Um leitor Do Portugal Profundo alertou para a publicação de um artigo do Dr. Fernando Lima, no lançamento da edição brasileira da prestigiada Campaigns and Elections, em Dezembro de 2011. Quando foi descoberto, o artigo foi truncado e a truncagem posta a circular rapidamente pela rede sistémica, nos media dependentes e no circuito habitual (Lusa, TSF, Público...). Mas como o artigo sobre agenda-setting (controlo da agenda política) é muito agudo e atual (é melhor definir a própria agenda política do que reagir à agenda que os adversários definem para o próprio...), transcrevo-o abaixo. E aproveito para recomendar os demais artigos com os mais destacados profissionais do marketing político que a revista reuniu nesta edição. Quem quiser pode ler livemente os artigos desta primeira edição da Campaigns and Elections brasileira - o artigo do Dr. Fernando Lima está nas páginas 62-63.
Atualização: este poste foi emendado às 13:18 de 9-1-2012.
«A importância da agenda
Fernando Lima
O controle da agenda entrou ultimamente na gíria política porque constitui uma preocupação permanente dos responsáveis políticos no planejamento das suas ações. Diz-se muitas vezes deste ou daquele político, para caracterizar o seu poder de iniciativa que sabe marcar a agenda política. E diz-se ainda que quem marca a agenda política está em melhores condições de ser bem-sucedido.
Numa primeira tentativa para encontrar uma definição do que se designa pelo controle da agenda, importa evidenciar que ela decorre fundamentalmente da relação entre a mídia e a política. Está provado que existe uma elevada relação entre a agenda da mídia e a agenda dos cidadãos, bem como entre os temas a que a mídia dá relevância e os temas que as pessoas consideram mais relevantes.
Quem primeiro estudou esta temática foi o cientista norte-americano Bernard C. Cohen. Em 1963, ele afirmava que para o editor de um órgão de informação o normal é publicar ou difundir os assuntos que as pessoas gostam de ler ou ouvir. Mas, quando esse editor coloca mais ânfase neste ou naquele assunto, está obviamente a influenciar as conversas das pessoas que vão prestar atenção a esse meio de informação.
A questão da agenda política foi rapidamente associada às campanhas eleitorais. Em 1968, dois outros especialistas norte-americanos concluíram que a mídia marca os temas da campanha quando influencia as atitudes em relação às questões políticas. Com a eleição de Ronald Reagan, a marcação da agenda transferiu-se praticamente para a televisão. Como alguém dizia, os seus asessores - Michael Deaver e David Gergen - reescreveram as regras de como usar esse poderoso instrumento para construir a imagem presidencial de Reagan que tinha apenas a seu favor o passado como ator. E a verdade é que funcionou, principalmente por que eles tinham a noção de que deveriam estar na ofensiva.
A formulação da agenda política inscreve-se, pois, nesta lógica comparada da mídia e dos atores políticos, e logo do seu poder de controlo sobre as definições da situação. Controlar o fluxo noticioso numa época de grande competição informativa é de vital importância para o êxito de qualquer iniciativa no plano político. Na Casa Branca, os homens de Reagan foram inovadores quando todas as manhãs preparavam o que designavam por "linha do dia". O objetivo era oferecer à mídia um tema capaz de merecer a sua aceitação. Devido à importância dos telejornais da noite, as cadeias de televisão beneficiavam de especial tratamento. Com regularidade os assessores presidenciais chamavam as redações para perguntar se era necessário qualquer ajuda.
Desde então, a marcação da agenda tornou-se uma quase obsessão dos atores políticos, porque ela está, inegavelmente, associada aos efeitos que a mensagem política poderá ter na moldagem da opinião pública. Muitos deles pensam que é recorrendo a esse artifício que podem alterar o quadro de debate que os adversários sempre querem impor para lhes aumentar as dificuldades políticas e sociais. Ou, então, a própria mídia, tendo por base movimentos reivindicativos da sociedade civil.
Tirar partidos das novas tecnologias informativas constitui uma razão determinante para evidenciar um pendor ofensivo na ação política - é, de algum modo, a cedência à lógica da informação-espetáculo de que necessitam as televisões para manter o nível de audiências. Mas marcar a agenda política não deixa, também, de ser a resposta possível à tendência da mídia para privilegiar as notícias negativas. Este ponto de dificuldade é extremamente valorizado por quem está no topo das responsabilidades.
Dizia o antigo presidente Richard Nixon que, para a mídia, progresso não é notícia, mas, sim, tudo aquilo que significa perturbação. Segundo a sua análise, os noticiários televisivos preferem realçar problemas em detrimento de soluções. Na verdade, em televisão tudo o que seja drama ou competição tem uma força superior ao que possa ser apresentado como normalidade. Nesta última situação, ela não contém um ingrediente que se tornou imprescindível para que a informação televisiva tenha impacto: a emoção.
