A decisão do Presidente Cavaco Silva exonerar os seus consultores da Casa Civil, Dr. Vítor Martins e Eng. Sevinate Pinto não retira uma linha ao que escrevi ontem sobre o Manifesto para a reestruturação da dívida. Pelo contrário, acrescenta outra. Apesar da invocação oficial de Belém de que os dois não deram «ao Presidente previamente informação nem conhecimento da sua iniciativa» e do seu declarado distanciamento póstumo do manifesto. Ora vamos lá pô-la. Escrevi ontem, 12-3-2014 aqui:
Cavaco usou, deu corda e aflito com as consequências... deixou cair. A sua fraqueza moral leva-o a recuar perante o perigo e a sacrificar soldados, que abandona desamparados no campo de batalha. Com esse comportamento cínico, desmotiva o empenhamento dos seus colaboradores e aliados e exibe um sinal de fraqueza perante os adversários. Sócrates, com todos os defeitos que lhe conhecemos, nunca o faz porque sabe que essa é uma condição indispensável de poder: no man left behind.
Do Portugal Profundo, não concordo com o Manifesto subscrito por Vítor Martins e Armando Sevinate Pinto. Mas tenho a melhor das referências sobre o sentido do dever e o seu patriotismo de um e de outro. Creio que eles, insuspeitos de socialismo, foram inspirados pelo próprio Presidente para uma posição muito desconfortável de apelo ao não pagamento da dívida pública do País - que dificilmente seria a sua - e que, como homens de honra, que acredito serem, assumiram aceitaram pessoalmente o odioso da manobra para afinal, protegerem quem os deixou cair.
Numa altura em que o País se apresta para retomar a sua soberania formal,- com taxas de juro das obrigações do Estado rebaixadas pela conjunção do cumprimento pacífico do programa de ajustamento e recuperação económica e da modificação da política europeia desde a presidência Draghi do BCE (1-11-2011) face à ameaça Marine Le Pen, com compra maciça de títulos no mercado secundário, e agora com a mudança do tabuleiro financeiro para o tabuleiro geopolítico após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 28-2-2014 - Cavaco manifesta a sua oposição a essa reconquista formal, em nome de um «programa cautelar». A forma de «programa cautelar» só tem interesse para si, e para a oposição, para dizer que o Governo falhou no cumprimento do programa de ajustamento porque não seguiu os conselhos equívocos de Sua Excelência. Mas se, na verdade, não é Governo o autor principal do mérito nem a União Europeia/FMI, se foi o povo, as famílias e as empresas, que sucederam no sacrifício de uma injusta austeridade desigual, quem não entende isto despreza o duplo sacrifício do povo em proveito da cínica tática política.
Aliás, a fundamentação da reestruturação da dívida que o Protocolo apresenta e a análise que o Presidente faz no prefácio do livro «Roteiros VIII» do Presidente e não é muito diferente, o que indica uma análise convergente. Justifica-se no Manifesto:
Com esta guinada à esquerda, que se soma aos vetos e intervenções críticas sobre medidas de austeridade do Governo - e até a manifestação de oposição ao referendo sobre a coadoção e adoção de crianças por casais homossexuais!... - Cavaco queria voltar ao comando político do País, com um governo attrape-tout de salvação nacional, a que agora chama «compromisso nacional de médio-prazo». Nisso insiste mesmo depois do País náufrago e ferido ter dado à costa de si e começar a recompor-se, Cavaco quer torná-lo uma cobaia de curandeiros charlatões, sujeito a mezinhas contraditórias em vez de alimento e autonomia. Ainda que para tal ouse envolver-se numa salada russa azeda que vai da direita dos interesses ao radicalismo marxista de Carvalho da Silva, de Francisco Louçã e da filha (como leio no Manoelinho) de Camilo Mortágua!... Cavaco falhou redondamente. Fica ainda mais mais isolado, mais marginal, mais irrelevante.
