segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Presidente Marcelo sobre Arnaldo de Matos: «um defensor ardente da liberdade»!...



Faleceu
, em 22-2-2019, Arnaldo Matos, líder do MRPP. O José publica, na sua maçã, um poste sobre os obituários«de Mao a Piao», na imprensa nacional, do cognominado «Grande Educador da Classe Operária (pelo casal renegado Saldanha Sanches e Maria José Morgado?). Da pertença do camarada Arnaldo Matos à classe operária, vejam-se as revelações doutro renegado, Garcia Pereira, em maio de 2017... Sobre a repressão do MRPP veja-se também o notável artigo histórico de Helena Matos, no Observador, «Morte aos traidores», de 28-11-2015; e consulte-se o «Relatório das Sevícias Apresentado pela Comissão de Averiguação de Violências sobre Presos Sujeitos às Autoridades Militares»...

Todavia, o obituário politicamente mais relevante do líder do MRPP, é o do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, em 22-2-2019:
«Arnaldo Matos ficará na memória de todos como um defensor ardente da liberdade e como um lutador pela causa da justiça social e dos mais desfavorecidos».
Um amigo meu gozou este pagode que a coligação socialisto-estalinista ergueu no País, sustentado também por cúmplices medrosos: «se o maoísta Arnaldo de Matos cá voltasse, até se sentiria insultado por o classificarem como «ardente defensor da liberdade»!...»

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Sciences Po e o mestrado do filósofo (José) Sócrates




Sobre a reportagem do Expresso, de 16-2-2018, p. 20, do jornalista Micael Pereira em Paris, «Sorbonne admite tirar mestrado a Sócrates», que abaixo publico o fac-simile, devo fazer uma cronologia deste assunto, em vinte pontos.
  1. O semanário Expresso, de 10-6-2011, noticiou que, vencido nas eleições legislativas da semana anterior e com inquéritos em curso no DCIAP, José Sócrates iria estudar Filosofia para Paris.
  2. Em 6-10-2011, no CM, de 6-10-2011, Paulo Pinto de Mascarenhas, na sua crónica «Correio Indiscreto», Paulo Pinto de Mascarenhas, revela detalhes da admissão rocambolesca do ex-primeiro-ministro na prestigiada Sciences Po, da capital francesa.
  3. Em, 5-12-2011, cravei aqui um poste sobre a «Necessidade de um inquérito à admissão de José Sócrates na Sciences Po», apócope do Institut d'Études Politiques de Paris - que, à época, beneficiava do estatuto universitário independente de «grande établissement» e atualmente faz parte da universidade Sorbonne Paris Cité (USPC). Nesse poste, revelei a mensagem que, sobre a rocambolesca admissão de José Sócrates naquela instituto, havia colocado no Facebook dessa escola  e que reenviei aos seus dirigentes, o malogrado Richard Descoings, Marie Geneviève Vandesande e Bernardette Milom (os mails funcionaram, salvo o de Bernadette Milon). Já o havia feito em 10-10-2019 e não tinha obtido qualquer resposta da instituição, nem qualquer esclarecimento do ex-primeiro-ministro. Se a instituição não sabia, e não creio na sua negligência, ficou a saber que género de aluno Sócrates e avisada da tese que poderia apresentar... Transcrevo a minha carta aos dirigentes da Sciences Po, realçada a verde, que contém a notícia de Paulo Pinto de Mascarenhas, no CM, de 6-10-2011, e o desmentido do embaixador Seixas da Costa (que eu havia escrito na caixa de comentários deste blogue no poste «Os cordelinhos e o novelo - o caso da admissão de Sócrates na Sciences Po», de 17-10-2011:
  4. «Messieurs,

