As críticas de sectores da direita sobre o desempenho do Governo têm sido interpretados na hoste governamental e nos partidos de esquerda como ataques generalizados. Mas não são. Tratam-se de críticas sobre a recusa e a demora na auditoria, a falta de responsabilização judicial e de limpeza de sectores fundamentais da administração pública e dos institutos públicos, a política de tabula rasa sobre as culpas do socratismo e a preferência pelo aumento de impostos sobre a redução da despesa. As críticas frontais de Luís Marques Mendes, de Vasco Graça Moura, de Manuela Ferreira Leite, de Mira Amaral e de Rui Rio devem ser entendidas como sintoma de preocupação não só com o destempero fiscal, mas com a resistência interna ao corte decisivo com o socratismo - a posição de Marcelo Rebelo de Sousa é diferente e tratarei disso à parte. E as críticas de personalidades do CDS, desde as oficiosas de António Lobo Xavier e António Pires de Lima, às oficiais, em tom duro, e demasiado denunciadas, ao ministro das Finanças, de João Almeida e do bloguista Adolfo Mesquita Nunes, parecem mais dever-se à falta de protagonismo e de poder de Paulo Portas no executivo.
As críticas não incidem sobre a forma, no flanqueamento habitual do opositor encoberto ou do apoiante desculpabilizador. O Governo não se pode tolher com medo de protestos futuros anarco-comunistas, num discurso de Passos Coelho (em 4-9-2011) contra «incendiar as ruas» ao modo de Mário Soares (na véspera de uma greve geral?), no IX Governo Constitucional, face à agitação das FP-25 de Abril. A questão é a substância. Não é fácil eliminar organismos e institutos públicos, como o prova a experiência britânica, onde a «bonfire of quangos» se ficou por resultados bastante mais modestos do que a prometida supressão de 253 em 901 organismos que resultou, nos primeiro seis meses de Governo, em 29 organismos eliminados e 28 reconvertidos em comités de sábios, embora o Governo pretenda eliminar 192. Porém, é possível fazer muito mais do que apenas a fusão do Instituto do Desporto, Instituto da Juventude e Movijovem...
Todavia, existem áreas do Governo em que o rumo é diverso e o ritmo rápido: eliminam-se estruturas, se reduzem-se despesas e cria-se uma política distinta da promiscuidade sistémica. Destaco a força e a consequência notabilíssimas do ministro da Educação e Ciência, Prof. Nuno Crato. Não é menos complexa a sua área, nem mais fáceis os problemas, nem mais fracos os adversários. Nem estamos esquecidos do boicote socialista interno no Ministério da Educação, no Verão de 2005, que provocou o caos no concurso de professores desse ano e foi uma das causas do enfraquecimento do Governo Santana Lopes. Mas apesar do incumprimento da promessa de suspensão do modelo de avaliação dos professores, as medidas difíceis têm sido tomadas, como vem explicando o meu amigo Prof. Ramiro Marques no seu blogue ProfBlog, nomeadamente a supressão das cinco direcções regionais de educação (a que se há-de seguir a redução de estruturas centrais do Ministério), um modelo objectivo e racional de avaliação de professores, exame nacional também no 6.º ano de escolaridade, restituição às escolas de boys e girls recolhidos em tarefas administrativas, devolução de autoridade às escolas, a eliminação dessa disciplina socialista absurda (desculpem a redundância) chamada Área de Projecto e da disciplina de Estudo Acompanhado com transferência de horas para Português e Matemática e ainda a auditoria à ruinosa Parque Escolar bem como a moratória na adjudicação de novas obras. Continuamos à espera da limpeza no Ministério da Economia e Inovação, do Prof. Álvaro Santos Pereira.
É possível cortar e fazer: basta haver vontade e coragem. Convém que o Governo não circule a duas velocidades nesta via infestada de salteadores.
14 comentários:
A imediata substituição dos dirigentes que de perto ou de longe tocam nos fundos Comunitários é imperativa,começando no Observatório do QREN e continuando no POPH e tudo o que se relaciona com a enorme burla designada Novas Oportunidades e o caso de polícia Magalhães.A 5 de Junho os Portugueses votaram nos Cratos que sempre defenderam Portugal e não nos relvados que todos pisoteiam.
Mas o Dr ABC ainda não reparou que apenas mudaram as moscas.
