- os spinolistas, que a provocaram a médio prazo, queriam tomar o poder do Estado para um cesarismo confederativo;
- os raros comunistas queriam, por esta ordem, descolonizar para os russos e instaurar no Portugal europeu um Estado comunista (as ilhas dos Açores e da Madeira, apesar de geograficamente separadas do continente, e tão desabitadas antes da chegada dos portugueses como Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe, não eram para autodeterminar porque podiam cair na mão dos americanos...);
- a maioria dos oficiais do quadro do MFA, resolvida a reivindicação da precedência sobre os milicianos, pretendia, como a maioria do povo, a liberdade política e a democracia representativa, bem como o desenvolvimento económico livre.
A dinâmica utópica da revolução propulsionou os capitães, e raros majores, do MFA que para funções administrativas para as quais não tinham preparação técnica e muito menos política ou económica. E, na linha da revolução cubana, o delírio revolucionário comunizou muitos oficiais politicamente neutros envolvidos no PREC (Processo Revolucionário em Curso - era útil fazer uma pesquisa dos jornais da época para conhecer o autor da expressão, tal como o da «descolonização exemplar»).
Resultou dessa politização extremista dos oficiais subalternos graduados em generais e em oficiais superiores e do impulso frentista (de direção comunista) dos média tomados pelas franjas extremistas, a ideia falsa de que a revolução do 25 de abril tinha, não o propósito da liberdade e da democracia representativa e do desenvolvimento económico associado através da economia de empresa, mas a repressão de sinal contrário e a «democracia popular» (ditadura do proletariado), com imposição de uma economia de direção central. Essa ideia tem sido repetida até à sua consolidação mediática, que parece impor-se. Um resultado, reconheça-se, que foi paradoxalmente ajudado pelos nostálgicos do regime anterior que descreveram desde logo a revolução como um golpe de Estado comunista, ignorando também a complexidade dos segmentos de mercado da sua génese e da população.
Assim sendo, fala-se em «Abril» para significar uma revolução marxista, de matriz cripto-comunista. Não era esse o «Abril» que mais de 79,43% da população (PS na altura de um Soares carluccista anticomunista) queria, conforme se provou nas eleições para a Assembelia Constituinte em 20-4-1975, que foi a consolidação do espírito popular de 74. É com esse «Abril», antidemocrático - onde cada cidadão não vale um voto e cada opositor não vale nada - porque desde o início, e mesmo após eleições, não respeitador da maioria da vontade do povo, que as antenas cripto-comunistas trotski-radicais e socialisto-marxistas, que enchem os média, vociferam num crescendo ubíquo, que começa logo depois do Carnaval e se prolonga até ao 1.º de maio. Com que objetivo? A reconquista do poder ao estilo de «o-Alentejo-ainda-há-de-ser-nosso», de um Estado perdido pela debilidade comunista nas mesmas ruas que apregoam ser a ágora do escrutínio.
A constestação do Governo, do Presidente, do próprio regime, são democraticamente legítimas. Mas do que se trata nesta frondice não é de uma tentativa constitucional de substituição do Governo e da Assembleia da República por outros de cor vermelha retinta. Trata-se do apelo à insurreição do povo e agora, descaradamente, das forças armadas e policiais, com o argumento, que falta demonstrar nas urnas de voto, de que o povo quer afinal o regresso do autoritarismo socialista ou do delírio comunista. Mesmo perante uma Europa em fervura irredentista, e, também por isso, atingindo a convição geral de que, apesar do requerido trabalho de casa dos governos empenhados em cobrir o passivo de executivos irresponsáveis existirá uma solução europeia para a dívida, para a qual o escarcéu socialista-comunista de um país com 2% da população da União pouco menos do que nada conta. E perante o contexto favorável a uma saída formalmente limpa da situação de protetorado do programa de socorro financeiro da União Europeia e FMI, possibilitada pela descida da taxa de juro das obrigações do Estado português a 10 anos para valores na casa dos 3,74%, em 21-4-2014..