    Dans le quotidien portugais "Correio da Manhã" (le plus grand journal du pays), du 6-10-2011, une chronique intitulée «Correio Indiscreto» nous a appris que M. José Sócrates, ex-premier ministre du Portugal, a été admis à Sciences Po, à Paris, à la troisième tentative, et ce grâce aux efforts déployés par M. Francisco Seixas da Costa, ambassadeur du Portugal en France. Je transcris l'article original:
    «Correio Indiscreto
    Sócrates foi recusado duas vezes em Paris
    Correio Indiscreto conta-lhe as peripécias de José Sócrates para ser aceite em universidade de Paris
    06 Outubro 2011
    Por: Paulo Pinto Mascarenhas

    A licenciatura domingueira do ex-primeiro-ministro José Sócrates continua a dar que falar. Mas desta vez dá que falar em francês. Rima e é verdade: a entrada de Sócrates no Instituto de Estudos Políticos de Paris, mais conhecido como Sciences Po da Sorbonne, foi por duas vezes recusada. Isto porque o currículo académico em Engenharia não terá sido considerado à altura da instituição francesa, que tem todos os anos 35 mil candidatos para 3500 lugares.
    À terceira lá foi aceite nos estudos de Filosofia, mas para isso teve de entrar em acção o diplomata Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal na capital francesa, que mexeu e remexeu os cordelinhos necessários para permitir a entrada do ex-chefe de governo na universidade.
    Seixas da Costa esteve também na cerimónia de atribuição do doutoramento honoris causa ao ex-presidente brasileiro Lula da Silva, de que o Correio indiscreto deu conta aqui na edição da semana passada.»

    (http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/socrates-foi-recusado-duas-vezes-em-paris220403830)

    Le 16 octobre 2011, M. Seixas da Costa a démenti cette information, admettant toutefois qu'il avait arrangé un contact entre M. Sócrates et deux professeurs universitaires. Il n’a cependant pas identifié ces deux professeurs ni leur institution.
    "O “Correio da Manhã” publicou, na passada semana, uma notícia relativa à admissão do Engº José Sócrates no Instituto de Estudos Políticos, na qual se afirmava que o embaixador de Portugal em França “mexeu e remexeu os cordelinhos para permitir a entrada do ex-chefe do governo na universidade”, após uma suposta “terceira recusa” à sua admissão. Isto não corresponde à verdade. Nunca me foi pedida, nem eu levei a cabo, qualquer diligência para facilitar o acesso do Engº José Sócrates ao Instituto de Estudos Políticos, nem nunca chegou ao meu conhecimento que tenha havido qualquer dificuldade na respetiva admissão naquela escola. No que me toca, e sobre este assunto, os factos são muito simples e não admito que sejam contestados. Em inícios de Julho, o antigo Primeiro-Ministro contactou o embaixador de Portugal, porque gostaria de obter uma informação sobre os cursos existentes em Paris, numa determinada área académica que estava a pensar frequentar. Como na altura veio publicado na imprensa portuguesa, foi-lhe proporcionado um contacto com dois professores universitários, que melhor o poderiam elucidar sobre o assunto. A intervenção do embaixador de Portugal neste processo começou e acabou ali. Só no final de Agosto, quando regressei a Paris, é que vim a saber que o Engº José Sócrates havia escolhido aquela escola e que nela fora admitido."

    Mon intérêt pour la question s'explique par le fait que M. Sócrates, qui a été premier ministre jusqu'au 20 juin 2011, est le plus probable candidat socialiste aux élections présidentielles portugaises de 2016.

    Je suis l'auteur du livre «O Dossiê Sócrates», Lulu Books, 2009 (http://www.lulu.com/content/7672029, avec plus de 23.500 downloads).

