sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A manipulação eleitoral da Encomenda


Imagem editada daqui

Do nosso comentador residente Zé dos Montes, uma pergunta sobre a montagem da Operação Encomenda, mais concretamente, uma pergunta sobre a coincidência no mesmo dia da notícia do DN, da publicação do alegado fac-simile do mail entre jornalistas nas fotos do Sapo (!...), a pesca imediata desse facsimile por um dos assessores do Governo para a blogosfera («Miguel Abrantes») e o seu lançamento no blogue oficial da campanha socratina, o Simplex:
«No mesmo dia (18.09.2009) em que o DN publica a transcrição do email entre os jornalistas do público são colocadas no site de fotos do Sapo (http://fotos.sapo.pt/), pelo utilizador “pauloalexandre2”, duas imagens correspondentes às páginas do email do Luciano Alvarez para o Tolentino da Nóbrega:


  • O Miguel Abrantes publica um post com o título "Afinal, há campanhas negras!" no Simplex no mesmo dia 18.09.2009, às 13h55, utilizando as imagens do site do sapo referidas anteriormente: http://simplex.blogs.sapo.pt/288469.html.
    Coincidências?»

    Não interessa quem filtrou a informação e sacou o mail do Público: a fonte estará identificada e, como noutros casos, a sua evolução falará pelo acto. Não interessa conhecer os nomes dos intermediários que prometeram compensação e protecção, depois da autorização de topo. Não interessa conhecer os nomes da célula que guardou a informação (durante 17 meses?...) e montou a operação, sempre sob supervisão de topo, para a lançar no momento preciso. Não interessa sequer saber quem forneceu a Louçã a informação. Nem interessa saber quem foi o carteiro que foi ao Expresso com a informação, nem os telefonemas seguintes e com que interlocutores, nem o porquê da recusa de Balsemão, ou sequer o momento da recusa da programada entrevista de Sócrates ao jornal, por alegadas razões de agenda do primeiro-ministro. Não interessa a identidade do carteiro que levou a notícia ao DN, nem do destinatário, nem os telefonemas a respeito, nem as promessas de compensação e protecção. Não interessa saber a identidade do «Paulo Alexandre2», nem quem lhe forneceu o fac-simile do mail violado, nem sequer do assessor governamental para a blogosfera «Miguel Abrantes» que publicou, no blogue oficial da campanha socialista, o fac-simile do mail violado. Não interessa porque não é preciso. Neste caso, como no da TVI, basta fazer a pergunta clássica de Lucius Cassius Longinus (Ravila), citada por Cicero em Pro Sexto Roscio Amerino Oratio: Cui bono? A um só aproveitou.

    As evidências já eram bastantes. Mais uma vez, se confirma que a Operação Encomenda se tratou de uma manipulação orquestrada, preparada com muita antecedência e cuidado, para sair a uma semana do sufrágio e influenciar o resultado das eleições a favor do Partido Socialista. Nesse sentido, fica para a história da manipulação eleitoral do País.


    Pós-Texto 1 (19:26 de 2-10-2009): O nosso comentador residente Zé dos Montes lembra que a publicação do facsimile do mail (que havia sido publicado no DN, em 18-9-2009, só em transcrição) no Sapo-Fotos e no Simplex foram imediatos à notícia do DN. E prova:

    «Estes são os artigos que o DN publicou e as horas:
    O email foi publicado [no DN] como uma "transcrição".»

    Actualizações: este post foi actualizado às 19:26 de 2-10-2009; e emendado às 23:07 de 2-10-2009. Os links do Pós-Texto 1 já estão corrigidos: o erro provém de o Haloscan colocar automaticamente reticências nos endereços grandes e depois quando se copia o endereço dos comentários este estar incompleto e não permitir o acesso à página.