E por que acontece este apelo à revolução frentista (marxista...), de Mário Soares, Vasco Lourenço (calado durante a ruína socialista e só agora, em 12-4-2014, três anos depois do adeus, denunciando a corrupção do regime socratino - «corrupção pura e dura, crua») e Freitas do Amaral?... Porque aquilo que se lhe opõe é uma direita de interesses, que ninguém quer defender - nem os próprios entretidos nos negócios, no corta-fitismo e na desorientação -, e uma lacuna política de meios de comunicação (jornais digitais) francos. Perante o baldio mediático da direita, a esquerda instala o seu esplendor revolucionário mediático.
* Imagem picada daqui.
O Soares era anticomunista?
ResponderEliminarNão me parece.Só meteu o marxismo na gaveta porque o Cunhal tapava-lhe o lugar.No fundo,tudo se reduziu a uma disputa de cargos,no que toca ao vigarista do Soares.
O Cunhal,também obcecado com o papel de protagonista,já tinha outra coerência.Estava apostado em tornar Portugal uma colónia russa,cheia de Gulagues e ficar como maioral.
No fundo,ambos são lixo humano,traidores da pátria.
A "descolonização exemplar" é uma afirmação do filho da puta do Soares ou do seu comparsa de negócios da Irmandade maçon, Almeida Santos. Foram eles os pais do fim do Império.
ResponderEliminarO Império foi seguro por muito sangue português, que agora está livre de segurar o que quer que seja.
Agora, os filhos dos portugueses caminharão paulatinamente para a emigração imparável, e uns quantos ficarão por cá, a servir os novos Senhores da gleba, angolanos, chineses e alemães.
Está à vista o fim de uma nação com quase 900 anos de Independência, tudo graças aos Otelos, Vasquitos e Spínolas. Que a terra lhes seja tão pesada como o Morro do Buçaco.
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ResponderEliminarUma rara portuguesa: Helena Matos.
ResponderEliminarhttp://economico.sapo.pt/noticias/reciprocamente-obrigados_191602.html
a minha questão é outra: onde e quando manifestarão os militares o seu agradecimento ao País? Porque não é apenas o País que está em dívida para com os militares.
Os militares também estão em dívida para com o País. E não lhe devem pouco. Não, não falo das reformas, das comissões e de questões materiais. Falo de honra, coisa sem preço e que os militares não podem dispensar. Durante estes quarenta anos os civis têm sido o conveniente bode expiatório da forma como as Forças Armadas Portuguesas (ou parte delas) conseguiram impor que se saísse de África e de Timor: abandonando as populações, prendendo líderes de partidos não conformes aos movimentos que os militares portugueses tinham definido como interlocutores, entregando cidadãos portugueses a alguns desses movimentos, transferindo informações militares classificadas para os grupos que pretendiam favorecer (nesta última matéria vale sempre a pena ouvir e ler os depoimentos provenientes de Cuba)…
"A chamada Direita, em Portugal, é não - ideológica. A Direita baseia-se em escroques como o Freitas, o Barroso, o Cavaco, o Portas, tudo gente que quer apenas encher-se de mordomias e de fausto. Por isso, pergunta-se, o que esperar desta Direita? Nada"
ResponderEliminarNenhum deles é de direita.O Barroso até é esquerda. Os restantes são centristas.
A direita em Portugal é cobarde.Não assume e vive envolvida em negócios com a esquerda que domina todo o espectro do poder.
Da direita nada vem.
Da esquerda vem miséria,bancarrotas,corrupção,pedofilia,homossexualismo,aborto,casamentos de panascas e fufas,ateísmo,todo o cardápio de degradação moral.
Prof. Caldeira,
ResponderEliminarIsto é a Direita merdosa tuga.
http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/camilo_lourenco/detalhe/em_que_freitas_do_amaral_acredita_voce.html
Em que Freitas (do Amaral) acredita você?
