A propósito da calinada de Vara, e da memória da sua ignorância, noto que sei bem o que é a tortura de um exame oral a um aluno ignorante e a dificuldade de contenção de quem assiste. Lá por Setembro de 1984, no ISCSP, assisti ao martírio de um amigo meu, numa oral de Princípios Gerais de Direito, perante o Prof. Fernando Roboredo Seara (na altura, conhecido apenas por «o Roboredo»), que, às tantas (e eram muitas...), o castigou com a habitual impiedade: «o seu amigo Caldeira torce-se, ali atrás, de riso com os disparates que você diz»... Como professor, tenho evitado a tortura da ignorância. Mesmo quando a ousadia e falta de vergonha do aluno o leva à aventura de se apresentar na oral, depois da sua insuficiência manifesta ter ficado esparramada nos garatujos da prova escrita.
A audácia dos ignorantes é a confissão da sua insensatez. Mas actualmente, o que rende é a desvergonha. O petisco desejado pode ser obtido, sem castigo, pelo baixo risco da ousadia.
A audácia dos ignorantes é a confissão da sua insensatez. Mas actualmente, o que rende é a desvergonha. O petisco desejado pode ser obtido, sem castigo, pelo baixo risco da ousadia.
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