A pedido de Pedro Correia, escrevi para o Delito de Opinião, o seguinte artigo «Um plano de reconversão profissional para jovens licenciados».
Um plano de reconversão profissional para jovens licenciados
Alinho os motivos e depois proponho uma resposta.
Analiso a situação e a seguir apresento uma solução.
Um plano de reconversão profissional para jovens licenciados
Já para além da socratologia, é indispensável resolver o problema económico e social da «geração à rasca».
O problema não se pode reduzir à questão emocional dos Meninões (como traduzo os «bamboccioni»), pois, se é certo que as gerações mais novas dispõem de mais conforto familiar, elas estão constrangidas por uma entrada muito mais difícil no mercado de trabalho.
Não é só um problema de Portugal, nem sequer europeu, como nota Matthew C. Klein no artigo «Educated, Unemployed and Frustrated», no New York Times, de 20-3-2011, sobre a frustração desta «geração desesperada», onde refere o caso português. Consciente da perspectiva negra da economia e das finanças do Estado, o autor alerta para a previsibilidade de revolta, nos países desenvolvidos, dessa geração de jovens licenciados desempregados, que oscila entre 1/5 e 1/4 da sua coorte etária ou entre o quinto dos infernos e o quarto da casa dos pais...
Para resolver o desajustamento entre a oferta de trabalho (dos candidatos) e a procura de trabalho (dos empregadores) é mais viável agir sobre a oferta dos candidatos do que sonhar com a solução paternalista utópica do Estado que garantiria emprego para todos. Enquanto a realidade não vence a ideologia, que, por causa da utopia da igualdade, se concentra na taxação dos rendimentos do trabalho e impõe uma fiscalidade proibitiva do desenvolvimento, em vez de se virar para a taxação do consumo e para formas mais eficientes de taxação da riqueza, defrontar-nos-emos com um impasse na contratação de trabalhadores. É sobre a mudança da oferta de trabalho dos candidatos que me concentro, visto que os remédios do lado da procura, como a subvenção da contratação, têm esbarrado, nos países onde (não!) funciona o desigual Estado Social(ista), no custo insuportável do trabalho.
Eu creio que uma resposta do novo Governo ao problema da «geração à rasca» pode ser a criação de um Plano de Reconversão Profissional para Jovens Licenciados. Trata-se de, na medida dos recursos do Estado, partindo da reanálise das falhadas políticas em curso e da necessidade de reorientação de dinheiro para opções mais úteis e rendíveis, tentar criar e executar um plano de dimensão e desafio semelhante à G.I. Bill dos EUA, em 1944. O plano terá duas linhas de acção: um Programa de Especialização de Jovens Licenciados e um Programa de Aconselhamento Pessoal de Jovens Licenciados. Começo pelo último, a parte suave e também mais negligenciado, e depois sigo para a parte mais dura e de maior alcance.
O problema não se pode reduzir à questão emocional dos Meninões (como traduzo os «bamboccioni»), pois, se é certo que as gerações mais novas dispõem de mais conforto familiar, elas estão constrangidas por uma entrada muito mais difícil no mercado de trabalho.
Não é só um problema de Portugal, nem sequer europeu, como nota Matthew C. Klein no artigo «Educated, Unemployed and Frustrated», no New York Times, de 20-3-2011, sobre a frustração desta «geração desesperada», onde refere o caso português. Consciente da perspectiva negra da economia e das finanças do Estado, o autor alerta para a previsibilidade de revolta, nos países desenvolvidos, dessa geração de jovens licenciados desempregados, que oscila entre 1/5 e 1/4 da sua coorte etária ou entre o quinto dos infernos e o quarto da casa dos pais...
Para resolver o desajustamento entre a oferta de trabalho (dos candidatos) e a procura de trabalho (dos empregadores) é mais viável agir sobre a oferta dos candidatos do que sonhar com a solução paternalista utópica do Estado que garantiria emprego para todos. Enquanto a realidade não vence a ideologia, que, por causa da utopia da igualdade, se concentra na taxação dos rendimentos do trabalho e impõe uma fiscalidade proibitiva do desenvolvimento, em vez de se virar para a taxação do consumo e para formas mais eficientes de taxação da riqueza, defrontar-nos-emos com um impasse na contratação de trabalhadores. É sobre a mudança da oferta de trabalho dos candidatos que me concentro, visto que os remédios do lado da procura, como a subvenção da contratação, têm esbarrado, nos países onde (não!) funciona o desigual Estado Social(ista), no custo insuportável do trabalho.