Em 1986, o PCP dizia que votar em qualquer dos candidatos às presidenciais, Mário Soares e Freitas do Amaral, era "contra-natura". Mas confrontado com Freitas e Soares na segunda volta das eleições, "engoliu o sapo" (outra expressão preferida de Cunhal) e votou em Soares. Supõe-se que por ser menos "contra-natura"… Fast forward - o mesmo Freitas parece acreditar agora que o mesmo PCP e a Esquerda radical vão esquecer o Freitas de 1986: de cravo vermelho ao peito e evidenciando imensa falta de vergonha (aprendeu muito com Mário Soares…) surgiu no debate "O sistema político e os partidos" a dizer autênticas "pérolas". Como "este é o governo mais à Direita em 40 anos" e "estamos perante um retrocesso histórico"… Freitas chegou, ao fim de 40 anos de política (se descontarmos as ligações ao anterior regime), ao zénite da imbecilidade: participou num dos piores governos da Democracia, de onde saiu empurrado, e nos anos mais recentes vem-se desdobrando em intervenções a roçar a indigência.
Direita ? Qual direita ? Há alguma direita em Portugal ? Onde ? Quem ?
ResponderEliminarTodos trafulhas de esquerda !
Mais um herói de Abril,condecorado pelo Sampaio,do socialismo corrupto.
ResponderEliminarAté os criminosos de delito comum levavam comendas.Este já está a contas com o Criador.
https://docs.google.com/file/d/0B7igymbYeq5wMWtvOFdFRUxjaXM/edit?pli=1
Esta é a Direita bacoca tuga:
ResponderEliminarhttp://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/pires_de_lima_ate_eu_ja_tenho_sapatos_portugueses.html
- Senhor ministro, calça Portugal? - Às vezes calço Portugal - depende, tem dias! - Isso quer dizer que nem sempre calça sapatos portugueses, certo? - Todos nós temos a oportunidade de comprar mais português, como é evidente. - Mas neste momento calça sapatos portugueses? Teve esse cuidado? - Neste momento? Não. Este diálogo, entre o jornalista do Negócios e o ministro da Economia, aconteceu a 4 de Março passado, em Milão, no final da visita de Pires de Lima a algumas empresas portuguesas presentes na Micam, maior feira mundial de calçado. O ministro da Economia confessou então que calçava sapatos de marca estrangeira quando tinha acabado de elogiar a performance da indústria nacional de calçado, “um sector exemplar em Portugal”, que merece que tenha “decidido sair do conforto da Horta Seca [onde se situa o Ministério da Economia, em Lisboa], para estar em Milão estes dois dias com os empresários do calçado”.
O ministro não foi politicamente correcto.
ResponderEliminarToda a gente gosta de rábulas como aquela do Sócrates ir de Renault 5 para o programa que mantém na RTP,deixando o Mercedes na garagem.
Se o ministro comprasse uns sapatos só para a ocasião,iam implicar com a gravata.
Faz parte das tácticas da esquerda,este género de folclore e perseguição na tentativa de desmoralizar publicamente os adversários.
Já a Isabel do Carmo,é uma democrata,mesmo com as bombas e os assassinatos.
Enfim,fait-divers.
https://www.youtube.com/watch?v=CMRVChjjFgY
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ResponderEliminarParem de falar mal dos militares. Tirando a derrapagem do PREC foram os militares, bem ou mal, que deram o passo para substituir Caetano e que, em Novembro de 75, entregaram o poder aos legítimos representantes do povo, regressando aos quartéis. A grande maioria dos militares nunca se colocou nos bicos dos pés e não saíram beneficiados em nada nesta III República, ao contrário de imensos políticos e empresários que mais não fizeram que meter Portugal no bolso, colocando-nos no estado em que agora nos encontramos.
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