quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Vem Nossa Senhora das Coisas Impossíveis!




Pego num excerto de Ode de Fernando Pessoa, que sentiu e forjou primeiro (1914), numa pré-angústia da ânsia de infinito, que nos consome, porque desprezamos o Absoluto, porque tememos a entrega, o abandono das coisas e de nós. Esquecemos que somos um sonho dentro de um sonho, num ápice de eternidade, e que de cada vez que desperdiçamos o Amor, nos esganamos nos laços cortantes das ambições perdidas, nas estúpidas pretensões de poder, de dinheiro e de estatuto, na posse em vez da dádiva. Perdemos tempo de vida no orgulho, de mágoa dupla e viciosa, um cancro que corrói a alma de mentira e de egoísmo. Reduzimos a vida às coisas, coisificamos o Outro, capitalizamo-lo como ativo, para o que nos for conveniente, e passivo, para o importúnio das suas necessidades: cerejas ou favas de um bolo que já não partilhamos porque esquecemos o Rei, que é Deus.

Nesta Ode, Pessoa avança da noite para Nossa Senhora, da treva para a Luz. Como nós devemos, fazendo o caminho inverso da alienação de vida que se esvai como pó levantado pelo vento gélido da História, da história de cada um. Então, é preciso o sacrifício para obter a Fé, alcançar a Misericórdia e ganhar a Redenção. Não há recuperação sem cruzarmos o vale de lágrimas em que nos debatemos, surpresos da impiedade divina perante o retorno dos cavaleiros do Apocalipse, como se fosse moralmente possível adorar o bezerro de oiro e, sem arrependimento, redescobrirmos o verdadeiro Amor.

Por isso, e mais, uma oração possível que se abre de uma voz dorida, mal citada:
Vem
Nossa Senhora das Coisas Impossíveis,
Dos sonhos e dos propósitos.
Vem soleníssima,
Soleníssima e cheia
Porque a alma é grande e a vida pequena.
Vem dolorosa,
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos,
Turris-Eburnea das Tristezas dos Desprezados.
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes.
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados.
Vem e embala-me,
Vem e afaga-me. 


Aos comentadores, aos leitores, às fontes, aos amigos e aos adversários, e suas famílias, entrego os votos de um Santo Natal e de um Ano Bom de 2016. Deus vos abençoe!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A nulidade consentida da licenciatura rocambolesca do engenheiro falso

Por ser de interesse público, publico neste linque o fac-simile do despacho da procuradora Carla Lamego sobre o Processo Administrativo n.º 15/2013-C do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, datado de 10-12-2015, relativo à impugnação, solicitada pelo Prof. Doutor Rui Verde ao Ministério Público desse tribunal, da validade da licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente do aluno n.º 950389, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Rui Verde seguiu o mesmo procedimento do que o Ministério da Educação e Ciência, no consulado de Nuno Crato, pediu ao mesmo tribunal sobre a controversa licenciatura de Miguel Relvas na Universidade Lusófona.

A procuradora Carla Lamego apoia-se bastante nas justificações do despacho de arquivamento da procuradora-geral adjunta Maria Cândida Almeida e procuradora Carla Dias no processo de inquérito NUIPC 25/07.5TELSB, de 2007, relativo a falsificação de documento autêntico  ou uso de documento falso (a certidão de licenciatura com data de 1996 e timbre com indicativo telefónico e código postal só criados em 1999...).

A procuradora Carla Lamego reitera que «não decorre, em momento algum dos elementos colhidos pela IGEC [Inspeção-Geral da Educação e Ciência] que algum dos visados [os alunos, entre os quais José Sócrates] não tenha atuado de boa-fé» (p. 68). «Visados» de «boa-fé», nesta expressão da procuradora Lamego, são os alunos como José Sócrates , não o seu amigo Prof. António José Morais, que lhe atribuíu as equivalências e foi professor de quatro das cinco cadeiras que o então governante obteve na UnI para lhe fornecerem a licenciatura rocambolesca - ver o meu livro «O dossiê Sócrates», de setembro de 2009). E refere que no processo NUIPC 25/07.5TELSB, «se investigou (e concluíu pela inexistência) de eventual tratamento de favor do aluno José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, em detrimento dos restantes candidatos á licenciatura, em igualdade de circunstâncias académicas». Ora, o tratamento de favor em causa não era aquele relativo aos demais colegas, mas relativamente ao que a lei prescreve. Tal como no inquérito-crime de 2007, também neste processo administrativo se envolveu a análise dos alunos do mesmo curso e circunstâncias, o que não estava no objeto específico da participação feita pelo Prof. Rui Verde: a nulidade da licenciatura de Sócrates. 

A procuradora Carla Lamego justifica que no despacho de encerramento da Universidade Independente o ministro Mariano Gago juridificou as nulidades verificadas. Entre a valor da legalidade e os valores da segurança jurídica-estabilidade das decisões com que se sentiu confrontada (p. 60), a Dra. Carla Lamego preferiu a legalidade. De outro modo, o ato nulo, como nula foi a licenciatura de José Sócrates, não tem efeitos jurídicos e a sua nulidade pode ser invocada em qualquer altura. Nesse sentido, o Público, de 16-12-2015, titula «MP diz que licenciatura é ilegal, mas não tenta invalidar diploma» e ainda «Sócrates mantém licenciatura devido à falta de fiscalização do Ministério», de 19-12-2015.

Para uma análise mais detalhada e contextualizada desta decisão, leia-se o poste do José, da Porta da Loja, em 20-12-2015, «O engenheiro da mula ruça». O José nota que a procuradora «Carla Lamego é casada com António Lamego e cunhada de José Lamego, ambos militantes» do PS. Dsse facto não pode ser extraída qualquer enviesamento neste despacho.

Outra nota: apesar desta abstenção do Ministério Público do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, José Sócrates continu a não ser engenheiro, nem, nunca foi. Esse título teria de ser conseguido junto da Ordem dos Engenheiros, cujas condições nunca cumpriu para se inscrever. Todavia, a fição continua nos média e até receio que nos tribunais. Engenheiro José Sócrates?... Falso: engenheiro falso.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A canelada

crítica de Pacheco Pereira, em 19-12-2015, à magistratura judicial no processo da Operação Marquês, faz parte da orquestra que, com naipes de trombetas e de violinos, estronda pelos média de confiança desde a dupla entrevista na TVI, em 14 e 15-12-2015, em horário nobre a um ex-primeiro-ministro indiciado de crimes gravíssimos praticados enquanto governante. Um destaque que contrasta com o limitado tempo de antena concedido no prime time, no canal principal, aos candidatos presidenciais, despejados depois para a estação de informação.

A reportagem «Crimes sem castigo», em 18-12-2015, na RTP-1, no programa Sexta às Nove, de Sandra Felgueiras, filha da Fátima ex-sócia de Sócrates, contra o juiz Carlos Alexandre, o procurador Rosário Teixeira, a procuradora-geral Joana Marques Vidal, a revista Sábado, e o seu brilhante jornalista António José Vilela, e o jornal Correio da Manhã e os seus jornalistas, culminou a campanha contra a independência do poder judicial na Operação Marquês. Insere-se na orquestração que pretende criar um clima de indignação que permita a «canelada» (na expressão célebre de Ferro Rodrigues) ao poder judicial independente.

Afinam o coro sistémico contra a independência dos magistrados, engrossando a vozearia que permitirá a reestruturação da organização judicial para afastar adversários e colocar gente de confiança nos lugares decisivos. Qual é, neste momento, a prioridade sistémica? O arquivamento liminar do processo Sócrates. Será que a ministra van Dunem e António Costa vão agir agora, enterrando a notícia explosiva, sob as luzes do Natal e o foguetório da passagem do ano?...

