domingo, 27 de janeiro de 2013

A política estatal de esterilização forçada


O caso de Liliana Melo, uma mulher a quem o Tribunal de Sintra ordenou que fossem retirados sete dos seus dez filhos com o propósito de serem entregues para adoção, por incumprimento do «acordo de promoção e proteção» (sic), é um exemplo do socialismo desumano que nos é imposto politicamente. Além da referência a «desorganização da mãe, que não tinha emprego, falta de higiene, faltas a consultas e a reuniões com os técnicos, problemas com documentos, vacinas em atraso e... uma sucessão de gravidezes da mãe», o tribunal terá verificado a violação do «acordo de promoção e proteção», de Junho de 2009 sobre a situação de cinco filhos de Liliana, um acordo, que o CSM lembra ter sido estabelecido
 «entre os progenitores dos menores em risco, o Procurador da República, a técnica da ECJ e uma responsável do programa "Escolhas", através do qual, com o objectivo de evitar a separação das crianças do seu ambiente familiar, os pais assumiram, voluntariamente vários compromissos. Entre esses compromissos a mãe dos menores obrigou-se a fazer prova do seu acompanhamento no hospital Fernando Fonseca, no âmbito do seu processo de laqueação de trompas
O Conselho Superior de Magistratura reagiu, em 25-1-2013, justificando que a causa da retirada dos filhos áquela mãe, pobre, de origem cabo-verdiana e muçulmana, «funda-se unicamente na existência de perigo concreto e objectivo para os menores, quanto à satisfação das suas necessidades básicas de protecção e de cuidados básicos relativos à sua saúde e segurança».

Pasmamos com a inclusão no dito «acordo de promoção e proteção» de uma cláusula de esterilização de Liliana (laqueação de trompas), ainda mais quando ela é muçulmana e o Islão proíbe a esterilização. Argumentam os juízes que a dita esterilização não é compulsiva, ao contrário do que diz Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFP), mas o facto é que essa cláusula em que Liliana se obriga à esterilização está no dito acordo e é referida essa violação na decisão judicial.

Não é «estalinismo», mas é socialismo. O Estado força a esterilização de mulheres com muitos filhos e pobres. Se a culpa é do juiz, do procurador, do membro da Equipa de Assistentes Técnicas aos Tribunais da Segurança Social ou da «responsável do Programa "Escolhas", ou de todos juntos - porque todos subscreveram o dito acordo -, interessa menos. O que interessa eliminar é a condição de esterilização no acordo do Estado com uma mulher para que conserve os seus filhos. Porque não é só o caso de Liliana - e ainda que fosse! -, pois o Expresso, de 26-1-2013, explica que a «esterilização é cada vez mais sugerida a africanas» pelo Estado português.

Estas notícias surpreendem pelo avanço ideológico rasteiro do socialismo que impõe a sua ideologia totalitária à sociedade e aos indivíduos, de planeamento familiar esterilizador, num País sujeito a um severíssimo inverno demográfico. Mas onde, afinal, a maternidade, a natalidade, os filhos, são oficialmente entendidos como fardo, como coisa ruim. A esterilização forçada é a consequência natural da política abortista, paralela à eutanásia. A política da morte.

O Governo PSD-CDS tem obrigação moral de mudar a política estatal de compulsividade (suave ou dura) da esterilização de mulheres, qualquer que seja a sua origem, etnia, instrução ou rendimento. Nós que nos comovemos com a política de esterilização praticada pela Indonésia em Timor, não sabíamos que isso se passava em Portugal de dois-mil-e-tal e não o podemos admitir. E nem é por motivo religioso. É por respeito humano.

17 comentários:

Anónimo disse...

Mas, que acordo é esse?! É claro que não é acordo nenhum, as pessoas correntes nem sequer têm a perfeita noção do que seja um acordo e, de qualquer modo, demais sob a ameaça judicial de se lhes retirarem os filhos, assinam qualquer coisa e, mesmo só para assim agradarem e congraçarem o despeito senão ira de quem lhes enfia o papel debaixo do nariz, nem lêem!, tanto mais, erradamente embora, sempre em situações como estas presumem que quem lhes aponta tal solução o faz segundo princípios cristãos, que esta ainda é a formação que apenas lhes resta.

Anónimo disse...

Tudo muito bem! Estou pouco interessado no valores humanos. Todos têm os seus e são sempre melhores do que os dos outros. Se o casal quer ter filhos, pois que tenha, mas que se responsabilizem pela sua educação e pela satisfação das necessidades mais básicas. Claro são mulçumanos e a sua religião condena a laqueação.Tudo bem! Niguém obriga a laquear.
Falta de compreensão pelas regras!? Então como compreendem as regras religiosas e não compreendem um acordo simples em sede do tribunal? Este casal é porventura oligofrénico?!
São muito engraçados os discursos da desresponsabilização...
O Prof ABC vê aqui o socialismo!? Puxa a vida!!!
O casal que procrie prá frente mas que alimente a prole. Quem se preocupará? Agora é muito bonito pedir ao Estado, ou seja a todos nós, para dar de comer ao produto das suas quecas. Se eu fodesse para a frente onde iria arranjar de comer para a minha prole? Vocês davam?! Estão todos loucos.
E olhem que não sou eugenista nem socialista nem coisas terminadas em istas os ismos.