Eu creio que uma resposta do novo Governo ao problema da «geração à rasca» pode ser a criação de um Plano de Reconversão Profissional para Jovens Licenciados. Trata-se de, na medida dos recursos do Estado, partindo da reanálise das falhadas políticas em curso e da necessidade de reorientação de dinheiro para opções mais úteis e rendíveis, tentar criar e executar um plano de dimensão e desafio semelhante à G.I. Bill dos EUA, em 1944. O plano terá duas linhas de acção: um Programa de Especialização de Jovens Licenciados e um Programa de Aconselhamento Pessoal de Jovens Licenciados. Começo pelo último, a parte suave e também mais negligenciado, e depois sigo para a parte mais dura e de maior alcance.
Programa de Aconselhamento de Jovens Licenciados
Alinho os motivos e depois proponho uma resposta.
Da minha experiência de professor do ensino superior, e especificamente de cadeiras do ano terminal e de estágio, concluo, pelos resultados desse esforço, que o aconselhamento pessoal (mentoring) é um processo útil na orientação dos jovens e na sua mentalização da busca de oportunidades de trabalho.
A convicção entranhada nesta geração aflita é a de que as oportunidades são tão poucas que a probabilidade de encontrar trabalho na sua área é quase da mesma escala do que ganhar um prémio do Euromilhões. Mas, depois da criação, com um tutor (que pode ser o professor), de um projecto pessoal de verificação de competências e de vocação, de escolha do sector, de listagem de empresas e instituições, da referência de contactos pessoais, directos e indirectos, que podem fornecer pistas de trabalho, as oportunidades - várias - surgem e são exploradas metodicamente e com sucesso através de auto-candidatura. E a auto-candidatura resulta ainda melhor se for humilde, simples e directa.
Conseguir trabalho é hoje muito mais difícil aos candidatos e envolve muito mais esforço do que há cinquenta ou há trinta anos e a porta de entrada nas empresas e instituições é muito mais estreita. Mas as oportunidades são também mais vastas do que eram (a trilogia curta de médico, jurista ou professor) e a pesquisa organizada e intensa de trabalho compensa.
É claro que há cursos com maior empregabilidade do que outros. Talvez, até devamos, em vez da «empregabilidade», cunhar uma nova palavra, mais adaptada a estes tempos instáveis, sem a miragem do emprego clássico: trabalhidade - possibilidade de conseguir oportunidades de trabalho... Ou despir o conceito de empregabilidade desse albornoz pesado que é o objectivo da segurança, o qual manieta o candidato e o transtorna na miragem do tal emprego para toda a vida e bem pago logo à entrada.
Importa admitir que, ao contrário do que sucedia há uma ou duas gerações atrás, existe uma barreira do talento à entrada no mercado de trabalho. Ou seja, enquanto nas duas gerações anteriores, por falta de profissionais suficientes (médicos, enfermeiros, juristas, professores, engenheiros) num mundo que estava em desenvolvimento económico acelerado, existiam empregos - empregos para a vida - disponíveis e relativamente fáceis de aceder para quem concluísse o curso, agora, à parte a cunha, as contratações nas funções clássicas, e também noutras, são menores, mais criteriosas e os processos de selecção mais exigentes. Os motivos são fundamentalmente a depressão económica e, no delírio esbanjador do Estado Social, o aperto financeiro resultante de obrigações incomportáveis dos Estados, entre as quais se destaca a subvenção da preguiça e os direitos (mal)adquiridos - como podia o Estado ter assumido pagar um total de dois milhões de dólares de pensão de reforma (nem Bill Clinton recebe isso...), por exemplo, a um funcionário da Conservatória do Registo Predial, com o 5.º ano dos liceus, que se retirava aos 54 anos?!... O talento, aquilo que as empresas tentam descobrir nos candidatos, não é distribuído uniformemente por Deus Nosso Senhor, e existem candidatos com pouco ou sem vocação para a função que pretendem, teimando nela por conforto dos pais.
As novas gerações são também sujeitas a uma espécie de colete de forças da cultura e da pressão das gerações anteriores, criadas no referido paradigma do emprego fácil e seguro, que lhes atrofia os músculos da conquista de oportunidades e lhes distrai a energia da resolução do problema do trabalho. Esse paradigma, obsoleto mas que ainda permanece na mente dos que lhes provêem cama, mesa, roupa lavada e semanada, enquanto os pressionam para um resultado desejado inserido no seu modelo, desvia os jovens da procura do trabalho-como-hoje-existe e ainda do risco. Isto é, o modelo anterior era virado para o emprego por conta de outrém, entendido como uma solução mais tranquila, em vez do auto-emprego e da empresa.
