O êxodo dos depósitos bancários na Grécia, e nos países europeus mais deficitários, ainda está em «câmara lenta». Mas pode passar subitamente para uma corrida. Este êxodo pode comprometer a permanência da Grécia no euro e suspender a livre circulação de capitais para fora do país.
A ameaça de conversão forçada dos depósitos bancários em moeda nacional, de restrições ao levantamento dos depósitos (corralito) e de proibição de circulação de capitais para fora do país, torna cada vez menos prudente a manutenção dos depósitos em instituições bancárias nos países menos solventes. Na verdade, por mais que doa admiti-lo, a transferência do dinheiro para sucursais dos bancos estrangeiros no próprio país, não protege o dinheiro: se a Grécia sair da moeda única, os depósitos em euros nos bancos estrangeiros no país são forçosa e imediatamente convertidos em dracmas e serão impostos limites brutais ao levantamento de dinheiro para evitar a falência imediata dos bancos e a transferência do dinheiro, em numerário, para o estrangeiro.
O êxodo dos depósitos fragiliza os bancos nacionais e obriga à nacionalização parcial, ou total, das instituições mais inseguras. E a nacionalização não estanca a fuga dos depósitos porque os clientes temem que as suas aplicações - vulgarmente a taxas mais altas e em instrumentos de maior risco (fundos que não são depósitos, como no BPN) - deixem de ser convertidas em dinheiro ou o banco intervencionado aperte com os clientes atuais para cobrir o seu défice de exploração e a dívida acumulada. Tal como no BPN, a nacionalização do Bankia em Espanha provocou uma fuga dos depósitos: os Estados socia(l)i(ta)s, que subsistem sob o axioma da solvência da banca privada, mas que não querem assumir logo o custo político da cobertura desses défices privados, nacionalizam os bancos relativamente aos quais fizeram vista grossa durante anos (em vez de deixarem os acionistas e depositantes suportarem o risco do investimento), mas mantém os bancos nacionalizados compartimentados, em vez de os integrarem imediatamente na marca mãe. Em Portugal, a marca BPN estava queimada a partir do momento em que se conheceu o escândalo da fraude interna, mas o Governo socialista manteve-a, com custos tremendos para o Estado, para condicionamento político do Presidente da República, Cavaco Silva, frito em forno lento pelas notícias da fraude lançadas pelas ventoinhas socratinas nos media. Se as dependências, os funcionários e os serviços, do BPN fossem imediatamente integradas na Caixa Geral de Depósitos, e a marca desaparecesse fisica e virtualmente, o custo para o Estado seria menor do que a teimosia do funcionamento separado do banco.
Mas essa seria a solução sistémica e bancocrática e não a solução democrática: os bancos devem ter uma gestão prudente, o Estado deve supervisionar, prevenir e punir fraudes, e não deve substituir o risco natural dos acionistas e depositantes de bancos privados. Não creio que a atividade bancária só possa ser desempenhada pelo Estado, que seria, à outrance, o corolário da doutrina da proteção prioritária - até porque a intervenção direta do Estado nos bancos não tem estancado a fuga dos depósitos. E se, por pressão do setor financeiro, e eventual necessidade de acompanhar o que outros países fazem, o Estado define uma garantia de depósitos (depósitos) até um certo valor, não se justifica que passe depois, apesar da lei, a cobrir, na prática, todos os depósitos, aplicações financeiras e contas de milhões de euros. Não se justifica que o Estado proteja o setor financeiro como não faz com o setor agrícola, industrial, comercial ou outros serviços.
Não parecem valer os argumentos que atribuem a Grande Depressão de 1929 à falência de bancos, pois a receita de proteção dos bancos não parece estar a ter melhor resultado na recuperação da II Grande Depressão, que começou em Dezembro de 2007 e continua.... Nem sequer os argumentos do tamanho (too big to fail) e do risco sistémico. Risco sistémico é a bancocracia, derivada da promiscuidade entre política e finança, que condiciona a liberdade e a democracia. No limite da corrupção e do delírio do Estado Social(ista) sobrevem a dittaturina civil de Mario Monti na Itália e, se não houver responsabilidade, a ditadurona de uma Junta civil, vigiada pelos militares (além da União Europeia), na Grécia.
* Imagem picada daqui.
A ameaça de conversão forçada dos depósitos bancários em moeda nacional, de restrições ao levantamento dos depósitos (corralito) e de proibição de circulação de capitais para fora do país, torna cada vez menos prudente a manutenção dos depósitos em instituições bancárias nos países menos solventes. Na verdade, por mais que doa admiti-lo, a transferência do dinheiro para sucursais dos bancos estrangeiros no próprio país, não protege o dinheiro: se a Grécia sair da moeda única, os depósitos em euros nos bancos estrangeiros no país são forçosa e imediatamente convertidos em dracmas e serão impostos limites brutais ao levantamento de dinheiro para evitar a falência imediata dos bancos e a transferência do dinheiro, em numerário, para o estrangeiro.
