segunda-feira, 18 de abril de 2011

Governo na contingência de empréstimo intercalar do FMI?

O envio do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, à sede do Fundo Monatário Internacional (FMI), neste passado fim de semana, com a justificação floral do encontro da Primavera, sugere, para lá da preocupação do Governo socialista com a inspecção das contas públicas portuguesas pelos experientes técnicos do FMI, a eventual dificuldade em conseguir financiamento rápido do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

O Governo socialista deve estar muito preocupado com a provável insistência do FMI na consolidação das contas do Estado português, pondo dentro do orçamento e da dívida pública, os défices e dívidas das empresas públicas (nomeadamente das empresas públicas falsas) e dos institutos públicos, mais a conta das parcerias parcerias público-privadas e os anexos dos contratos das obras socraónicas. Para tanto, Sócrates apela à solidariedade fraterna do francês Dominique Strauss-Kahn, como tem beneficiado do apoio alemão de Guido Vesterwelle.

A situação da tesouraria do Estado há-de ser tão aflitiva que o Governo deve estar a preparar segundo plano de contingência - à semelhança do socorro financeiro pré-negociado em Março de 2011 com a União Europeia - para a possibilidade de demora, ou reprovação, na concessão de financiamento pelo FEEF: um empréstimo intercalar, de curto-prazo do FMI. A situação foi provocada pela negligência do Governo socialista em pedir o socorro financeiro quando existia disponibilidade política geral para esse apoio, aquando do empréstimo à Irlanda, em Novembro de 2010. A justificação de que o Governo não quis fazê-lo nessa altura para negociar depois condições mais vantajosas está em contradição com a realidade actual. Dificilmente, o Estado não sofre algum género de bancarrota ainda durante o segundo Governo Sócrates com atrasos de pagamento de prestações sociais e devolução de IRS a todos os beneficiários (não vale a devolução selectiva em que se paga a uns e se atrasa na maioria).


* Imagem picada daqui.

7 comentários:

  1. Parece-me ter chegado o tempo em que as palavras já não contam, ou contam muito pouco, tão mau tem sido o uso que delas se tem feito. Mas como "até ao lavar dos cestos é vindima", aqui ficam dois textos que julgo muito poderão ajudar à compreensão desta maldita situação . Um, pelos dados que fornece para se poder aquilatar da dimensão do abismo em que nos encontramos. Outro, porque, enuncia com clareza, saber e muita coragem, as linhas mestras para "resgatar a honra e o futuro" do nosso País. Miguel Cadilhe, mais uma vez, aponta o caminho para tirar Portugal da fossa. De lamentar o silêncio dos meios de comunicação social e das cliques partidárias . Eles lá sabem porquê.

    1. OS VERDADEIROS FACTOS DA CAMPANHA. Aqui: http://desmitos.blogspot.com/2011/04/os-verdadeiros-factos-da-campanha.html

    2. Resgatar a honra e o futuro
    "O que proponho é um tratamento de choque conjugado com o reformismo estrutural do Estado, a irreversibilidade das mudanças e uma relativa defesa da equidade."
    Por Miguel Cadilhe - Público de 16 de Abril 2011.

    Aqui: http://jornal.publico.pt/pages/section.aspx?id=70542&d=16-04-2011#comente

    Para um melhor enquadramento desta proposta, vale a pena consultar o livro:
    "O Sobrepeso do Estado em Portugal
    Uma Proposta de Reforma Conceitual e Administrativa."

    Para os eventuais interessados, informo que o livro está, por exemplo, à venda na FNAC por cerca de 10€. Para aguçar o apetite, aqui fica o vídeo da sua apresentação:
    - http://videos.sapo.pt/zKP60rrQJB9TEWyf95GI

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  2. o gajo da licença ao domingo
    pensava que o regabofe nunca acabava.
    o estoiro não é socialista
    mas dos cada dia mais raros
    contibuintes

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  3. Agora?
    É tarde.
    Pergunte ao senhor PR se tem culpas no cartório porque as tem, é cúmplice, de este tipo continuar e é cúmplice de o não ter demitido, valia o lugar ou não... de PR?
    Ora Professor esta fase está ultrapassada, já nem política vale a pena discutir e com este PSD... Fernando Nobre?
    Não lembra ao diabo, mas será que o tipo líder do PSD quer mesmo ser PM, ou pode, ou deixam.
    A resposta está nos mercados senhor Professor,eles, até parece impessoal, mas tem muita gente que nunca dá a cara por detrás.
    Como os pacotes de democracia exportados pelos USA, cada um conforme a sua possibilidade, na Tunísia para parecer, no Egipto pela estratégia, no Iraque pelo petróleo, nos outros nos que servem de base aos porta aviões norte americanos, aí já podem matar á vontade, afinal os tipos na Líbia que querem a democracia (?) nem são líbios...e aquilo nem é um estado é uma união tribal.
    Professor a Europa está infectada e o BCE não é que parece.
    Sim Sócrates é um aldrabão e depois?
    Espera o quê de um povo mais analfabeto e estupidificado que antes de Abril, até o Otolo já está arrependido...

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  4. OS VERDADEIROS FACTOS DA CAMPANHA

    Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:

    1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos



    2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB



    3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)



    4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.



    5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.



    6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses



    7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.

    8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações



    9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis



    10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB

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  5. 11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB



    12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível



    13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB



    14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado



    15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos



    16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE



    17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos



    18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB



    19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa



    20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)



    21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB



    22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.

    22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade.





    Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado termos de "bom aluno" da UE a um exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência? Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda e com manipulações de factos? As respostas a questas questões são fáceis de dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.

    A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral.

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  6. O maior dos Heróis portugueses é o Dr. Henrique Medina Carreira.

    Cavaco Silva e José Policarpo também terão que se sentar no banco dos réus. Eles sabiam o que andava a fazer o "Engenheiro" de Porto da Carne, e nada fizeram. Associaram-se.

    Medina Carreira é um dos raros portugueses vivos. Os Tugas acabaram com os portugueses, aqueles que sabem o hino nacional, sem ser a cançoneta da selecção.

    Graças a Deus, estamos a chegar ao FIM e ao FMI. Quando Cavaco já vem dizer mal da UE, que foi quem o sustentou durante décadas, logo que acabou o saque do Império Colonial, está tudo dito.

    Portugal está moribundo. Dá os últimos soluços.

    Cavaco Silva serve tanto como o "Engenheiro" ou o Policarpo. Julgados. Será o seu fim. E o nosso princípio, como gente digna, que deveremos ser.

    Quanto a Guido Vesterwelle, só se for Amigo de alcova de Sócrates. Pois, Guido é um acérrimo liberal alemão, que costuma levar o seu Consorte para todo o lado, excepto para a Arábia Saudita. Pois, o petróleo manda mais do que o lobby Gay.

    A luta continua.
    A vitória é certa.

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  7. Entre as personalidades com responsabilidades políticas em Portugal, o primeiro-ministro é apontado como o principal responsável (65%) pela actual crise. E ao contrário do que ainda hoje garante o líder socialista, o PEC IV apresentado pelo Governo não era solução: 67% dos inquiridos garante mesmo que não evitaria um pedido de ajuda externa caso a oposição, a 23 de Março, tivesse viabilizado a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento que o Governo colocou a votos no Parlamento.

    http://economico.sapo.pt/noticias/portugueses-apontam-socrates-como-principal-culpado-pela-crise_116381.html

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