Se nós ignorarmos a necessidade de defender o Estado de direito, logo voltará o faz-de-conta judicial, reverenciador da imunidade política.

sábado, 19 de dezembro de 2015

À bruta

Após a eleição de Mário Soares como Presidente da República, José Pacheco Pereira que pertencia ao heterogéneo Clube da Esquerda Liberal, cujos membros haviam participado no MASP (Movimento de Apoio Soares à Presidência), sentiu-se injustiçado. João Carlos Espada fora para assessor no palácio de Belém, Villaverde Cabral recebera a Biblioteca Nacional, e ele, um dos mais proeminentes do grupo, viu frustrada a sua ambição de um lugar na FLAD (Fundação Luso-Americana). Mário Soares preferiu o fiel Bernardino Gomes, eventualmente por causa de preservar a sua relação com os artistas já que a fundação viria a desenvolver um acervo de grande valor.

O aborrecimento de Pacheco Pereira levou-o a aproximar-se de Cavaco Silva, e preocupou Soares que não menospreza a ira dos despeitados. Eventualmente pela tutela de Soares sobre Balsemão, Pacheco obteve um posto de comentador na SIC; e, mais tarde, um lugar no ISCTE. No PSD, Pacheco Pereira, que nunca parece ter deixado de ser comunista (m-l), a exemplo dos novos governantes do MES, foi uma toupeira de Soares. Perdeu a vergonha quando Passos Coelho o afastou, e vingou-se na escrita, nos comentários e nas intervenções, no abraço a Costa na campanha eleitoral, e mentirizando (com «i»...) a austeritária Manuela Ferreira Leite para uma campanha ao serviço tático ingénuo do PS.

Exposto pela imediata prebenda mesista-soarista na administração da Fundação de Serralves, e obrigado a novos compromissos com o sistema que criticava seletivamente,  Pacheco faz agora um exercício olímpico de salto de cavalo, na sua crónica «Um activo tóxico», no Público, de 19-12-2015. Assim ao modo do elogio de Marco António na peça Julius Caesar, de Shakespeare (1559), Ato III, Cena 2: «I came to bury Caesar not to praise him»... Repare-se na gravidade do que escreveu nesta crónica:
«Penso que ele [José Sócrates] tem legítimas razões de queixa contra o modo como a Justiça o tratou, abusando dos seus poderes e actuando ad hominem, bem como contra a campanha na comunicação baseada em fugas de informação orientadas, misturando informação relevante com trivialidades interpretadas de modo persecutório. (...)
Sócrates interpretou sempre o seu processo como sendo uma perseguição política desde o primeiro minuto. Teve uma ajuda preciosa na sua vitimização em alguns actos judiciais que objectivamente o discriminaram, e no efeito das fugas de informação que são orientadas contra ele e que não tiveram qualquer resposta capaz por parte do Ministério Público, o que gerou a suspeita de cumplicidade.»
De abrupto à bruta, foi um pequeno salto.


Atualização: Este poste foi emendado às 8:37 de 21-12-2015.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Legião

«“Legio nomen mihi est, quia multi sumus”».
Mc 5: 9.

O meu poste sobre o contexto da nova ministra da Justiça, Francisca van Dunen, e do marido Eduardo Paz Ferreira, de 9-12-2015, além de um comentário lá-de-casa, em 11-12-2015, espoletou um chorrilho de 26 insultos, 903 palavras e 4.589 carateres sem espaços, no poste «Fedor na cidade», de 15-12-2015, assinado Valupi, no Aspirina B, um dos blogues oficiais do socialismo negro. Nos outros: o Câmara Corporativa, está suspenso até ser definido o compromisso entre o novo poder vieirista e o resistente poder socratino danado com a demora da intervenção do poder socialisto-maçónico no arquivamento liminar do seu processo; e o Jugular, constituído pelos amigos antigos de Sócrates, acompanha a degradação do patrão. Valupi profere ainda insultos contra Helena Matos e José Manuel Fernandes, e tenta uma carinhosa reabilitação do novo comendador de Serralves, José Pacheco Pereira, rapidamente nomeado, 17 dias depois da tomada de posse do Governo,  pelo amigo António Costa e pela família Soares.

Valupi aponta-me como alvo sistémico e ameaça-me com processos-crime aparentemente por causa do pretexto do strikethrough: «o Jacinto Lucas Pires Valupi...». Percebo a mensagem - como percebi outras e arquei com as suas consequências... -, mas não mudo.

Transcrevo a seguir o excerto do meu poste no qual aludi, de passagem, ao panegírico dedicado por Valupi, em 30-11-2015, à nova ministra da Justiça:
«Francisca, «Mimosa» para os amigos mais próximos e «a Holandesa» para o Jacinto Lucas Pires Valupi, nada e criada em Angola» 

Nunca respondo a insultos ou injúrias: basta o ricochete da vergonha sobre os seus autores. Todavia, este assunto tem interesse tático na desmontagem da ligação das operaçõers suaves com as operações negras do socialismo-maçónico sistémico.

No meu poste em questão, desfiz o equívoco gerado em 2009 - um caso que talvez o Eduardo Pitta possa esclarecer... Tenha, ou não, Jacinto Lucas Pires (que risquei) participado (e não sou ninguém para duvidar), Valupi é um coletivo. Vários nomes, com escritas diversas, que tentam passar por uma pessoa apenas - para lá de outros nicks anónimos do blogue. Em Valupi, o mesmo treino indisfarçável de análise técnica e as mesmas fontes das operações negras... Outro coletivo do género «Miguel Abrantes» (Câmara Corporativa), mas mais analítico e menos informativo - e com linguagem insultuosa e frequentemente soez. O pseudónimo ou a identidade falsa são artificiosamente usados para conferir legitimidade. As vantagens de se esconderem atrás de pseudónimo coletivo são as de esconderem as mãos traiçoeiras, as de evitarem a vergonha social de serem identificados pela linguagem violenta que ali usam, e as de dificultarem a responsabilização penal pelos insultos e injúrias que lançam. O anonimato dos Valupis é usado para insultar, intimidar e ameaçar, os adversários e os neutros, num estilo despudorado e violento, típica do socialismo negro, ao modo socratino-chavista-kirchnerista-lulista. Como responder-lhes? Jamais aceitar a sua cobardia e a sua desonestidade violenta.

E como continuar a agir? Como a mesma honra de sempre: escrevendo no meu blogue Do Portugal Profundo, desde 30-8-2003, com o meu nome «António Balbino Caldeira» e pondo o meu email, para que leitores possam contactar-me, e mantendo uma caixa de comentários sem censura prévia, para o exercício do contraditório e do debate, e sem nunca ter comentado no meu blogue ou noutro sítio. Face exposta e sem medo. E trabalhando, de modo humilde, ao serviço de Deus e da Pátria.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A «selvajaria» da «entrevista» de Sócrates à TVI

«Essa ideia de que cooperar com a justiça é dizer à justiça tudo o que a justiça quer saber é uma ideia errada».

José Sócrates em entrevista a José Alberto Carvalho,
no Jornal da Noite, da TVI, em 14-12-2015

A entrevista (vamos fazer de conta que foi uma entrevista...) de cerca de uma hora deteve-se nos aspetos formais da prisão e da alegada violação do segredo de justiça. E na vitimização (horror, selvajaria, violência...). Aproveitou ainda para o insulto contra o procurador Rosário Teixeira, o juiz Carlos Alexandre, e os inspetores, justificando a sua indiciação e prisão não nos factos que terá praticado, mas no presumido «cinismo» e «ódio pessoal», à mistura com graves e falsas acusações de ilegalidades que estes promotores da justiça teriam praticado. Recebido à porta dos estúdios, pelo seu fiel Sérgio Figueiredo, (o do «gosto de Sócrates») e uma escolta, como se de um rei se tratasse, à maneira pomposa do tempo em que era primeiro-ministro.

Mentiras, mentiras, mentiras! Salvo reconhecer que o PS perdeu as eleições... E que está zangado com Costa.

E um entrevistador submisso e collaborador. Nada de questõpes ou referências a dinheiro: o montante brutal que alegadamente gastou e ordenava, em código, depois de passar um circuito por offshores e barrigas de aluguer, que lhe fosse regularmente entregado, em espécie (!),  em espécie da conta formalmente em nome de Carlos Santos Silva, o seu amigo falido uomo di paglia, da Covilhã. Hoje passará a segunda parte.