O êxodo dos depósitos fragiliza os bancos nacionais e obriga à nacionalização parcial, ou total, das instituições mais inseguras. E a nacionalização não estanca a fuga dos depósitos porque os clientes temem que as suas aplicações - vulgarmente a taxas mais altas e em instrumentos de maior risco (fundos que não são depósitos, como no BPN) - deixem de ser convertidas em dinheiro ou o banco intervencionado aperte com os clientes atuais para cobrir o seu défice de exploração e a dívida acumulada. Tal como no BPN, a nacionalização do Bankia em Espanha provocou uma fuga dos depósitos: os Estados socia(l)i(ta)s, que subsistem sob o axioma da solvência da banca privada, mas que não querem assumir logo o custo político da cobertura desses défices privados, nacionalizam os bancos relativamente aos quais fizeram vista grossa durante anos (em vez de deixarem os acionistas e depositantes suportarem o risco do investimento), mas mantém os bancos nacionalizados compartimentados, em vez de os integrarem imediatamente na marca mãe. Em Portugal, a marca BPN estava queimada a partir do momento em que se conheceu o escândalo da fraude interna, mas o Governo socialista manteve-a, com custos tremendos para o Estado, para condicionamento político do Presidente da República, Cavaco Silva, frito em forno lento pelas notícias da fraude lançadas pelas ventoinhas socratinas nos media. Se as dependências, os funcionários e os serviços, do BPN fossem imediatamente integradas na Caixa Geral de Depósitos, e a marca desaparecesse fisica e virtualmente, o custo para o Estado seria menor do que a teimosia do funcionamento separado do banco.
Mas essa seria a solução sistémica e bancocrática e não a solução democrática: os bancos devem ter uma gestão prudente, o Estado deve supervisionar, prevenir e punir fraudes, e não deve substituir o risco natural dos acionistas e depositantes de bancos privados. Não creio que a atividade bancária só possa ser desempenhada pelo Estado, que seria, à outrance, o corolário da doutrina da proteção prioritária - até porque a intervenção direta do Estado nos bancos não tem estancado a fuga dos depósitos. E se, por pressão do setor financeiro, e eventual necessidade de acompanhar o que outros países fazem, o Estado define uma garantia de depósitos (depósitos) até um certo valor, não se justifica que passe depois, apesar da lei, a cobrir, na prática, todos os depósitos, aplicações financeiras e contas de milhões de euros. Não se justifica que o Estado proteja o setor financeiro como não faz com o setor agrícola, industrial, comercial ou outros serviços.
Não parecem valer os argumentos que atribuem a Grande Depressão de 1929 à falência de bancos, pois a receita de proteção dos bancos não parece estar a ter melhor resultado na recuperação da II Grande Depressão, que começou em Dezembro de 2007 e continua.... Nem sequer os argumentos do tamanho (too big to fail) e do risco sistémico. Risco sistémico é a bancocracia, derivada da promiscuidade entre política e finança, que condiciona a liberdade e a democracia. No limite da corrupção e do delírio do Estado Social(ista) sobrevem a dittaturina civil de Mario Monti na Itália e, se não houver responsabilidade, a ditadurona de uma Junta civil, vigiada pelos militares (além da União Europeia), na Grécia.
* Imagem picada daqui.
12 comentários:
SÓ UM LOUCO TEM O SEU DINHEIRO DEPOSITADO SOB QUALQUER FORMA NAS BANQUETAS PORTUGUESAS,OU ESPANHOLAS.VAI-SE QUEIMAR.PELO CONTRÁRIO,QUANTO MAIOR A DÍVIDA QUE TENHA PARA COM ELAS,MELHOR.PAGARÁ NO FUTURO EM DINHEIRO MACACO,OU SEJA,EM PAPEL HIGIÉNICO, MELHOR DIZENDO,EM NOVOS ESCUDOS.TÃO BONS E SÓLIDOS COMO A III REPÚBLICA.
"As dívidas não são para pagar.
Pelo menos foi assim que aprendi...humm...em...hummm...coiso."
"o Estado deve supervisionar, prevenir e punir fraudes, e não deve substituir o risco natural dos acionistas e depositantes de bancos privados"
É a diferença entre o capitalismo e o socialismo.
Neste último os capitalistas limitam-se a receber os lucros e o Estado a assumir os prejuízos.
