segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O isolamento financeiro do Governo Sócrates e a maior proximidade do pedido de socorro

(Actualizado)



O presidente do Bundesbank (banco central) alemão, Prof. Axel Weber, de 53 anos, anunciou na sexta-feira, dia 11-2-2011, o seu abandono próximo do lugar, deixando também de ser candidato a sucessor de Jean-Claude Trichet, como presidente do Banco Central Europeu (BCE). Consta que
«Weber estava desiludido com a política do BCE de comprar obrigações de governos para apoiar economias endividadas da Zona Euro, depois do receio dos mercados ter crescido quando o BCE comprou obrigações do Estado português na semana passada» [mais concretamente, pelas 9:30 de 10-2-2011, depois da taxa de juro das obrigações do tesouro português a dez anos ter subido a 7,64%]. Tradução minha.

Este anúncio de Axel Weber vai ter consequência na contenção dos apoios do Banco Central Europeu (BCE) que vêm comprando dívida portuguesa para evitar artificialmente a sua subida. O governo alemão não poderá perder a face, mostrando-se agora pródigo com a ajuda a governos gastadores e consentindo que o BCE se comporte de um modo complacente, como Axel Weber se queixava em Outubro de 2010 e que hoje, 14-1-2011, repete e justifica numa entrevista a Der Spiegel.

Por outro lado, conforme relata hoje, 14-1-2011, Der Spiegel, desvanece-se a possibilidade de um consenso relativamente a um plano germano-francês de apoio flexível e rápido aos países endividados do Velho Continente, mediante a aceitação de mecanismos legais de rigor, austeridade e supervisão financeira supranacional.

Coincidentemente, e sem culpa do PSD, do Bloco de Esquerda, do PC, d'Os Verdes, do CDS, do Presidente da República ou do Arcebispo de Braga, hoje, 14-2-2011, o Instituto Nacional de Estatística noticiou que o Produto Interno Bruto (PIB) português diminuíu 0,3% no quatro trimestre de 2010. E a taxa de juro das obrigações do Estado português a dez anos (cotação do Finantial Times) voltou à vertigem da subida exponencial: chegou a 7,58% (no fecho do mercado, em 14-11-2011)!...

Temo que a posição alemã não consinta o apoio artificial desbragado que o Banco Central Europeu dava até agora ao governo socialista de José Sócrates e que este se veja forçado proximamente a implorar o socorro do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. E, se a União Europeia/FMI vier e o Governo anunciar um novo pacote de austeridade que será a contraparida do grande empréstimo, os protectores-direitistas-da-estabilidade-governativa-por-mais-um-ano vão ter de engolir o medo e assumir já o risco do combate que adiam sempre para o ocaso do Dia de São Nunca.


* Imagem picada daqui.


Actualização: este poste foi actualizado e emendado às 19:44, 19:53 e 21:33 de 14-2-2011. A taxa de juro do Governo Sócrates obrigou a sucessivas actualizações deste poste: começou a 4,41%, às 15:47 de 14-2-2011, quando escrevi o poste...

5 comentários:

Anónimo disse...

economico.sapo.pt


É a primeira empresa pública nacional a falhar uma operação de colocação de dívida mesmo com o apoio do Estado.

A Refer, empresa pública que gere a infra-estrutura ferroviária, falhou uma operação de colocação de dívida, na passada quarta-feira, que tinha como objectivo um financiamento de 500 milhões de euros, segundo apurou o Diário Económico. Esta foi a primeira operação de endividamento a ser anulada por uma empresa pública. Em conjunto, as empresas do Estado vão necessitar de perto de quatro mil milhões de euros.

A empresa liderada por Luís Pardal mandatou um conjunto de bancos - Barclays Capital, BBVA, BNP Paribas, Citi, Santander e Caixa BI - para avaliar junto de investidores internacionais o interesse da operação, que acabou por ser retirada por falta de procura. Na segunda-feira da semana passada (7 de Fevereiro), o Ministério das Finanças lançou uma operação idêntica, mandatando um grupo de bancos para encontrar investidores para Obrigações do Tesouro num montante de 3,5 mil milhões de euros. Apesar dos juros terem atingido os 6,45%, a procura foi elevada. Situação que motivou o consórcio de bancos escolhido pela Refer a tentar, dois dias depois, ir ao mercado com uma das maiores operações lançadas por uma empresa em Portugal.
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O primeiro sinal de que o Estado português está FALIDO.

Mani Pulite disse...

OU ME ENGANO MUITO OU FOI ISSO MESMO QUE BARROSO VEIO DIZER A LISBOA NUMA REUNIÃO DE CONCERTAÇÃO COM O PRESIDENTE PRIMEIRO SEGUIDA DE UM FORTE PUXÃO DE ORELHAS A SÓCRATES.THE GAME IS OVER,MY DEAR ZÉZITO!ESTÁ NA ALTURA DE IMPLORARES O RESGATE DO FUNDO EUROPEU/FMI.

Mani Pulite disse...

A TAXA DE JURO JÁ ESTÁ NOS 7.58%.EXPLODIU LITERALMENTE HOJE.

+ou- disse...

Ainda vamos ter o "Vitinho" a presidente... do BCE! Já agora, e porque não?! O homem tem "estatura xuxa" para isso e muito mais...!

Anónimo disse...

Acho que muitos de vocês vão rebentar primeiro do que o Sócrates.

Ou muito me engano, ou Sócrates vai estar à frentte do Governo até 2017!