segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A história da Carochinha e do João Ratão



Face às denúncias públicas e concretas do juiz Carlos Alexandre, em entrevista à SIC, em 8-9-2015 (convenientemente editada e, apesar de realizada há muito, difundida apenas nas vésperas da presumida data de acusação de José Sócrates pelo Ministério Público) e ao Expresso, em 25-9-2016, a história da carochinha publicada no Observador (!?...), «Documentos confidencias das 'secretas' portuguesas aparecem em África», de 21-9-2016, é tudo quando o socratino secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Alberto Carneiro Pereira, e a malta sis-témica conseguem produzir?!...

Já não me ria tanto desde o caso dos espiões russos no IRN!...


Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades mencionadas nas referências e notícias dos média, que comento, não são, que se saiba, suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso, gozando sempre do direito constitucional à presunção de inocência até eventual sentença condenatória transitada em julgado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O cerco ao juiz Carlos Alexandre

O juiz Carlos Alexandre está outra vez sujeito a uma barragem de fogo sistémico. Vou procurar explicar o contexto deste ataque concertado.

O juiz Carlos Alexandre veio dar uma entrevista à SIC, em 8-9-2016, e ao Expresso, em 17-9-2016, onde denuncia o cerco que o sistema corrupto lhe está a mover. Quais os factos que terão motivado a entrevista do juiz: a perseguição através de serviços que não são apenas de informação, porque também ameaçam e praticam a violência, sejam eles do Estado ou de rogue agents. Nesses factos deve incluir-se a vigilância ostensiva, a intrusão nas suas comunicações, o rastreamento das suas deslocações e locais, a invasão de sua casa e a colocação de uma pistola em cima da fotografia do filho, a colocação de materiais intimidatórios na caixa de correio de sua casa, as tentativas de atropelamento de sua mulher, as denúncias caluniosas sobre o seu rendimento e património, as denúncias caluniosas sobre a violação do segredo de justiça. E vale sempre o axioma do general Chito Rodrigues, um homem que dirigiu a secreta militar durante anos, pronunciado face ao desmentido do ministério de Jorge Coelho sobre a veracidade do relatório do SIS sobre a Universidade Moderna, que a revista Visão publicou, em 13-3-1999): era preferível que fossem os serviços de informação do Estado que o tivessem feito, pois, pela sua tecnicidade, forma e meios, se tivesse sido feito fora desses serviços do Estado era sinal de que em Portugal estava a operar livremente gente muito perigosa... Não consta que os serviços de informação do Estado português tenham averiguado que rogue agents a operar em Portugal sejam esses que se dedicam a intimidar, durante anos, um juiz e a tentar matar a sua família, nem se sabe de qualquer inquérito-crime aberto sobre factos que foram, e são, públicos e notórios. São esses certamente os factos que levaram o juiz a dar estas entrevistas e certamente não a inédita procura de protagonismo mediático. Leia-se o que diz a José, relativamente à entrevista do juiz editada pela SIC (terá também havido truncagem de excertos?) e outras entrevistas que não sofreram esta indignação sistémica, como a de Francisco Louçãó seu maroto!..»).

O juiz Carlos Alexandre disse: basta!
É obrigação do Estado de direito responder às suas denúncias e proteger quem o defende com um sacrifício tenaz e intransigente.

No fogo sobre o juiz parecem distinguir-se duas baterias: a dos socratinos (entalados, envolvidos e apoiantes); e a dos financeiros (entalados, suas famílias e amigos, e avençados). Na verdade, as duas baterias constituem um grupo único, integrado numa brigada numerosa comandada pela Maçonaria. Existe ainda um terceiro conjunto de pessoas bem-intencionadas que, por insuficiente informação sobre os motivos e o seu contexto, produzem friendly-fire ocasional.

A Maçonaria é a rede que dirige e articula o sistema político português. Não é nos rituais das lojas nem nas suas pranchas, que as ações são decididas, como na fase final da Monarquia e na I República, com as operações levadas a cabo pelo seu braço armado de então, a Carbonária - um assunto que passados mais de um século continua a ser tabu e historiadores de renome a distinguirem as duas organizações, como se fossem independentes... A rede informal de decisores e operacionais que integram a Maçonaria funciona não apenas nos passos perdidos das lojas, mas nos contactos realizados entre irmãos, estejam eles ativos, adormecidos ou desquitados. A Maçonaria funciona como rede de proteção nos momentos de pavor: por maior e mais sujo que seja o crime (existirá maior do que a pedofilia?), lá se brada o grito da viùva e os irmãos vêm rapidamente com a toalha dos média de confiança limpar a cara dos aflitos, com as mãos que outras também lavaram. Certamente, existirá, apesar do não dispiciendo ritual negro e da desumanidade da preferência dos irmãos perante os profanos, gente de boa índole e de recto propósito, mas objetivamente tem prevalecido, nomeadamente no Grande Oriente Lusitano, a corrente sistémica corrupta. A não ser assim, certamente teríamos um pronunciamento de homens que se querem livres para a expulsão e a denúncia dos entalados e das cumplicidades internas... Não consta que tenha havido. E sem o tapete da Maçonaria, os participantes na corrupção do Estado perderiam a base de apoio que os sustenta, e passariam a receber o tratamento comum dos demais cidadãos.

