quarta-feira, 29 de agosto de 2018

As aventuras de Dom Lourençote de Melena y Pá


Manuel de Portugal. As aventuras de Dom Lourençote de Melena y Pá.
O Tempo. 10-10-1976, p. 3.
Clique na imagem para aumentar.


Lembrei-me de uma crónica do saudoso Manuel de Portugal (Henrique Maria Cordeiro de Penha Coutinho), n' O Tempo, a propósito do ataque que o tenente-coronel Vasco Lourenço, maçon do Grande Oriente Lusitano (GOL) e socialista, lançou na Edição da Noite da SIC Notícias, de 24-8-2018 O almoço de homenagem ao coronel comando Pipa de Amorim, ao qual vou e recomendo, decorrerá no dia 8 de setembro de 2018, sábado, 12:30, no restaurante Buffalo Grill, do Parque das Nações, em Lisboa. O comandante do Regimento de Comandos Pipa de Amorim foi exonerado pelo governo da frente popular socialisto-trotskista-leninista, pelo crime político de ter louvado o patriota Victor Ribeiro, que se destacou na mobilização de camaradas para a ação militar, ordenada pelo Presidente da República, do 25 de novembro de 1975, contra um golpe de Estado comunista.

Assusta ao poder maçónico a indignação dos miltares gerada pelo desrespeito do governo da esquerda radical. Vasco Lourenço defende a manutenção do CEMGFA Rovisco Duarte, para proteção de Azeredo Lopes e António Costa (i, 23-8-2018), enquanto promete a sua substituição na SIC Notícias. Outro irmão obediente, o general de gabinete Carlos Chaves remete a culpa para Rovisco Duarte, enquanto defende o sistema. E o tenente-coronel comando Pedro Tinoco de Faria, o líder da organização da homenagem a Pipa de Amorim, a qual conta com oficiais distintíssimos, trata de Vasco Lourenço (num poste de 25-8-2018) e de Carlos Chaves (em 23-8-2018), com o desassombro que convém a esta hora cívica.

Fui à procura da crónica. Na Biblioteca Nacional, em Lisboa, só encontrei o seu primeiro livro crónicas, faltando o outro - Portugal, Manuel de (1977). Crónicas e Cartas de Manuel de Portugal. Volume 2. Lisboa: Editora Ulisseia - onde provavelmente encontraria o texto. Passei à escura sala de microfilmes, e à terceira bobine, na edição de           lá achei a retumbante crónica: As aventuras de Dom Lourençote de Melena y Pá. E aqui recupero o texto que glorificou para sempre tão impante personagem.

Não se enganou o cronista. Reciclado de marxista em socialista, de soldado revolucionário em obediente maçon, Vasco Lourenço, continua «em bicos de pés para parecer mais alto», maldizendo os patriotas com a sua arrogância balofa, sem conseguir do povo mais do que «convulsões jocosas, imparáveis de rebolar no chão». Não escapa ao vaticínio: «voltou Dom Lourençote de Melena Y Pá àquilo que era, no tempo que fora»...

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A infiltração da Maçonaria nas organizações de caridade da Igreja




A rápida penetração e domínio da Maçonaria sobre Portugal, inclusivé no interior, com aceleração nos últimos anos, tem beneficiado da negligência episcopal e paroquial sobre a irreconciabilidade da pertença a esta organização - qualquer que seja a obediência ou loja - com a fé cristã (Declaração da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, de 10-3-1985). Esta Declaração, que expressa a posição da Igreja, é clara:

«a inscrição nas associações maçónicas “está proibida pela Igreja” e os fiéis que nelas se inscreverem “estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”».

A irreconciabilidade absoluta da Maçonaria com a fé cristã fundamenta-se no seu caráter antidogmático, relativista, gnosticista, panteísta e deísta, e na discriminação desumana entre os irmãos e os profanos. Muito mais do que a simbologia esotérica. E a «dúplice modalidade» de serviço de Deus e do diabo, de defender a Pátria ou a organização, obedecer à função ou à loja Além do GADU e dos princípios, o móbil da adesão e pertença à organização é a prática do tráfico de influências, da corrupção, e do controlo do acesso e da imunidade. Os filhos de Hiram Abiff colhem as patacas da árvore, enquanto os profanos andam à maçã do chão...