O mais interessante da entrevista foram as frases selecionadas (com a supervisão de Sérgio Figueiredo na régie?) que passavam no rodapé e denotavam, sem dúvida a intenção do que Ferro Rodrigues no processo Casa Pia chamava a «canelada». O objetivo é evidente: Sócrates nem sequer admite ser acusado: quer que o processo seja arquivado sem acusação! Sócrates exige ao governo do PS que afaste imediatamente os procuradores Rosário Teixeira e Amadeu Guerra (coordenador do DCIAP), e a procuradora-geral Joana Marques Vidal, além do juiz Carlos Alexandre.


 Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais; fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014), goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Os deputados do género

Aqui publico a lista de deputados de PSD e do CDS que votaram a favor, ou se abstiveram, na votação na generalidade, em 20-11-2015, dos projetos de lei do PS, do Bloco de Esquerda, do PAN e do PEV (o PC não apresentou projeto de lei no mesmo sentido, provavelmente para que os deputados do PSD se sentissem mais confortáveis a votar a favor...) , de alargamento da adoção (e do apadrinhamento civil) de crianças por casais homossexuais. Do PSD, 19 deputados votaram a favor e 3 abstiveram-se; e do CDS abstiveram-se 2 deputadas.

Prometi e cumpro. Ninguém na imprensa o fez: faço eu. A democracia não consente a censura nem a dissimulação. Os eleitores do PSD e do CDS, e especificamente destes distritos e regiões têm o direito de saber como votaram os seus representantes (e quem faltou à chamada cívica) para lhes responderem em conformidade quanto reclamarem apoio.

Votaram a favor:
Do PSD:
Ana Laborda Oliveira (Coimbra)
Ângela Branquinho Guerra (Guarda)
António Leitão Amaro (Viseu)
António Lima Costa (Viseu)
António Afonso Rodrigues (Viana do Castelo)
Berta Cabral (Açores)
Cristóvão Norte (Faro)
Cristóvão Simão Ribeiro (Porto)
Firmino Pereira (Porto)
Inês Domingos (Viseu)
Joana Barata Lopes (Lisboa)
José Carlos Barros (Faro)
Margarida Balseiro Lopes (Leiria)
Odete Loureiro da Silva (Lisboa)
Paula Teixeira da Cruz (Lisboa)
Pedro Pinto (Lisboa)
Rubina Berardo (Madeira)
Sérgio Freire de Azevedo (Lisboa)
Teresa Leal Coelho (Santarém).

Abstiveram-se:
Do PSD:
Ana Sofia Fernandes Bettencourt (Lisboa)
Duarte Marques (Santarém)
Do CDS-PP:
Ana Rita Bessa (Lisboa)
Teresa Caeiro (Faro)
Do PS: Isabel Oneto (repete a abstenção dos projetos anteriores, divergindo do seu partido).

A diferença na votação dos vários projetos de lei sobre este assunto é mínima: as deputadas do CDS Teresa Caeiro e Ana Rita Bessa e a deputada do PSD Sofia Bettencourt abstiveram-se apenas no projeto de lei do PS.

Na distribuição geográfica dos deputados do género, desfiliados dos valores cristãos e do direito natural e filiados na ideologia do género, não é apenas Lisboa que pontifica. O interior e a periferia estão também muito politicamente corretos: três deputados de Viseu (será influência da Loja Alberto Sampaio?...), outra da Guarda, um de Viana do Castelo e outro de Faro, uma jota de Leiria e outra da Madeira, e a novidade açoriana de Berta Cabral (esquecida da identidade?...). Tendo até a crer que quem votou nestes jovens de leite e late youngs deputados do PSD foram os maduros, humildes, conservadores e católicos, e não os Yers, slacktivists e voluntariamente arredados do sufrágio. Porém, os deputados julgam que o povo é parvo e que os cidadãos nem sabem o que os seus representantes fizeram neste inverno por passar...

Os projetos de lei vão ser agora fundidos num só para voltar ao plenário para votação final. Mas atendendo a este resultado, em que PS, Bloco de Esquerda, PC/PEV e PAN, além de 19 deputados do PSD, além de algumas abstenções, não é de esperar que a adoção e coadoção de crianças por casais homossexuais seja rejeitada na votação final.

Note-se que a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias recusou ao Centro de Recursos, Pessoa, Família e Sociedade (CRPFS), uma audiência para se pronunciar sobre os efeitos nas crianças da adoção por casais homossexuais, dando um prazo de quatro dias, de 7 a 11 de dezembro, para lhe ser remetido por escrito o que houvessem de dizer. O Centro juntou um trabalho do Dr. Abel Matos Santos, psicólogo clínico, provando com evidência científica abundante o prejuízo para as crianças, no seu desenvolvimento psicológico e emocional. da adoção por casais homossexuais. De qualquer modo, Dr. Rui Gonçalves (do CRPFS) recorreu da decisão para o presidente da Assembleia da República, justificando que a composição da comissão parlamentar é diferente e que estas iniciativas legislativas são distinta das outras da legislatura passada. Os deputados decisores não parecem ter nenhum respeito pelo direito das crianças a terem um pai e uma mãe e  tão pouco respeito pelas minorias parlamentares ou pela lei e pelos regulamentos da Assembleia da República - dando como válidos pareceres feitos sobre iniciativas legislativas diferentes e caducadas para estas, de agora. Não parece haver limite na deriva totalitária, de tipo venezuelano, que o País sofre.

Prometo que após a votação final do projeto de lei sobre alargamento da adoção e coadoção de crianças por casais homossexuais, publicarei os nomes dos deputados do PSD e do CDS que votarem a favor e se abstiverem e, como consegui no passado, procurarei obter os nomes dos deputados do PSD e do CDS que faltarem à votação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Dieb...

Apesar do escândalo da sua nomeação em julho de 2015, este governo ainda mantém o sociólogo António Dieb como presidente do Conselho Diretivo da Agência para o Desenvolvimento e Coesão (ADC) que coordena os fundos europeus?!...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A nomeação de Francisca van Dunem como ministra e sete factos capitais

Hyeronimus Bosch (c. 1500). Die sieben Todsünden und die vier letzten Dinge.
Museo del Prado. Madrid.

Inscrições no quadro: Gens enim absque consilio est et sine prudentia.
Utinam saperent et intellegerent haec ac novissima sua providerent!
Dt 32:28-29.