    Après des démarches effectuées auprès des media français, M. Peter Gumbel, directeur de la communication de Sciences Po, a déclaré au magazine portugais "Sábado", édition du 17 novembre 2011, que M. Sócrates a été admis à Sciences Po pour un doctorat, qu'il n'a pas été refusé deux fois à l'institut, sa candidature ayant été acceptée d'emblée, et que Sciences Po se réjouit de l'avoir pour élève.
    À ce jour, en dépit des questions que j’ai posées aux dirigeants de Sciences Po, il manque encore des réponses aux questions suivantes:
    1. A quel doctorat de Sciences Po M. Sócrates a-t-il été admis?
    2. Est-il exact que la candidature de M. Sócrates à un quelconque cours de Sciences Po a été admise d'emblée, sans aucunne réserve ni difficulté?
    3. Quelles sont les personnes composant le jury ayant éventuellement admis M. Sócrates?
    4. Est-il vrai que M. Seixas da Costa, ambassadeur du Portugal à Paris, ou quelqu'un de l'ambassade portugaise, a contacté (verbalement ou par écrit) l'un des professeurs du jury d'admission de M. Sócrates (ou l'un des membres de la direction responsable des admissions)?
    5. Ou une autre personne (portugaise, brésilienne ou française, ou d'une autre nationalité) aurait-elle parlé avec des membres du jury, ou de la direction de Sciences Po, au sujet de l'admission de M. Sócrates à Sciences Po?

    Parce que l'Institut d'Études Politiques de Paris est un des plus prestigieux établissements d'enseignement supérieur français, et que ses critères d'admission ne peuvent faire l'objet d'aucun soupçon, je vous serais très reconnaissant de bien vouloir éclairer les circonstances de cette admission en en publiant les divers éléments.

    En effet, les réponses détaillées aux cinq questions ci-dessus me paraissent d'autant plus nécessaires qu'un scandale a récemment affecté, dans des circonstances analogues et grâce au lobbying du Foreign Office, la London School of Economics: http://www.guardian.co.uk/education/2011/nov/30/gaddafi-donation-lse-bribes-inquiry?newsfeed=true ; http://www.guardian.co.uk/world/2011/dec/01/foreign-office-oxford-gaddafi-son.

    C'est pourquoi je crois que les doutes qui persistent dans le cas présent justifient la réalisation d'une enquête indépendante sur l'admission de l'ex-premier ministre portugais, M. José Sócrates, à Sciences Po.

    En vous remerciant à l'avance de votre attention, je vous prie de bien vouloir agréer, Messieurs, l’expression de ma considération distinguée.
    António Balbino Caldeira
    a.b.caldeira@gmail.com
    http://doportugalprofundo.blogspot.com»