Ora, nesta era de redução de postos-de-trabalho - expressão que é um conceito ideológico a vencer, pois supõe imutabilidade -, o auto-emprego e a criação de empresa são também opções válidas, até por requererem hoje bastante menos capital do que nas décadas precedentes. Porém, intervir sobre a oferta de trabalho com a pedagogia do empreendedorismo é um processo lento, pois implica a mudança de mentalidade. As teorias deterministas (do lado da oferta) sobre a origem do empreendedor entendem que o empreendedor é, ou não é, e não se produz. Mas, se, ao contrário, eu acredito que é possível incentivar o empreendedorismo com a melhoria das condições ambientais (capital, trabalho, concorrênci e regulação pelo Estado), sei que essa evolução é mais demorada.
Assim, proponho a criação de um programa de aconselhamento pessoal que consista na orientação individual dos jovens licenciados por professores do ensino superior da área técnica do seu curso ou de formação relacionada, através de gabinetes de aconselhamento nas próprias escolas que os alunos frequentaram, ou de áreas relacionadas ou de outras formações e profissões que os jovens licenciados queiram explorar. O que o Estado pouparia em subsídios de desemprego destes jovens, mais do que compensaria o financiamento destes gabinetes nas faculdades e institutos. Não seria necessário contratar técnicos para esta orientação, já que alguns professores poderiam assegurar, com vantagem técnica, este serviço. Basta criar um gabinete por escola, com logística muito simples, e com financiamento do Ministério do Emprego. A novidade é que a orientação não seria feita pelos técnicos dos centros de emprego, que tanto atendem o pedreiro como o administrativo, e que não estão especialmente vocacionados para o atendimento e informação de licenciados de formação e interesses elaborados.
Este programa é mais simples e mais barato, mas permitirá ter elevada rendibilidade. O aconselhamento pessoal tem sido negligenciado porque o poder opta por pacotes de respostas colectivas, frequentemente ineficazes, mas com maior notoriedade. Porém, mais grave do que as expectativas desafinadas e a pesquisa elementar, é o desajustamento entre as condições da oferta e da procura.
Programa de Especialização de Jovens Licenciados
Analiso a situação e a seguir apresento uma solução.
Existirão sempre casos de desajustamento entre formação e oportunidades, havendo sectores e funções em que só os candidatos de extraordinário talento ou com conhecimentos pessoais, têm entrada. Nesses casos, a reorientação profissional é necessária, seja dentro do domínio da formação adquirida mas para nova função e sem necessidade de frequência de novo curso, seja para uma formação especializada em nova licenciatura ou pós-graduação.
Actualmente, o Estado já criou programas de formação no ensino básico e secundário - Cursos de Educação e Formação de Jovens (CEF) e Cursos de Formação Profissional - em que a formação já é financiada (alimentação, transporte, material escolar), e, noutro nível, os Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFAs), além da habitual formação profissional desgarrada dos centros de emprego e de formação, na qual desempregados saltam de curso financiado em curso financiado, criados à escala local para dezenas de formandos de experiência e interesses diversos e com resultados penosos.
Porém, o Estado nada criou para o ensino superior, à excepção do programa dos Maiores de 23 Anos, que alargou, além dos chamados «exames ad hoc», a possibilidade de candidatura ao ensino superior de adultos com formação básica e secundária incompleta - um programa que tem sido um êxito de qualificação porque as escolas de ensino superior não são constrangidas, como nos níveis anteriores, a passar alunos inaptos e que não se esforcem.
Portanto, a exemplo dos níveis de ensino básico e secundário proponho que o Estado crie, integrado no acima referido plano, um Programa de Especialização para Jovens Licenciados: um programa nacional da frequência por esses jovens licenciados de novas licenciaturas, de especializações e de pós-graduações. O programa proporcionaria: vagas adicionais nos cursos, em quantidade suficiente para o número de jovens desempregados licenciados existentes, nomeadamente naqueles de natureza mais prática e de maior procura de trabalho pelos empregadores; um mecanismo rápido de atribuição de equivalências; financiamento através da atribuição de uma bolsa para propinas paga às escolas superiores e um subsídio modesto para despesas do estudante (valores a descontar nos casos em que o indivíduo aufira de subsídio de desemprego ou de rendimento social). Não há que temer que os licenciados se desinteressem do programa por ser longo, na medida em que, com o processo de Bolonha, a duração das licenciaturas foi reduzida e, além disso, raramente a entrada seria ao nível do primeiro ano, pois o aluno teria créditos do curso anterior; já no caso de pós-graduações, especializações e mestrados (parte-curricular), o horizonte temporal seria de cerca de um ano, ou menos no caso da formação especializada.