A nomeação, em 26-11-2015, de Francisca Eugénia da Silva Dias van Dunem como nova ministra da Justiça, suscita a relação de sete factos capitais:
  1. Francisca Eugénia da Silva Dias Van Dunem, teve ação controversa, enquanto diretora do DIAP de Lisboa e posteriormente, no processo Casa Pia que sacudiu o Partido Socialista e no âmbito do qual esteve detido o número dois do PS, Paulo Pedroso, e foi referido o atual presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, bem como o seu antecessor Jaime Gama. Por causa da tentação socialista de influenciar a justiça, é que João Miguel Tavares recomendou cautela, em 26-11-2015, à satisfação mediática com a sua nomeação para o executivo social-comunista presidido por António «Pá-Talvez-O-Teu-Irmão-Seja-Altura-De-Procurar-O-[procurador João] Guerra» Costa (cuja frase imorredoura recupero da esquecida conversa do ex-ministro da Justiça, em 21-3-2003, no dia da detenção de Paulo Pedroso.
  2. Francisca van Dunem, de 60 anos, é casada com o advogado e professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa, Eduardo Paz Ferreira, venerável da Maçonaria (Grande Oriente Lusitano), politicamente próximo do socialismo radical e admirador com «entusiasmo» de Jeremy Corbyn. Foi a ela, enquanto procuradora-geral distrital de Lisboa, que foi endereçada, em março de 2015, uma denúncia anónima contra o juiz Carlos Alexandre (certamente elaborada pelos rogue agents dos serviços que perseguem o magistrado), e que acabou arquivada no Tribunal da Relação.
  3. Eduardo Paz Ferreira convidou para a Maçonaria José Luís Saldanha Sanches, o falecido marido da procuradora Maria José Morgado, tendo este recusado, segundo relato de fonte próxima. Um episódio que não pode ser ignorado no percurso académico infortunado do fiscalista. Curiosamente, Maria José Morgado foi agora nomeada, em 1 de dezembro de 2015, pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, como procuradora-geral distrital de Lisboa, cargo em que substituíu a nova ministra.
  4. Francisca, «Mimosa» para os amigos mais próximos e «a Holandesa» para o Jacinto Lucas Pires Valupi, nada e criada em Angola, pertence a duas das mais poderosas famílias angolanas: «Vieira Dias pelo lado da avó paterna, Van Dunem pelo do avô paterno». Logo no dia da nomeação de Francisca como ministra da Justiça, recebeu a congratulação do vice-procurador-geral da República de Angola, general Hélder Fernando Pitta Groz, que creio faça parte, por afinidade, da sua parentela: «numa sociedade como a de Portugal não seria fácil, não foi fácil de certeza absoluta, que uma mulher negra chegasse a fazer parte de um Governo» (?!...). Uma observação imerecida, apesar do que escreveu Fernanda Câncio, em 27-11-2015. Creio que o general Pitta Groz faça parte da parentela da ministra, por afinidade: a primeira mulher de Kopelipa chama-se Raquel Carlos Pitta Gros (ou Groz). Será Hélder Pitta Gróz ex-cunhado de Kopelipa?
  5. O Chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola, ministro de Estado, com a tutela dos serviços de informação militar e civil, e com investimentos em vários setores da economia (Portmill, diamantes, telecomunicações, etc.), general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior «Kopelipa»,  alegadamente primo do presidente Eduardo dos Santos é também primo, pelo lado materno, da nova ministra da Justiça. O poder económico do general, de 62 anos, que se estende à economia portuguesa, da banca (participação no Banco BIG) ao imobiliário (de quintas no Douro ao edifício Estoril Sol Residence, que mais parece um microsmos do poder político-militar-económico luandense) e a uma construtora multinacional (Prebuild), foi afetado pela débâcle do Grupo Espírito Santo e sofre com problemas de liquidez na Colômbia. Também o seu poder político parece estar a dissipar-se, eventualmente por causa da doença. Mas a geografia do poder angolano é bastante variável e a queda do que alcunharam Príncipe das Trevas sucessivamente exagerada...  Kopelipa foi referido num inquérito judicial em Portugal por indícios de fraude fiscal e branqueamento de capitais, sem que no entanto tenha sido constituído arguido, mas o processo foi arquivado pelo procurador Paulo Gonçalves, numa decisão contestada pelo coordenador do DCIAP, Amadeu Guerra.
  6. O presidente José Eduardo dos Santos pertence ao clã van Dunen, em cuja família foi criado. Em 27 de maio de 1977 foi frustrado um golpe de Estado pelo avanço do marxismo-leninismo e pela negritude contra os brancos e mulatos de Agostinho Neto, conduzido por Nito Alves, e no qual pontificava José van Dunen, irmão de Francisca,  que tinha aparentemente o apoio de Moscovo mas oposição de Havana que apoia o contragolpe comandado pelo general Henrique «Iko» Alberto Teles Carreira, e no qual, segundo os herdeiros da fação perdedora, terão sido matados entre 20 mil a 100 mil pessoas, além dos que foram presos e torturados pela DISA na purga subsequente. Agostinho Neto morre em 1979, mas procura a reconciliação do país, através da indicação para seu sucessor do moderado José Eduardo dos Santos. Com a ironia da história, que leva muitas vezes à derrota das posições dos vencedores dos golpes, os homens de Neto (Iko Carreira, Lúcio Lara, Paulo Jorge, etc.) são afastados. Os van Dunen são recuperados pelo novo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e assumem posições proeminentes no poder: além dos mais-velhos, como Fernando José de França Dias van Dunen (ex-primeiro-ministro), o falecido Pedro de Castro van Dunen «Loy» (ministro de várias pastas), são da família, o atual ministro da Saúde, José Vieira Dias van Dunen, o atual ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Cândido van Dunen, a general Luzia Inglês van Dunen «Inga», líder da OMA (seção feminina do MPLA), etc... Vale a verdade de que Francisca nunca abdicou da defesa da memória do irmão e da cunhada (a portuguesa Sita Vales) e adotou o filho destes.
  7. Em 30-11-2015, Álvaro Sobrinhoex-presidente do BESAngola, da família Madaleno, sócio do general Kopelipa (e do general Dino) na filial angolana do BES  e no português Banco BIG, com vários investimentos em empresas portuguesas, no imobiliário e nos média (Sol, i, Cofina, Impresa), comunica o encerramento da sua Newshold, empresa que controla o semanário Sol e do diário i, o despedimento de dois terços dos jornalistas. Sobrinho desinveste nos média em Portugal. A propósito, registe-se que, em novembro de 2015, o juiz Rui Rangel, entretanto objeto de participação disciplinar na sequência de indícios detetados no inquérito dos «vistos gold», mandou devolver a Álvaro Sobrinho cerca de 30 imóveis que o juiz Carlos Alexandre havia arrestado no âmbito de inquérito ao Grupo Espírito Santo, no qual Sobrinho está alegadamente indiciado por «burla e branqueamento de capitais». Note-se que não é conhecida qualquer relação da ministra com Álvaro Sobrinho.

Não podem derivar-se da parentela, das relações ou da cronologia, nexos de causalidade. Mas também não podem ser ignoradas, como tabus políticos. As coisas são o que são. Nem mais, nem menos.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): No âmbito do processo Casa Pia, Paulo Pedroso foi acusado pelo Ministério Público, mas não foi pronunciado, e Eduardo Ferro Rodrigues e Jaime Gama não chegaram a ser constituídos arguidos.
As entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são suspeitos de ilegalidades ou irregularidades nestes casos; e quando na condição de arguidas gozam do direito constitucional à presunção de inocência até trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O Governo do MES


Mural do MES. Unidade do povo contra o fascismo, pelo poder popular. 1975.

Na noite de 24 de Novembro de 1975, enquanto os militantes do Partido Comunista, do Couço a Grândola enchiam as cartucheiras e aqueciam os motores das camionetas para vir participar na revolução, em Lisboa, juntamente com o Ralis, Copcon e os paraquedistas chefiados por sargentos, além dos civis a quem tinham sido previamente distribuídas armas, Eduardo Ferro Rodrigues, radical do MES, organizava os SUV (Soldados Unidos Vencerão) do Regimento de Infantaria n.º 2, de Abrantes, para rodar sobre a capital. Antes da meia-noite, e apesar da relação de forças favorável à instauração de uma ditadura do proletariado, o Politburo soviético ordena a Cunhal que pare e este, como sempre, obededece, com a garantia de Melo Antunes, do Grupo dos Nove, num encontro em casa de Nuno Brederode Santos (da fação moderada do MES), de que o PC não seria ilegalizado. Os russos já estavam satisfeitos com a independência de Angola, proclamada pelo MPLA em 11 de novembro de 1975, e não queriam abrir mais uma guerra civil, de resultado provavelmente funesto. A aventura de criar um reduto comunista na ponta da Europa ocidental havia terminado. A embaixada soviética em Lisboa evacuou cerca de uma centena de conselheiros de inteligência e militares e Cunhal recebeu, como prémio de obediência, a Ordem de LenineFerro Rodrigues, Vieira da Silva e o seu grupo, continuaram no MES, cada vez mais radicalizado, apesar de progressivamente esvaziado por consecutivas dissidências. Chegam ao PS em 1986, sem nunca terem renegado os princípios marxistas e os fins leninistas.

O XXI Governo (in)Constitucional, emanado da retaguarda de esquerda, que tomou posse em 26-11-2015, não é um governo socialista. Em rigor, é um Governo MES, o Movimento da Esquerda Socialista, que pretendia federar o socialismo marxista e revolucionário, unindo a extrema esquerda ao PC ao socialismo utópico, e circundando o PS carlucciano de Soares.

