Já me tinha chegado a informação, mas não quis crer. A informação era sobre o enigma do impasse do BPN e contrapunha ao método habitual do socratismo um processo de reestruturação financeira, ditado pela situação de agonia do Estado. Assim, aquilo que estava a acontecer não era a engorda do BPN para o Governo o ceder, mimoso e luzidio, a um grupo amigo, à maneira da prikhvatizatsiya de Yeltsin. Era a secagem do BPN e o varrimento do lixo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o BPN: sedução dos melhores clientes e negócios do BPN para a Caixa e passagem de crédito mal-parado e de clientes e negócios inconvenientes para o BPN... Como é evidente dada a natureza nuclear da operação do nacionalizado BPN, o Governo validou esta estratégia e é responsável por ela.
Agora, chega-me uma segunda informação no mesmo sentido e mais concreta:
«Um cliente rico pede seu ao seu gestor no private banking do BPN um financiamento, cujas condições representam um excelente negócio para o banco. Dada a quantia elevada, o gestor precisa de "luz verde" dos seus superiores. Essa autorização nunca chega, não existindo qualquer resposta apesar da insistência do gestor. Ao contactar o seu cliente, pedindo desculpas por este atraso anormal, este revela-lhe que durante esse tempo foi repetidas vezes assediado pela CGD para que obtivesse o financiamento junto deles. O curioso é que o cliente apenas tinha partilhado este negócio com o seu gestor... Esta história não só aconteceu, como não é uma história isolada...»
Se assim é, e parece ser, a Caixa aproveitou o encargo da administração do BPN, nestes dois anos e dois meses, desde 2-11-2008, para se livrar do seu lixo, que varreu para debaixo do tapete do BPN, e compor os seus livros - tal como o Estado, que teria de reflectir, mais cedo do que mais tarde, essa situação nas suas contas -, muito stressados pela sua utilização, pelo Governo Sócrates, como braço de socorro financeiro de certos grupos e empresas em dificuldades, ao mesmo tempo que pilhou o BPN dos melhores clientes e negócios. Esta hipótese explicaria a dificuldade de venda do BPN a outros bancos: estes têm informação do que está a acontecer e recusam ficar com o lixo.
Se esta hipótese estiver correcta, como soa, o aumento do capital do BPN em 500 milhões de dinheiro vivo do Estado é para tapar o buraco alargado pela própria administração da CGD e iludir os interessados renitentes a comprar uma galinha depenada de clientes e negócios, mas com a boca dos funcionários para alimentar.
Se a hipótese se confirma, importa dizer que a estratégia do Governo/CGD de usar o BPN como máquina de secagem de clientes e de carro do lixo da Caixa, um veículo de despejo de créditos mal-parados e maus negócios, é inadmissível e está errada, pelo maior encargo financeiro que provoca para os cidadãos portugueses. O Governo deveria ter aceite o plano Cadilhe e não ter nacionalizado o BPN.
* Imagem editada daqui.
10 comentários:
ACHO MUITO POSITIVA A INICIATIVA DO CM SOBRE O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.SE FOR UM SUCESSO SERÁ UM PRECEDENTE PARA OUTRAS PETIÇÕES.UM ASSUNTO A SEGUIR COM ATENÇÃO...
Assim se compreende a reacção dos cães-de-fila do partido socialista contra o PR.
Como não há transparência,o que impede a seita Sócrates/Vara e quejandos,qualquer deles com provas dadas de desonestidade,de fabricar um buraco à medida dos seus interesses?
Dá a sensação que podem ir cavando mais fundo perante a indiferença geral.
Aliás, um dos mais emblemáticos "negócios", é o do Fino, que transitou da Caixa para o BPN. E porquê? Porque serviu para o Fino comprar acções do BCP a 3 ou 4 euros, e elas estão agora ao preço de um acfézito, 59 centimos!
Pois é, o negócio do Fino, está no BPN!
