Com a tomada de posse do XIX Governo Constitucional chegou ontem, 21-6-2011, ao fim formalmente o socratismo (14,1% da taxa de juro do Estado português a três anos, pelas 12 horas de 21-6-2011) e deparamo-nos com a oportunidade de recuperação de Portugal.
Foi isso que o novo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho prometeu no seu discurso liberal de posse (o linque é de A Bola, pois o sítio do Governo estava inusitadamente, para um país democrático, vazio...), no qual propôs um «pacto de confiança, responsabilidade e abertura» para o Estado e para uma «sociedade mais democrática». Além da crítica da «embriaguez da dívida», da promessa de restauração da confiança entre o Estado e o povo, do Programa de Estabilização Financeira, do Programa de Emergência Social, que tempera o liberalismo do «Estado mais pequeno» e da «sociedade mais livre», e do Programa para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego, avulta a responsabilização. A responsabilização decorrerá do escrutínio, e da prestação de contas, de «todas as Parcerias Público-Privadas e Concessões», conforme Passos mencionou expressamente. Essa responsabilização terá de ser judicial, de toda, e qualquer, ilegalidade e irregularidade detectada, tal como se exige que aconteça nos diversos ministérios e departamentos do Estado. Para fazer bem, é preciso uma barrela geral do Estado. Não é um propósito de vingança, nem de desforra, mas de pedagogia democrática da seriedade no exercício de funções públicas. Se for cumprida essa inédita responsabilização, doravante os governantes e funcionários ficam a saber que serão julgados pela corrupção que cometam, um aviso que não eliminará a corrupção, mas constitui uma disuassão inegável.
No discurso da cerimónia de posse, o Presidente da República apresentou, como lhe cabe, o caderno de encargos do Governo. O Prof. Cavaco Silva começou com a obrigação de «solidez, consistência e durabilidade» da coligação PSD-CDS, passando pelo diagnóstico e necessidades das finanças do Estado e da banca e da debilidade da economia nacional, sujeita ao «aumento excessivo do peso excessivo do Estado», pelo «combate à corrupção e às situações de promiscuidade entre interesses privados e o interesse público», pelo «diálogo político e social». E prometeu «cooperação activa» - o que contrasta sensivelmente com a reservada «cooperação estratégica» do Presidente com o Governo Sócrates, enunciada no seu discurso de tomada de posse em 9 de Março de 2006. O Presidente acentuou que «o tempo é de união e coragem» e de trabalho «sem medo do futuro».
O facto da concretização do objectivo instrumental de Francisco Sá Carneiro - «um Governo, uma maioria, um Presidente» - justifica uma esperança legítima do povo e merece o escrutínio do Estado pelos cidadãos.
A autonomia do Governo Passos Coelho passa pelo corte radical e imediato de contacto com os governantes e dirigentes socialistas. Os dossiês pendentes que o novo Governo, como os jovens ministros da Economia e do Emprego, Prof. Álvaro Santos Pereira, e da Solidariedade e Segurança Social, Dr. Pedro Mota Soares, encontrem devem ser resolvidos internamente, pois a promessa de colaboração leal é um engodo de Vieira da Silva e a trupe ex-férrica-socratina faz, enquanto se refugiam e temperam a tenaz para entalar depois o novo poder. Os novos governantes devem ter claro que se defrontam, numa guerra semelhante à do Estado italiano com a Mafia, com um poder implacável, que tem de ser desalojado à força das casamatas do aparelho de Estado onde se instalou. Em cada ministério e departamento governamental devem ser identificadas e responsabilizadas judicialmente (se as auditorias determinarem haver motivos para isso) as toupeiras socialistas, sob pena dos pilares do Governo serem corroídos e o trabalho de sapa socialista minar os alicerces do executivo, quando, livres da barrela geral do Estado, ousarem sair da toca e recomeçarem o funcionamento em rede. Sobre a canalha da estrutura de informações escreverei mais tarde.
O caso dos media parece diferente, mas tem a mesma natureza. São dominantes os watchodogs de trela socratina. O controlo socialista deve-se muito mais ao financiamento bancári socratina, para lá dos esquemas de apoio de projectos chochos conjuntos, do que à simpatia ideológica. O facto, visível nas provocações das notícias e na cobertura do escândalo dos contratos de Maria de Lurdes Rodrigues (excepcionalmente no JN, de 22-6-2011) ou no silêncio sobre o procurador-geral da República, é que os media dependentes acreditam que este Governo terá a mesma debilidade e tempo de vida do que os da AD de Barroso/Santana e Portas, e continuam a servir os socialistas. Os grupos de media mais dependentes do socialismo - Joaquim Oliveira, Balsemão e Pais do Amaral - devem ouvir do Estado que se acabou o financiamento directo - através de subsídios e, se existir, via Caixa Geral de Depósitos -, pois os sacrifícios devem ser para todos e o Estado não deve atribuir dinheiro em troca de apoio político. A RTP - onde os socialistas estão a relocalizar quadros e operadcionais na RTP Internacional - irá ser privatizada e o grupo Ongoing, onde pontifica José Eduardo Moniz, é candidato à sua compra. O Correio da Manhã é insuspeito de colaboração com os socialistas e no Público deve ter terminado o jogo de polícia bom de Paulo Azevedo. Só com o corte drástico do financiamento o poder mediático dos socialistas será reduzido.
