segunda-feira, 14 de março de 2011

A dependência externa do Portugal socialista

O Bank for International Settlements (Banco de Compensações Internacionais) acaba de publicar o seu relatório trimestral, com a exposição dos bancos estrangeiros aos países, segundo dados do final do 3.º trimestre de 2010. Coligi os dados da exposição dos bancos estrangeiros a Portugal, no final do 3. trimestre de 2011 - p. 15 do relatório «Highlights of BIS International Statistics - BIS Quarterly Review - March 2011» - e republico-os (os valores aparecem aqui em milhares de euros e foram convertidos à taxa de câmbio de hoje, 14-3-2011,do EUR/USD=1,395):


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No final de Setembro de 2010, a dívida de Portugal aos bancos estrangeiros era de 230 mil milhões  de euros contra 199 milhões da Grécia (consulte-se a página 15 do relatório e converta-se para euros à taxa de câmbio actual)...

Mais: nesta data, os bancos espanhóis detinham 33,7% dos créditos sobre Portugal, mais do dobro da exposição a Portugal do que os bancos alemães (15,1%) e do que os bancos franceses (14,2%), esta com grande volume de crédito ao sector público (11.500 milhões de euros) - e ainda bastante mais do que as instituições financeiras dos EUA (14,7%), cujos créditos se concentram nos derivados e noutros produtos financeiros. Isto significa que a maior debilidade estrangeira reside nos bancos espanhóis e que os bancos da Alemanha e da França, apesar de terem volumes de crédito significativos (34 mil milhões e 32 mil milhões de euros) não estão assim tão dependentes quanto face à Grécia. Portanto, não se conte com especial tolerância da Alemanha, nem da França, para com a dificuldade portuguesa de pagamento.

Aliás, para não deixar dúvidas, no Telegraph, de ontem, 13-3-2011, lá vem a notícia de que «a Chanceler de Ferro não podia ter sido mais clara: "Quem quiser crédito tem de cumprir as nossas condições"».

Para obter a promessa do crédito às pinguinhas (a desejada «flexibilização» do Fundo Europeu de Estabilização Financeira), o Governo socialista teve de apresentar a contrapartida de um plano de austeridade severo. Creio que o Governo socratino já negociou secretamente o plano de socorro financeiro com a Comissão da União Europeia e o Banco Central Europeu (BCE), sem dar conhecimento ao Presidente da República nem ao Parlamento, para usar quando não conseguir obter financiamento nas emissões de dívida. O que deve estar próximo, pois, como os mercados não têm a mínima confiança nos socialistas, Sócrates esfumou o efeito positivo do PEC V, um pacote de austeridade severíssimo, num dia de bolsa - as taxas estão ao nível de sexta-feira, 11-3-2011, de manhã. Não há bluff que lhe valha.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. António Balbino Caldeira,

O plano tem-se que manter secreto até o Manhoso ter absoluta certeza que o PPD/PSD não vai cumprir a ameaça feita no Parlamento, banco dos réus nunca!

Assim, manda o seu ministro proclamar mais uma:

http://economia.publico.pt/Noticia/teixeira-dos-santos-vai-continuar-a-financiar-o-pais-no-mercado_1484690

O caso é patológico, é muito urgente, a Pátria está a ficar exangue.

Napoleão

Mani Pulite disse...

SÓCRATES JÁ PEDIU O RESGATE DEPOIS DE LEVAR PORTUGAL À BANCARROTA.SECRETAMENTE.JÁ NEGOCIOU AS CONDIÇÕES.SECRETAMENTE.O SEGREDO EXIGIU NÃO INFORMAR NINGUÉM.INCLUINDO O PR.O ANÚNCIO DE NOVAS MEDIDAS FOI FEITO À ÚLTIMA HORA NO MELHOR ESTILO MAFIOSO.OU ACEITAS OU LEVAS.TODO ESTE SECRETISMO DESTINA-SE EXCLUSIVAMENTE A SALVAR A FACE A SÓCRATES EVITANDO QUE TENHA DE RECONHECER PÚBLICAMENTE O SEU FRACASSO TOTAL.COM ESTAS ATITUDES PROVOCATÓRIAS DE RUFIÃO PROFISSIONAL PRETENDE TAMBÉM PROVOCAR A CRISE POLÍTICA QUE DESEJA HABILIDOSAMENTE TENTANDO FAZER CAIR O ÓNUS DA MESMA SOBRE A OPOSIÇÃO,O PSD E PASSOS COELHO E O PR.OU TODOS SE VERGAM À MINHA VONTADE OU SÃO RESPONSÁVEIS PELO DESASTRE NACIONAL A QUE CONDUZI PORTUGAL AO FIM DE 6 ANOS.A DEMOCRACIA PORTUGUESA MORREU NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA,11.TRATA-SE AGORA DE NÃO CEDER AO CHANTAGISTA E DE A RECONQUISTAR NAS URNAS DE VOTO O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL.

Anónimo disse...

Independência ou Sócrates.