Não me surpreenderia nada, não esquecer a tomada de poder do BCP com a ajuda da CGD aos Berardos e companhia.
Recordando estas notícias, e olhando para a cotação do BCP hoje:
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O PÚBLICO apurou que Joe Berardo, a família Moniz da Maia (Sogema), Manuel Fino, Pedro Teixeira Duarte e José Goes Ferreira receberam crédito da CGD para comprarem acções do BCP, o que lhes tem permitido ter uma palavra a dizer nos destinos do maior banco português.
Em causa estão operações de financiamento que, só no primeiro semestre de 2007, totalizaram mais de 500 milhões de euros, e serviram para adquirir o equivalente a cerca de cinco por cento do capital do BCP por um total de 22 accionistas, mediante recurso a financiamento da CGD.
Desta fatia, cerca de quatro por cento do capital foram adquiridos pelo grupo de cinco accionistas principais referidos durante aquele período. Neste grupo encontram-se os primeiros proponentes de Carlos Santos Ferreira para a presidência do BCP - Berardo e Moniz da Maia.
http://economia.publico.pt/Noticia/joe-berardo-e-aliados-compraram-accoes-do-bcp-com-credito-da-caixa_1315596
Ou recordar ainda esta notícia.
Não esquecer também que os aumentos de capital na CGD começaram antes desta ter o BPN entre as mãos. Essa teoria talvez não seja descabida de todo, há que investigar as contas da CGD para perceber se há esta "limpeza"
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Banca salva Berardo da falência
Berardo com risco sistémico
É na prática um excelente acordo, já que Berardo investiu mil milhões em acções do BCP, que agora valem pouco mais de €190 milhões. Ou seja, o investidor regista neste momento uma menos-valia potencial de €800 milhões.
http://aeiou.expresso.pt/banca-salva-berardo-da-falencia=f494258
Não tendo nada a ver com este post acho pertinente este assunto.
Acabemos com a lei do crime continuado,abusar 10 vezes de um menor não é o msm que uma.
http://portugueselostchildren.blogspot.com/2011/01/palavras-que-deveriam-tocar-nos-bem.html
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=461343
“Para onde foram os depósitos do BPN? Para a Caixa?”
Ulrich põe o dedo numa ferida que tem estado latente: para onde foram os depósitos que saíram do BPN? “Talvez o esforço da Caixa não seja assim tão grande”, ironiza.
Questionado na SIC Notícias sobre as "surpresas" como a necessidade de fazer um aumento de capital de 500 milhões de euros no banco nacionalizado, Ulrich disse que há muita coisa que não se sabe no BPN. “Não sei se são surpresas”.
Ao longo deste tempo, "provavelmente muitos dos clientes do BPN passaram para outros bancos, inclusive para a Caixa Geral de Depósitos”, afirmou o presidente do BPI. “É visível que os depósitos caíram”.
“Esses depósitos que saíram do BPN, para onde foram? Uma das hipóteses que eu considero é terem saído para a Caixa Geral de Depósitos. É pura especulação, mas nesse caso o esforço financeiro da Caixa não é assim tão grande...”, ironizou.
A Caixa Geral de Depósitos está a gerir o BPN desde a sua nacionalização, sendo o administrador da CGD Francisco Bandeira o presidente do BPN. A "especulação" de Fernando Ulrich significaria que a carteira de clientes da Caixa estaria a ser beneficiada em detrimento da do BPN. A Caixa tem suprido as necessidades de liquidez do BPN, em sucessivos empréstimos que já ultrapassam os 4,5 mil milhões de euros.
Sócrates e Teixeira dos Santos "é que têm de ser questionados" pelo BPN
Ulrich reforça argumentos de Cavaco e diz que BPN podia estar resolvido. “Quem tem de ser questionado é o primeiro-ministro e o ministro das Finanças”.