O verdadeiro primeiro-ministro deste Governo MES é José Vieira da Silva, que controla diversos ministros - Augusto Santos Silva (formalmente o número dois do Governo!...), Maria Manuel Leitão Marques (mulher de Vital Moreira), Azeredo Lopes, Pedro Marques, Eduardo Cabrita e mulher (Ana Paula Vitorino), João Pedro Matos Fernandes (no Ambiente, mas que ficou com a administração dos fundos comunitários!...), Tiago Brandão Rodrigues (o Ministério da Educação sempre controlado pelos Pedrosos) - e o próprio António Costa, através da filha Mariana, que colocou como Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro, além de Margarida Marques (secretária de Estado dos Assuntos Europeus e mulher de Porfírio Silva, do clã de Paulo Pedroso). A Maçonaria (Grande Oriente Lusitano) também tem uma quota, liderada por Frncisca van Dunem (mulher de Eduardo Paz Ferreira), e João Soares no papel de bobo desta corte na aldeia socialista. Centeno é uma carta baralhada fora deste baralho, com currículo para brandir no Eurofin, apesar da falta de formação em finanças públicas. E Costa é apenas o Ministro Sem Pasta, dedicado às relações públicas.

Fora do Governo, mas dentro do poder, o PC funciona como um Senado, que chantageia e veta, dotado de poderes operacionais através dos seus controleiros, que promove. Vai garroteando Costa até ao golpe de misericórdia em circunstância que lhe pareça favorável à desmobilização eleitoral socialista: o PC tem um número de eleitores cristalizados, quais estátuas de sal, e o seu crescimento eleitoral é uma miragem percentual - sobe a percentagem quando os outros se abstém. E o Bloco de Esquerda exigirá uns lugares no aparelho de Estado, além da agenda cor-de-rosa e anilada.

Uns e outros, retomam a política estatista, de desprezo do trabalho, inimiga da criação de riqueza, e promotora do ócio. E regressam à política relativista de perseguição da família e dos valores, sagrados e profanos, entranhados no povo, e das instituições que os promovem, como a Igreja e as instituições da sociedade civil. Enquanto erguem uma megamesquita em Lisboa, derrubam os pilares de sustentação da sociedade portuguesa.

Este (des)Governo durará o tempo que cada componente desta coligação instável quiser e o dinheiro permitir. Mas, entretanto, ferrosos e socratinos (um dos advogados de Sócrates, Miguel Prata Roque, foi colocado novértice de Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros), os socialistas tentarão limpar rapidamente a justiça dos magistrados incorruptíveis, com destaque para o juiz Carlos Alexandre, e dos procuradores implacáveis.

Os serviços de informações, as polícias, certos magistrados de confiança, as direções fiscais, as agências que administram os subsídios às empresas, esses retornam à função de braços armados do poder socialisto-maçónico, na imposição de um regime tendencialmente autoritário, limitando as liberdades políticas e sociais. Voltou o tempo do lobo, dos uivos e das ciladas. E nós, para além do remanso de PSD e de CDS, vigilantes, mantendo, sem abrandar nem brandura, o combate pela democracia, pelo Estado de direito, pela liberdade e pela Pátria.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Engenharia (as)social


A relação de fraquezas mudou na Assembleia da República e passaram, em 20-11-2015, na generalidade, os projetos de lei do PS, do Bloco de Esquerda, do PC e do PAN, sobre adoção de crianças por casais do mesmo sexo, de alargamento da inseminação artificial a todas as mulheres independentemente da infertilidade e do seu estado civil, e permissão de barrigas de aluguer (sob o eufemismo de «maternidade de substituição»).Não foi possível replicar o esforço vitorioso do verão de 2013, quanto se conseguiu conter o projeto de lei da coadoção de crianças por casais homossexuais. Note-se que 19 deputados do PSD - cujos nomes em breve aqui exporemos para quem votou neles saber - votaram a favor dos vários projetos de lei, inclusivé dos verdes-melancia. Dois deputados do CDS e dois do PSD abstiveram-se. Os votos de cada projeto de lei foram os seguintes.

Assembleia da República - Votação na generalidade, na sessão plenária de 20-11-2015. 
Projeto de Lei n.º 2/XIII/1.ª (BE) - Eliminação da impossibilidade legal de adoção por casais do mesmo sexo. Primeira alteração à Lei n.º 9/2010, de 31 de maio e segunda alteração à Lei n.º 7/2001, de 11 de maio;
Favor – PS, BE, PCP, PEV, PAN e 19 Deputados do PSD;
Contra – PSD e CDS-PP;
Abstenção – 1 Deputado do PSD e 1 Deputado do PS.
Aprovado.
Baixa à 1.ª Comissão. 
Projeto de Lei n.º 5/XIII/1.ª (PS) - Elimina as discriminações no acesso à adoção, apadrinhamento civil e demais relações jurídicas familiares, procedendo à segunda alteração à Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, e à primeira alteração à Lei n.º 9/2010, de 31 de maio;
Favor – PS, BE, PCP, PEV, PAN e 19 Deputados do PSD;
Contra – PSD e CDS-PP;
Abstenção – 2 Deputados do PSD, 1 Deputado do PS e 2 Deputados do CDS-PP.
Aprovado,
Baixa à 1.ª Comissão.  
Projeto de Lei n.º 11/XIII/1.ª (PEV) - Alarga as famílias com capacidade de adoção, alterando a Lei n.º 9/2010, de 31 de maio, e a Lei n.º 7/2001, de 11 de maio:
Favor – PS, BE, PCP, PEV, PAN e 19 Deputados do PSD;
Contra – PSD e CDS-PP;
Abstenção – 1 Deputado do PSD e 1 Deputado do PS.
Aprovado.
Baixa à 1.ª Comissão. 
Projeto de Lei n.º 28/XIII/1.ª (PAN) - Assegura a igualdade de direitos no acesso à adoção e apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo, procedendo à segunda alteração à Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, e à primeira alteração à Lei n.º 9/2010, de 31 de maio:
Favor – PS, BE, PCP, PEV, PAN e 19 Deputados do PSD
Contra – PSD e CDS-PP
Abstenção – 1 Deputado do PSD e 1 Deputado do PS.
Aprovado.
Baixa à 1.ª Comissão. 
Projeto de Lei n.º 31/XIII/1.ª (BE) - Altera o Código do Registo Civil, tendo em conta a adoção, a Procriação Medicamente Assistida e o apadrinhamento civil por casais do mesmo sexo:
Favor – PS, BE, PCP, PEV, PAN e 15 Deputados do PSD;
Contra – PSD e CDS-PP;
Abstenção – 1 Deputado do PSD e 1 Deputada do PS.
Aprovado.
Baixa à 1.ª Comissão.

* Imagem picada daqui

sábado, 21 de novembro de 2015

O retorno do segundo cavaleiro



«Et cum aperuisset sigillum secundum, audivi secundum animal dicens: “ Veni ”. Et exivit alius equus rufus; et, qui sedebat super illum, datum est ei, ut sumeret pacem de terra, et ut invicem se interficiant; et datus est illi gladius magnus.»



Mais armas, recursos, tropas, abastecimentos...  Aí vem a Guerra, montada no seu cavalo vermelho, desembainhando a espada. A consequência do esgotamento do predomínio ideológico, mediático e elitista, segregacionista da esquerda radical e da sua agenda de nihilismo, relativismo e construtivismo (as)social, do relativismo. Delírio utópico de criação terrena e pagã, no na Europa e na América, de um Homem Novo, cujo óbvio falhanço vai determinar o regresso à natureza cultural do povo, inversão de políticas (policial, penal, imigração, fronteiras, armamento), sacrifício social, economia de guerra.

Neste novo capítulo da história, será inevitável, no médio prazo, o restabelecimento do Serviço Militar Obrigatório (SMO), no nosso País, por esse continente fora e não apenas em França. A causa: o agravamento da situação na III Guerra Mundial em curso, desde 2001, contra o islamismo bélico, agora de novo, no teatro de operações europeu, por efeito da irresponsabilidade multicultural segregadora. Note-se que a França teve de recorrer ao patrulhamento do Exército após os atentados de Paris. O eleitoralismo demagógico passava até agora  ideia de que existia somente um conflito longínquo, onde Portugal tinha um pelotão da GNR, para imposição de paz. Uma falácia dentro de outra.

O combate ao islamismo bélico não pode continuar a ser a guerra do Solnado. Essa farsa acabou. Chegou o tempo duro da realidade. Uma realidade que implica a defesa miliar e policial e o combate cultural de exposição da desumanidade do Islamismo.



