quarta-feira, 20 de abril de 2011

A política de quem-vem-atrás-que-feche-a-porta


Se os mercados não antecipam a bancarrota consumada, moratória e pagamento parcial da dívida do Estado português (por aí difundidos sob os eufemismos de default e haircut) para antes da última tranche do programa tri-anual de empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e do Fundo Monetário Internacional  a Portugal - ou seja Abril de 2014 - por que motivo os investidores nacionais e internacionais não comprariam os títulos de dívida (Bilhetes do Tesouro) de prazos curtos que o Governo emite, como hoje, 20-4-2011, de mil milhões de euros?... Outra coisa acontecerá com as necessidades de financiamento das empresas públicas, mas o Governo socialista apenas precisa de transferir o suficiente para lhes pagar salários e juros, atrasando os pagamentos aos fornecedores.

Esses títulos de dívida pública portuguesa de curto prazo - até dois anos - têm risco relevante? Sim, mas é o risco de o grande empréstimo do FEEF/FMI, de 80 ou 100 mil milhões de euros não ser concedido ou ser bastante atrasado. O que, apesar da oposição do provável parceiro de coligação finlandês, e dos opositores do apoio ao que chamam o Club Med na Alemanha, na Áustria, na Holanda, na Áustria e países nórdicos, e dos cépticos do euro, parece muito pouco provável. Portanto, os leilões de dívida a curtíssimo e a curto-prazo do Estado não ficarão vazios e os investidores emprestarão esse dinheiro. Não acredito que a tesouraria do Governo estoire antes das eleições de Junho de 2011 e convinha que os opinadores não se convencessem dessa probabilidade - aliás, Sócrates faria tudo, tudo, independentemente dos meios e das consequências, para que isso jamais acontecesse.

O problema desta política de quem-vem-atrás-que-feche-a-porta é que a slot machine onde o viciado Governo Sócrates enfia o dinheiro vai desbaratar ainda mais a riqueza sobrante do País, arruinando não apenas o Estado, mas também as empresas, as associações e os particulares.

A hipótese marxista de não pagar a dívida, ou de pagar apenas parte, não é viável para um País, que não produz para se alimentar a si próprio (nem desde o século XVI produziu). Quando a Argentina declarou bancarrota, depois de ter falhado pagamentos na última semana de 2001, tinha superavit alimentar e produtivo, podendo viver (muito mal) anos sem empréstimos externos. Mas se o delírio marxista do emprego-no-quadro-para-todos-os- precários - e que se lixem os desempregados que nem sequer recibos verdes têm... - e do não-pagamos (aventando o exemplo da Islândia, após a sua bancarrota, um país que nem sequer integra o euro ou a União Europeia) levasse os portugueses à loucura de aderir às promessas da esquerda radical, e a instituir um Governo que declarasse bancarrota, isso provocaria a falência dos bancos e das empresas e a insolvência das famílias, num contexto de desvalorização e depreciação acentuada da moeda, após a expulsão do euro. Os bancos e as empresas não teriam quem lhes emprestasse dinheiro. As famílias cairiam na insolvência, pois os montantes a pagar nos empréstimos contraídos passaria para o dobro ou o triplo na moeda nacional.

No futuro próximo do fogo deste artifício socialista, na fire-sale das privatizações-relâmpago a que o Governo será forçado para que as tranches de dinheiro vão chegando do FEEF/FMI, não  se esfumará apenas a Caixa Geral de Depósitos e outras jóias do Estado, mas também uma parte significativa das reservas de ouro. No final desta ordália que o socialismo corrupto, apoiado pela parte marxista dos eleitores portugueses (sim, a ideia invejosa de que o avanço económico do indivíduo não se deve fazer pelo trabalho, pela poupança e pelo investimento, mas abocanhando aquilo que é dos outros...), impôs a todo o povo, e inclusivamente a si própria, restará do País um farrapo e, então, talvez a centelha da recuperação moral que é a iluminação da recuperação económica e financeira e social do País pós-Estado social(ista). Até lá, e depois, sem conceder espaço às lágrimas, resta-nos, como sempre, o combate.