  5. Em 17-11-2011, surgiu finalmente, na Sábado (p. 34), uma meia-explicação sobre a admissão de Jpsé Sócrates na Sciences Po, na rubrica «Indiscretos», intitulada «Sócrates doutor», com referência à resposta do porta-voz daquela escola, Peter Gumbel, à revista:
    «José Sócrates está mesmo inscrito na Universidade de Sciences Po (Sciences Politiques), em Paris, e, contrariamente ao que tem sido avançado nos media, “não é verdade que Monsieur Sócrates tenha sido recusado duas vezes em Sciences Po – apresentou a sua candidatura uma só vez e foi admitido”, esclareceu à SÁBADO a universidade. A instituição contactou Sócrates antes de nos responder, pois não fornece quaisquer dados sobre alunos sem a sua autorização. O ex-primeiro ministro está inscrito no programa de doutoramento, que consta de dois anos de frequência curricular e três de elaboração de tese, mas a universidade não revela em que área. Sciences Po tem doutoramentos em sociologia e também em ciência política, mas não em filosofia. Peter Gumbel, director de comunicação, deixa claro: “Estamos satisfeitíssimos por o ter entre os nossos alunos».
  6. Em 15-12-2011, voltei ao assunto no poste «Quelques clés pour comprendre le Sócrates actuel», na qual desmenti a mentira da filosofia (a Sciences Po não tinha nenhum curso de Filosofia) e do doutoramento (era mestrado), a propósito da sua famosa conferência de Poitiers, de 3-12-2018, onde o ex-primeiro-ministro sintetizou o seu pensamento da gestão das finanças públicas:
    «A minha visão é esta... é que para países como Portugal, como Espanha,  ideia que nós te... a ideia que agora é preciso pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos países - estuda-se em Economia, foi isso que eu estudei durante tempo - são, por definição, eternas. As dívidas gerem-se - foi assim que eu estudei».
  7. Retornei ao tema, em 20-12-2011, no poste «O silêncio da Sciences Po e a inevitabilidade de um inquérito interno à admissão de José Sócrates».
  8. Em 27-12-2011, no poste, «A opacidade da Sciences Po» relativamente ao caso, noticiei os escândalos em que aquele instituto universitário, na administração Descoings, havia sido mencionado.
  9. Em 3-2-2012, publiquei o poste «Um aluno especial de corrida», comentando a notícia do correspondente Daniel Ribeiro, «Sócrates é um aluno especial em Sciences-Po», Expresso - Revista, 21-1-2012, p. 29, inserida na  Sócrates, Revista do Expresso, de 27-1-2012, pp. 24-31, na reportagem sobre «A misteriosa vida de Sócrates em Paris»/«A nova vida de Sócrates em Paris».
  10. Em 22-3-2012, comentei no poste «Nova queixa-crime sobre a licenciatura de José Sócrates», apresentada no DCIAP em 20-3-2012, sobre a licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente, apreswentada pelo «cidadão e advogado» Alexandre Lafayette, (que representava o Prof. Doutor Rui Verde no processo da UnI).
  11. Em 4-4-2012, mencionei, de novo, o assunto da entrada de José Sócrates na Sciences Po, no post «O diretor da Sciences Po encontrado morto em Nova Iorque», sobre a notícia de Richard Descoings, de 53 anos, diretor da Sciences Po, conhecido em Portugal pelo polémico processo de admissão do ex-primeiro-ministro português naquele instituto universitário de Paris, ter sido encontrado morto em Nova Iorque no, em 3-4-2012.
  12. Tratei novamente da morte, e vida, de Richard Descoings no meu poste «As folias das elites políticas em França», de 8-5-2012, diretor da Sciences-Po, encontrado morto, nu, num quarto de hotel em New York, em 3-4-2012. Descoings que se terá assumido, segundo o Point, de 9-3-2007 (citado pela F et L, de 1-2-2009, p. 2, em pleno anfiteatro do instituto univeristário, «être le premier pédé de Sciences-Po», e que manteria um imagem falsa, e socialmente rendível, emdois planos: «Gay auprès des puissants, hétéro ailleurs» - Richard Descoings/Ritchie D.. Uma morte que teria acontecido de «Causas naturais», DPP, de 2-6-2012.
  13. Em 9-6-2012, abordei a perplexidade da vida e sustento do estudante-ex-primeiro-ministro na Sciences Po, de Paris, «A vida "contida" de Sócrates», a propósito de um almoço, ventilado para a imprensa, com o seu amigo, e atual diretor de Informação da TVI, Sérgio Figueiredo, na esplanada do luxuoso hotel Altis, de Belém. 
  14. Em 28-5-2013, no poste «Voltei, voltei...» expus novas mentiras da entrevista «Sócrates, o fim do silêncio», do ex-primeiro-ministro à RTP-1, em 27-5-2013.
  15. Em 12-4-2013, para corrigir novas mentiras e falácias que o ex-primeiro-ministro tinha apresentado, em 7-4-2013, no seu novo programa na RTP-1, «A opinião de José Sócrates», expus «Os factos e as mentiras da narrativa de José Sócrates sobre o seu percurso académico».
  16. Em 23-9-2013, no poste «O mémoire de Sócrates», expus as incongruências da notícia (e declarações do próprio) no Expresso, de 21-9-2013, na primeira página (e com desenvolvimento na página 5), «Sócrates publica tese de mestrado sobre tortura» 