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Sem penas!


ABC (2015).Natureza morta - Três garrafas de vinho num envelope com fita-cola.


É indispensável ler o artigo sobre o processo da Operação Marquês, na revista Visão, de 16-11-2015, «Os códigos de Sócrates: garrafas de vinho em envelopes e uma mãe "depenadinha"». Cito um excerto:
«À exceção de Sandra Santos, a amiga da Suíça que pede diretamente dois ou três mil euros quer a Sócrates quer a Santos Silva, todos os que estariam próximos do ex-primeiro-ministro seriam especialistas em pedir "fotocópias", "fotocópias mais miúdas", "documentos", "aquilo", "a coisa", "aquilo de que gosto muito", "o mesmo que da outra vez", "os apontamentos", os "livros do Duda [diminutivo de um dos filhos de Sócrates]". Sandra Santos, a amiga de Sócrates que vivia na Suíça, era descrita pelos amigos como "o senhor s". Nas conversas entre Santos Silva e a mulher, Sócrates seria "o outro" e quando o empresário ia ou vinha da casa do ex-primeiro-ministro as expressões seriam "estou a ir para o Marquês" ou "estou a vir do Marquês". Uma das conversas cifradas que mais terá divertido os investigadores terá sido uma em que Sócrates pedirá a uma amiga chamada Célia para pedir "ao amigo" se não lhe arranjava três ou quatro garrafas de vinho, que ela deveria entregar à empregada da mãe de Sócrates, acondicionadas num envelope com fita-cola.Também a mãe de Sócrates terá sido apanhada como uma das protagonistas destes momentos, ligando ao filho para dizer que estaria "depenadinha". Como o ex-primeiro-ministro não terá percebido à primeira, Adelaide Monteiro terá insistido: "Sem penas, estás a perceber?"»

Estamos, sim, estamos a perceber... Aliás, já tínhamos percebido. Aqui, nunca tivemos dúvidas.

Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arguido indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais, de fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014) no âmbito da Operação Marquês, goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

No-Shave November



No-Shave November é uma interessante campanha mundial para aumentar a notoriedade do cancro nos homens e recolher donativos para a sua divulgação, prevenção, pesquisa e tratamento. Uma resposta ao laço cor-de-rosa que apela ao rastreio do cancro da mama nas mulheres.

Nós, homens, somos avessos a rastreios médicos - porque somos mais medrosos do que as mulheres - evitando fazê-los, segundo a ideia patética de que só estamos doentes quando uma análise o comprovar: ora, se não fizermos análises, nunca estaremos doentes... Por isso, é fundamental aumentar a notoriedade da necessidade rastreio regular dos vários tipos de cancro que afetam os homens. Põe as barbas de molho!

Para participar na campanha basta começar por fazer o rastreio periódico, não desfazer a barba durante o mês de novembro para chamar a a atenção para a campanha, através do passa-palavra («Agora andas de barba? No-Shave November...») e doar o equivalente ao valor das lâminas de barba poupadas (eventualmente, com mais um pouco...) para organizações de combate ao cancro. A causa vale o sacrifício.

Propus, em 10-11-2015 à Fundação Champalimaud, escrevendo à sua presidente Dra. Leonor Beleza, que participasse nesta campanha, como meio adicional de recolha de fundos e de divulgação da necessidade de rastreio do cancro nos homens. Pareceu-me que os donativos de quem participasse nesta campanha não deveriam ir apenas para organizações estrangeiras. Mas não obtive resposta até agora. Havia telefonado no dia anterior,em 9-11-2015, para a Fundação Champalimaud para deixar a sugestão. Recusaram passar à secretária da presidente ou à secção de eventos, e não aceitaram ficar nem com a minha sugestão nem com o meu contacto telefónico, insistindo que deveria enviar um mail. Foi o que fiz no dia seguinte. O sítio da Fundação Champalimaud não tem na página inicial um botão para donativos (nem o Ipatimup...), nem indicação de como o fazer, com número de conta bancária para esse fim. Em contraste, veja-se o sítio da American Cancer Society, com o botão e hyperlink de donativos e uma janela pop-up logo na entrada). Por causa de outro projeto contactei há meses com uma universidade estrangeira, patrocinada por grandes mecenas internacionais com património de largos milhares de milhões de euros, onde a gravação de entrada telefónica diz: «... to fund raising, press 6»... Ou seja, a recolha de fundos no caso destas instituições estrangeiras é prioritária, apesar da abundância de financiamento e da projeção das suas atividades. Em qualquer caso, com resposta ou sem ela, tentarei saber o número de conta bancária da Fundação Champalimaud para fazer o donativo correspondente.

Existe também uma campanha mais light, virada para o bigode - Movember, porte-manteau de November e Moustache, bigode - e dirigida ao cancro e ao exercício físico.

sábado, 14 de novembro de 2015

Je suis parisien!


ABC (2009). Monumento a Marcantonio Bragadin.
Basilica di San Zanipolo, Venezia
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O ataque militar a Paris, que foi lançado pelo Estado islâmico da Síria e do Iraque, na noite de 13 de novembro de 2015, sexta-feira, com cinco operações de comandos, que deixaram 122 mortos (além dos sete autores) e 352 feridos (99 dos quais em estado grave), constituem uma ação coordenada de guerra. Tal como no 11 de setembro de 2001, em New York (2996 mortos e mais de 6 mil feridos), ou no 11-M de 2004 em Madrid (193 mortos e 1858 feridos) - este ainda por desvendar publicamente na sua totalidade e enquadramento), não se podem considerar apenas atentados terroristas porque têm um âmbito, um alcance e um planeamento, que não são possíveis a uma célula de uma organização paramilitar.

É mais um ato de uma guerra político-religiosa do Islão contra o resto do mundo - cristãos, judeus, hindus, ateus... - que já vem pelo menos desde 2001 e que se desenrola em todo o mundo. Uma guerra que excede as bloody borders do Islão (que Samuel Huntington expôs, em 1993). Uma guerra para justificar a culpa dos outros países pelo atraso cultural e tecnológico, um combate para impor a supremacia de um rito sobre os outros (sunitas conta chiitas e vice-versa) e um levantar de armas para manter a opressão desumana das mulheres no cinturão muçulmano que aperta o globo - ver Bernard Lewis, The roots of muslim rage, The Atlantic, setembro de 1990.

A culpa deste massacre de gente inocente e desarmada é dos autores da ação militar, dos seus mandantes e dos que os apoiam. Mas há também uma responsabilidade que tem de ser politicamente imputada a quem apoiou e armou o levantamento islâmico na Líbia e na Síria. Assaca-se a George W. Bush a guerra do Iraque, mas não se assaca a Obama a desestabilização da Líbia e da Síria... Talvez, a ideia mais perigosa seja a neutralização dos valores que o multiculturalismo radical prega. O relativismo de que não se pode condenar a mutilação genital feminina, a pancada nas mulheres, a perseguição dos outros credos, o totalitarismo religioso, o nihilismo que recusa os valores próprios de um País e que os enterra ao mesmo tempo que admite a igualdade de valores desumanos noutros grupos. Quanto mais o resto do mundo abaixa as calças, mais se notam as vergonhas expostas, menos respeito o Islão bélico nos tem. Ao mesmo tempo importa manter a coesão social das nossas comunidades, integrando os muçulmanos de boa vontade nos costumes e leis dos nossos Estados em vez de criarmos guetos sociais e culturais.

Ao aceitar o oxímoro do «Islão moderado», uma religião que ainda não procedeu à exegese humanitária, com suavização da doutrina literal, e a relativizar a ameaça e as ações bélicas, o resto do mundo está a abdicar do combate político-mediático necessário à contenção do fundamentalismo. Esse combate cultural não é menos importante do que o empreendido desde a II Guerra Mundial contra o comunismo soviético, pelos EUA e seus aliados. O problema é que se tornou politicamente incorreto fazê-lo, especialmente os EUA, um país onde paradoxalmente apenas 2,8 milhões de pessoas (0,9% da população) são muçulmanas - em França, eram cerca de 4,15 milhões no ano de 1999. O aviso do Papa Bento XVI, na sua lição na Universidade de Regensburg, em 12-9-2006, sobre o perigo do Islão combatente, citando o imperador bizantino Manuel II Paleólogo durante o cerco de Constantinopla, entre 1394 e 1402:
«Mostra-me também o que trouxe de novo Maomé, e encontrarás apenas coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava».