O Estado canalizaria, assim, recursos da subvenção directa do jovem desempregado licenciado para a sua formação especializada no ensino superior e conseguiria, a médio-prazo, uma solução de empregabilidade para jovens licenciados desocupados, para além da poupança de dinheiro, da maior arrecadação de receita fiscal resultante dos novos empregos e, principalmente, maior bem estar económico e social dos jovens e das suas famílias.
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Em conclusão, entendo que este Plano de Reconversão dos Jovens Licenciados, que proponho, nas duas linhas de acção referidas - Programa de Especialização de Jovens Licenciados e Programa de Aconselhamento Pessoal de Jovens Licenciados - poderá constituir uma solução útil para o problema do desemprego da geração à rasca.
Não podemos adiar a necessidade de auto-realização dos jovens. A não ser que queiramos desperdiçar a vida, o valor e a esperança, de uma geração justa.
Actualização: Este poste foi actualizado às 10:20 de 7-4-2011. Este texto acima sofreu algumas pequenas emendas relativamente à versão que saíu ontem, 7-4-2011, no Delito de Opinião.
Não podemos adiar a necessidade de auto-realização dos jovens. A não ser que queiramos desperdiçar a vida, o valor e a esperança, de uma geração justa.
Actualização: Este poste foi actualizado às 10:20 de 7-4-2011. Este texto acima sofreu algumas pequenas emendas relativamente à versão que saíu ontem, 7-4-2011, no Delito de Opinião.
O pai de Sócrates chama-se Gepetto?
ResponderEliminarPorque silenciam a ISLÂNDIA?
ResponderEliminar(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele.
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
ResponderEliminarFoi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
Francisco Gouveia, Eng.º
Bernardino Soares: Trata os Boys do PS pelos nomes
ResponderEliminarwww.youtube.com
Deputado Bernardino Soares responde a provocação do Ministro Teixeira dos Santos
Os bois pelos nomes!
Sé espero que os Boys do PS não saquem os 90 milhões do FMI ou FEEF antes das eleições, não são de fiar!
ResponderEliminarSe agora Portugal é LIXO, qual é o ECOPONTO adequado?
ResponderEliminarO PILHÃO - fomos pilhados por uns pulhas!
Vêm mais milhões para a banca, para os boys, e quem paga: trabalhadores e pensionistas!
ResponderEliminarEXCELENTE TEXTO E PROPOSTAS PARA UM PROBLEMA QUE ME PREOCUPA HÁ MAIS DE 17 ANOS QUE SE CHAMA LICENCIADOS DESEMPREGADOS E QUE HOJE ATINGIU A FASE EXPLOSIVA COM TENDÊNCIA PARA EXPLODIR MESMO.É O VERDADEIRO ANTI-NOVAS OPORTUNIDADES, PROGRAMA DE VIGARICE INVENTADO PELOS SOCIALISTAS PARA ROUBAR E ENGANAR, E ONDE FORAM DESBARATADAS AS PRECIOSAS AJUDAS DO QREN PARA FORMAÇÃO ENQUANTO TUDO O QUE FUGIA AO CONTROLO DOS COMISSÁRIOS POLÍTICOS SOCIALISTAS ERA OBJECTO DE UMA POLITÍCA DE TERRA QUEIMADA.COMO É ÓBVIO AS NOVAS OPORTUNIDADES SÃO UM VERDADEIRO CASO DE POLÍCIA E COMO TAL DEVEM SER TRATADAS POR UM GOVERNO DE PESSOAS SÉRIAS QUE SAIA DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.
ResponderEliminarhttp://www.worldleaders.columbia.edu/participants/josé-sócrates-0
ResponderEliminarMAIS UMA SOBRE OS ESTUDOS ACADÉMICOS DO TROCAS, VALE A PENA VER.....
Um texto excelente, caro ABC. Concordo com as ideias e com as prioridades. Temos de facto muito a fazer para desenvolver o país, mas temos sobretudo de ter as melhores pessoas do país a fazê-lo.
ResponderEliminarAfinal o Pinóquio já tinha negociado o pedido de ajuda financeira no dia 11 de Março, é mesmo aldrabão...
ResponderEliminarMuito bom, merece uma leitura bastante atenta.
ResponderEliminarObrigado!
[p]T
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