Quando o próprio FMI admite falhas no resgate financeiro da Grécia e aponta o dedo ao falhanço nas escolhas das reformas estruturais determinadas pela Comissão Europeia naquele país (ver WSJ, de 5-6-2013, o Monde, de 5-6-2013 e o Ekathimerini, de 6-6-2013), recomendo a leitura do artigo de Mathew O'Brien, The Mystery of Why Portugal Is So Doomed, em 5-6-2013, em The Atlantic, onde se expõe o problema da falta de crédito às pequenas e médias empresas (PMEs) portuguesas e a sua consequência na queda do Produto Interno Bruto (PIB).
No artigo, é evidenciado o problema da corrupção em Portugal - referindo o artigo por Mathew Iglesias, na Slate, em 6-7-2012, «Southern Europe's small business problem». Todaiva, as PMEs portuguesas não escolhem ficar desse tamanho porque a corrupção é mais fácil nessa dimensão, mas ao contrário: são as grandes empresas que conseguem subsídios do Estado e crédito mais facilmente, devido a políticas seletivas que as protegem. Por isso, sou contra as políticas seletivas que permitem aos negociadores da mercadoria dinheiro, obter fundos do Estado, com elevado custo por trabalhador (chegando-se a casos de «investimentos superiores a um milhão de euros por trabalhador»): é melhor distribuir os benefícios de modo uniforme, nomeadamente pela via fiscal.
Note-se, todavia, que a corrupção é um assunto tabu para a esquerda sistémica portuguesa: o PS não fala sobre isso; e o Bloco e o PC omitiram geralmente a corrupção do Governo Sócrates e pouco falam da atual. O que se regista nas empresas, aliás, são «lucros abissais» - como dizia Jerónimo de Sousa, antes de lhe terem explicado o significado semântico...
Sem crédito, o investimento estiola. Numa economia, como a portuguesa, que assenta na força das pequenas e médias empresas, o estrangulamento do crédito às PMEs, de que é maior exemplo a Caixa Geral de Depósitos, também provoca recessão económica. Essa asfixia, que o Banco Central Europeu negligencia, é ainda mais penosa num contexto de recuperação das exportações por parte das empresas portuguesas, com ganhos de competitividade pela necessidade de concorrer em mercados externos, que são mais exigentes.
Realmente, a economia portuguesa, e especialmente as PMEs, precisam de uma espécie de Plano Marshall - não basta a esmola alemã de apoio do KfW, prometido por Wolfgang Schäuble a Vítor Gaspar. Um plano de apoio - sem discriminação setorial - que inclua uma mudança na fiscalidade, para aliviar o custo proibitivo do trabalho (IRC, Taxa Social Única) e que contemple uma redução significativa do IRC sobre as pequenas e médias empresas e que chegue à isenção absoluta no caso de micro-empresas. Um plano alargado às PMEs dos países do sul da Europa. O Governo tem de mudar de cassete.
No artigo, é evidenciado o problema da corrupção em Portugal - referindo o artigo por Mathew Iglesias, na Slate, em 6-7-2012, «Southern Europe's small business problem». Todaiva, as PMEs portuguesas não escolhem ficar desse tamanho porque a corrupção é mais fácil nessa dimensão, mas ao contrário: são as grandes empresas que conseguem subsídios do Estado e crédito mais facilmente, devido a políticas seletivas que as protegem. Por isso, sou contra as políticas seletivas que permitem aos negociadores da mercadoria dinheiro, obter fundos do Estado, com elevado custo por trabalhador (chegando-se a casos de «investimentos superiores a um milhão de euros por trabalhador»): é melhor distribuir os benefícios de modo uniforme, nomeadamente pela via fiscal.
Note-se, todavia, que a corrupção é um assunto tabu para a esquerda sistémica portuguesa: o PS não fala sobre isso; e o Bloco e o PC omitiram geralmente a corrupção do Governo Sócrates e pouco falam da atual. O que se regista nas empresas, aliás, são «lucros abissais» - como dizia Jerónimo de Sousa, antes de lhe terem explicado o significado semântico...
Sem crédito, o investimento estiola. Numa economia, como a portuguesa, que assenta na força das pequenas e médias empresas, o estrangulamento do crédito às PMEs, de que é maior exemplo a Caixa Geral de Depósitos, também provoca recessão económica. Essa asfixia, que o Banco Central Europeu negligencia, é ainda mais penosa num contexto de recuperação das exportações por parte das empresas portuguesas, com ganhos de competitividade pela necessidade de concorrer em mercados externos, que são mais exigentes.