A ingenuidade perante a progressiva invasão islâmica da Europa, o crescimento da população islâmica devido à natalidade bastante mais alta dos imigrantes magrebinos e árabes, e dos seus descendentes, o exemplo do Kosovo que os sérvios perderam por razões demográficas (menos de 1% de muçulmanos no séc. XVI que cresceram até 77% em 1981), e com esta última vaga de refugiados de guerra, sírios, iraquianos, afegãos, eritreus e sudaneses, deve fazer reagir os Estados europeus relativamente à sua política de fronteiras abertas, em vez da imposição de quotas de imigração que salvaguarda a variedade de proveniências, vistos de visita, e repressão das redes de imigração ilegal. A política mudou agora? Já tinha mudado com os massacres horrendos do ISIS, mas a cor diferente da pele dos cristãos sírios não suscitava tanta preocupação social... E todavia existem milícias cristãs a combater na Síria e no Iraque, inclusivé mulheres, que não fugiram e que continuam a defender as suas comunidades.

Com desculpa da imodéstia de me citar, relembro o que aqui escrevi em 1-11-2010:

«Marcantonio Bragadin, capitão-general de Famagusta e provedor-geral do Reino de Chipre, que foi esfolado vivo pelos turcos de Lala Cara Mustafá Paxá, em Agosto de 1571. Retardado o socorro do reduto da Sereníssima República de Veneza em Chipre às forças do sultão Selim II - 6 mil venezianos contra 200 mil turcos -, enquanto se negociava e organizava a armada da Santa Liga, que sairia vitoriosa dos turcos na batalha naval de Lepanto em 7 de Outubro de 1571, Famagusta capitulava. Todavia, vendendo cara a derrota, como Bragadin prometera a Mustafá Pachá quando rejeitou render-se, respondendo ao comandante turco com a seguinte carta: 
«Senhor da Caramania Vi a sua carta. Também recebi a cabeça do senhor lugar-tenente de Nicosia [Niccolò Dandolo] e digo-lhe aqui que ainda que tenha tomado tão facilmente a cidade de Nicosia, terá de comprar com o seu próprio sangue esta cidade, que com a ajuda de Deus lhe dará tanto que fazer que se arrependerá doravante ter aqui acampado. De Famagusta, 10 de Setembro.»
(Tradução minha da tradução em inglês, publicada em SETTON, Kenneth M., The Papacy and the Levant (1204-1571), Vol. IV - The sixteenth century from Julius III to Pius V, Philadelphia, The American Philosophical Society, 1984, p. 996). 
Em 31 de Julho de 1571, após onze meses de cerco e bombardeamento pela artilharia turca, Bragadin, com munições para apenas mais um dia de combate, rendeu-se finalmente, após conselho de notáveis e mediante promessa de Mustafá Paxá de poupar as vidas dos seiscentos militares e civis que restavam na fortaleza. Uma promessa que o general turco não cumpriu. Bragadin foi imediatamente decepado das orelhas e, após dias de tortura, durante a qual recusou converter-se ao Islamismo, foi esfolado vivo, sendo a sua pele, recheada de palha e cosida, enviada para Constantinopla como troféu ao sultão. Recuperada em 1680, a pele, com o perfume da alma dentro, repousa agora num mausoléu incrustrado na parede da nave direita da Basilica di San Zanipolo (Basílica de São João e São Paulo) em Veneza.
Na peça «The Life and Death of Julies Caesar», Shakespeare, na aurora desse século XVII, sintetizava a vantagem da bravura sobre a tragédia da cobardia: «Cowards die many times before their deaths; The valiant never taste of death but once». São Paulo (I Coríntios 15:55) já havia firmado essa glória na Bíblia: "Ó morte, onde está agora a tua vitória?"».

Convém que não morramos, antes de morrer. Porque a nossa primeira morte é moral. A essa cobardia segue-se a outra. Morre quem perde a vontade de combater. Não podemos ignorar, nem recuar. Importa proteger a humanidade do fanatismo do Islão belicista. Um shahid não é um mártir: é um assassino. A jîhad ofensiva constitui um genocídio.

Deus abençoe os inocentes mortos e feridos em Paris e as suas famílias!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A seleção da indignação




Mais além!... Revolução! Terror... Agora! «Governo revolucionário já!», como em 1975.

A perseguição seletiva da esquerda burguesa político-mediática é uma patologia genética.

As trombetas da esquerda radical reclamam e têm de ser atendidas, sob pena de dissolução do País. Deve ser ostracizado do espaço público, o ministro Calvão da Silva porque usou, em 2-11-2015, a banida palavra "Deus" na visita de conforto a Albufeira a seguir às cheias. E também o Prof. Pedro Arroja por ter salientado a estridência desagradável das líderes do Bloco de Esquerda. Tal como já tinha sido expulsa dos média a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, em novembro de 2012, por ter chamado a atenção das famílias para a necessidade de poupança.

Essa indignação só tem um sentido. Não respeita ao conteúdo, mas ao exercício da liberdade de expressão que contrarie a ditadura do politicamente correto. A indignação que José Pacheco Pereira manifestou na Quadratura do Círculo, da SIC, em 5-11-2015, contra o Hélder Ferreira, do Insurgente, por causa do poste «Les misérables» não a teve contra o editorial da Luta Popular, de 11-10-2015, do seu ex-camarada Arnaldo de Matos... Nem o líder da CGTP, Arménio Carlos, em 26-1-2013, teve problema de maior quando teve uma tirada racista, chamando «escurinho» ao etíope Abebe Selassié, enviado a Portugal do FMI que nos pagava as contas...

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O MES


Mural do MES, Alcântara, Lisboa.


Flashback! O amanhã canta de novo! Hoje!... PREC sempre!...

O PS já não é um partido da social-democracia europeia, reformista. Muito menos o do capitalismo de Estado de Sócrates. Todavia, não menos corrupto, radical e totalitário. Agora é um partido dominado pela dupla Ferro Rodrigues/Vieira da Silva, da qual António Costa é apenas um peão bamboleante. Um partido federador das esquerdas, de ideologia marxista e de prática revolucionária,  Um novo/velho movimento de esquerda socialista (MES)...

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Os (des)acordos subterrâneos do PS com o PC e com o Bloco




Muita agitação revolucionária, muita alienação... A primeira vez, em 1975, foi uma tragédia, desta vez, para utilizar a exegese da História que Marx fez no seu opúsculo «O 18 de Brumário de Luís Bonaparte», de 1852, será, se tivermos sorte, uma farsa.

Foram ontem, 10-11-2015, assinados num subterrâneo da Assembleia da República, num gabinete à porta fechada, sem câmaras de televisão nem jornalistas, três (des)acordos separados de Governo do PS com o PC, com o seu partido fantoche «Os Verdes», e com o Bloco de Esquerda. Os únicos registos da assinatura foram feitos e divulgados pelo PS, no seu sítio da internet. A hora e o local da assinatura, num piso subterrâneo de um edifício anexo do Parlamento (o chamado edifício novo), foram mantidos secretos. Posteriormente, foram distribuídas aos jornalistas cópias dos textos assinados com o PC (e com «Os Verdes»...) e com o Bloco de Esquerda.

Escrevo (des)acordos de Governo porque os textos indicam os pontos em que estas forças concordam e, de forma inédita, os pontos em que concordam em discordar!... Assim, menos do que acordos, são desacordos de Governo, na linha da já célebre frase de António Costa, na quinta-feira, dia 5-11-2015, na SIC: «Há acordo no que há acordo e não há acordo no que não há acordo»... Porém, o PS justifica que o programa de Governo será o do PS, com as emendas contraditórias decorrentes destes (des)acordos...