É evidente que a principal ameaça ao Governo liderado pelo PSD - cuja queda, em 19-6-2011, na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa apontou para daqui a dois anos e meio - vem do seu parceiro de coligação, o CDS. É no CDS, numa espécie de «compromesso storico» antigo de Paulo Portas com os socialistas, que deriva mais de uma dependência particular do que de uma opção estratégica, que o PS assenta a viabilidade de regresso ao executivo, replicando o desiderato do entreguismo dos Governos Durão Barroso e Santana Lopes. Porém, o controlo socialista carece da libertação de Paulo Portas das questões judiciais do caso Portucale (hoje, 22-6-2011, notícia, no CM) e do caso da aquisição de submarinos. O que não parece fácil nem rápido.
Actualização: este poste foi actualizado às 11:00 de 22-6-2011 e emendado às 11:10 de 22-6-2011.
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos media que comento não são suspeitas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.
Foi isso que o novo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho prometeu no seu discurso liberal de posse (o linque é de A Bola, pois o sítio do Governo estava inusitadamente, para um país democrático, vazio...), no qual propôs um «pacto de confiança, responsabilidade e abertura» para o Estado e para uma «sociedade mais democrática». Além da crítica da «embriaguez da dívida», da promessa de restauração da confiança entre o Estado e o povo, do Programa de Estabilização Financeira, do Programa de Emergência Social, que tempera o liberalismo do «Estado mais pequeno» e da «sociedade mais livre», e do Programa para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego, avulta a responsabilização. A responsabilização decorrerá do escrutínio, e da prestação de contas, de «todas as Parcerias Público-Privadas e Concessões», conforme Passos mencionou expressamente. Essa responsabilização terá de ser judicial, de toda, e qualquer, ilegalidade e irregularidade detectada, tal como se exige que aconteça nos diversos ministérios e departamentos do Estado. Para fazer bem, é preciso uma barrela geral do Estado. Não é um propósito de vingança, nem de desforra, mas de pedagogia democrática da seriedade no exercício de funções públicas. Se for cumprida essa inédita responsabilização, doravante os governantes e funcionários ficam a saber que serão julgados pela corrupção que cometam, um aviso que não eliminará a corrupção, mas constitui uma disuassão inegável.
No discurso da cerimónia de posse, o Presidente da República apresentou, como lhe cabe, o caderno de encargos do Governo. O Prof. Cavaco Silva começou com a obrigação de «solidez, consistência e durabilidade» da coligação PSD-CDS, passando pelo diagnóstico e necessidades das finanças do Estado e da banca e da debilidade da economia nacional, sujeita ao «aumento excessivo do peso excessivo do Estado», pelo «combate à corrupção e às situações de promiscuidade entre interesses privados e o interesse público», pelo «diálogo político e social». E prometeu «cooperação activa» - o que contrasta sensivelmente com a reservada «cooperação estratégica» do Presidente com o Governo Sócrates, enunciada no seu discurso de tomada de posse em 9 de Março de 2006. O Presidente acentuou que «o tempo é de união e coragem» e de trabalho «sem medo do futuro».
O facto da concretização do objectivo instrumental de Francisco Sá Carneiro - «um Governo, uma maioria, um Presidente» - justifica uma esperança legítima do povo e merece o escrutínio do Estado pelos cidadãos.
A autonomia do Governo Passos Coelho passa pelo corte radical e imediato de contacto com os governantes e dirigentes socialistas. Os dossiês pendentes que o novo Governo, como os jovens ministros da Economia e do Emprego, Prof. Álvaro Santos Pereira, e da Solidariedade e Segurança Social, Dr. Pedro Mota Soares, encontrem devem ser resolvidos internamente, pois a promessa de colaboração leal é um engodo de Vieira da Silva e a trupe ex-férrica-socratina faz, enquanto se refugiam e temperam a tenaz para entalar depois o novo poder. Os novos governantes devem ter claro que se defrontam, numa guerra semelhante à do Estado italiano com a Mafia, com um poder implacável, que tem de ser desalojado à força das casamatas do aparelho de Estado onde se instalou. Em cada ministério e departamento governamental devem ser identificadas e responsabilizadas judicialmente (se as auditorias determinarem haver motivos para isso) as toupeiras socialistas, sob pena dos pilares do Governo serem corroídos e o trabalho de sapa socialista minar os alicerces do executivo, quando, livres da barrela geral do Estado, ousarem sair da toca e recomeçarem o funcionamento em rede. Sobre a canalha da estrutura de informações escreverei mais tarde.