«Não é possível que Leite, Martins e Sevinate, tivessem subscrito o manifesto sem autorização de Cavaco»A vírgula, então:«,»
pelo contrário, hão-de tê-lo feito com inspiração do próprio presidente que aliás deve ter sido contactado pelos prováveis organizadores do Manifesto (Soares, com apoio do operacional Vítor Ramalho, mas também Cravinho e Pacheco Pereira).Cavaco Silva demorou trinta horas - entre as 10:15 de 11-3-2014 (notícia do Manifesto no Expresso) e as 16:59 de 12-3-2014 (notícia da sua decisão) para exonerar os seus colaboradores?!... Aí está a prova daquilo que entendo ser a sua maquinação, a sua hesitação e a sua fuga. Cavaco fez com Vítor Martins e Sevinate Pinto o que antes já tinha feito com Fernando Lima (em 21-9-2019). Pior, porque nesse caso foi obrigado a recuar e agora os dois colaboradores de ontem já nem constam hoje, quinta-feira, 13-3-2014, na lista da sua Casa Civil.
Cavaco usou, deu corda e aflito com as consequências... deixou cair. A sua fraqueza moral leva-o a recuar perante o perigo e a sacrificar soldados, que abandona desamparados no campo de batalha. Com esse comportamento cínico, desmotiva o empenhamento dos seus colaboradores e aliados e exibe um sinal de fraqueza perante os adversários. Sócrates, com todos os defeitos que lhe conhecemos, nunca o faz porque sabe que essa é uma condição indispensável de poder: no man left behind.
Do Portugal Profundo, não concordo com o Manifesto subscrito por Vítor Martins e Armando Sevinate Pinto. Mas tenho a melhor das referências sobre o sentido do dever e o seu patriotismo de um e de outro. Creio que eles, insuspeitos de socialismo, foram inspirados pelo próprio Presidente para uma posição muito desconfortável de apelo ao não pagamento da dívida pública do País - que dificilmente seria a sua - e que, como homens de honra, que acredito serem, assumiram aceitaram pessoalmente o odioso da manobra para afinal, protegerem quem os deixou cair.
Numa altura em que o País se apresta para retomar a sua soberania formal,- com taxas de juro das obrigações do Estado rebaixadas pela conjunção do cumprimento pacífico do programa de ajustamento e recuperação económica e da modificação da política europeia desde a presidência Draghi do BCE (1-11-2011) face à ameaça Marine Le Pen, com compra maciça de títulos no mercado secundário, e agora com a mudança do tabuleiro financeiro para o tabuleiro geopolítico após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 28-2-2014 - Cavaco manifesta a sua oposição a essa reconquista formal, em nome de um «programa cautelar». A forma de «programa cautelar» só tem interesse para si, e para a oposição, para dizer que o Governo falhou no cumprimento do programa de ajustamento porque não seguiu os conselhos equívocos de Sua Excelência. Mas se, na verdade, não é Governo o autor principal do mérito nem a União Europeia/FMI, se foi o povo, as famílias e as empresas, que sucederam no sacrifício de uma injusta austeridade desigual, quem não entende isto despreza o duplo sacrifício do povo em proveito da cínica tática política.
Aliás, a fundamentação da reestruturação da dívida que o Protocolo apresenta e a análise que o Presidente faz no prefácio do livro «Roteiros VIII» do Presidente e não é muito diferente, o que indica uma análise convergente. Justifica-se no Manifesto:
«A dívida pública tornar-se-á insustentável na ausência de crescimento duradouro significativo: seriam necessários saldos orçamentais primários verdadeiramente excepcionais, insusceptíveis de imposição prolongada.»Diz Cavaco Silva no prefácio deste seu livro, publicado em 8-3-2014:
«Pressupondo um crescimento anual do produto nominal de 4 por cento e uma taxa de juro implícita da dívida pública de 4 por cento, para atingir, em 2035, o valor de referência de 60 por cento para o rácio da dívida, seria necessário que o Orçamento registasse, em média, um excedente primário anual de cerca de 3 por cento do PIB. Em 2014, prevê-se que o excedente primário atinja 0,3 por cento do PIB. (...)O Presidente de Portugal não acredita no País. No prefácio do livro, a palavras «crescimento» aparece 20 vezes contra apenas 2 vezes a palavra «austeridade», o que é coerente com as críticas que tem feita à política austera do programa de ajustamento. E mais sabe que o «compromisso» (19 vezes gasto no prefácio) em que teima, com os socialistas e quem mais fosse, exigiria a abertura dos cordões de uma bolsa quase vazia. Por mor de quê, senão da importância vazia de si próprio, é que Cavaco quer passar da contenção atual para o desbragamento socialista?...