O principal facto a assinalar nesta patética , o PC demonstra que o poder é dele:
  1. Faz esperar o PS dois dias pela ratificação simbólica do seu Comité Central, no domingo, 8-11-2015, depois de ter comunicado oficialmente, na sexta-feira, dia 6, que tinha chegado a acordo com o PS.
  2. Impõe precedência protocolar sobre o Bloco, assinando primeiro (e até «Os Verdes»!) do que o Bloco de Esquerda que nas eleições de 4-10-2015, teve mais 105 mil votos e tem mais dois deputados do que a CDU!...
  3. Para vincar essa submissão, a assinatura de Jerónimo de Sousa vem primeiro do que a de António Costa no (des) acordo - ver página 4. E nas rubricas do canto superior da folha lá vem a assinatura de Jerónimo de Sousa, em caligrafia descendente!, sobre as rubricas garatujadas de António Costa e de Carlos César (!...). 
  4. O PC impôs ao PS no acordo do PS com os Verdes, medidas adicionais e que queria disfarçar do seu.
  5. À hora do debate, a CGTP faz uma manifestação, para pressionar o Presidente da República a entronizar um Governo do PS. Um executivo, e sua política, no qual o PC vai ser quem mais ordena, fazendo lembrar a relação doméstica patriarcal: lá em casa manda ela... mas nela mando eu.
  6. Jerónimo de Sousa até ganhou um ar mais institucional nos últimos dias: do operário blue collar à Cunhal, passou à gravata!...
Os (des)acordos foram feitos nas costas do povo sem que os eleitores do PS, do Bloco e do PC, tivessem caucionado, sequer desconfiado, de um Governo conjunto, adulterando o escrutínio legítimo e o mandato atribuído. Não se sabe se existem outros acordos secretos entre estas forças políticas, além dos textos com fac-simile de assinaturas.

A inconsistência do futuro Governo das esquerdas é tal que nem sequer existe um acordo conjunto de Governo, mas, de forma inédita, existirem três textos diferentes, vagos e nuancés, sobre medidas incertas e propósitos inconfessados - além de que se acorda que um dos parceiros desta coligação pós-eleitoral poderá apresentar moção de censura contra o outro.... Muito menos se apresentou uma folha de cálculo para justificar a inequação Centonomics de que mais despesa do que a coligação PSD-CDS e menos receita vão resultar em... menos défice!...

O contexto internacional, que não se pode desprezar como se tem feito. Já começou a subida da taxa de juro das obrigações do Estado, que tornará muito difíceis as condições de financiamento do Estado, e de funcionamento da economia, de um médio país europeu, financeira e comercialmente deficitário. A desculpa do boicote dos capitalistas, que aí virá, não evita a paragem na criação de emprego e o aumento do desemprego, nem põe pão em cima da mesa dos lares portugueses. Por outro lado, e não menos importante, o PC, através das suas antenas e controleiros no Governo, direta ou indiretamente, terá acesso aos segredos NATO e imporá uma mudança na política externa do nosso País face aos seus aliados geopolíticos, nomeadamente um alinhamento nuancée pró-Rússia de Putin, que, aliás, tem financiado forças, e personalidades, de extrema esquerda e de extrema direita por essa Europa fora. Uma mudança previsívelque não agradará nada aos investidores chineses no nosso País...

Vai ser mais grave a divisão político-social do povo, com uma escalada de agitp-prop (como a provocação/vitimização encenada da deputada socialista Isabel Moreira à manifestação de apoio à PàF ontem, 10-11-2015, em frente ao Parlamento) e de retorno da tecnologicamente obsoleta luta de classes através de violência verbal, e depois física, até do que a degradação financeira do Estado e do que a regressão económica.

Simultaneamente a uma Espanha em ebulição política e nacionalista (o agravamento do confronto de «las dos Españas», de Antonio Machado), regressa o delírio da tentativa da imposição de dois Portugais. Desta vez, com o PS do lado errado da História.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O projeto socialista de assalto ao poder

Uma pergunta incisiva de José Filipe Sepúlveda da Fonseca:
"Será que a agitação jacobina que está a abalar Portugal e que, para muitos, faz reviver momentos do PREC, quando a esquerda tentava implantar uma ditadura no País, tem a finalidade de impedir que boa parte do Partido Socialista e, talvez, de certa esquerda, bem como dos seus altos dirigentes, seja varrido da cena pública, envolto na lama da corrupção?"
É ainda mais grave: António Costa traz o Partido Comunista de volta ao poder, quarenta abos depois do 25 de Novembro.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

José Sócrates e a litigância compulsiva

«He who must not be named» (Harry Potter series)


Processa-os todos!

Apresenta queixa contra todo, e quase qualquer, que mencione o teu infernizado nome, de Senhor das Trevas, «He-Who-Must-Not-Be-Named»!

Põe outros escritórios de advogados a trabalhar para ti, que a centena do Proença de Carvalho na sombra rasputínica com que te entendes, já não te chega, e os homens de palha Araújo-Delille não dão vazão a tanto ornejo!

Ameaça, vá (tu não perdeste o jeito!...), com o castigo de centenas de crimes, de milhões de euros de indemnização, com a ruína financeira, com o despedimento, com a vigilância dos esbirros dos serviços, e com a perseguição maçónica (sim, a gente sabe dos bounty hunters...)!

Contrata a Manchete para o clipping, outro arquivista a 5 mil euros para classificar as notícias, artigos, crónicas e postes, pela tua (des)ordem de sede de vingança, um assessor de comunicação a 2.500 euros para dourar-te a imagem de demo, pede ajuda ao Pereira para repor o software de monitoring dos serviços ao teu dispor!

Enxameia os tribunais criminais e cíveis de Lisboa, ocupa todos os juízes da Relação e do Supremo com os recursos por isto-aquilo-e-aqueloutro, ativa as antenas renitentes (expostos...) no Constitucional sobre os teus privilegiados direitos!

Aperta com todos os procuradores para que façam deles as tuas causas patéticas de censura!

Seleciona juízos e secções - ou melhor, atira nos magistrados todos, que algum, mais ou menos demente, mais ou menos guloso, mais ou menos aluado (cherchons!), há-de ceder -te e a imprensa proêncica, as TVs do teu consócio Costa e do teu amigo Figueiredo, os editores e jornalistas devedores, valorizarão muito mais qualquer cego que te aggiuste as diáfanas vestes do que as centenas que te viram a patética nudez!

Estende a censura ao estrangeiro, começa pelo País espanhol que avisa que «en Portugal solo se puede hablar del Sócrates griego», 30-10-2015, e termina nos franceses que começam a varrer-te o amido da tese de mestrado e vão apertar-te a memória na Sciences Po!

Exige a mesma litigância cega, contra tudo e contra todos e ainda contra mais alguns, aos teus co-arguidos, parceiros, pseudo-patrões, suspeitos e referidos, na Operação Marquês e noutros casos,  cansa-os com a Câncio, apedreja-os com o teu moço Soares, e chama o teu nègre farinha-do-mesmo-saco para te escrever um livro negro. Assegura-lhes que pagas tudo - dinheiro não parece faltar-te (afinal para que servem as Singapuras-Dubais, agora que o eixo Suíça-Luxemburgo já não é o que foi...)!

Manda ao teu financeiro magro que mobilize os fundos gordos para rechear as contas de transição (o raio das contas de transição, onde se descobre sempre o rasto!...) e põe outras pernas como estafetas!

Proíbe tudo, não importa sol ou sombra, num desvariado variado, de paranóica voragem!

Impõe o silêncio vivo e cala todos os ois com os teus ais!

Inspira a (re)cortar processos e manda apagar referências, encaixotar escutas, cobrir novas investigações, riscar de azul tudo o que te comprometa!

No fim, e depois do registo das centenas de processos que puseste a dezenas de pessoas e entidades, numa fúria de litigância compuslva, hás-de ficar isolado, amargo, num a regressão psicológica ao drama infantil do abandono, privado da euforia branca que te agita no cubículo escuro em que tu próprio te fechas! Só.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arguido indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais, de fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014) no âmbito da Operação Marquês, goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.
As demais entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são arguidas ou suspeitas de qualquer ilegalidade ou irregularidade nestes casos.