Realmente, a economia portuguesa, e especialmente as PMEs, precisam de uma espécie de Plano Marshall - não basta a esmola alemã de apoio do KfW, prometido por Wolfgang Schäuble a Vítor Gaspar. Um plano de apoio - sem discriminação setorial - que inclua uma mudança na fiscalidade, para aliviar o custo proibitivo do trabalho (IRC, Taxa Social Única) e que contemple uma redução significativa do IRC sobre as pequenas e médias empresas e que chegue à isenção absoluta no caso de micro-empresas. Um plano alargado às PMEs dos países do sul da Europa. O Governo tem de mudar de cassete.
Para os países nórdicos da União Europeia, para organizações como o FMI, UE, etc. e para organizações semioficiais como os Bilderberg, maçonaria, iluminati, etc. estes países são para fafundar, pois assim consegue-se mão de obra em muitos caos qualificada a baixo custo para trabalhar no Norte e Centro da Europa ou em países emergentes.
ResponderEliminarO destino destes países do Sul da Europa como Portugal, Espanha, Grécia, etc. é fome, pobreza, desemprego como tem sido em muitos papaíses africanos e asiáticos.
Prof. Balbino Caldeira,
ResponderEliminarAlgumas falácias e algumas fragilidades, para além do mero dinheiro na carteira dos empresários.
1. Existem segundo o Banco de Portugal, 130.000 milhões de euros em depósitos, em Portugal. Porque é que este dinheiro não arrisca?
2. Portugal NUNCA teve uma revolução industrial, por aversão ao risco por parte dos capitalistas/burguesia. Honrosas exepções, Champalimaud, Mellos, Alfredo da Silva e pouco mais.
3. A maioria das empresas NÃO paga IRC. A maior parte do IRC recolhido, vem das empresas cotadas em Bolsa. portanto, a taxa de IRC é uma falácia para as empresas nacionais, apenas porque NÃO pagam nada. A baixa de IRC só é importante para atrair investimento estrangeiro.
4. O problema das empresas portuguesas, não é a falta de crédito. O problema das empresas portuguesas é a falta de capitais próprios dos próprios sócios. Não se pode ter um negócio aberto, APENAS com crédito. Nenhum país do mundo funciona apenas com crédito concedido, nem os EUA.
5. Os bancos portugueses NÃO podem dar mais crédito ás empresas, porque voltaram a comprar as emissões de dívida pública do Estado. para se pagar a funcionários públicos e accionistas, o Estado vai-se financiar à banca. O dinheiro que vem do BCE para a banca portuguesa, é para financiar o Estado....e não as empresas.
6. Finalmente, há por aí muito nado-morto, a que dão o nome de empresas, como é o caso da empresa jornaleira do Oliveirinha ou da outra jornaleira do Vacsoncellos, que estão FALIDÍSSIMAS, mas o BES e o BCP, estão a aguentar estes barcos, ainda que afundados. Depois, o SLB, o FCP, o SCP e outros, estão falidos, mas viovos graças à banca. O que não seria na Tugolandia, se o SLB abrisse falência, por falta de "segurança" bancária. Viu-se quando o novo Cappo do SCP chegou e o Espírito Santo esticou a corda....o leão rugiu!.
A CULPA da situação portuguesa é dos próprios portugueses, que confiaram nas élites que venderam a nação à Finança Internacional. NINGUÉM defendeu os interesse nacionais. Nem Cavaco. Nem Soares. Nem Sampaio. Nem Sócrates. Nem Santana. Nem Barroso. Nem Belmiro. Nem Gaspar!
Todos se venderam por um prato de lentilhas.
Apesar de Cavaco Silva não ser um bom exemplo, isto é a verdade.
ResponderEliminarhttp://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=110285
Cavaco diz existir resistência à mudança em Portugal
O Presidente da República considera que existe em Portugal uma resistência à mudança e que este é o maior risco que o país enfrenta. Cavaco Silva, que esta quinta-feira à tarde entregou o prémio de empreendedorismo inovador na diáspora, em Lisboa, afirmou que o país deve assumir a sua vocação de “uma nação dispersa por todo o planeta”.