Depois de concluir os respetivos programas de ajustamento, estes países continuarão sujeitos a uma supervisão pós-programa até terem reembolsado pelo menos 75 por cento dos empréstimos que lhes foram concedidos pela União Europeia, período que pode ser prorrogado por decisão do Conselho, sob proposta da Comissão.
Face à extensão em sete anos do vencimento dos empréstimos concedidos a Portugal pela União Europeia (52 mil milhões, no final do programa de ajustamento), não se prevê que ocorram reembolsos antes de 2025 e que a percentagem de 75 por cento dos reembolsos seja atingida antes de 2035.»
Com esta guinada à esquerda, que se soma aos vetos e intervenções críticas sobre medidas de austeridade do Governo - e até a manifestação de oposição ao referendo sobre a coadoção e adoção de crianças por casais homossexuais!... - Cavaco queria voltar ao comando político do País, com um governo attrape-tout de salvação nacional, a que agora chama «compromisso nacional de médio-prazo». Nisso insiste mesmo depois do País náufrago e ferido ter dado à costa de si e começar a recompor-se, Cavaco quer torná-lo uma cobaia de curandeiros charlatões, sujeito a mezinhas contraditórias em vez de alimento e autonomia. Ainda que para tal ouse envolver-se numa salada russa azeda que vai da direita dos interesses ao radicalismo marxista de Carvalho da Silva, de Francisco Louçã e da filha (como leio no Manoelinho) de Camilo Mortágua!... Cavaco falhou redondamente. Fica ainda mais mais isolado, mais marginal, mais irrelevante.
Caminhos de um Portugal inconsequente.
ResponderEliminarCavaco quer parecer e funcionar como Marcelo Caetano. Joga com a Direita Conservadora, mas quer estar a "evoluir na continuidade". É o que se chama, não ir a lado algum.
Cavaco mostra preocupação com o seu "legado". Tem medo que digam que foi um PR de barricada.
O problema é que Cavaco ficará para a História como a outra moeda do Regime. De um lado Soares. Do outro, Cavaco.
Foi Cavaco que iniciou o bodo aos ricos dos Fundos Comunitários. Foi Cavaco que aumentou exponencialmente o custo da Função Pública e dos reformados. Foi Cavaco que patrocinou vários gangues nacionais, desde o BCP até ao BPN. Foi Cavaco que patrocinou a mudança de Portugal para "uma economia de serviços".
Não é possível a quadratura do círculo. Não é possível querer o eleitorado conservador, tradicional e dar umas guinadas até para públicos impossíveis como os gays.
É a salada russa de Caetano, revisitada. Vai acabar como Caetano. Mal. Ainda bem.
O grande tremor da Europa e de Cacaco, serão as próximas europeias, que vão trazer um Parlamento com mais de 30% de eurocépticos.
Não tenho nada esssa opinião e não faz sentido nenhum o PR ter conhecimento do apoio ao manifesto desta parelha e depois,afastá-los por essa mesma razão.Não é lógico,não me parece verdade.
ResponderEliminarFica sempre bem bater em Cavaco,a esquerdalha inteira rejubila e dá muitos vivas e os grupelhos do PSD que tocam pífaro,idem.
No essencial Cavaco é um cobarde.Tudo decorreu e decorre desse facto elementar.
ResponderEliminarEngraçado hoje, um tal de José Eduardo Martins (do partido da Lapa)acabar por indiciar, no jornal do Mário Crespo, que no fundo o Manifesto foi a resposta a Cavaco para o consenso entre os "partidos do arco da governabilidade". O problema de Cavaco deve ter-se chamado Bruxelas, BCE e Frau Merkel.
ResponderEliminarQuem brinca com o dinheiro, tem que engolir sapos!
Está a entrar em delírio, Balbino. Tome os comprimidos antes que deite fogo a este blog tão engraçado.
ResponderEliminarPartilho:
ResponderEliminarhttp://www.publico.pt/sociedade/noticia/criancas-de-casais-homossexuais-desenvolvemse-como-as-outras-1628232
Não percebem que a Ciência não tem a resposta para isto. As consequências virão dentro de décadas.
O pasquim Público pertence à máfia que domina a comunicação socialista.
ResponderEliminarÉ um antro das causas de cu.