O caso dos media parece diferente, mas tem a mesma natureza. São dominantes os watchodogs de trela socratina. O controlo socialista deve-se muito mais ao financiamento bancári socratina, para lá dos esquemas de apoio de projectos chochos conjuntos, do que à simpatia ideológica. O facto, visível nas provocações das notícias e na cobertura do escândalo dos contratos de Maria de Lurdes Rodrigues (excepcionalmente no JN, de 22-6-2011) ou no silêncio sobre o procurador-geral da República, é que os media dependentes acreditam que este Governo terá a mesma debilidade e tempo de vida do que os da AD de Barroso/Santana e Portas, e continuam a servir os socialistas. Os grupos de media mais dependentes do socialismo - Joaquim Oliveira, Balsemão e Pais do Amaral - devem ouvir do Estado que se acabou o financiamento directo - através de subsídios e, se existir, via Caixa Geral de Depósitos -, pois os sacrifícios devem ser para todos e o Estado não deve atribuir dinheiro em troca de apoio político. A RTP - onde os socialistas estão a relocalizar quadros e operadcionais na RTP Internacional - irá ser privatizada e o grupo Ongoing, onde pontifica José Eduardo Moniz, é candidato à sua compra. O Correio da Manhã é insuspeito de colaboração com os socialistas e no Público deve ter terminado o jogo de polícia bom de Paulo Azevedo. Só com o corte drástico do financiamento o poder mediático dos socialistas será reduzido.
É evidente que a principal ameaça ao Governo liderado pelo PSD - cuja queda, em 19-6-2011, na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa apontou para daqui a dois anos e meio - vem do seu parceiro de coligação, o CDS. É no CDS, numa espécie de «compromesso storico» antigo de Paulo Portas com os socialistas, que deriva mais de uma dependência particular do que de uma opção estratégica, que o PS assenta a viabilidade de regresso ao executivo, replicando o desiderato do entreguismo dos Governos Durão Barroso e Santana Lopes. Porém, o controlo socialista carece da libertação de Paulo Portas das questões judiciais do caso Portucale (hoje, 22-6-2011, notícia, no CM) e do caso da aquisição de submarinos. O que não parece fácil nem rápido.
Actualização: este poste foi actualizado às 11:00 de 22-6-2011 e emendado às 11:10 de 22-6-2011.
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos media que comento não são suspeitas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.
5 comentários:
Seria muito bom para todos os portugueses, Passos Coelho nao ter optado no seu discurso, um discurso de grande demagogia ao propor intimidar e reduzir a corrupçao, abrindo numa ou noutras circunstancias processos judicial e respectivas condenaçaoes. Pois eu nao acredito porque Passos Coelho tem em seu braço direito um experimentado lesador "sr miguel relvas" dos bens dos contribuintes, apanhado que foi nas ajudas de custos todos os dias no trajecto para a Assembleia da Republica. Com homens poucos crediveis nao há esperança no futuro
Senhor Professor Caldeira
Pois o Sr. acredita que o actual Primeiro Ministro de Portugal vai pôr a Comunicação Social (OU QUALQUER OUTRO SECTOR DA VIDA PÚBLICA)no lugar que lhe compete?
Não será ele quem dará as ordens (TODAS AS ORDENS).
Quem as dá, sabe o senhor muito bem quem é.
Atente-se à primeira página do Jornal "O Diabo" de 14 DE JUNHO DE 2011, com direito a foto sorridente e tudo.
O resto, são sonhos seus muito respeitaveis e que eu partilho, mas não me iludo.
O tempo o dirá!
Nós temos a certeza que Portugal será insolvente em menos de 3 anos. Não é preciso chamar o Professor Roubini ou o financeiro George Soros.
Os sábios do poder, socialista e não socialista, já perceberam que terão que enviar o que ainda cá têm para os respectivos off-shores. Por cá, só cá ficarão os políticos tesos e os incompetentes, que como diz Medina Carreira, "não sabem fazer nada em lado nenhum, e não abandonam o poder".
Com Cavaco, Portas ou Passos Coelho, apenas estaremos no intermezzo para o próximo Regime, depois da insolvência ou bancarrota.
Os tradicionais comedores do poder, do Coelhone à família Azevedo, só ainda querem confirmar através do exemplo grego, se alguém colocará todos os seus bens de cá, a arder, ou não. Esta é a única dúvida.
PS. Coelhone parece que gostou do discurso de Passos!
OS HERDEIROS DO SÓCRETINISMO CONTINUAM ACTIVOS E ATENTOS, PRONTOS PARA REGRESSAR.ASSIS APRESENTOU A SUA MOÇÃO DE ESTRATÉGIA,A MOÇÃO DA LINHA NEGRA DO PS.REPARE~SE NOS MENTORES E REDACTORES DESSA MOÇÃO.O TRISTEMENTE CÉLEBRE SS DO MALHO E GENTE QUE LHE ESTÁ LIGADA E O COMPANHEIRO/MARIDO DA NÃO MENOS TRISTEMENTE CÉLEBRE MINISTRA/SINISTRA AGORA A BRAÇOS COM A JUSTIÇA.COM RENOVADORES DESTE CALIBRE O SÓCRETINISTA ATÉ AO FIM ASSIS NÃO APRENDEU NADA E ESQUECEU TUDO.
Naturalmente que este Governo vai cair daqui um ano.
Os socialistas já contam com isso.
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