E,apesar dos saques ao erário público das PPP's,continuam os cânticos e loas à esquerdfa e ao socialismo.
Afinal o Seguro é um ridículo aprendiz de Sócrates.
A farsa miserável que o PS montou na CPI das PPP's,é coisa nunca vista em país algum.
Uma manobra baixa e miserável que visa esconder crimes e prejuízos para Portugal e os portugueses.
Nos EUA,isto acabava com as carreiras políticas daqueles trafulhas todos.
Ilustra apenas o quâo baixo se desceu a fazer política no nosso país.
Com Pintos,bodes,Cândidíase e os Moragadios que simulam combater o crime e a corrupção,sendo apenas comissários dos kapos,o país está nas mas mãos de bandos mafiosos.
Levantamento de depósitos!? E daí?! Fuga de capitais?!Porque vos admirais?!
Mas não dizia o "velhinho" Karl Marx que o capital não tem pátria?
Sabendo-se disto, onde pára o Estado de Direito e Regulador? Regula uns e (Des)Regula outros.
Quem paga as campanhas de intoxicação de 4 em 4 anos? Os sócios dos partidos, não!?
Se tivesse capital também o punha ao fresco que se faz tarde. Isto não é de confiança, eu disse confiança. Até para jogar na bolsa é preciso ter confiança.
Se o capital se pira ficamos sem capital, pronto. Temos os rios os montes e a erva a crescer nesta Primavera. Querem comer, vão cultivar porque vamos chegar a um tempo de troca direta... Couves por Nabos.
Anónimo, não se podem trocar couves por nabos, porque temos perto de 10 milhões de nabos e muito poucas couves...
"O presidente do banco do Vaticano demitido, o mordomo do Papa preso, cartas e documentos sigilosos de Bento XVI e seus colaboradores publicados em livro. A Santa Sé está em ebulição."
http://www.publico.pt/Sociedade/a-prisao-do-mordomo-do-papa-o-poder-do-secretario-e-os-vendilhoes-1547828
Nem com o exemplo do Vaticano o Coelho lá vai...
Alguém pode ter qualquer confiança nos gajos dos Bancos que estão enterrados nas PPPs até às carecas?Trastes,Corruptos e Ladrões.
Também é curioso perceber que a Grécia apesar de ser o 17º na economia do euro ..é o 6º no orçamento militar..
Caro Prof. Balbino Caldeira,
Este é o tema. Este é o cerne da questão.
O que têm em comum, Mário Monti, Mário Draghi, Lucas Papademos e António Borges? Foram todos altos-quadros da mais importante instituição financeira do mundo, chamada Goldman Sachs, com sede em Nova Iorque, e detida por judeus.
Aqueles Senhores, são: PM de Itália; Governador do BCE, ex-PM da Grécia e ex-Vice Governador do BCE; e Ministro-sombra do Dr. Passos para as privatizações.
O novo paradigma da "esquerda democrática", tão ao gosto do padrasto Soares, é o socialismo dos ricos. Até o Eng. Jardim Gonçalves, escorraçado pelo 25 de Abril, vem agora bradar sobre "não foi para isto que aconteceu o 25 de Abril". Mais um que aproveita para cavalgar uma pretensa ligação à Esquerda-caviar, para ver se ainda salva a fortuna dele e dos amigos, branqueando as múltiplas tropelias realizadas à custa do Zé contribuinte.
Estamos fornicados, nós que somos classe média ou classe trabalhadora, entre o socialismo das Novas Oportunidades e do Rendimento Mínimo, e os favores feitos à Alta Finança, com o argumento do risco sistémico.
Nós somos trilhados por este bando de Filhos da Puta, que se arrogam de socialistas. Temos que pagar os calões que nada querem fazer. Temos que pagar o Dr. Oliveira e Costa, o Dr. Rendeiro, o Dr. Bandeira, o Dr. Vara, o Dr. Jardim Gonçalves, e por aí fora.
Naturalmente, que isto vai acabr em borrasca. O Dr. Passos e o Dr. Cavaco, que limpam as mãos como Pilatos, são coniventes com este neo-socialismo.
Já estou a aguçar as naifas, a noite das facas longas vai surgir. A lista dos criminosos é longa, todos eles com gordas contas em offshores de caimões famintos.
Hei-de resgatar o meu quinhão roubado, nem que tenha de o ir buscar, à conchinchina.
Espero que mt rapidamente, os milhares de jovens que se encontram deprimidos por nao terem qualquer tipo de rumo nem futuro neste país de ladrões ímpunes, antes de se suicidarem, amarrem umas granadas à cintura e levem uns quantos vermes consigo, sugiro que comecem pelo cavaco e pelo soares, já que foram dos primeiros a por-nos nesa miséria
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