  17. Em 19-10-2013, porque o ex-primeiro-ministro procurou passar uma esponja sobre o rasto enlameado do seu percurso académico, publiquei um poste  sobre «A entrevista de Sócrates», a Clara Ferreira Alves, na Revista do Expresso, desse dia, pp. 24-34.
  18. No dia 24-10-2013, publiquei o poste «A apresentação do livro de Sócrates», «A confiança no mundo - Sobre a tortura em democracia», editado pela Verbo (de Paulo Teixeira Pinto), com uma nota sobre o livro, seguida de comentário sobre o evento, por onde desfilou a grossa flor do entulho do regime, de António Costa a Fernando Pinto Monteiro e Noronha Nascimento. Aí conto as peripécias infrutíferas por que passei para tentar obter o «mémoire».
  19. Em 28-10-2013, explorei a questão do registo do projeto de tese de doutoramento em preparação no sítio Theses.fr, da francesa Agence Bibliographique de l'Enseignement Supérieure (ABES), desde 1 de outubro de 2013, em Ciência Política no Institut d'Études Politiques (vulgo «Sciences Po»), sob a direção da professora Astrid von Busekist, de «José Carvalho Pinto de Sousa» (sic), gato escondido com o rabo por dentro, no poste «"José Carvalho Pinto de Sousa" - tout court».
  20. Em 27-3-2015, explico no poste «A tese de Sócrates e o amigo professor de aluguer», a gravidade do facto noticiado por Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, no semanário Sol, desse dia, de o livro assinado por José Sócrates, «A confiança no mundo», de outubro de 2013, alegadamente, não ter sido escrito por ele, mas por «um professor catedrático português», da «mesma geração do ex-primeiro-ministro», e seu amigo, conforme escutas de conversas entre os «dois amigos», no âmbito da Operação Marquês. Escrevi no referido poste, realçando que o problema não era o livro ter sido escrito por um négre, mas a tese, que deu origem ao livro, ter sido alegadamente feita por um professor pago para esse efeito escravo:
    «A crer na revelação das escutas, o problema maior é a tese ter sido escrita não por José Sócrates mas pelo seu amigo professor catedrático. Se assim foi, e a tese tenha sido pelo seu amigo professor catedrático (fluente em francês), ou em português com tradução para francês (o que dá no mesmo), então tal, a ser provado, poderá constituir uma fraude, que a lei de Portugal e de França punem, e trazer consequências penais, tanto para José Sócrates como para o seu amigo professor. Para Sócrates, além do processo judicial por eventual fraude, eventualmente a anulação da tese de mestrado de José Sócrates na Sciences-Po, a sua punição como aluno, e a retirada do grau de mestre. Para o professor catedrático seu amigo, processo judicial por fraude, agravada por ter sido, eventualmente, paga, a vergonha académica e eventual punição, para além do relevo político pessoal deste escândalo.»
  21. Em 7-2-2016, publiquei o poste «O amparo de Farinho», comentando a notícia de Felícia Cabrita, no Sol, de 5-2-2016, «Sócrates pagou a professor para 'ajudar' na tese e no livro», onde era revelado o nome do professor universitário Domingos Farinho, seu ex-assessor para a economia, como alegado autor pago do mémoire de mestrado de José Sócrates, escrito em português, traduzido para francês (por outro négre ainda não identificado) e que foi vertido no seu livro «A confiança no mundo», Aí recomendava que após a acusação do processo, e a conformar-se a notícia das escutas, que seja extraída uma certidão para envio à Sciences-Po e às autoridades francesas para procederem em conformidade. O que não sei até hoje se foi feito.
  22. E, no Expresso, de 16-2-2019, através de Micael Pereira, noticia «Sorbonne admite tirar mestrado a Sócrates», p. 20, ver fac-simile abaixo. A Sciences Po respondeu ao jornalista, que consultou o «mémoire» ('tese' de mestrado) de Sócrates na biblioteca da escola e questionou os três membros do júri, entre os quais a orientadora do mémoire Astrid von Busekist, sobre a escrita da 'tese' não ter sido alegadamente feita por Sócrates, mas pelo professor Domingos Farinho, a quem Sócrates terá pago 40 mil euros, de acordo com o relatório da operação Marquês. A universidade refere já saber do assunto. Na verdade, em 10-10-2011 eu enviei uma mensagem à universidade, que reenviei por mail aos seus dirigentes, a solicitar um inquérito à admissão de José Sócrates na instituição e onde prevenia a instituição para problemas supervenientes. Agora, a Sciences Po através do seu diretor de comunicação, Jerôme Guilbert, da era pós-Descoings, vem dizer o seguinte ao Expresso, de 16-2-2019:
    «Temos conhecimento do processo judicial contra o Sr. Sócrates, que inclui a acusação de branqueamento de capitais [em pagamentos feitos] a favor do Sr. [Domingos] Farinho, suspeito de ter contribuído para a tese de Sócrates. Entendemos que esta acusação é séria o suficiente para considerarmos a retirada por fraude do diploma emitido. Estamos a aguardar que haja uma decisão do tribunal para tomarmos uma decisão».

