segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A vitória do Partido Popular em Espanha



O Partido Popular, de direita, ganhou as
eleições em Espanha, de 20-11-2011, com maioria absoluta: 44,6% e 186/330 deputados no Congresso e 136/208 mandatos no Senado, apesar de receber apenas cerca de 600 mil votos a mais. O PSOE, socialista, teve o pior resultado de sempre, após oito anos de poder e no qual levou a Espanha à beira da ruína e a situação social ao desastre, com um desemprego de 21%: desceu de 43,8% (em 2008) para 28,7% e 110 deputados, perdendo mais de quatro milhões de votos. Diferentemente das eleições portuguesas de 2011, a vitória do PP, com desígnios ideológicos claros de liberalismo na economia e de retorno aos valores conservadores nos costumes, deve-se, então, muito mais à debandada do PSOE para outros partidos (a abstenção apenas subiu 2%), numa dispersão do voto útil de 2008, do que à subida do PP. Mas Espanha fica quase toda monoclorida com o azul celeste do PP, salvo o PSOE em Sevilha e Barcelona e os nacionalistas no País Basco (Amaiur, esquerda radical) e na Catalunha (CiU, direita conservadora), uma situação que se alargará nas autonomias, inclusivé na Andaluzia.

O líder popular, Mariano Rajoy Brey, de 56 anos, galego da vizinha Pontevedra, «um senhor como Deus manda», jurista, chegou muito cedo à política mas já com o ofício de notário, é descrito como austero, rigoroso, hábil e consensual. Dele espera-se a recuperação financeira e económica, como Aznar fez em seu tempo; mas também o fim do delírio do progressismo radical do PSOE. Zapatero, maçon anti-clerical, tomou para si uma missão de vindicta da Guerra Civil, de 1936-39, dividindo novamente o país nas «dos Españas», de que falava António Machado, em 1912, mas acusado agora, pela própria esquerda, que o admirava, de «incompetência» e de «falta de densidade política»... Uma derrota que aconteceu, apesar de, em contraste com Portugal, José Luis Rodríguez Zapatero ser avaliado como um «homem muito honesto (...) muito recto (...) um ser humano íntegro» (segundo o próprio Rei D. Juan Carlos, em 11-5-2008). Contra si, além da situação financeiro-económica gravíssima e da sujeição europeia ao predomínio prussiano, e não obstante um PSOE em escombros, Rajoy tem o extremismo político, antidemocrático, da escatologia anti-religiosa e meta-comunista, que permeia o movimento dos indignados da Puerta del Sol, em Madrid que promete: «arderéis como en el 36» e «Rajoy, recuerda: tenemos una cuerda»... Ou seja, além do desafio de recuperação da economia e das finanças do Estado, Rajoy tem ainda pela frente uma tarefa quase impossível de reconciliação política e ainda de reconciliação geográfica (com os nacionalismos basco e catalão).


* Imagem picada daqui.

13 comentários:

Anónimo disse...

Entretanto, o ex-sócio do "Engenheiro" foi estudar filosofia.

http://economico.sapo.pt/noticias/frederico-costa-a-frente-do-turismo-de-portugal_131882.html

Actual número dois deste instituto vai suceder a Luís Patrão. ITP vai sofrer uma reformulação profunda no exterior.

Frederico Costa vai ser o novo presidente do Instituto de Turismo de Portugal, sucedendo a Luís Patrão, que tinha sido nomeado pelo anterior Governo.

Até agora, Frederico Costa ocupava a vice-presidência do ITP e foi o nome escolhido pelo Ministério da Economia para liderar uma reforma profunda deste organismo.

Anónimo disse...

Os Trotskistas Sem Fios diziam hoje que Rajoy nasceu em Compustela.

Anónimo disse...

Parece que estamos todos condenados a repetir até à exaustão este ritual.
A memória é apagada pelos mérdia e os eleitores acabam por cair sempre na ratoeira.
Sempre que as economias têm um bom desempenho,votam nos bandos de demagogos e vígaros.
O partido sucialista espanhol já deve estar a escolher o José Seguro deles,para aldrabar os eleitores novamente.
A sorte dos espanhóis é que não têm Louçãs e Jerónimos a fazer coro.
Lá,a serpente só tem uma cabeça.

