terça-feira, 3 de abril de 2012

Feitiços e feiticeiros

Este novo caso de perseguição ao juiz Carlos Alexandre, que o CM, de 31-3-2012, noticiou e o José comenta, é mais um exemplo da situação miserável do nosso País e do esboroamento da soberania e do sentido de Estado. A ameaça externa ocorre porque o País não se dá ao respeito e, pior, o Governo acomoda essa influência e colabora nessa pressão.

Mais grave ainda: não me parece que sejam os serviços estrangeiros a tentar intimidar o juiz, vigiando-o e perseguindo-o em casa. O mais provável é que essa intimidação seja praticada pelos serviços de informação internos, que já o fizeram relativamente a outros processos e agora servem de proxy partilhado dos velhos e novos senhores. A mesma canalha, a mesma mixórdia. Mas é uma tentativa vã: o juiz patriota não cede - tal como acredite que não ceda o procurador do processo. Convinha que o Governo tivesse igual responsabilidade destes magistrados e que «o ministro citado numa notícia do jornal "Sol"» não ousasse pressionar a justiça...

Todavia, este caso traz uma lição: a justiça portuguesa não pode ser instrumentalizada para dirimir questões externas, solicitando o seu concurso quando não há força local para resolver conflitos e mandando parar processos (?) quando o armistício local se  atinge. O feitiço pode virar-se contra o feiticeiro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Morte suspeita em Nova Iorque do director da instituição de ensino frequentada por Socrates em França:

http://www.reuters.com/article/2012/04/03/us-usa-france-descoings-idUSBRE83215P20120403