E também não reparou que o botão que o Passos dizia ter preparado para cortar nas gorduras do Estado avariou e, agora, não há mais botão nenhum. Cortaram foi na pouca carne do Zé Povinho e agora preparam-se para ir aos ossos. Depois dos ossos, serão obrigados a comer um pouco mais da carne dos abastados (Miras, Marcelos, Mendes, Amorins, Graças, etc), por isso, essa gente de papo cheio começa a não gostar do trajecto seguido pelo Passos. O deles só pode ser tocado ao de leve, levezinho, porque lhes custou a angariar.
O resto é treta...
Isto está entregue ao Sr. Dr. Engº Relvas.
Ponto final.
Aguardo com grande curiosidade a sua análise à actuação da varina-mór do reino, o pregador domingueiro da TVI.
O pior estará para vir, quando a Tróuka analisar a pente fino, a miséria que é a banca portuguesa. Falência, falência, falência, assim o dirá a tróika.
Do BCP, do Maçon Ferreira, à CGD do Aníbal Faria de Oliveira, passando pela quintessência da voracidade oportunística Tuga, que dá pelo nome do Espírito Santo, tudo será varrido.
12 biliões de euros, já havia sido previsto pelo memorandum da Tróika para acudir à banca falida.
O BdP naturalmente pouco fará para destapar o cheiro nauseabundo das negociatas do Comendador Joe, do Oliveirinha do desporto, ou do Amorim do pitróil, mas os financeiros holandes, alemães e afins, verão o lixo que haverá por lá.
Passos terá aqui, o maior deafio dos próximos tempos.
http://online.wsj.com/article/BT-CO-20110905-703687.html
LISBON (Dow Jones)--Portugal's banking system continues to rely heavily on the European Central Bank for funding amid fears the debt crisis is spreading in the euro zone.
According to the Bank of Portugal, the country's banks borrowed EUR46.02 billion from the ECB in August, up from EUR44.23 billion in the previous month, and not far from a record EUR49 billion in August 2010.
Officials at Portuguese banks have been increasingly frustrated that the European Union, International Monetary Fund and the ECB haven't been able to come up with a bailout plan that addresses the liquidity crunch they have been facing for over a year.
Under Portugal's bailout plan, banks have to raise their capital ratios and cut loan-to-deposit ratios over the next two years. In exchange, they have EUR12 billion available for recapitalization efforts and a EUR35 billion plan that allows them to issue government-backed guaranteed bonds.
Banks' officials, however, say the government should instead use the bailout money to repay banks what the public sector owes in loans, estimated at EUR50 billion. That, in turn, would cut banks' reliance on ECB money.
The ECB stepped up efforts to provide liquidity to the banking sector in Italy and Spain last month, as markets became increasingly wary of the fiscal situation of the two countries, while increasing borrowings for Portugal and Ireland, traders said.
Sr anonimo da 19h15
O Relvas nao é Dr nenhum nem Eng nenhum. Andou foi a tentar ser advogado mas nao acabou o curso. Agora da pulhice e vigariçe é realmente catedrático e por isso o pais entregue a este catedrático da politica nao vamos tambem a lado nenhum.
Relvas dá duas voltas de avanço ao Socrates
Pois,Abrantes,o Sócrates foi um óptimo governante.O Relvas é que levou a pátria à falência.
Isto é de risos.
Anomimo das 01.15
O Relvas ainda nao teve tempo mas ainda vai dar cartas ao Socrates
Isso é uma previsão ou uma professia?
Ó Relvas é uma segunda figura.Todos os partidos estão infestados de Relvas...e Varas.
Sócrates,contudo,foi muito mais longe,onde nenhum Relvas almejará chegar,levou-nos à ruína,ao descalabro total.
Em seis anos de vigarice e mentira,nunca se ouviram os uivos que soam em dois meses de governos PSD/CDS.
It's paytime!
Esta é a factura socialista,negociada pelo próprio.
Enjoy it!
Profecia,pardon me.
Vamos ver se o Relvas deixará para tras as pedras da calçada. Eu estou convencido que dára dois quarteroes de avanço ao Socrates.
Quantos milhões passaram pelas Ilhas de Man ou de Guernesey da família do Falso Engenheiro? 385 milhões? Isso incluirá as comissões do TGV? As do Freepor, do Magalhães e afins já lá estão.
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