Anónimo disse...

O de lá tinha essas características todas apontadas por Sua Majestade.O de cá era só rectum.Tudo o resto era um desastre.

Anónimo disse...

Como previsto os mercados manipulados pela Prussiana já estão a tentar fazer a cama a Rajoy.A Espanha do PP mete medo ao ressuscitado poder prussiano que controla a Europa.Depois do cabo Austriaco temos agora de suportar a afilhada da RDA.

Anónimo disse...

Com o PP a governar Espanha não há mais qualquer desculpa para Passos e o Governo não fazerem a limpeza do Estado Socialista que é necessária à recuperação de Portugal.

Anónimo disse...

O problema do Passos, como foi o de Barroso, é e será sempre, os "negócios do Centralão".

O Dr. Salgado. O Eng. Mota. O Dr. Mello. O Eng. Belmiro.

Só que agora Portugal já é dirigido por funcionários da 7ª linha da Tróika, e não pelo Passos ou pelo Aníbal.

Já fostes...

Anónimo disse...

Ó Dr ABC acha que a crise ajudou o Rajoy a ganhar, ele que já tinha perdido em duas eleições?
Diga, se souber, algum partido que estivesse a governar país Europeu "dentro" desta crise que tenha ganho eleições?
Diga, se souber, as razões porque as sondagens apontam para a derrota da Merkel e Sarkozy, isto é uma debandada do seu eleitorado?
E como foi na Irlanda?
E na Dinamarca?
E como vai ser na Itália?
E na Grécia?
E ali e acolá?
Ó Dr ABC esta crise põe em debandada muitos dos que votaram nos partidos que governam na crise. Mas vai provocar um rombo colossal nos partidos que agora ganharam eleições e que nos governos estão a pôr a pão e água o zé povinho e a encher os bolsos aos ricalhaços. E olhe que vai ser mais depressa do que tarde.

Em todo o caso boa sorte para o fracote e sem carisma, Rajoy.

Anónimo disse...

Espero que o PP português venha a ganhar as próximas eleições legislativas portuguesas.

Anónimo disse...

EIS UMA FRASE QUE RETIREI DE UM SÍTIO:

"O primeiro-ministro deve concentrar-se em impedir que a opinião pública acabe mesmo por acreditar que é Miguel Relvas quem chefia o governo. Seria útil que o PM deixe o Presidente da República trabalhar".

O Miguel Relvas é maçon,não é?
Desculpem, mas ser maçõn só era motivo de comentários, fortes e feios, caso fosse um ministro do anterior governo.

Anónimo disse...

O Sócretino de serviço ao DoPortugalProfundo não percebe que o ex-Chefe, que agora estuda Filosofia, foi o melhor amigo do Eng. Mota e do Dr. Salgado. Não foi o Off-Shócrates que simulou a explosão dos prédios de Tróia, em conjunto com o Belmiro?

O Sócretino conta todos os dias em Saint Michéle, os milhões que tem com os tios e a mamã Adelaide em off-shores. Tudo dinheiro ganho honestamente.

O Estado Social morreu. Quem iniciou a sua morte foi o "Engenheiro".

Lura do Grilo disse...

Calcorreei Madrid. Não havia indignados: apenas umas dezenas de rastas reunidas em semi-circulo. Um cubano que fazia um espectáculo de Rua com cartas reuniu quase tanta gente como os indignados. Uma manifestação de estudantes pelo habitual ensino público bem manipulados pelos sindicalistas desfilaram dos Nuevos Ministérios ao Sol. À volta os habituais republicanos saudosos de Paracuelos.

José Gonçalves Cravinho disse...

Porque é que o Reaccionarismo de Espanha deu ao seu Partido o nome de Popular,se a Burguesia reaccionária é inimiga do Populo?!
Será porque a maioria do Pueblo é manipulada e alienada pela Seita Negra da biblico-judaico-cristã Religião?De facto,àlém de que em Espanha a Inquisição teve um lugar de destaque,ali também foi criada a Companhia de Jesus e a Opus Dei.
A Espanha sempre existiu a União da Cruz e Espada especialmente no tempo da Ditadura clerical fascista
de Franco.Mas em Portugal essa união também teve lugar com especial destaque no tempo da Ditadura clerical fascista do Estado Novo.