Depois da sobreposição pós-eleições europeias da pele de cordeiro aos músculos de lobo feroz, abandonada rapidamente após a estreia e sem «bravos!» da plateia, nem os aplausos das frisas da alcateia temporária, vem o predador, como um zombie, ameaçar reagir à pateada. Os olhos de carneiro mal morto são substituídos pela cólera costumeira. É tarde: o tempo não perdoa. Depois da queda no Outono, virá o Inverno gélido dos processos - e aí o caçador, já sem a imunidade do poder, vai poder ensaiar, de novo, a postura de underdog.
Apesar do início da migração dos ratos e dos manifestos da undécima hora, Sócrates promete lutar. E, nele, a luta é principalmente a repressão. A sua natureza. Valia mais que perdesse com graça - morituri te salutant -, mas só conhece a raiva.
Por aí, novamente a notícia cíclica da invasão de computadores de suspeitos (do quê?) e castigo penal - via (@) Portugal dos Pequeninos, via Corta-Fitas, via João Miranda.
E principalmente, mais uma tentativa de desalojar José Eduardo Moniz/Manuela Moura Guedes da TVI. Sócrates entende, e bem, que a independência da TVI face ao poder socialista é a principal força que se lhe opõe. Vamos na quarta fase da ofensiva socratina para tomar conta da TVI.
A primeira fase foi tentar a substituição através do novo administrador Pina Moura: não resultou.
A segunda fase foi a orquestração da condenação de Manuela Moura Guedes no 28 de Maio (!) de 2009 pela ERC e pelo Conselho Deontológico do Sindicato dosSocialistas Jornalistas (no dia seguinte, 29-5-2009), com um ataque massiço de mails da célula internética secreta (a mesma da orquestra dos insultos das caixas de comentários dos blogues de referência e de um ou outro esbirro blóguico), seguido de exploração política. Não surtiu o efeito imediato pretendido.
A terceira fase é um ataque directo, interno. Cria-se instabilidade e depois, porque não resultou, tenta-se o derrube, uma tentativa que está em curso, e que conta com a mudança na política espanhola derivada da perda das eleições europeias, intercalares, pelo PSOE. Zapatero entendeu que debaixo da animosidade entre a Prisa e o PP de Aznar, estava afinal uma aliança camuflada e, quando tomou o poder, não entendeu que fosse suficiente o contra-golpe da noite pré-eleitoral. Por isso, fez criar um novo diário (o Público) em ataque frontal a El País e dois canais de televisão em cima dos da Prisa. Mais: ainda entrou na luta pela sucessão de Jesús de Polanco e tratou de asfixiar o grupo pela parte financeira. Porém, as condições políticas mudaram em Espanha: o PSOE perdeu as intercalares eleições europeias, a crise pode durar mais dois anos na sua fase mais aguda, o que lhe deteriorará ainda mais a base eleitoral, e a Prisa ainda dura... Estão criadas as condições para um armistício, para o qual até pode usar o contacto desavindo de Juan Luis Cebrián. Sócrates percebeu que as condições mudaram e, pediu ajuda ao seu amigo Zapatero para exercer os maus ofícios junto de Cebrián e Prisa, com o objectivo de conseguir o bingo da substituição de José Eduardo Moniz na TVI. Simultaneamente, aventa a possibilidade de intermediar a compra choruda da TVI por algum grupo económico dependente (PT?) de forma a atenuar o passivo da Prisa em Espanha - coisa que o Expresso de 20-6-2009 adianta, intrigando, mas com algum fundo de verdade.
Contudo, não havia tempo para a Prisa substituir o casal Moniz/Manuela Moura Guedes. Os homens da Prisa sabem que não é possível ao PS reverter os 26,6% de Junho: em Outubro, o PS cairá abaixo dos 25%. Portanto, por mais que a Prisa precise do PSOE em Espanha, e Portugal seja considerado um país satélite, não era crível que, a três meses das eleições legislativas (!), a Prisa desperdice o capital de independência da TVI perante o novo poder não-socialista emergente. A não ser que queiram vender em Portugal, para entrar com dinheiro fresco na recuperação do grupo em Espanha, possibilitada agora pelo armistício com o poder socialista após a queda das eleições europeias.