Ainda mais urgente de atender é a infiltração de maçons das instituições de caridade ligadas à Igreja, para além das aqui já referidas na Universidade Católica Portuguesa e na Rádio Renascença e da promiscuidade da participação de bispos em ágapes maçónicos. Esta inserção, com maior acuidade nas canónicas santas casas da misericórdia, não ocorre pela obrigação de solidariedade social, mas da conspícua atração pelo seu rendimento e vasto património, com o propósito do uso, fruição e disposição pelos diletos filhos da viúva, em detrimento dos simples mortais órfãos do poder. É muito mais apetecível e fácil tomar uma casa já feita e dirigida por septuagenários do que erguer um tempo de solidariedade com esforço e recursos de gente interesseira. E a sua antiga natureza de «santa», designação que eliminam logo que podem, confere adicionalmente um atestado de respeitabilidade muito útil no chiqueiro da política atual.

O controlo de uma santa casa da misericórdia, ou outra instituição de caridade ligada a à Igreja, não é certamente apresentado em pranchas e decidido, dentro da loja, ou do triângulo, mas nos seus passos perdidos - os nossos, que nos afadigamos na vida comum. O processo não consiste num mítico master plan centralizado, habitualmente mencionado nas teorias da conspiração, mas vulgar: o maçon A fala com o B e o C, agregam um conjunto de profanos ingénuos - que desconhecem a condição secreta dos promotores -, e constituem uma lista para a tomada de uma misericórdia. Se o «ordinário diocesano» se abstiver de verificar as listas de candidatos, como tem dever canónico de fazer, e as homologar de cruz, segue a rusga de apanhar papalvos para votar. Conquistada a instituição com a máquina eleitoral jótica, logo cooptam outros maçons, filiam a clientela política e montam o comércio de contratos, repartição de tachos e troca de negócios e favores. Santa Casa? Só se for dos anjinhos comidos por parvos, perante a vista grossa de lentes eclesiásticas baças, felizes na ignorância do «don't ask, don't tell»...

Ora, chega! É hora de exigir um compromisso inequívoco de honra aos membros dos órgãos dirigentes das instituições católicas de caridade e de outras atividades, de não filiação na Maçonaria. Mesmo que a negação pelo maçon faça parte da conduta ritual, o compromisso tem efeito dissuasor.

A descristianização em curso radica na falta de coragem. A abstenção não tem justificação.


* «Câmara de reflexão» para o ritual de iniciação na Maçonaria.

domingo, 19 de agosto de 2018

Infiel e falsa gente


«Infiel e falsa gente». 
Luís Vaz de Camões (1580). Os Lusíadas. Canto II, 6.

A exoneração do comandante do Regimento de Comandos, o coronel comando Paulo Júlio Lopes Pipa de Amorim pelo general CEME Rovisco Duarte terá sido provocada, segundo o DN (Manuel Carlos Freire), de 10-8-2018, por este ter elogiado o comando Victor Ribeiro, recentemente falecido. Comentei este assunto da exoneração excecional do comandante do Regimento de Comandos  no poste «A perigosa humilhação dos militares portugueses pelo governo da aliança PS-Bloco-PC», em 6-7-2018, mas desconhecia o que a havia desencadeado. Parece mentira, mas é mesmo verdade.

Victor Manuel Tavares Ribeiro foi o primeiro presidente da Associação de Comandos e mobilizador de militares comandos para o contra-golpe do 25 de Novembro de 1975, em ligação com o comandante do RCA, Jaime Neves, que os convocou, e na chaimite do qual rebentou os portões do quartel insurreto da Polícia Militar, chefiada pelo triunvirato de extrema-esquerda de Campos Andrada, Cuco Rosa e Mário Tomé. Note-se que o 25 de novembro foi uma ação militar que, note-se, respeitou a ordem institucional porque foi autorizada pelo então presidente da República Costa Gomes, face à recusa de rendição dos militares da esquerda revolucionária que tinham encetado o golpe. 

O general Rovisco Duarte já tinha embaraçado o seu Comandante Supremo ao não o acompanhar na visita e condecoração com a Ordem do Infante que Marcelo Rebelo de Sousa fez a este militar lendário, que acompanhava Jaime Neves no seu leito de morte, em 23 de março.

Mas o que disse de imoral o coronel Pipa de Amorim no seu discurso de 13 de abril, na cerimónia de receção do estandarte das tropas destacadas na República Centro-Africana, onde ele próprio se notabilizara, ao exército e ao País, que justificasse a fúria do CEMGFA e do Governo?
«Permitam-me homenagear e prestar o meu público reconhecimento a este grande português, um dos últimos guerreiros do império, que como militar, adicionalmente à sua promoção por distinção, foi condecorado com as medalhas de Valor Militar e da Cruz de Guerra e como civil foi agraciado, na véspera do seu falecimento, ainda consciente, no leito onde agonizava, com a Ordem do Infante D.Henrique, pelo Presidente da República.»
I?...

As Forças Armadas são de Portugal. Não são de António Costa e Azeredo Lopes, que ocupam, transitoriamente, o governo da frente popular socialisto-comunista. Não devem ser desrespeitadas por capricho ideológico e irresponsabilidade de políticos antipatriotas que destratam oficiais como se fossem amanuenses e usam chefes como ordenanças, em jogos maçónicos em que diabolicamente se deleitam. Os militares são servidores: não são serventes.

Se Deus me der vida e saúde, eu estarei presente no almoço de homenagem ao coronel Pipa de Amorim, no dia 8 de setembro, sábado pelas 12:30, no restaurante Buffalo Grill do Parque das Nações em Lisboa (inscrições para portugalquequeremos@gmail.com). E recomendo aos patriotas portugueses que, se puderem, compareçam nesta jornada cívica organizado por gente de honra e força.


* Gravura alusiva ao Canto II dos Lusíadas picada daqui.

sábado, 11 de agosto de 2018

Mal prega o brâmane Costa: não faças o que ele diz, aposta no que ele aposta!



O primeiro-ministro António Costa, que se manteve de férias durante o pavoroso incêndio de Monchique, veio ontem, 10-8-2018, lavar as mãos da ordem do Governo de retirar de casa à força as pessoas que recusassem a evacuação dos povoados ameaçados pelas chamas, dizendo que «pode ter havido aqui ou ali algum exagero»!... Ora, a decisão é do Governo, pois o comandante da proteção civil jamais o faria sem ordem expressa da tutela.

O drama das forças policiais no País é não terem respaldo do Governo que lhes comete as ordens. Isso provoca desmotivação nos guardas e incentiva-os a desinteressarem-se da própria missão.

Fugir à responsabilidade e à palavra parece ser um traço congénito do brâmane António Costa. A deslealdade tem sido o segredo do seu êxito político.


* Imagem composta a partir daqui e dali.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Lições do incêndio de Monchique



O que o grande incêndio de Monchique - que dura, sem controlo, desde 3-8-2018 e consumiu já 21 mil hectares de floresta - adverte-nos para a necessidade de mudança de modelo no curto e no longo-prazo.

Em primeiro lugar, deve louvar-se a capacidade de decisão do novo comandante da Proteção Civil, coronel Duarte Costa, pois ainda que a área ardida seja elevada, bem como os prejuízos materiais, e o número de feridos seja de 32 (um dos quais em estado grave) até ao momento não houve mortes; e, ainda que com falhas e incompetência nas comunicações  a coordenação parece mais decidida, organizada e prudente, do que nos grandes incêndios do ano passado. Por muito grande que seja a dor das pessoas evacuadas contra vontade de suas casas e instalações, a perda de vidas é irreparável. Os conselhos dos especialistas parece também estar a ser aproveitado, em contraste com os anos anteriores. Em contraponto, o primeiro-ministro António Costa continua de férias, com pausa para um meme encenado, e, sem respeito pela cadeia de comando, o ministro Eduardo Cabrita anuncia decisões operacionais cuja decisão cabe apenas ao comandante!...