“A identificação dos activos do BPN que eram maus fazia-se numa semana, não era preciso dois anos”, afirmou Fernando Ulrich. Essa foi, recorde-se, uma das incumbências da Caixa Geral de Depósitos no diploma de nacionalização do banco.
“O que é urgente é que o Governo explique o que é que se passa no BPN, ninguém sabe bem o que é que se passa”, respondeu em relação a necessidades de aumentos de capital.
Ulrich recorda: “Fui a favor da nacionalização do banco” e “continuo a entender que essa foi a melhor solução”. “Isso foi em Novembro de 2008, menos de dois meses depois da crise do Lehman Brothers”. O pior, para o presidente do BPI, foi o que se seguiu, “de Novembro de 2008 até agora”.
O que está em causa não é se o banco “foi bem ou mal gerido” ou se a gestão actual está “a ‘full time’ ou a ‘part time’, mas a opção política que foi tomada depois da nacionalização”, disse Fernando Ulrich.
Recorde-se que Cavaco Silva criticou há dois dias a actual administração do Banco Português de Negócios, presidido por Francisco Bandeira, administrador da Caixa Geral de Depósitos. Fernando Ulrich é apoiante de Cavaco, pertencendo à Comissão de Honra da sua candidatura.
Para Ulrich, “podia-se ter seguido outro caminho” e ter definido naquela altura “como prioridade resolver o problema da forma mais rápida possível”. E dizer “por exemplo que até 30 Novembro de 2009 o problema devia ter sido resolvido. Isto era possível.”
Aliás, “Quando é feita a comparação com os bancos ingleses”, como fez Cavaco Silva, “o que está em causa é isto”, a forma e a demora na resolução do problema.
As autoridades inglesas “sabem que não se pode deixar um problema num banco a marinar porque os clientes podem ir-se embora”. Mas a atitude do Governo português foi outra, “estudar, ver alternativas, no fundo ver se as coisas podiam melhorar. Mas a situação internacional não melhorou, piorou.”
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=461341
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=461341
“A identificação dos activos do BPN que eram maus fazia-se numa semana, não era preciso dois anos”, afirmou Fernando Ulrich. Essa foi, recorde-se, uma das incumbências da Caixa Geral de Depósitos no diploma de nacionalização do banco.
“O que é urgente é que o Governo explique o que é que se passa no BPN, ninguém sabe bem o que é que se passa”, respondeu em relação a necessidades de aumentos de capital.
Ulrich recorda: “Fui a favor da nacionalização do banco” e “continuo a entender que essa foi a melhor solução”. “Isso foi em Novembro de 2008, menos de dois meses depois da crise do Lehman Brothers”. O pior, para o presidente do BPI, foi o que se seguiu, “de Novembro de 2008 até agora”.
O que está em causa não é se o banco “foi bem ou mal gerido” ou se a gestão actual está “a ‘full time’ ou a ‘part time’, mas a opção política que foi tomada depois da nacionalização”, disse Fernando Ulrich.
Recorde-se que Cavaco Silva criticou há dois dias a actual administração do Banco Português de Negócios, presidido por Francisco Bandeira, administrador da Caixa Geral de Depósitos. Fernando Ulrich é apoiante de Cavaco, pertencendo à Comissão de Honra da sua candidatura.
Para Ulrich, “podia-se ter seguido outro caminho” e ter definido naquela altura “como prioridade resolver o problema da forma mais rápida possível”. E dizer “por exemplo que até 30 Novembro de 2009 o problema devia ter sido resolvido. Isto era possível.”
Aliás, “Quando é feita a comparação com os bancos ingleses”, como fez Cavaco Silva, “o que está em causa é isto”, a forma e a demora na resolução do problema.
As autoridades inglesas “sabem que não se pode deixar um problema num banco a marinar porque os clientes podem ir-se embora”. Mas a atitude do Governo português foi outra, “estudar, ver alternativas, no fundo ver se as coisas podiam melhorar. Mas a situação internacional não melhorou, piorou.”
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