Apesar do início da migração dos ratos e dos manifestos da undécima hora, Sócrates promete lutar. E, nele, a luta é principalmente a repressão. A sua natureza. Valia mais que perdesse com graça - morituri te salutant -, mas só conhece a raiva.
Por aí, novamente a notícia cíclica da invasão de computadores de suspeitos (do quê?) e castigo penal - via (@) Portugal dos Pequeninos, via Corta-Fitas, via João Miranda.
E principalmente, mais uma tentativa de desalojar José Eduardo Moniz/Manuela Moura Guedes da TVI. Sócrates entende, e bem, que a independência da TVI face ao poder socialista é a principal força que se lhe opõe. Vamos na quarta fase da ofensiva socratina para tomar conta da TVI.
A primeira fase foi tentar a substituição através do novo administrador Pina Moura: não resultou.
A segunda fase foi a orquestração da condenação de Manuela Moura Guedes no 28 de Maio (!) de 2009 pela ERC e pelo Conselho Deontológico do Sindicato dos
A terceira fase é um ataque directo, interno. Cria-se instabilidade e depois, porque não resultou, tenta-se o derrube, uma tentativa que está em curso, e que conta com a mudança na política espanhola derivada da perda das eleições europeias, intercalares, pelo PSOE. Zapatero entendeu que debaixo da animosidade entre a Prisa e o PP de Aznar, estava afinal uma aliança camuflada e, quando tomou o poder, não entendeu que fosse suficiente o contra-golpe da noite pré-eleitoral. Por isso, fez criar um novo diário (o Público) em ataque frontal a El País e dois canais de televisão em cima dos da Prisa. Mais: ainda entrou na luta pela sucessão de Jesús de Polanco e tratou de asfixiar o grupo pela parte financeira. Porém, as condições políticas mudaram em Espanha: o PSOE perdeu as intercalares eleições europeias, a crise pode durar mais dois anos na sua fase mais aguda, o que lhe deteriorará ainda mais a base eleitoral, e a Prisa ainda dura... Estão criadas as condições para um armistício, para o qual até pode usar o contacto desavindo de Juan Luis Cebrián. Sócrates percebeu que as condições mudaram e, pediu ajuda ao seu amigo Zapatero para exercer os maus ofícios junto de Cebrián e Prisa, com o objectivo de conseguir o bingo da substituição de José Eduardo Moniz na TVI. Simultaneamente, aventa a possibilidade de intermediar a compra choruda da TVI por algum grupo económico dependente (PT?) de forma a atenuar o passivo da Prisa em Espanha - coisa que o Expresso de 20-6-2009 adianta, intrigando, mas com algum fundo de verdade.
Contudo, não havia tempo para a Prisa substituir o casal Moniz/Manuela Moura Guedes. Os homens da Prisa sabem que não é possível ao PS reverter os 26,6% de Junho: em Outubro, o PS cairá abaixo dos 25%. Portanto, por mais que a Prisa precise do PSOE em Espanha, e Portugal seja considerado um país satélite, não era crível que, a três meses das eleições legislativas (!), a Prisa desperdice o capital de independência da TVI perante o novo poder não-socialista emergente. A não ser que queiram vender em Portugal, para entrar com dinheiro fresco na recuperação do grupo em Espanha, possibilitada agora pelo armistício com o poder socialista após a queda das eleições europeias.
A quarta fase surge na sequência da alteração da circunstância da Prisa em Espanha e é anunciada hoje, 23-6-2009, na manchete de primeira página do «i»: «Portugal Telecom, Oliveira e Ongoing lutam pela TVI». É a intermediação pelo Governo da venda da TVI por valores astronómicos a um investidor controlado pelo poder socialista. À Prisa acena com milhões para que esta financie a recuperação em Espanha, agora que a fraqueza de Zapatero leva ao armistício com o grupo económico. Aos compradores potenciais ordena a compra - na PT, ao director-geral Granadeiro e aos grupos bancários e institucionais dependentes do Estado que participam do seu capital social - ou agita financiamentos (como foi feito com a compra de meios pela Controlinveste) e subsídios para suportar a proposta patriótica de pôr a TVI em boas mãos.