No curto prazo, importa que  o Estado crie corpos profissionais de bombeiros em cada área geográfica (tendencialmente municipal), com função mais larga de proteção civil, e de alargar a vigilância florestal a todo o País. Não chega a mudança do modelo de combate ao fogo: da t-shirt do bombeiro para fato mais adequado (falta farda do tipo Nomex para todos...), da mangueira para a máquina de rasto, da contenção em vez do ataque à cabeça do fogo, e do retardantes químicos em vez de água...


O combate aos incêndios exige também uma preparação científica, técnica e de boa forma física. É necessário criar, com urgência, no ensino politécnico de cursos superiores de bombeiros, com disciplinas de física, de química, de biologia, de sistemas de informação, de modelos de decisão, de liderança, de socorrismo, de gestão e planeamento de operações, de operação de meios e de técnicas de combate. Em vez dos cursos de formação, breves e de fim de semana, ainda que variados e úteis da Escola Nacional de Bombeiros (uma parceria da Liga de Bombeiros Portugueses com o Serviço Nacional de Proteção Civil). A certificação, que é indispensável, deve separada da formação e qualificação. E o modelo monopolista e extensivo de formação, por melhor que seja a intenção e os planos, não estão a responder cabalmente ao desafio do combate.

No que respeita ao combate, deve ser alargado o efetivo e cobertura geográfica dos eficacíssimos GIPS (Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro) da GNR. Os atuais corpos de bombeiros profissionais  precisam de melhor preparação técnica - e física! - para acudir aos incêndios florestais. E a vigilância florestal deve ser confiada em exclusivo ao SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente) da GNR, cujos efetivos precisam de ser aumentados. A vigilância do ICN (Instituto de Conservação da Natureza) que tinha 1.200 no ano de 2016, não serve para este propósito: os agentes não têm capacidade preventiva, nem dissuasora nem coerciva - desde logo, não andam armados...

No longo prazo, há que revitalizar a economia no campo e nas florestas, aplicando os recursos públicos em vez da concentração eleitoral do desenvolvimento nas grandes cidades do litoral, com relevo para Lisboa. Sem revitalização económica, o interior e as áreas afastadas dos grandes centros urbanos, ficam desertos e os campos cheios de matos e silvas, combustível de fogos descontrolados. O intrincado lóbi dos serviços e organizações do ambiente queixa-se, em pronunciamentos de soluções vagas, dos eucaliptos como o mal principal da floresta portuguesa, ignorando a necessidade da revitalização humana e económica do campo e a eficácia da prevenção prática - vigilância e sapadores! - e do combate eficiente aos incêndios. A proteção das pessoas, dos seus bens, da floresta e das suas espécies, deve ser a prioridade em vez da satisfação de lóbis de ministérios (agricultura, ambiente, administração interna) em competências e efetivos. O homem é a principal espécie da natureza! 


* Imagem picada daqui.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O comunismo é só para os burros!...



Parte da opinião pública surpreendeu-se com as contradições entre o discurso político e a prática pessoal de dirigentes do Bloco de Esquerda relativamente ao alojamento local. No caso do vereador de Lisboa, Ricardo Robles, o seu negócio de compra de edifício a baixo preço à Segurança Social, o licenciamento polémico na Câmara, e o despejo especulador de inquilinos através da tática de subida da renda para posterior venda milionária, em contraste com as suas queixas sobre a gentrificação provocada pelo alojamento local - a vergonha que deve sentir o seu tio Fernando!.... No caso da líder do partido, Catarina Martins, a obtenção, pela sua empresa e do marido, de 75% de incentivo comunitário para recuperação de palheiros, em condições que alegadamente não cumpre.

Ora, não há contradição alguma. O Bloco de Esquerda é um partido burguês. Liberal nos costumes e desigual na economia: promotores do comunismo para os outros e defensores do capitalismo para si mesmos. O comunismo é só para os burros!...


* Imagem picada daqui.