domingo, 19 de agosto de 2018

Infiel e falsa gente


«Infiel e falsa gente». 
Luís Vaz de Camões (1580). Os Lusíadas. Canto II, 6.

A exoneração do comandante do Regimento de Comandos, o coronel comando Paulo Júlio Lopes Pipa de Amorim pelo general CEME Rovisco Duarte terá sido provocada, segundo o DN (Manuel Carlos Freire), de 10-8-2018, por este ter elogiado o comando Victor Ribeiro, recentemente falecido. Comentei este assunto da exoneração excecional do comandante do Regimento de Comandos  no poste «A perigosa humilhação dos militares portugueses pelo governo da aliança PS-Bloco-PC», em 6-7-2018, mas desconhecia o que a havia desencadeado. Parece mentira, mas é mesmo verdade.

Victor Manuel Tavares Ribeiro foi o primeiro presidente da Associação de Comandos e mobilizador de militares comandos para o contra-golpe do 25 de Novembro de 1975, em ligação com o comandante do RCA, Jaime Neves, que os convocou, e na chaimite do qual rebentou os portões do quartel insurreto da Polícia Militar, chefiada pelo triunvirato de extrema-esquerda de Campos Andrada, Cuco Rosa e Mário Tomé. Note-se que o 25 de novembro foi uma ação militar que, note-se, respeitou a ordem institucional porque foi autorizada pelo então presidente da República Costa Gomes, face à recusa de rendição dos militares da esquerda revolucionária que tinham encetado o golpe. 

O general Rovisco Duarte já tinha embaraçado o seu Comandante Supremo ao não o acompanhar na visita e condecoração com a Ordem do Infante que Marcelo Rebelo de Sousa fez a este militar lendário, que acompanhava Jaime Neves no seu leito de morte, em 23 de março.

Mas o que disse de imoral o coronel Pipa de Amorim no seu discurso de 13 de abril, na cerimónia de receção do estandarte das tropas destacadas na República Centro-Africana, onde ele próprio se notabilizara, ao exército e ao País, que justificasse a fúria do CEMGFA e do Governo?
«Permitam-me homenagear e prestar o meu público reconhecimento a este grande português, um dos últimos guerreiros do império, que como militar, adicionalmente à sua promoção por distinção, foi condecorado com as medalhas de Valor Militar e da Cruz de Guerra e como civil foi agraciado, na véspera do seu falecimento, ainda consciente, no leito onde agonizava, com a Ordem do Infante D.Henrique, pelo Presidente da República.»
I?...

As Forças Armadas são de Portugal. Não são de António Costa e Azeredo Lopes, que ocupam, transitoriamente, o governo da frente popular socialisto-comunista. Não devem ser desrespeitadas por capricho ideológico e irresponsabilidade de políticos antipatriotas que destratam oficiais como se fossem amanuenses e usam chefes como ordenanças, em jogos maçónicos em que diabolicamente se deleitam. Os militares são servidores: não são serventes.

Se Deus me der vida e saúde, eu estarei presente no almoço de homenagem ao coronel Pipa de Amorim, no dia 8 de setembro, sábado pelas 12:30, no restaurante Buffalo Grill do Parque das Nações em Lisboa (inscrições para portugalquequeremos@gmail.com). E recomendo aos patriotas portugueses que, se puderem, compareçam nesta jornada cívica organizado por gente de honra e força.


* Gravura alusiva ao Canto II dos Lusíadas picada daqui.

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