Anónimo disse...

Lembrei-me agora. Porque não a abtinencia sexual e muito terço e muitas vesperas. Talvez a vontade de foder passasse.

Joaquim Carreira Tapadinhas disse...

O problema é muito mais profundo e está alicerçado numa falta de respeito pelo cidadão economicamente diminuído, porque a nenhum rico feita a proposta de suprimir o nascimento de filhos através de operações cirúrgicas. A sociedade, ou a civilização actual, vive momentos de indigência de respeito por ela própria. Não sabe qual o rumo e todos os caminhos servem para atingir um mau porto.
Sabemos que a relação entre jovens e idosos é preocupante para uma estabilidade futura, mas contrariamos os nascimentos legalizando o aborto porque sim, os casamentos homosexuais e retiramos abonos de família.
Não queremos entrar em moralismos, apenas constatamos realidades que irão levar ao descalabro social numa sociedade provida de tecnologias e falta de valores, tais como respeito, equidade, amor ao próximo e ao próprio. Esta sociedade caminha para a auto-destruição, como aliás a história nos ensina, retroprospectivando o que sucedeu com outras.

Bandarra disse...

Íamos "a caminho do socialismo"! Chegámos e... ultrapassámos!Estamos a nível da China, no controle da filharada! Por enquanto, tribunal manda laquear trompas; permite tirar vida a fetos indefesos no ventre materno. Já ouvi em tvs médico não estranhar que nascidos com peso abaixo da média (por ele estabelecida?)fossem para caixote do lixo. Amentes, incuráveis, velhos indigentes e velhos pensionistas, pesado encargo económico,..."pedirão" a benevolentes carrascos alívio terminal!Hitler deve estar a rir-se e a pensar: estes gajos diziam mal de mim!
A respeito da pobre mulher a quem roubam a única riqueza, os filhos, recordo velho amigo meu,dirigente, durante anos,de obra de rapazes, seguindo exemplo de Padre Américo, que dizia a seus alunos: "A melhor Instituição é pior do que a pior família"!Será que ainda vamos ver o Estado meter na cama dos casais um fiscal, tipo asae, para controlar a vida sexual dos contribuintes! Boa promoção de emprego?! Que mais nos virá a acontecer?!!!

Anónimo disse...

Não podemos, nem devemos ser selectivos na escolha de informação. O "acordo" não refere apenas a laqueação. O acordo refere TAMBÉM, e entre outros:

1. Que os pais devem tentar arranjar trabalho, para poderem arranjar sustento para os filhos. Nem a a mãe, nem o pai, tentaram.
2. Os pais devem inscrever os filhos no sistema escolar, coisa que parece não terem feito.
3. O acordo refere também que os pais devem cuidar da higiene e do conforto dos filhos. O que não acontece.
4. A religião serve quando dá jeito. O Estado português não tem religião, mas ainda tem LEI. Todos devem respeitá-la.
5. O caso foi analisado por muitos pareceres e muita gente.

Claro está que há a "Solução Marinho e Pinto", o "Estado deve assegurar que as crianças devem ser criadas na família e o Estado deve dar-lhe subsídios para sobreviverem". Esta é a solução SOCIALISTA.

Em África há muita gente como este casal. Mas, por lá, a Lei permite, tolera e incentiva isto. Por cá, há a Segurança Social, o SNS e todo o conjunto de infraestruturas que suportam esta gente, sem que ela traga qualquer contrapartida para a sociedade.

O que é que esta gente fez por Portugal? Nada, para além dos filhos, que já ajudam a consumir muitos recursos de quem paga impostos em Portugal.

A não ser que se queira a SOLUÇÃO Salazar que era......"cada família que se oriente, com 8 ou 10 filhos,porque tudo se cria e Deus ajuda".

O que é que se quer?

Nós não queremos o SOCIALISMO do Marinho e Pinto. Nós não queremos o SALAZAR. Nós queremos portugueses que contribuam para a dignidade de um povo em decadencia acentuada.

Como esta gente pensa apenas na procriação, sem sequer se interessar por cuidar da sua prole, só mesmo a laqueação. Não é socialismo. É a contenção de danos!

Anónimo disse...

