Sem meios nós, na direita moderada cristã, não projetamos poder e não conseguimos a mudança. Não é uma questão de pessoas, porque pessoas existem, até heróis; não é uma questão de mensagem, porque mensagens existem; nem é uma questão de público, porque somos milhões ávidos de ler o que não temos. É uma questão de meio, média. A visibilidade e a projeção pretendidas não são alcançáveis com blogues, redes sociais ou mails. Precisamos muito de um jornal digital da direita moderada cristã, como propus - e motivei -, desde 23-8-2011, quando escrevi o poste «A necessidade de um jornal digital da direita moderada cristã».
Que modelo de jornal digital da direita moderada cristã?
- Como o descrevi nesse poste de 2011: «um jornal digital de informação livre e opinião franca, de baixo custo». Independente e sem medo. Como em Espanha, o Libertad Digital, o Intereconomia, o Periodista Digital e El Confidencial, que são viáveis ao contrário da tentativa de televisão independente do poder político (que se tem provado impossível...).
- Um jornal de arquétipo para lá de Huffington Post, de Deadline, de BuzzFeed e de Politico. Um jornal ao modo de Slugline (ver House of Cards, Episódios 5 e 13 desta primeira série), por muito que os saudosos dos broadsheets do séc. XIX, vejam, nesse paradigma de «liberdade e de exposição», um «futuro desafortunado». Não é o aspeto da redação open-space/bean bags que interessa (seguido já pelo Polygon), mas o estilo de produção que se pretende.
- Um jornal digital com poucos trabalhadores residentes e maior recurso a colaboradores voluntários ou remunerados a preço de favor. Com baixo investimento, equipamento barato (o bom equipamento video, por exemplo, é cada vez mais barato) e baixo orçamento. Financiado por independentes, eventualmente com recurso a crowfunding.
- Mas um jornal digital moderno: não a digitalização de um jornal impresso, ou seja, a transposição para o digital do velho modelo de jornal oitocentista, que tem sido mais ou menos o modelo em vigor até agora nos jornais portugueses. Trocaram a tinta pelos bites, sem mudança de conteúdo, de desenho, de estilo ou de linguagem.
- Um jornal de estilo novo, não apenas gráfico, mas na linguagem, muito mais informal e próxima do que se usa nos blogues, redes sociais no dia-a-dia, fora do modelo oitocentista dos livros de estilo obsoletos. Acutilante e desassombrado (aproveitando o alargamento da liberdade que fomos fazendo, com sacrifício, nestes anos de ditadura opinativa). Sem trade-off de não-notícias por esmolas de cobertura (jantares e viagens...).
- Um jornal rápido, muito rápido - quase em ritmo ticker. Um jornal em atualização constante, 24/24 (ou tendendo para isso...), em vez das notícias diárias que permanecem imutáveis um dia inteiro, como se ainda vivêssemos no mundo lesma.
- Um jornal digital que é texto, mas também imagem e som. Em que o jornalista produz texto ou entra em linha, direto, in loco, com imagem e som. E no qual se beneficia de meios de gravação video, baratos e funcionais, com qualidade suficiente para ver com boa definição... em computador, ou tablete (e talvez já convenha adotarmos a palavra sem sotaque inglês) ou smartphone. Não se precisa de equipamento de gravação para uma resolução de Downton Abbey, neste mundo de selfies e o smartphone basta... Habituámo-nos nos instantâneos, a uma resolução e qualidade do som suficientes quando vez mais vemos, ouvimos e lemos, em smartphone, depois de evoluirmos do computador de secretária, deste para o portátil e deste para a tablete. Trocamos a foto com muitos megas por imagens com poucos kapas - e o mesmo se passa no video. O novo modelo deve assim aproveitar a mudança de suporte da televisão para os meios móveis, criando videos dos acontecimentos e comentário a par das notícias escritas.
- Um jornal digital que está mais nos acontecimentos e menos nos eventos, com desprezo do circuito e pipeline dos releases governamentais e partidários e que resiste à chantagem de, em troca de convite para as cerimónias, passar o que as agências de comunicação e assessores ministeriais querem. Um jornal que desfaça a manipulação desinformativa de eventos preparados (como aquela exposta pelo Figaro da promiscuidade entre a TF1 e Jean-Luc Mélenchon do Parti de Gauche, em 3-12-2013, via Espectador Interessado).
- Um jornal digital desintermediado com redução da supervisão ao mínimo conveniente, para permitir rapidez e ousadia. Com produção de texto sem limite mínimo e com o tamanho (económico) que for necessário. Para que a dimensão não seja um obstáculo da velocidade. E editado por quem for possível, com o tal equipamento de baixo custo (no limite, a tablete ou o smartphone) em video do local dos acontecimentos, em direto, sendo as notícias depois atualizadas com mais informação e emendas honestas com indicação de hora.