Pós-Texto (11:43 de 20-4-2011): Este poste foi escrito antes de conhecido o resultado da emissão de dívida de hoje, 20-4-2011, que o Governo conseguiu colocar. A partir do momento em que foi pedido o socorro financeiro, os mercados antecipam que haverá dinheiro no curto e médio prazo para pagar juros de empréstimos. Depois da emissão, à hora em que escrevo, a taxa de juro das obrigações do Estado português a cinco anos subiram aos mesosféricos 10,83% e a dois anos a 10,29%!... Caminhamos para os 22% na taxa a dois anos dos gregos...


* Imagem editada daqui.

10 comentários:

  1. Começar de novo.

    Têm que se julgar muitos dos criminosos. A gente conhece-os a todos. Eles julgam que escapam.

    O Soares já grita com medo do PREC II. Terá Soares medo de acabar como Craxi, nas praias tunisinas?

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  2. Jose Antonio Salcedo20 de abril de 2011 às 13:16

    Os cidadãos deviam poder processar civil e criminalmente políticos e Governos, sempre que a situação se justificasse - como no momento presente. Essa sim, seria uma cabal demonstração de democracia.

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  3. http://www.publico.pt/Política/primeiroministro-posto-a-leilao-por-75-mil-milhoes-de-euros_1490603

    A Alice do país das maravilhas, ia ser leiloada, coitada da moça.

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  4. Alguem sabe do Mário Crespo?

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  5. Candidatos PSD Viana admitem revisão portagens antigas SCUT

    Os candidatos do PSD em Viana do Castelo admitiram hoje que o atual modelo de pagamento de portagens na antiga SCUT A28 poderá ser revisto, caso o partido vença as eleições legislativas de 05 de junho.
    «O modelo das SCUT foi imposto por um Governo socialista e fracassou. É um mau exemplo da governação, uma trapalhada, e por isso o PS deve explicações», sublinhou Carlos Abreu Amorim.

    O cabeça de lista do PSD por Viana admite, assim, a vontade do PSD em rever o atual modelo de portagens.

    Diário Digital / Lusa
    http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=506399

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    O acéfalo CAA, ainda nem é deputado, e já toma medidas. Os liberais da treta. Irá querer reimplantar auto-estradas socialistas?

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  6. Mas se foi implementada a acção marxista de injectar milhões para salvar os bancos e é aventado o delírio capitalista de pedir emprestado a pagar juros que roçam a usura, não sei qual é a diferença de resultados...
    Esta linguagem retrograda de marxismo vs capitalismo é demasiado demagoga para ser solução.
    Factualmente, se o marxismo/socialismo claudicou, este capitalismo não é nada melhor...

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  7. ps volta a liderar as sondagens

    http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=506455

    vamos todos morrer á fome.

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  8. Caro Prof. ABC.
    Como explicar as sondagens de hoje da Marktest?
    É caso para perguntar? Está tudo "louco"?
    Incompeensível. Há que mudar, mas mudar de forma profunda...

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  9. Primeiro quero responder a Maria dos Cacos: Mário Crespo está de férias, regressará a 25/26 de Abril.
    Interrogamo-nos( alguns de nós ) sobre o mistério que levou anos a fio um Prof Universitário que segundo dizem tinha alta qualidade -Teixeira dos Santos a estar dominado por Socrates! Diria que Socrates domina demasiadas pessoas os motivos são estranhos e não sei se virão a lume algum dia mas assustam.
    Cavaco e Silva não deveria ter estado tão calado estes anos todos.Com a formação académica que tem não poderia pecar por omissão. Urgia que tivesse tomado uma posição firme a tempo de evitar a situação catastrófica em que nos encontramos..Num caso destes a limitação dos poderes deveria ter sido ultrapassada a bem da nação nem que tivesse de ouvir as piores criticas por parte do PS.É em ocasiões destas que se vê a fibra das pessoas.

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  10. Analou

    Tudas as suas dúvidas e perplexidades podem facilmente ser esclarecidas em

    Daniel Estulin

    Toda a verdade sobre o CLUBE DE BILDERBERG

    Nomes e até fotografias dos portugueses mais responsáveis a receber as ordens dos senhores do mundo.

    Tudo ali se explica, para nosso mal.

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