Insiste-se na questão da "laqueação das trompas" como fundamento da decisão, o que não corresponde à realidade.
Acresce que o referido tratamento médico foi discutido e proposto no ãmbito do planeamento familiar estudado para a família em questão com colaboração de um hospital.
Por outro lado todas as decisões dos Tribunais são recorríveis.Esta foi proferida em Maio de 2012 e executada em Junho de 2012.Foi objecto de recurso?Se não foi, qual o motivo?Por que razão decorridos seis meses salta para a praça pública?Quem está por detrás disto?

Anónimo disse...

O fundo da questão é susceptível da mais ampla controvérsia. Contudo, verdade é que lei nenhuma consente tal coisa — de facto ainda não chegamos à China —, quem não obstante a decretou é que só pode ser um “juiz da cagança”, ou, senão, então juiz à Turca senão Moldávia, infelizmente cá espécie cada vez mais vulgarizada, como indelevelmente mostraram o casos “Casa Pia” (nomeadamente, Pedroso — veja-se como se portou o seu Juiz-Desembargador Presidente Relator, melhor dito secretário pessoal dele —) e Sócrates em que até o presidente do STJ. se prestou a um tal papel.

Bandarra disse...

Pois, pois!
Está em causa a propriedade privada
e, mais que isso, A VIDA PRIVADA!
Para mim é o fim da linha do "a caminho do socialismo" !
Pensando bem, há também discriminação de género! Por que não equacionaram a amputação dos tomates ao marido?!
Lá chegaremos! Por enquanto, neste mundo cão, só à saída dos canis os/as felizes adoptados/as saem com descendência controlada, com chip, desparasitados/as e...castrados/sem trompas !

Socialismo inverso disse...

Parece-me um caso de socialismo é o dos pais das crianças.Decidiram dedicar-se à procriação,esquecendo as suas responsabilidades e os direitos das crianças.
Para mais,sendo estrangeiros,é de um topete a toda a prova!
Casos destes era repatriação.Ainda acabamos nacionalizando toda a pobreza e preguiça deste mundo.Não basta a nossa própria indigência.

Bandarra disse...

"...sendo estrangeiros..."
Um certo senhor, eleito democraticamente,nacional socialista, também assim pensava a respeito dos estrangeiros à raça indígena, os judeus!Objectivo?! ...Usou métodos diferentes?!

Anónimo disse...

Claro que está mal impor a laqueação de trompas a alguém.
Eu sou pela sociedade inclusiva e pelas liberdades individuais e familiares, desde que elas não colidam com questões fundamentais como o direito à vida.
Ainda este Verão, a minha mulher sofreu na maternidade, porque as assistentes sociaqis desconfiaram que ela não seria capaz de tratar do bebé, mas ela tem 5 meses está viva e de boa saúde.
Eu fui maltratado por um maçon por tirar uns dias de licençpa de parentalidade. Afinal em que país vivemos?
A culpa não é só dos socialistas, porque a direita neoliberal que está no poder, não altera as leis, permite o aborto gratuito e não protege os filhos de pais pobres, não colocando-os em instituiç~
oes, é errado, mas permitindo cuidados de saúde, formação, etc. a baixo custo ou gratuitos.
Eu sou pela inclusão e esta é o meu partido, não me interessam socialistas que fabricam leis de morte como o aborto, nem esta direita fundamentalista liberal que quer colocar todos na miséria e promover a exclusão.
Viva a inclusão, a acessibilidade.
Viva as criançpas, os idosos, as pessoas com deficiência, os pobres, os desempregados, abaixo as elites, os vaidosos, estes governos de morte e de desesperança no futuro.
www.luismferreira.no.comunidades.net

Anónimo disse...

Bandarra,arranja outra K7.Essa do políticamente correcto e da diabolização das opiniões diferentes através de paralelismos com Hitler,fede!
Vai a qualquer país,mesmo os mais civilizados(nem falo nos de origem dos respectivos) e verás se os estrangeiros têm tratamento de preferência ou se os colocam a par dos nacionais.
É só ver o que os americanos fazem aos açorianos ou os suíços e alemães a quem foge de uma linha muito bem definida.
Este regime parido pela traição,pelo comunismo e pela amoralidade é que despreza os interesses da pátria e privilegia alguns estranjeiros,para favorecer as negociatas entre a cleptocracia nacional e africana.
Tudo abençoado por uma censura velada que impede a liberdade de expressão e que incentiva o pensamento único,a hipocrisia.

Bandarra disse...

A minha Ca7 não é assim tão radical; e até pode incluir , concordando, o que o Anónimo das 18.40 pensa sobre a situação actual

Emigrante disse...

Vêm depenados e tesos, são imigrantes; vêm ataviados e trazem maçaroca, são investidores!

Anónimo disse...

Se vêm tesos,mas para trabalhar e ganhar o seu sustento são imigrantes.Se vêm para se instalar à conta do indígena e para chular a Segurança Social,parindo a torto e a direito,são apenas chulos.
Regressem à origem e boa viagem.

Anónimo disse...

Subscrevo anónimo de 29 de Janeiro de 2013 à0 16:15.