sexta-feira, 1 de julho de 2011

Secretários de Estado e programa de Governo: aplicação, racionalização e modernização

Novas do elenco de secretários de Estado e do programa do Governo.

Do elenco dos secretários de Estado do novo Governo vieram bons sinais de competência técnica, para reerguer o Estado, e de competência política, para o limpar. A independência política da maioria e a renovação etária também são importantes. Nos secretários de Estado permitam-me saudar especialmente o nosso Francisco José Viegas - de quem espero criatividade, motivação e bom senso para racionalizar o delírio despesista de projectos astronómicos autárquicos sem retorno -, e o meu conterrâneo de origem, o alcobacense eng. Fernando Santo (nada a ver com o santo de Ansião), ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros, Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do  Ministério da Justiça, que estou confiante há-de pôr ordem nos negócios da Estamo, de venda de inóveis a preço ruinoso e de arrendamento a preços mirabolantes para instalação de serviços do Estado.

Do programa do Governo - de que se queixam ser longo, os que não podem reclamar de ser vago... - veio a confirmação daquilo que foi o programa eleitoral do PSD, complementado por algumas medidas políticas corajosas do CDS. O Governo está em estado de graça, o que não significa que não tenha custos os sacrifícios que começou a impor, como a contribuição especial de IRS (50% sobre o subsídio de Natal na parte acima do salário mínimo) para funcionários públicos, trabalhadores do sector privado, pessoas com rendimentos e pensionistas, que Passos Coelho ontem, 30-6-2011, anunciou. Destaco:
  1. As medidas para os apoios sociais (viva a auditoria!).
  2. realização interna de estudos no Ministério da Justiça, em vez da dispendiosa contratação externa... endogámica-sistémica.
  3. As medidas inovadoras para o ensino superior: incentivar a investigação aplicada e a relação com as empresas, como spin-offs - convinha ainda dessacralizar a investigação e os projectos da cientificidade de sentido unívoco (a Universidade encomenda a peça a uma empresa privada, desinteressada da sua utilidade, para os professores fazerem... um paper) para os projectos práticos comercialmente viáveis e a consultoria...
  4. E as ideias para o ensino básico e secundário, com maior exigência nos exames. Já agora para o diálogo de boa-fé, convém ao Governo manter a promessa anterior de suspender o actual modelo de avaliação dos professores em vez de conservar, entretanto em vigor, o modelo vindicativo de Sócrates...


* Imagem picada daqui.

8 comentários:

Anónimo disse...

Passos: cortar no subsídio de Natal? «Isso é um disparate»


O primeiro-ministro garantiu, alguns meses antes das eleições, que não iria cortar no subsídio de Natal.

Anónimo disse...

Este é dos que NUNCA me enganou !!!!

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/socrates-nao-e-engenheiro-mas-supostamente-licenciado

Anónimo disse...

No mesmo dia e perante o mesmo tribunal, depôs outra testemunha: Christian de Freitas, que foi contratado pela UnI para analisar a situação financeira e fazer um plano de recuperação. E afirmou que ia tratar destes assuntos à CGD, com Armando Vara, por indicação do vice-reitor, Rui Verde.

Recorde-se que a gestão da UnI – de onde foram desviados milhões de euros – está a ser julgada em dois tribunais. O julgamento do processo principal, contra antigos accionistas e dirigentes, entre outros arguidos, acusados de associação criminosa, abuso de confiança e burla, corre nas Varas Criminais de Lisboa, presidido pela juíza Ana Peres. E o segundo, por ter como arguida uma juíza, que tem de ser julgada por um tribunal superior, está a cargo do Tribunal da Relação de Lisboa, sendo presidido pelo desembargador Ricardo Cardoso. As testemunhas que ambos têm de ouvir são as mesmas e os julgamentos, dada a extensão dos processos, decorrem nas salas do Tribunal de Monsanto.

Outros professores e antigos funcionários têm testemunhado as irregularidades verificadas ao longo de uma década na UnI, sem que as autoridades do sector alguma vez a fiscalizassem

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=23106

Anónimo disse...

Ana Peres; Carlos Alexandre; Ana Peres; Carlos Alexandre.

Não há mais Juízes em Portugal? Os outros 2.498 Juízes andam a julgar o quê? Os trolhas?

Anónimo disse...

"O Ministério da Educação é uma máquina gigantesca que se acha dona da educação em Portugal. Eu quero acabar com isso." Foi assim que o novo ministro da Educação Nuno Crato terminou a sua primeira intervenção no Parlamento, desde que ocupa o seu cargo.

http://economico.sapo.pt/noticias/maquina-gigantesca-na-educacao-e-para-acabar_121875.html

Anónimo disse...

Sempre a descer!

VIVA PORTUGAL OU O QUE RESTA DELE!

Ana Mendes da Silva disse...

"E as ideias para o ensino básico e secundário, com maior exigência nos exames. Já agora para o diálogo de boa-fé, convém ao Governo manter a promessa anterior de suspender o actual modelo de avaliação dos professores em vez de conservar, entretanto em vigor, o modelo vindicativo de Sócrates... "

Quebrou a promessa. Indesculpável e indefensável.

Anónimo disse...

Poderia desenvolver, se tivesse tempo para isso, como as medidas propostas para o ensino superior relativamente à investigação não serão eficazes, pelo menos se for ipsis verbis o que lá consta. Mas vou dar alguns exemplos:

-sou co-autor de 3 patentes, duas da quais em intima colaboração com 2 empresas portuguesas e 1 com uma empresa alemâ. As portuguesas,uma delas apenas se preocupou em desenvolver a patente para "parar" a ameaça da concorrência e a outra não tem dinheiro para uma spin-off(tem para outras coisas mas a gestão da dita cuja é da responsabilidade de que a administra e a possui), nem sequer me deixou avançar com outras soluções. Enquanto a alemâ, utilizou uma boa parte dos escassos lucros num projecto, para mim inicialmente bem mais provável de falhar, para lançar uma start-up paralela, a qual em apenas um ano está quase break-even. Enfim, perspectivas.Isto para concluir que há muitas empresas que esperam da Universidade milagres, mas quando se trata de procurar por eles, acagaçam-se enormemente. Eu sei da crónica falta de meios financeiros, do acesso ao crédito, do capital de risco-sem-risco fraquinho e quase inexistente(péssima tradução do Venture Capital, mas isso diz tudo), mas mesmo assim, as empresas continuam a esperar tudo e a oferecer muito pouco. Já nem falo da falta de emprego para doutorados em empresas, isso daria para uma tarde de dissertação...
-a história da tecnologia tem variadíssimos exemplos de como a investigação fundamental e não aplicada é tão ou mais importante do que a aplicada. Focalizar tudo na aplicada pode ser contraproducente e falo sem pudor, visto que faço praticamente façoinvestigação para aplicação, com resultados variados.
-o sistema de contratação nas universidades e evolução na carreira em Portugal, baseia-se muito na estrutura dos papers, citações, etc. Enquanto assim for,será muito dificil pedir a um professor do ens. superior subjugar toda a sua investigação para produção de patentes ou em desenvolvimento de tecnologia com aplicação em regime de confidencialidade. É uma questão de pura sobrevivência. E é assim em quase todo o mundo europeu.
-finalmente, falta a Portugal ecossistemas de inovação bem estruturados e isso demora tempo, ter-se-á que mudar e muito a estrutura do tecido empresarial no que respeita a tecnologia de ponta e ter-se-á que gastar algum dinheiro, algum dele sem fundo, mas teremos que arriscar a sério e não ficar pelas medidinhas.