Em 2005 a PT vendeu, por pressão dos accionistas e da Alta Autoridade para a Comunicação Social, a deficitária Lusomundo Media à descapitalizada Controlinveste (que apesar dos despedimentos e da dificílima situação líquida é candidata à compra da TVI...). Agora, em plena marcha para a fossa da depressão económica, a PT é candidata à compra da TVI!... Não creio que a dependente Ongoing tenha músculo financeiro sem apoio do Estado, para a compra, e a Controlinveste ainda estará numa situação mais difícil. Portanto, se for, como parece ser, esse o caso, a PT entra na política, os seus accionistas entram na política para favorecer o Partido Socialista de José Sócrates na véspera da eleição legislativa. Será que os accionistas da PT, nomeadamente os investidores estrangeiros e os pequenos accionistas aceitam que o negócio de compra da TVI seja feito contra as condições económicas, ao arrepio da estratégia em curso na empresa e com esta urgência (governativa) sem sequer a oportunidade de uma assembleia geral?... Com que reputação ficará a PT perante os investidores?!...
Sócrates apanhou o patrão fora e julga que é dia santo na loja. Mas creio que o Presidente da República ainda tem uma palavra a dizer sobre este negócio aos dirigentes e accionistas da PT e aos investidores interessados nos subsídios de compra da TVI.
Sócrates acha que a neutralização da independência da TVI lhe pode garantir ainda a recuperação para a vitória em Outubro. Na verdade, com o controlo directo da RTP e o controlo indirecto da SIC/TSF/Expresso e grupo Controlinveste, além da neutralização do Correio da Manhã (da Cofina) devido a dificuldades economico-financeiras, falta apenas dominar a TVI para se completar o domínio total dos media pelo Partido Socialista de José Sócrates. Os socialistas socratinos lutam com todas as forças, suas e emprestadas, para se manter no poder.
Porém, só um cego não vê - e não há pior que aquele que recusa - que o poder socialista está moribundo. O povo fartou-se dos treze anos de miséria económica e controlo político. Não há nada, nesta altura, que leve o povo a mudar de ideias relativamente a José Sócrates. Não há nada que o faça passar dos 26,6% das europeias para a vitória nas eleições de Outubro. Por maior que sejam o ribombar da fanfarra, mais inconformados os berros da família e esganiçados os guinchos das viúvas, estes três meses que faltam para as eleições são apenas a marcha fúnebre do poder de José Sócrates.
Mais ainda: o povo espera que o novo poder não acuda, directa ou indirectamente, com fundos públicos aos grupos de media envolvidos no serviço nojento de favorecimento do Partido Socialista de José Sócrates. A deriva financeira desses grupos não resulta apenas da depressão económica, é também a consequência do alheamento enjoativo do público. A resposta do novo poder aos grupos mediáticos colaboracionistas e aos editores de confiança do poder socratino deve ser: vão pedir ao PS que vos ajude!
Este ano, o Verão está muito instável, com manhãs enevoadas, tardes tórridas e noites chuvosas. Mas depois da queda das folhas mortas no Outono, vem o inevitável Inverno dos processos. Os processos não são apenas os próprios, anunciados. Mas também os que resultarem da auditoria geral aos negócios socialistas do Estado (os de última hora e os outros) que será realizada, por pressão popular, depois das legislativas, num ambiente político que não consentirá sentenças sistémicas (via Carlos Loureiro das Blasfémias).
Não parece haver muito mais a fazer com os instrumentos habituais (e comprar um meio de comunicação independente para o virar para o seu lado não é habitual...) para inverter a situação. Embora, eu acredite que Sócrates levará mais longe a sua estratégia de tensão. É normal os moribundos estrebucharem. E a espécie espernear. Mas é tarde também para esses. É tarde para António Costa (25,6 contra 38,6%) e de pouco lhe adiantam os movimentos de última hora na área judicial. É tarde.
Dead men walking.
Pós-Texto 1 (10:19 de 24-6-2009):
Noticia o Público de hoje, 24-6-2009 e eu nem preciso de comentar para que os leitores se apercebam do controlo quase-total dos media (com a compra da aldeia gaulesa da TVI) na véspera das eleições legislativas e das condições de realização de eleições livres e justas:
Público
24.06.2009 - 07h36
Por Ana Brito
A entrada da Portugal Telecom (PT) na Media Capital, dona da TVI, poderá ser anunciada hoje. A operadora liderada por Zeinal Bava confirmou ontem, através de comunicado ao mercado, que está em negociações com a espanhola Prisa.