Controlar, pois, a agenda política corresponde, no presente a duas necessidades objetivas por parte daqueles que aspiram a posições dominantes na sociedade: por um lado, a necessidade de dar largas a potencialidades próprias para manter a dianteira relativamente aos demais; por outro lado, a necessidade de tornear os obstáculos que vão surgindo a cada passo. Por isso, afirmava um autor norte-americano que "para governar com sucesso, um governo tem de marcar a agenda e não deixar que seja a mídia a fazê-lo". De outro modo, é arrastado pela corrente.
A criação da agenda diária de um político é das tarefas que requer cuidado e imaginação. Ela deverá ter em conta essencialmente a melhor maneira de captar a atenção da mídia. Poderá fazê-lo pela forma ou pelo conteúdo. As novas correntes norte-americanas valorizam a imagem. Dizem que 80 a 90 por cento do que os espectadores retém dos anúncios televisivos é a imagem. E acrescentam: "se a imagem está adequada, então a iniciativa está correta. Se a imagem não está adequada, então não interessa o que é dito porque o seu efeito é quase nulo".
Michael Deaver foi o homem que no tempo de Ronald Reagan na Casa Branca mais trabalhou a ideia da imagem. O seu entendimento assentava no pressuposto de que as televisões têm sempre uma enorme apetite por imagens bonitas. Mais: mesmo aqueles operadores ou fotógrafos que não gostassem de Reagan não deixariam de ser seduzidos por um belo enquadramento. Assim sendo, Deaver ocupava o seu tempo tentando encontrar os melhores enquadramentos para Reagan quando o presidente se deslocava a qualquer parte, fosse nos Estados Unidos ou à China.
Mas nessa busca insistente de imagens, estava no pensamento de Deaver uma outra preocupação: entendia que, através da ênfase que dava ao enquadramento visual, poderia evitar a filtragem dos fotógrafos e, desse modo, colocar o presidente a falar diretamente para a opinião pública. Ele conseguiu criar um mundo de mitos e símbolos que fazia com que os telespectadores se sentissem tranquilos quando à vida do seu país.
Como a grande maioria dos políticos vive para a imagem, só aqueles que estão no poder é que podem dispor dos recursos financeiros do orçamento público para dar sustentação a uma ação continuada de efeitos. A produção de uma photo opportunity custa habitualmente muito dinheiro e a justificação que se encontra ao nível do poder, para nessas ocaisões se despender sem limitações, tem a ver com a chamada dignidade da representação do Estado. Aparentemente, parece um ponto inquestionável.
Enfim, ao poder, a qualquer poder, interessa sobretudo a igualização da informação no contexto dos padrões que estabelece. Uma informação não domesticada, constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar. O antídoto encontrado pela equipe de Reagan para combater os desvios da mídia e, assim, manter a agenda política controlada, foi fazer o que chamavam "manipulação pela inundação". A principal fonte de notícias está no poder: temos as notícias que assentam em factos normais - anúncios de decisões governamentais, visitas, discursos, conferências de imprensa, etc. - e as notícias que resultam de fugas de informação para produzir um efeito de acordo com o objetivo que se pretende alcançar.
Seja em que contexto for, a midiatização afeta cada vez mais o trabalho dos que governam e a forma como conduzem os assuntos, nomeadamente quando acentuam a preocupação de dar visibilidade à sua ação em termos de popularidade. Já dizi o velho estrategista chinês Sun-Tzu: "Geralmente, aquele que ocupa primeiro o campo de batalha e espera pelo inimigo está à vontade; o que entra mais tarde para a cena e tem que romper através de fogo é desgastado".»
Atualização: este poste foi emendado às 13:18 de 9-1-2012.
30 comentários:
Esse Lima não devia ter sido processado?
A decisão do Supremo de obrigar as Finanças a entregar à Associação dos Juízes as despesas realizadas pelos Governos Sócrates com cartões e telemóveis vai seguramente marcar a agenda política nos próximos tempos.Vamos finalmente saber como uma parte do que os Gatunos roubaram foi gasto e por quem.
Tu é que vais ser processado quando soubermos o que andaste a gamar à pala dos cartões.
Lembramo-nos das "biscas" do Prof. Marcelo. Quando era líder da Oposição, fazia sempre o lançamento de jogo. O Guterres ia sempre atrás.
Agora, quem vai lançando as "biscas" parece ser o Vasconcelos Ongoing. Porque será?