    «Sorbonne admite tirar mestrado a Sócrates», Expresso, de 16-2-2018, p. 20.


    Contudo, a Sciences Po não pode escudar-se no facto de não haver uma decisão condenatória do tribunal português sobre a acusação de branqueamento de capitais, pelos alegado pagamento de 40 mil euros de José Sócrates a Domingos Farinho, para fazer a tese. A Sciences Po não pode mais protelar um inquérito interno sobre a o mémoire de José Sócrates e a validade do grau de mestre que atribuíu ao seu aluno. Porque o bom nome do instituto universitário francês, atolado na farinha deste saco pestilento, não pode esperar uma década para ser limpo e a a honra desta escola redimida, até para se livrar de vez da herança Descoings.

    Não é sabido se o Ministério Público português extraíu certidão, e enviou ao seu congénere francês, ou se este já requereu informação sobre este caso de repercussão internacional que afeta a imagem da Sciences Po. Se tal não foi feito, deve ser feito sem demora.

    A guerra patriótica de limpeza do Estado português da corrupção que nos arruína não terminou com a prisão preventiva de Sócrates, em 21-11-2014, nem terminará com o seu eventual julgamento ou não (a decisão de pronúncia cabe ao juiz Ivo Rosa), nem sequer trânsito em julgado de sentença, e da sua rede, como salientei no meu poste «Prisão de Sócrates: análise e factos novos», de 24-11-2014. O trabalho patriótico não teme a litigância compulsiva de José Sócrates, como não temeu no passado os referidos abusadores sexuais de crianças da Casa Pia. O sistema está moribundo e estrebucha, mas não hesita em perseguir e punir quem tem a audácia de o afrontar. Porém, acima da minha desprezível vida, está Deus e a Pátria, que jurei há muito servir.
     

Pós-Texto (10:56 de 24-2-2019): Errei, e consequentemente peço desculpa, ao desmentir no poste acima - já emendado - ao dizer que a Sciences Po não fazia atualmente parte da Sorbonne. Na verdade, após negociações de agrupamento, com avanços e recuos (o último dos quais em outubro de 2017), a Sciences Po integra a ComUE (comunidade de universidades e estabelecimentos de ensino superior e de pesquisa) da Université Sorbonne Paris Cité (USPC), ao mesmo tempo que se reclama do estatuto de «universidade» (sítio da Sciences Po consultado às 10:55 de 24-2-2019). Agradeço ao meu amigo José, a clarificação no seu blogue Porta da Loja, na nota que fez, no 22-2-2019, deste meu poste.


Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa foi acusado, no âmbito do chamado processo Marquês, pelo Ministério Público, em 11-10-2017, pela prática de 31 crimes: 3 crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, 9 crimes de falsificação de documento e 3 crimes de fraude fiscal qualificada.
As entidades objeto das notícias que comento, não são arguidas de qualquer ilegalidade ou irregularidade neste caso, e quando arguidas, gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.