O objectivo é comprar 30 por cento do capital da Media Capital, disse ao PÚBLICO fonte da operadora. Nos corredores da empresa de Queluz, já se dá mesmo o negócio por fechado e várias fontes contactadas pelo PÚBLICO afirmam que este movimento será aproveitado pelos espanhóis para substituírem o director-geral da estação, José Eduardo Moniz.
Encontrado um parceiro de negócio em Portugal e estando quase certa uma parceria com a Telefónica em Espanha, a Prisa começa a ver a luz ao fundo do túnel. A gigante espanhola, dona de títulos como El País e vista como próxima do executivo de José Luís Zapatero, atravessa a pior crise da sua história, com uma dívida que atinge os cinco mil milhões de euros. (...)
Os rumores sobre a entrada da PT na Media Capital foram recorrentes nos últimos meses e muito se especulou sobre o assunto. O negócio tem tido diversas interpretações e são ainda pouco claros os benefícios que a PT retirará de uma participação que não lhe dá nem a maioria accionista, nem de gestão da Media Capital. Apenas que a empresa liderada por Zeinal Bava poderá eventualmente beneficiar da produção de conteúdos da TVI no serviço de televisão paga Meo e futuramente na oferta de canais pagos da televisão digital terrestre (TDT), embora tenha defendido diversas vezes não estar interessada neste negócio. (...)
não falta quem (...) garanta que o que aqui está em causa tem contornos políticos.
«Em Espanha e Portugal, dois grandes grupos estão a ser chamados a socorrer uma importante empresa, que é dona de uma emissora de televisão com conflitos públicos com o Governo português. O Expresso noticiou recentemente que a TVI e o director da estação, José Eduardo Moniz, foram o tema central de reuniões entre os executivos português e espanhol.
O semanário escrevia ainda que o Governo não estaria disposto a facilitar a continuidade de Moniz, informação que o PÚBLICO procurou confirmar junto da Prisa e do director da TVI e que ambos se recusaram comentar.»
Em 2005 a PT vendeu, por pressão dos accionistas e da Alta Autoridade para a Comunicação Social, a deficitária Lusomundo Media à descapitalizada Controlinveste (que apesar dos despedimentos e da dificílima situação líquida é candidata à compra da TVI...). Agora, em plena marcha para a fossa da depressão económica, a PT é candidata à compra da TVI!... Não creio que a dependente Ongoing tenha músculo financeiro sem apoio do Estado, para a compra, e a Controlinveste ainda estará numa situação mais difícil. Portanto, se for, como parece ser, esse o caso, a PT entra na política, os seus accionistas entram na política para favorecer o Partido Socialista de José Sócrates na véspera da eleição legislativa. Será que os accionistas da PT, nomeadamente os investidores estrangeiros e os pequenos accionistas aceitam que o negócio de compra da TVI seja feito contra as condições económicas, ao arrepio da estratégia em curso na empresa e com esta urgência (governativa) sem sequer a oportunidade de uma assembleia geral?... Com que reputação ficará a PT perante os investidores?!...
Sócrates apanhou o patrão fora e julga que é dia santo na loja. Mas creio que o Presidente da República ainda tem uma palavra a dizer sobre este negócio aos dirigentes e accionistas da PT e aos investidores interessados nos subsídios de compra da TVI.
Sócrates acha que a neutralização da independência da TVI lhe pode garantir ainda a recuperação para a vitória em Outubro. Na verdade, com o controlo directo da RTP e o controlo indirecto da SIC/TSF/Expresso e grupo Controlinveste, além da neutralização do Correio da Manhã (da Cofina) devido a dificuldades economico-financeiras, falta apenas dominar a TVI para se completar o domínio total dos media pelo Partido Socialista de José Sócrates. Os socialistas socratinos lutam com todas as forças, suas e emprestadas, para se manter no poder.
Porém, só um cego não vê - e não há pior que aquele que recusa - que o poder socialista está moribundo. O povo fartou-se dos treze anos de miséria económica e controlo político. Não há nada, nesta altura, que leve o povo a mudar de ideias relativamente a José Sócrates. Não há nada que o faça passar dos 26,6% das europeias para a vitória nas eleições de Outubro. Por maior que sejam o ribombar da fanfarra, mais inconformados os berros da família e esganiçados os guinchos das viúvas, estes três meses que faltam para as eleições são apenas a marcha fúnebre do poder de José Sócrates.