- Um jornal digital com crónicas de opinião livres, mesmo livres. Em vez do sabor delicodoce da salada insípida.
A Direita tem vergonha de o ser, apenas porque tem vergonha da sua ligação a Salazar e ao Estado Novo.
ResponderEliminarQue se saiba, a Esquerda, do Soares, do Sampaio e de Cunhal, não tem vergonha da nauseabunda I República do Afonso Costa.
A Direita esconde-se assim dentro do PSD e também do CDS. Depois, há muita Direita dos negócios, que tem medo de ser afastada dos negócios do Centrão.
Quanto à mudança, ela faz-se, com ou sem media de suporte. Imagine-se o que era baiixar salários há 5 anos. Hoje, baixa-se salários, com ou sem base legal.
A mudança virá com toda a força, pois Portugal é unsustentável. Ou se quiserem, Portugal não gera recursos para pagar a letra da Constituição da República. A mudança vai continuar mesmo que os media do Balsemão, do Montez ou do Mosquito, não queiram!
http://economico.sapo.pt/noticias/choque-de-culturas-com-angola-pode-ser-prejudicial-para-portugal_183078.html
ResponderEliminarO ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio afirmou hoje que o choque entre a cultura de liberdade de imprensa portuguesa e angolana "pode ser prejudicial" para Portugal, considerando que o país não pode abdicar da sua.
Na fase de perguntas da conferência "O jornalismo (que temos) é útil à democracia?", no âmbito dos 40 anos do semanário Expresso, surgiu uma questão do público sobre as relações com a Angola e as consequências das mesmas na comunicação social.
"Eu não sou conhecedor da realidade de Angola, agora comungo dos receios que Pacheco Pereira aqui referiu há bocado porque a perceção que eu tenho é que a cultura de liberdade de imprensa é francamente distante da nossa e haverá provavelmente um choque que nos pode ser prejudicial mas também não podemos abdicar da liberdade de imprensa", respondeu Rui Rio.
a maior dificuldade reside na escolha
ResponderEliminardo grupo de colaboradores
na selecção e tratamento dos temas
Soares convidou Rio para uma almoçarada, com os merdia a cobrirem, na casa do diácono João Soares. O velho traidor desistiu de tentar manipular Portas, quer agora, através do Pacheco da Marmeleira, tentar esventrar a laranjada.
ResponderEliminarContos de um manipulador tuga.
by Rui Mateus.
"Deixai Vir A Mim Os Pequeninos..."
ResponderEliminarCarlucci,perdão,digo Cristo
O Soares controla toda a máfia xuxa,incluindo a da imprensa.
O velho Padrinho une todos os tentáculos da Cosa.
Concordo em absoluto com um jornal desse tipo, nem que seja para ver no PC, para ler o que se passa dentro do País sem depender dos ditos de "referência mentirosa".
ResponderEliminarAlexandre
Mas os leitores e afins não preferem outro tipo de jornal ??
ResponderEliminarhttp://m.expresso.sapo.pt/inicio/modal/destaques/artigo/844526
Concordo igualmente com esse jornal. Tanto mais que a Rádio Renascença entrou numa fase deplorável de imitadora de fantochadas das outras rádios: é um caso perdido.
ResponderEliminarO grupo intereconomia de Júlio Ariza não é exemplo para ninguém; Portugal já tem fariseus suficientes, não é necessário que apareçam mais.
ResponderEliminarA Renascença que faça bem o seu trabalho - neste momento ainda não faz. D. Manuel Clemente que a discipline e relembre as principais linhas vectoriais que devem ser seguidas.
Espero, com entusiasmo, por tal.
ResponderEliminarfico espantado como a dicotomoa esquerda/direita ainda anima tanta gente!. deve ser de já ser velho demais e ter andado nessas disputas já há mais de 40 anos e ter visto no que deu.Uma perca de tempo pois é folclore só folclore. esquerda/direita? de certeza ?
ResponderEliminarA dicotomia esquerda/direita é realmente um equívoco, uma visão retrógrada da História que nos bloqueia a percepção do presente e qualquer avaliação prospectiva.
ResponderEliminarQuanto a jornal democrata-cristão, se a Igreja fosse democrata-cristã (que não é, porque ainda é qualquer coisa do tipo neo-miguelista) o problema não seria problema. Isto porque, de acordo com os registos, a maioria dos jornais portugueses pertence a organismos da Igreja, sobretudo a paróquias. Porém, como é do seu tom, em cada concelho o respectivo jornal eclesiástico é conivente com o poder municipal instituído, seja lá de que partido for, porque é a autarquia que o sustenta de publicidade e que apoia todas as obras paroquiais.
Temos o que merecemos, caro ABC. Por muito que isso nos custe, acredito até que os portugueses talvez estejam a sofrer uma crise mais branda do que aquilo que mereciam, pela sua incompetência, egoísmo e canalhice.