segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

«Um ano feito de esperança»



A mensagem de Ano Novo do Presidente da República, do Prof. Cavaco Silva, em 1-1-2011, foi dura para o Governo e grata para a sociedade civil que, através da solidariedade, procura suprir as lacunas do Estado nestes anos de depressão económica.

Novamente, o Prof. Cavaco Silva insiste na necessidade de «não iludir a realidade» e não «faltar à verdade», lembrando o que tinha dito e aconteceu. Os socialistas, como Manuel Alegre, que criticam Cavaco por, alegadamente, não assumir a sua responsabilidade no estado actual do País - o consulado governativo de 1985-1995 ou a promulgação dos diplomas do Governo?!... - são os mesmos que reagem com cólera a qualquer palavra que lhes soe a intervenção na área da governação...

O Presidente da República centrou a sua mensagem no combate ao crescimento da probreza e da exclusão social e não teve papas na língua para notar os «mais de 600 mil desempregados». Na verdade, a maior exclusão social dos nossos dias é a exclusão do trabalho e nisso o Estado tem culpa, quando fomenta políticas de preguiça (rendimento social de inserção crónico e subsídio social de desemprego, que prolonga a inactividade) em vez de políticas de integração económica e promoção do trabalho remunerado.

Ao mesmo tempo, Cavaco Silva louvou as instituições da sociedade civil que trabalham no apoio dos pobres e as acções de voluntariado. Tem sido bastante desprezada, pelos analistas, a constância do apoio do Presidente da República às instituições da sociedade civil, especialmente na caridade, nas empresas, na educação e formação e na pesquisa, seleccionando, encorajando e exaltando, casos notáveis de sucesso. Se esse apoio e louvor tivesse sido seguido pelo Governo, em vez do socialismo de Estado, Portugal não estaria tão debilitado nessas áreas, pois a sociedade civil tem demonstrado capacidade de iniciativa, serviço e resultados, mesmo sem contar com os meios que o Governo reserva para as suas instituições.

Por fim, o Prof. Cavaco Silva lembrou a sua trilogia do desenvolvimento: aumento da competitividade das empresas, crescimento das exportações e redução do endividamento. Em contraponto à mobilização socratina total para as infra-estruturas, cujo rendimento marginal é agora muito reduzido e cujo nível de qualidade já não constitui entrave ao desenvolvimento, Portugal precisa daquilo que o meu professor Stefan Tobisch chamava os instrumentos «soft» (apoio às empresas e formação/educação).

Contamos com a promessa do Presidente da República de que 2011 seja, mesmo, «um ano feito de esperança». Não será de recuperação económica ainda, porque não chegámos ao fundo do nosso  vale, mas queremos que seja um ano de recuperação moral e política.


* Imagem editada daqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

De nada vale matar galinhas pretas com um único e bem dirigido golpe no pescoço, de faca afiada, lá pela meia noite de lua cheia no cruzamento antigo onde estão algumas "alminhas" a lembrar aqueles que morreram.

Mas não vejo outra solução!!!

É que se o ritual da galinha preta não funcionar, nada removerá esta gente do poder.

Após as eleições Sócrates enterra a ínfima brecha de vontade de Cavaco em por o menino a andar, com algo simples e esperado: muda cinco ministros e o PR fica umas noites sem dormir e depois lá se aconchega no regaço da Maria e põe o sono em dia.

Resta uma única solução, mas na qual não acredito poder ser praticada: o povo!! Sim, esse povo com permanente tensão alta e coragem baixa, doente de saudade e coragem arrumada em caixotes no sótão de memórias enroladas em pergaminhos não merecidos mas que existem porque ao lingo da história deste país aqui e ali foram surgindo homens únicos que não deixaram semente.

E de que falo(escrevo) eu?? Da rua meus caros, da rua, de carros calcinados, montras partidas, fazê-los sentir o calor das labaredas atravessar as vidraças de São Bento, de Belém...

Mas não creio que isso pode acontecer, especialmente porque quem tem o poder da mobilização, como os sindicatos do PC, têm primnado por uma cobardia histórica disfarçada de urbanidade democrática.

Enfim, estamos fodidos!!

Rita

Daniel Santos disse...

Vai ser difícil.

Anónimo disse...

Para campanha cavaquista já chega! Volto em Fevereiro!