Mais ainda: o povo espera que o novo poder não acuda, directa ou indirectamente, com fundos públicos aos grupos de media envolvidos no serviço nojento de favorecimento do Partido Socialista de José Sócrates. A deriva financeira desses grupos não resulta apenas da depressão económica, é também a consequência do alheamento enjoativo do público. A resposta do novo poder aos grupos mediáticos colaboracionistas e aos editores de confiança do poder socratino deve ser: vão pedir ao PS que vos ajude!
Este ano, o Verão está muito instável, com manhãs enevoadas, tardes tórridas e noites chuvosas. Mas depois da queda das folhas mortas no Outono, vem o inevitável Inverno dos processos. Os processos não são apenas os próprios, anunciados. Mas também os que resultarem da auditoria geral aos negócios socialistas do Estado (os de última hora e os outros) que será realizada, por pressão popular, depois das legislativas, num ambiente político que não consentirá sentenças sistémicas (via Carlos Loureiro das Blasfémias).
Não parece haver muito mais a fazer com os instrumentos habituais (e comprar um meio de comunicação independente para o virar para o seu lado não é habitual...) para inverter a situação. Embora, eu acredite que Sócrates levará mais longe a sua estratégia de tensão. É normal os moribundos estrebucharem. E a espécie espernear. Mas é tarde também para esses. É tarde para António Costa (25,6 contra 38,6%) e de pouco lhe adiantam os movimentos de última hora na área judicial. É tarde.
Dead men walking.
Pós-Texto 1 (10:19 de 24-6-2009):
Noticia o Público de hoje, 24-6-2009 e eu nem preciso de comentar para que os leitores se apercebam do controlo quase-total dos media (com a compra da aldeia gaulesa da TVI) na véspera das eleições legislativas e das condições de realização de eleições livres e justas:
Entrada da Portugal Telecom no capital da dona da TVI pode ser anunciada ainda hoje
Público
24.06.2009 - 07h36
Por Ana Brito
A entrada da Portugal Telecom (PT) na Media Capital, dona da TVI, poderá ser anunciada hoje. A operadora liderada por Zeinal Bava confirmou ontem, através de comunicado ao mercado, que está em negociações com a espanhola Prisa.
O objectivo é comprar 30 por cento do capital da Media Capital, disse ao PÚBLICO fonte da operadora. Nos corredores da empresa de Queluz, já se dá mesmo o negócio por fechado e várias fontes contactadas pelo PÚBLICO afirmam que este movimento será aproveitado pelos espanhóis para substituírem o director-geral da estação, José Eduardo Moniz.
Encontrado um parceiro de negócio em Portugal e estando quase certa uma parceria com a Telefónica em Espanha, a Prisa começa a ver a luz ao fundo do túnel. A gigante espanhola, dona de títulos como El País e vista como próxima do executivo de José Luís Zapatero, atravessa a pior crise da sua história, com uma dívida que atinge os cinco mil milhões de euros. (...)
Os rumores sobre a entrada da PT na Media Capital foram recorrentes nos últimos meses e muito se especulou sobre o assunto. O negócio tem tido diversas interpretações e são ainda pouco claros os benefícios que a PT retirará de uma participação que não lhe dá nem a maioria accionista, nem de gestão da Media Capital. Apenas que a empresa liderada por Zeinal Bava poderá eventualmente beneficiar da produção de conteúdos da TVI no serviço de televisão paga Meo e futuramente na oferta de canais pagos da televisão digital terrestre (TDT), embora tenha defendido diversas vezes não estar interessada neste negócio. (...)
não falta quem (...) garanta que o que aqui está em causa tem contornos políticos.
«Em Espanha e Portugal, dois grandes grupos estão a ser chamados a socorrer uma importante empresa, que é dona de uma emissora de televisão com conflitos públicos com o Governo português. O Expresso noticiou recentemente que a TVI e o director da estação, José Eduardo Moniz, foram o tema central de reuniões entre os executivos português e espanhol.
O semanário escrevia ainda que o Governo não estaria disposto a facilitar a continuidade de Moniz, informação que o PÚBLICO procurou confirmar junto da Prisa e do director da TVI e que ambos se recusaram comentar.»
Actualizações: este poste foi actualizado às 2:54 de 26-6-2009.