

A política patriótica,entre muitas coisas,passa pelo emagrecimento da Função Pública e dos seus vencimentos.
É que esta aberração máfio-partidária levou a que um grupo de pessoas consiga ficar milionário só com o salário,num país pobre,deficitário e arruinado.
Portanto essa questão da mudança de regime ou do governo patriótico,utopia nas actuais circunstâncias,está muito bem,mas pode esperar mais umas gerações.Deixem-me cá amanhar primeiro,porque o Estado nunca mais vai voltar a pagar assim.
Na práctica só uma minoria apoiará.
Os instalados apenas se manifestam por aumentos.Não querem o garrote da austeridade.Querem continuar a farra.
A esquerda não está interessada.Está muito bem assim.Há muita rapaziada a sair das jotas e se a paródia terminar agora,será uma pena.
Os comunistas do PCP e do BE querem o caos.Quanto pior,melhor.Quem quer o comunismo num país onde se vive confortávelmente?
Portanto,o circo vai continuar.

"Os nossos políticos não são corruptos"
Cândida Almeida

SACO ROTO,BOLSO CHEIO disse...

EM TEMPOS DE CRISE AGUDA UM GOVERNO DESPROVIDO DE AUTORIDADE MORAL É COMO UM SACO ROTO.NÃO SERVE PARA NADA!SACO ROTO MAS BOLSOS CHEIOS OU A ENCHER-SE!A GENERALIUDADE DA GAJADA DESTE GOVERNO NÃO PRESTA OSCILANDO ENTRE A INCOMPETÊNCIA PURA E A VENALIDADE SEM LIMITES.IGUAL AOS GOVERNOS SÓCRETINOS,RICAS VAREJEIRAS ESVOAÇANDO À VOLTA DA MESMA TRAMPA.O QUE ESCREVO É JÁ HOJE UMA EVIDÊNCIA NACIONAL.O PROBLEMA ESTÁ EM COMO DESPEDI-LOS E FORMAR RÁPIDAMENTE O GOVERNO PATRIÓTICO DE SALVAÇÃO NACIONAL DE QUE O PAÍS PRECISA.ANTES QUE A VIOLÊNCIA DEGENERE E ACABE COM MORTOS NA RUA.

CONELHO DA MOTA disse...

QUEM CONTROLA A ESTIVA É O CONELHO DA MOTA.VÃO AO CONELHO QUE A GREVE ACABA E AS EXPORTAÇÕES FLORESCEM!JÁ AGORA ACABEM-LHE COM AS PPPs....

Anónimo disse...

O regime socialista semeou ventos durante quase 40 anos ...agora colhe ...tempestades ..
Segurem-se que a borrasca ainda agora começa ...salve-se quem puder ...


Caboclo