terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O périplo da pedinchice e a ruptura iminente de tesouraria do Estado português


ida, vinda e regresso, do ministro das Finanças aos Emirados Árabes Unidos, nesta semana do pagamento de salários, pensões, subsídios sociais (além dos juros), sugere uma ruptura iminente de tesouraria do Estado português.

Motivos:
  1. As necessidades de financiamento do Estado português  em 2011 são de cerca de 39 mil milhões de euros. Isto significa cerca de 3,25 mil milhões de euros por mês e a quota de Janeiro ainda não está assegurada.
  2. Depois do cancelamento espanhol, o leilão internacional de Obrigações do Tesouro portuguesas, que os mercados tinham detectado estar a ser simulado, torna-se quase impossível.
  3. O leilão de Bilhetes do Tesouro de curto prazo tem como condicionantes o limitado aforro nacional e o desvio dos depósitos dos depauperados bancos nacionais.
  4. Portugal não pode recorrer facilmente a um syndicate of banks (conjunto de bancos) fortes - como a Espanha hoje, 18-1-2011, que se financiou a dez e quinze anos junto de «BBVA, Barclays, BNP Paribas, Citigroup, Santander e Société Générale», pois os bancos nacionais estão muito endividados e os grandes bancos internacionais não confiam no Governo socialista - ainda que o NYTimes revele, hoje, que Portugal pretende fazê-lo «este ano»...
  5. Segundo o WSJ, de hoje, 18-1-2011, os dezassete países do Eurogrupo (os países do euro) não se entenderam na reunião de de ministros das Finanças, ontem, 17-1-2011, em Bruxelas sobre o aumento do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (ESFS) de 440 mil milhões de euros para um bilião, a taxa de juro a praticar, a compra pelo próprio fundo de títulos de dívida de Estados a quem os mercados não fiam (Portugal é agora o mais aflito) e a dilatação do prazo de pagamento da Grécia para que não entre na bancarrota. É previsível que um acordo só se alcance na cimeira de 24-25 de Março de 2011.
Sócrates está num beco. Não tem dinheiro, nem espaço, nem tempo, nem imunidade.


* Imagem picada daqui.


Actualização: este poste foi emendado às 18:05  e 19:50 de 18-1-2011. Agradeço a um leitor pelo aviso de erro numa data.

6 comentários:

Anónimo disse...

Só tenho pena que ele tenha mesmo é imunidade, pois se assim não fosse isto já tinha acabado há muito. Estes criminosos deviam ser responsabilizados, para que outros chico espertos, futuramente, não viessem a fazer o mesmo.

Anónimo disse...

Portugal regressa amanhã ao mercado para colocar Bilhetes do Tesouro a 12 meses. O juro deverá ficar em torno dos 4%.

O Estado português deve vender amanhã 750 milhões de euros de dívida a 12 meses a um custo de financiamento mais baixo em relação ao registado na emissão do mês passado. Isto depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter aliviado a pressão vendedora com compras de dívida dos países da zona euro em maiores dificuldades e após vários leilões europeus bem sucedidos.

"A ‘yield' no leilão deve ficar perto dos níveis do mercado secundário, que são inferiores ao juro do leilão anterior, e a procura deverá ser sólida", afirmou Rui Pereira, gestor de dívida de curto prazo do BES, à Reuters.

No mercado secundário, a taxa exigida pelos investidores para deter títulos com maturidade a 12 meses está nos 4,12%.

No último leilão de dívida de curto prazo, realizado em Dezembro, o IGCP, a entidade que gere a dívida pública, colocou 500 milhões de Bilhetes do Tesouro com um juro 5,281%, o valor mais elevado desde a criação do euro.

Rui Pereira sublinha, no entanto, que "existe novamente muita incerteza no mercado, com os juro dos títulos a 10 anos acima dos 7%, por isso é difícil prever".

http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-vai-pagar-amanha-menos-para-vender-divida-a-curto-prazo_109001.html

Anónimo disse...

O presidente da Comissão Europeia apelou hoje a um aumento da capacidade real de financiamento do fundo já no início de Fevereiro.

A posição de Durão Barroso vai contra a opinião de vários Estados-membros, nomeadamente a Alemanha e a França, que rejeitaram uma decisão sobre alterações do fundo europeu de estabilização financeira.

"A Comissão Europeia está pronta a responder a estas questões a 4 de Fevereiro", quando os líderes europeus se reunirem em Bruxelas para discutir temas relacionados com Energia e Inovação, declarou Durão Barroso questionado por um eurodeputado durante o período de perguntas ao presidente da Comissão Europeia da sessão plenária do Parlamento Europeu.

O presidente da Comissão Europeia precisou que não quer um aumento do "limiar" do fundo, mas sim da sua capacidade de financiamento real.

"A Comissão Europeia não precisa da autorização dos Estados-membros para exprimir a sua posição", disse Durão Barroso, acrescentando que a proposta de Bruxelas seguiu as orientações da última reunião de chefes de Estado e Governo da UE que se mostraram dispostos a fazer tudo para defender o Euro.

Na mesma ocasião, o presidente da Comissão Europeia frisou que é "o mínimo que podemos e devemos fazer é aumentar a capacidade de financiamento do fundo", o que "deve ser concretizado mais depressa do que devagar".

http://economico.sapo.pt/noticias/barroso-desafia-merkel-e-pede-rapida-expansao-do-fundo_109004.html

Anónimo disse...

Parece que há aflição. Mas, o leilão de amanhã parece ter "as cartas marcadas".

Contudo, quando se anda de calças na mão, é porque se está aflito. E depois da aflição, as calças sujam-se...

Ramiro Marques disse...

A desgraça está iminente.

Anónimo disse...

O BES vendeu o seu braço de Skip em Angola.

Até a família do Espirito Santo dá sinais de aflição.

Dia 23 é o último dia....