E realce-se que a corrupção de Estado - o valor inchado do contrato (ou obra) absurdo, desnecessário, redundante ou não prioriário, mais até do que a soma da comissão habitual com a percentagem extra -, que inclui o pagamento às clientelas que viciam na dependência, é o principal fator de desquilíbrio financeiro e estrangulamento económico do País.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades mencionadas nas referências e notícias dos media, que comento, não são, que se saiba, suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade - para além dos processos conhecidos -, gozando, em todo o caso, do direito constitucional à presunção de inocência até eventual sentença condenatória transitada em julgado.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Casa-Museu António Costa?

 A penthouse duplex no n.º105 da Av. da Liberdade, em Lisboa, onde viveu, entre 2013 e 2014, o então presidente da CMLisboa e atual primeiro-ministro, António Costa. Foto: ABC, 5-3-2015.


penthouse duplex (T2) do n.º 105 da Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde o António Costa (presidente da CM Lisboa entre 2007 e 2015 e atual primeiro-ministro), viveu, com a sua filha e o seu filho, entre julho de 2012 e novembro de 2014 (quando foi eleito secretário-geral do PS) continua vazia?

O belo e luxuoso prédio, com porteiro, do n.º 105 da Av. da Liberdade, com reabilitação polémica, entre 2009 e 2012, mediante projeto do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, que pertencia à I.I.I. - Investimentos Industriais e Imobiliários, S.A., da HVF (Holding Violas Ferreira, também detentora de 2,68% do BPI) estará alegadamente ocupado em exclusivo por escritórios, salvo as lojas do rés-do-chão.

O caso foi exposto neste blogue Do Portugal Profundo, no poste «António Costa e a cobertura descoberta», de 6-3-2015, e «Investigação à penthouse duplex de António Costa», de 18-3-2015 - e ainda o meu poste «Ameaça sistémica», de 9-3-2015. E, no desenvolvimento da análise da parte fiscal, ler os meus postes «António Costa: remunerações e impostos», de 9-9-2015, e «Costa 2007-2013: exclusividade na CMLisboa (?), IRS e IVA», de 28-9-2015.

António Costa declarou, por ocasião da amplificação deste poste nas notícias do Público (11-3-2015), no CM e no Observador (9-3-2015), no Sol (11-3-2015), e na Sábado (11-3-2015), que tinha celebrado um contrato de arrendamento, em 11-7-2012, pelo valor de 1.100 euros mensais com a dita imobiliária de Otília Violas (herdeira do grupo Violas, tradicionalmente próximo do Partido Socialista) . Não apresentou aos média, que se saiba, nem estes publicaram, cópia do contrato com registo e data de entrada nessa altura (como a lei determina) no Serviço de Finanças Lisboa 3 (que abrange a freguesia de S. José, em Lisboa, à qual pertence a matriz do prédio) ou noutra repartição de finanças.

Devo realçar que muitas das duas dezenas de questões publicamente colocadas neste blogue sobre o apartamento duplex de cobertura no n.º 105 da Avenida da Liberdade, em Lisboa, nos meus postes de 6 de março e de 18 de março de 2015, e sobre as matérias de remuneração e fiscais de António Costa nesses postes e também em 9-9-2015 e em 28-9-2015, continuam por responder - e não consta que tenha sido aberto qualquer inquérito pelas autoridades para as dirimir, como creio que deviam porque o assunto tem gravidade e é  público e notório. O primeiro-ministro não é um cidadão anónimo e, por mais que não lhe agrade, está sujeito ao legítimo escrutínio público, tal como já estava enquanto presidente da CMLisboa quando estes factos aconteceram. Deve, portanto, esclarecer ao País as muitas e várias questões que aqui coloquei.

Não consta que a referida penthouse duplex, que Costa inaugurou em 2012 e onde viveu até ser eleito secretário-geral do PS, em novembro de 2014  (quando voltou à sua casa de Fontanelas, em Sintra), tenha sido ocupado depois dele, apesar da Avenida da Liberdade ser a 35.ª mais cara do mundo e a procura ser bastante elevada. Se assim é, e a dita penthouse duplex está ainda vazia, será que a Holding Violas Ferreira estará a guardar a famosa penthouse duplex para criar uma Casa-Museu António Costa?


Limitação de responsabilidade (disclaimer): Como é conduta habitual neste blogue, será publicada qualquer informação que esclareça as dúvidas levantadas ou que corrija alguma indicação inexata.
António Luís Santos Costa, primeiro-ministro de Portugal e presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre 2007 e 2015), objeto das notícias dos média que comento, não é arguido ou suspeito de qualquer ilegalidade ou irregularidade nestes casos.

A empresa I.I.I. - Investimentos Industriais e Imobiliários, S.A., a HVF- Holding Violas Ferreira, Otília Violas Ferreira e outros acionistas e administradores destas empresas e grupo, tal como outras entidades mencionadas neste poste, não são suspeitos da prática de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso.