Mural do MES. Unidade do povo contra o fascismo, pelo poder popular. 1975.
Na noite de
24 de Novembro de 1975, enquanto os militantes do Partido Comunista, do Couço a Grândola enchiam as cartucheiras e aqueciam os motores das camionetas para vir participar na revolução, em Lisboa, juntamente com o Ralis, Copcon e os paraquedistas chefiados por sargentos, além dos civis a quem tinham sido previamente distribuídas armas, Eduardo Ferro Rodrigues, radical do MES, organizava os
SUV (Soldados Unidos Vencerão) do Regimento de Infantaria n.º 2, de Abrantes, para rodar sobre a capital. Antes da meia-noite, e apesar da relação de forças favorável à instauração de uma ditadura do proletariado, o Politburo soviético ordena a Cunhal que pare e este, como sempre, obededece, com a garantia de Melo Antunes, do
Grupo dos Nove, num
encontro em casa de Nuno Brederode Santos (da fação moderada do MES), de que o PC não seria ilegalizado. Os russos já estavam satisfeitos com a independência de Angola, proclamada pelo MPLA em 11 de novembro de 1975, e não queriam abrir mais uma guerra civil, de resultado provavelmente funesto. A aventura de criar um reduto comunista na ponta da Europa ocidental havia terminado. A embaixada soviética em Lisboa evacuou cerca de uma centena de conselheiros de
inteligência e militares e Cunhal recebeu, como prémio de obediência, a
Ordem de Lenine.
Ferro Rodrigues, Vieira da Silva e o seu grupo, continuaram no MES, cada vez mais radicalizado, apesar de progressivamente esvaziado por consecutivas dissidências. Chegam ao PS em 1986, sem nunca terem renegado os princípios marxistas e os fins leninistas.
O
XXI Governo (in)Constitucional, emanado da retaguarda de esquerda, que tomou posse em 26-11-2015, não é um governo socialista. Em rigor, é
um Governo MES, o Movimento da Esquerda Socialista, que pretendia federar o socialismo marxista e revolucionário, unindo a extrema esquerda ao PC ao socialismo utópico, e circundando o PS carlucciano de Soares.
O verdadeiro primeiro-ministro deste Governo MES é José Vieira da Silva, que controla diversos ministros - Augusto Santos Silva (formalmente o número dois do Governo!...), Maria Manuel Leitão Marques (mulher de Vital Moreira), Azeredo Lopes, Pedro Marques, Eduardo Cabrita e mulher (Ana Paula Vitorino), João Pedro Matos Fernandes (no Ambiente, mas que ficou com a administração dos fundos comunitários!...), Tiago Brandão Rodrigues (o Ministério da Educação sempre controlado pelos Pedrosos) - e o próprio António Costa, através da filha Mariana, que colocou como Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro, além de Margarida Marques (secretária de Estado dos Assuntos Europeus e mulher de Porfírio Silva, do clã de Paulo Pedroso). A Maçonaria (Grande Oriente Lusitano) também tem uma quota, liderada por Frncisca van Dunem (mulher de Eduardo Paz Ferreira), e João Soares no papel de bobo desta corte na aldeia socialista. Centeno é uma carta baralhada fora deste baralho, com currículo para brandir no Eurofin, apesar da falta de formação em finanças públicas. E Costa é apenas o Ministro Sem Pasta, dedicado às relações públicas.
Fora do Governo, mas dentro do poder,
o PC funciona como um Senado, que chantageia e veta, dotado de poderes operacionais através dos seus controleiros, que promove. Vai garroteando Costa até ao golpe de misericórdia em circunstância que lhe pareça favorável à desmobilização eleitoral socialista: o PC tem um número de eleitores cristalizados, quais estátuas de sal, e o seu crescimento eleitoral é uma miragem percentual - sobe a percentagem quando os outros se abstém. E
o Bloco de Esquerda exigirá uns lugares no aparelho de Estado, além da agenda cor-de-rosa e anilada.
Uns e outros, retomam a
política estatista, de desprezo do trabalho, inimiga da criação de riqueza, e promotora do ócio. E regressam à
política relativista de perseguição da família e dos valores, sagrados e profanos, entranhados no povo, e das instituições que os promovem, como a Igreja e as instituições da sociedade civil. Enquanto erguem uma megamesquita em Lisboa, derrubam os pilares de sustentação da sociedade portuguesa.
Este (des)Governo durará o tempo que cada componente desta coligação instável quiser e o dinheiro permitir. Mas, entretanto, ferrosos e socratinos (um dos advogados de Sócrates, Miguel Prata Roque, foi colocado novértice de Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros), os socialistas tentarão limpar rapidamente a justiça dos magistrados incorruptíveis, com destaque para o juiz Carlos Alexandre, e dos procuradores implacáveis.
Os serviços de informações, as polícias, certos magistrados de confiança, as direções fiscais, as agências que administram os subsídios às empresas, esses retornam à função de braços armados do poder socialisto-maçónico, na imposição de um regime tendencialmente autoritário, limitando as liberdades políticas e sociais. Voltou o tempo do lobo, dos uivos e das ciladas. E nós, para além do remanso de PSD e de CDS, vigilantes, mantendo, sem abrandar nem brandura, o combate pela democracia, pelo Estado de direito, pela liberdade e pela Pátria.