O momento é o de distinguir portugueses empreendedores que, há mais ou menos tempo, foram empreender fora do seu país. Na entrega do prémio, Cavaco Silva considerou que há resistências à mudança que é preciso derrubar. “Perante o risco e a incerteza, temos de ser capazes de ousar ultrapassar as barreiras que nos limitam, de encontrar novas soluções, de explorar novos recursos”.
“A propensão para manter o estado das coisas, para evitar a todo o custo qualquer mudança, e a reserva com que muitas vezes se encaram as novas ideias representam, elas próprias, o maior risco que corremos” afirmou ainda o chefe de Estado.
http://economico.sapo.pt/noticias/relatorio-do-fmi-sobre-a-grecia-nao-surpreendeu-cavaco_170902.html
ResponderEliminarO Presidente da República considerou hoje que Portugal não soube ler o relatório do FMI que aponta para a existência de “erros grosseiros” na ajuda à Grécia.
Na análise de Cavaco Silva, o FMI o mesmo documento aponta antes para a necessidade de terem sido "tomadas medidas mais penosas".
"O que o jornal quer dizer é que o FMI queria medidas mais penosas para a Grécia, isto é, achava que a Grécia não satisfazia os critérios de sustentabilidade da dívida e dessa forma era preciso fazer mais alguma coisa para reduzir o rácio da dívida em relação ao produto", afirmou o Presidente da República à margem da atribuição do prémios FAZ, numa iniciativa conjunta da COTEC e da Fundação Calouste Gulbenkian que visa distinguir a diáspora portuguesa.
Caro Professor ABC;
ResponderEliminarOs nossos governantes têm sido uns títeres nas mãos da banca, estando esta ao serviço de obscuros interesses.
A democracia acabou em Portugal com a morte de Sá Carneiro, temos aí a 10ª Comissão de Inquérito, não vai dar nada mas faz mossa.
A verdade é só uma; Os portugueses estão sem defesa e sem possibilidade de se defenderem. Devem surgir novos partidos, com novos lideres o quanto antes.
Cumprimentos
JPA
Estimado António Caldeira
ResponderEliminarUm Plano Marshal inevitavelmente virá para nos "ajudar". Vais ver como, após a eleição autárquica e o derrube deste governo, o "socialismo do betão" irá regressar ao discurso do progresso e da "modernização" do país. Estão em causa os 28 mil milhões dos fundos da UE previstos para Portugal, e a necessidade do "regresso aos mercados" para o "Estado soberano" poder garantir as suas comparticipações. O dinheiro vai ser todo ele torrado no TGV, na "inevitável" NTT e no NAL, projectos que irão gerar imensa riqueza e emprego e trazer de volta a portugal as centenas de milhar de jovens qualificados entretanto emigrados (dirá o Seguro, sem se rir). Daí a algum tempo o problema vai ser a execução das garantias bancárias do "estado soberano" pelo credor. E desta vez elas vão incluir coisas como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Convento de Mafra (bens patrimoniais aliás que o "Estado soberanto" não irá poder suportar) e os tão desejados litoral e parques e reservas naturais, ainda sob turtela do "estado soberano". Dizia o Luiz Pacheco, e eu subscevo-o literalmente: «Isto por mim tá visto!». Abraço para ti e para os teus.
Eu também penso que sim.Uns dinheirinhos vinham a calhar.
ResponderEliminarAté porque preciso engordar mais offshores.
Discordo frontalmente.
ResponderEliminarAntes de qualquer plano de salvação,Portugal precisa uma operação mãos limpas.
O dinheiro vai acabar nos mesmos offshores e os portugueses continuarão na miséria e na mendicidade internacional,se assim não for.
Nem percebo que isto não seja claro para todos,sabe-se a torrente de dinheiro que jorrou desde 74 e os resultados estão à vista.
@ 7/6 12:09
ResponderEliminar"Os nossos governantes têm sido uns títeres nas mãos da banca, estando esta ao serviço de obscuros interesses."
Senhor Anónimo.
Esses obscuros interesses devem estar a ser discutidos nas reuniões para que foram convidados Portas e Seguro, em Inglaterra, por estes dias.
Todos os anos alguns governantes ou candidatos a governantes portugueses participam nessas reuniões para receber directivas.
Alguns tornam-se primeiros ministros, curiosamente!
Democracia e Independência nacional, por onde andais?
ESTA É A PESADA HERANÇA DO MFA.
se ao menos as leis do trabalho se tornassem lógicas ..sem isso nada feito..podem vir 50 milhões de planos marshall ..tudo irá para o ralo
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