O duelo do Senhor Engenheiro João Cravinho com o Zé Pinto a acontecer na 2ªfeira vai ser bastante interessante de observar.Esperemos que o rapazola de Massada seja posto no seu lugar,que é nenhum a não ser a prisa.
Alguém me soprou ao ouvido que o Pinóquio vai apresentar um trabalho na Po a informar como um governo poderá comandar a mídia a seu favor, "dando-lhe de beber à dor" :)
Diga-se de passagem, que o rapaz sabe da poda.
Enquanto não lhe confiscarem as contas,ele vai percebendo da phoda.
No tempo do antigo CDS os militantes pertenciam à Opus Dei e eram católicos ferverosos.
Agora o PP é um ninho de víboras da Maçonaria.
Até o Paulinho das Feiras andou na Casa do Sino.
Diz o espertalhão que foi educado pelos jesuitas.
E não foram os jesuítas os grandes maçónicos?
Isto vai acabar como na Itália!
Lembram-se da P2?
"Aparelho do PSD é dominado pela Maçonaria"
O aparelho do PSD é dominado pela Maçonaria, principalmente as distritais de Lisboa e Porto. De acordo com o Diário de Notícias, dos quase 40 membros da Loja Mozart, nove são figuras do PSD.
O Dr ABC conseguiu mais uma vitória. O depoimento, como testemunha, do Sócrates no caso UNI vai ser trensmitido directamente pelo canal "cerejo"...
Parece que para além do Catroga, o homem das gorduras, também arranjaram um lugar na EDP para a Cardona, o Teixeira Pinto e uns tantos tipos porreiros da nossa praça. Atenção que eles vão para lugares aonde não há gorduras. Aonde vão mostrar a sua solidariedade ao zé povinho.
O Dr ABC deve estar de cabelos em pé, com o colossal número de "camaradas" de destaque do seu PSD que pertencem a lojas maçónicas.
Ó Dr ABC diga mais alguma coisa em relação ao Sócrates para entreter a malta. Ande lá faça mais um esforço, vá ao Correio da Manhã e retire notícias por mais requentadas que sejam. A estratégia laranja passa por manter o povo entretido com banalidades para que o governo faça as maiores barbaridades contra o povo trabalhador e o estado social. Ande lá faça um artigo a criticar os serviços públicos e a mandar trabalhadores do privado contra os do sector público. Critique o Estado Social.
Lembre-se, a estratégia é esta.
Estas ideias do Lima são muito importantes para o zé povinho, portanto Dr ABc os meus parabens por se ter lembrado de lhes dar destaque. É assim mesmo...
Os cartões de crédito do Martins e do Magalhâes na Justiça no tempo do Sócretino eram de que Banco?Quais eram os outros plafonds dos restantes membros do Governo Sócretino,chefes de gabinete,ajudantes e demais lixo?Como vemos pela amostra a auditoria e a barrela do Estado são indispensáveis e já tardam.
O Socretino que por aqui anda, julga que é esperto. Deixá-lo.
Sócrates foi o pai da Bancarrota de Portugal. Sócrates foi quem dizia que Portugal estava em recuperação económica, quando o seu governo endividava o Estado português até ao tutano, enchendo a banca, as seguradoras e a Segurança Social de dívida pública. Até que a bolha estourou. Depois, Sócrates ajuoelhou-se perante o FMI e o BCE, implorou ajuda externa para a República Portuguesa, que estava falida.
Quer que se fale em quem? Só se pode falar no Responsável máximo pela Bancarrota do estado português.
Portugal tem hoje um governo formal. Quem governa Portugal é a Tróika, que é quem financia o Estado e permite que haja gasolina nas bombas, carne nos supermercados e medicamentos nas farmácias.
Os que ocuparam o poder há 6 meses, ou tentam tirar Portugal da ignomínia, ou terão o mesmo destino de Sócrates, o exílio forçado ou de livre vontade.
A propósito, o falso engenheiro terá testículos para ir amanhã prestar testemunho perante a Meretissima? Ou, fingirá que tem residencia em Paris, e prestará depoimento via electrónica? Apesar de toda a impressão de que é um homem forte, vive com medo de regressar, e vir a ser preso.
Façam um exercício: leiam o comentário do anónimo das 11:22 de hoje em voz alta e com a entoação que a escrita desse texto sugere. Não ouvem ninguém? Se não ouvem, então sou eu que oiço vozes!...
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=551965
O ex-assessor de José Sócrates, David Damião, e o jornalista da RTP, Carlos Fino, são alguns dos conselheiros técnicos de embaixadas que Paulo Portas mandou regressar, não renovando os seus contratos.
A edição online do jornal Sol informa hoje que o ministro dos Negócios Estrangeiros analisou os casos dos cerca de 90 conselheiros técnicos que existem espalhados pelas várias representações e decidiu que 21 contratos não serão renovados e 73 serão mantidos, mas sob o novo vínculo de adidos de embaixada.
Damião desempenha funções de assessor de imprensa em Madrid desde 2010, enquanto Fino está em Brasília desde 2004.
Maria Monteiro, ex-assessora de Durão Barroso em São Bento, e agora colocada na embaixada em Londres, é uma das pessoas que verá renovada a sua comissão de serviço. O jornalista António Carneiro Jacinto, assessor de imprensa em Washington, que foi porta-voz do ministro António Monteiro (Governo PSD) e de Freitas do Amaral (Governo PS) também deverá manter-se.
Os conselheiros técnicos são pessoal não-diplomático que ocupa cargos que poderiam ser desempenhados por funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros, da carreira diplomática, e que são muitas vezes escolhidos em função da cor política.
Meus Caros Amigos, conhecem algum bom local para pedir esmola que não tenha nenhum pedinte? Já deixai crescer a barba, arranjei uma cadelinha muito bonita e tenho um copo de plástico cinzento, apropriado para esmolas, mas... Falta-me um local... Até Março tenho que descobrir um... Depois são sete cães a um osso.
Ajudem o vosso amigo Napoleão.
Esse Lima que conspirou contra o Estado Português não devia estar preso ou também pertence à Casa do Sino ou à Mozart49?
Quando o filusufo facínora malhar com os ossos na cadeia o Lima vai para director da prisão ensinar-lhe o abc.
Acho que todos aqueles que defendem esse Lima são cúmplices activos na conspiração contra o Estado Português.
Lembram-se da inventona das escutas?
Ou a Maçonaria também serviu para esconder estes ilícitos criminais?
Lembramo-nos sim, da Bancarrota de portugal. A falência da velha nação europeia tem um nome, José Sócrates, que dizem que é estudante profissional em Paris. Não conseguiu arranjar posição "condizente", junto da Chanceler Merkel!
A verdade interessa a bem poucos.
O Lima até já passou a criminoso pelo que se lê nos comentários.
Neste caso acerta mais uma vez em pleno e por isso é preciso desacreditar a pessoa que é o método esquerdóide.
Hoje é a Mozart49, ontem foi a loja do Duarte Lima, anteontem foi a Loja da Coelha...
Mas não fiquem preocupados.
Aquilo é tudo gente séria que não rouba nada do que é deles!
Capice?
Preocupar? Com quê?
O sucialismo já levou tudo.
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2227943&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA
Os jovens são convidados a emigrar e as mesmas lesmas velhas continuam a dividir o poder e o dinheiro entre si.
Vejam os casos vergonhosos do Catroga, do Braga de Macedo, do Rocha Vieira e daquele «reformado» de luxo que foi Presidente do BCP!
Agora estão em joint-venture com o Partido Comunista Chinês, pois é este que controla verdadeiramente todas as empresas públicas chinesas.
Voilá!
Se isto não é Sucialismo, o que será o Sucialismo?
Passos nunca convidou ninguém a emigrar.Uma mentira repetida muitas vezes só se torna verdade na cabeça dos aldrabões.
Quem ouviu a entrevista sabe que é assim.
Quem levou o país à ruína é que convida todos os dias os portugueses a fugir à miséria que o sucialismo nos trouxe.
O caso do Catroga é vergonhoso e estranhamente os outros mencionados,também casos vergonhosos,já se vê,são todos afectos ao rebanho que está no poder há seis meses.
Os coveiros não têm casos vergonhosos...
Cerca de 4000 humanóides sem escrúpulos,pagos com o dinheiro dos contribuintes,cuja única função era(alguns ainda é!) fazer propaganda ao governo corrupto do Delinquente através da internet e da CS,esse não é um caso vergonhoso.
Deviam ir todos para a cadeia!
Infelizmente contam com o respaldo das outras associações criminosas,vulgo partidos.
O Grande Vigarista sempre vai depor ou não?
Não vai depor. Goza com a Meretíssima. Diz que precisa de ser "convocado" com 48 horas de antecedência, porque está em Paris. Mais, diz que "o caso da licenciatura está encerrado".
Tem a palavra a Meretíssima.
Tem a palavra o GOL.
Felizmente Sócrates não pertence a essas mercearias e maçonarias!
Pelo menos é um homem sério e que não tem nada a esconder.
Professor, média é uma palavra etimologicamente portuguesa. Não se compreende que a escreva sem acento e em itálico e faça dela um barbarismo.
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