Se como ensinava o Prof. Adriano Moreira - e eu acredito - o poder não é uma coisa, mas uma relação, a subserviência das corruptas e ineptas elites políticas portuguesas é determinante na relação entre o Estado português e o Estado angolano, tanto ou mais, do que o peso do dinheiro e dos recursos do regime de Luanda.
A projeção do regime angolano sobre o poder político nacional excede muito a proporção de emigrantes portugueses, as exportações, as prestações de serviços e o estabelecimento de empresas portuguesas e não se compara, por exemplo, com a influência francesa, tampouco com a influência brasileira dos três primeiros quartéis do século XX ou atual. Lisboa é hoje uma extensão de Luanda. Mais ainda do que Miami em relação aos países da América Latina, porque não se trata exclusivamente de relação turística, de diversão e comercial, nem sequer financeira, mas também política. Essa influência geopolítica, praticada aqui, in loco parentis, tradicionalmente por testas de ferro e homens de palha, significa uma espécie de inversão do Império, na qual Lisboa interessa como safe haven, como coito de famílias e de finanças - quintal, casino e cofre - de setores do poder de Luanda, todavia mais policromático do que o representa a hermenêutica mediática portuguesa, e agora ainda mais, quando se aproxima o fim de ciclo.
O inepto poder político português aproveita essa interpretação angolana da forma mais rasteira e submissa, porque aquilo que para eles são trocos, para os políticos de Lisboa são pensões chorudas, e a noção que têm de patriotismo ou de sentido de Estado está reduzida ao bolso. Têm uma noção clara da sua limitada capacidade intelectual e consciência da sua falta de preparação técnica em contraponto a uma experiência do trânsito do poder, porque sempre andaram nele à procura d'Eldorado, e assim, pretendem embolsar o máximo no mínimo de tempo que lhes calhou na sorte, grande. Por muito que nos doa admitir, José Eduardo dos Santos é muito mais patriota do que os governantes portugueses das últimas décadas.
O poder mediático e o poder judicial portugueses interessam ao regime de Luanda como instâncias de mediação da sua projeção política e financeira sobre Portugal. O poder judicial é pressionado diretamente (!?...) e indiretamente através das antenas do poder político. O poder mediático é comprado. O que se pretende desses poderes? Desde logo uma autocensura (ne touchez pas!); e ainda um droit de regard, exercido por agentes locais domesticados.
O negócio, hoje, 26-11-2013, anunciado de alteração no capital do grupo Controlinveste (dona do DN, JN, TSF, O Jogo, Diário de Notícias da Madeira e Açoriano Oriental) de Joaquim Oliveira (que fica reduzido a 27,5%) - e o empresário angolano António Mosquito com outros 27,5%, os bancos credores BES e BCP com 15% cada, além de Luís Montez, genro do Presidente Cavaco Silva, com outros 15% -, insere-se nessa manobra de projeção do poder de Lunda sobre o regime português da III República. Como ler esse negócio? O regime de Luanda quer consolidar a submissão do regime de Lisboa; o BES precisa dos 500 milhões de euros de venda da Escom acordada em dezembro de 2010 com a Sonangol (o BCP não conta e é cada vez mais um atrelado do banco rival) e procura arbitrar o jogo da influência política para recuperar liquidez; o genro (com 15%?!...) é utilizado como garantia da intercessão do sogro; e o futuro chairman Proença de Carvalho funciona como charneira socratina do negócio, já prevendo a próxima transição para o socialismo.
Ó Portugal: onde estão a tua honra e o teu vigor?
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são aqui imputadas de qualquer ilegalidade ou irregularidade.
A projeção do regime angolano sobre o poder político nacional excede muito a proporção de emigrantes portugueses, as exportações, as prestações de serviços e o estabelecimento de empresas portuguesas e não se compara, por exemplo, com a influência francesa, tampouco com a influência brasileira dos três primeiros quartéis do século XX ou atual. Lisboa é hoje uma extensão de Luanda. Mais ainda do que Miami em relação aos países da América Latina, porque não se trata exclusivamente de relação turística, de diversão e comercial, nem sequer financeira, mas também política. Essa influência geopolítica, praticada aqui, in loco parentis, tradicionalmente por testas de ferro e homens de palha, significa uma espécie de inversão do Império, na qual Lisboa interessa como safe haven, como coito de famílias e de finanças - quintal, casino e cofre - de setores do poder de Luanda, todavia mais policromático do que o representa a hermenêutica mediática portuguesa, e agora ainda mais, quando se aproxima o fim de ciclo.
O inepto poder político português aproveita essa interpretação angolana da forma mais rasteira e submissa, porque aquilo que para eles são trocos, para os políticos de Lisboa são pensões chorudas, e a noção que têm de patriotismo ou de sentido de Estado está reduzida ao bolso. Têm uma noção clara da sua limitada capacidade intelectual e consciência da sua falta de preparação técnica em contraponto a uma experiência do trânsito do poder, porque sempre andaram nele à procura d'Eldorado, e assim, pretendem embolsar o máximo no mínimo de tempo que lhes calhou na sorte, grande. Por muito que nos doa admitir, José Eduardo dos Santos é muito mais patriota do que os governantes portugueses das últimas décadas.
O poder mediático e o poder judicial portugueses interessam ao regime de Luanda como instâncias de mediação da sua projeção política e financeira sobre Portugal. O poder judicial é pressionado diretamente (!?...) e indiretamente através das antenas do poder político. O poder mediático é comprado. O que se pretende desses poderes? Desde logo uma autocensura (ne touchez pas!); e ainda um droit de regard, exercido por agentes locais domesticados.
O negócio, hoje, 26-11-2013, anunciado de alteração no capital do grupo Controlinveste (dona do DN, JN, TSF, O Jogo, Diário de Notícias da Madeira e Açoriano Oriental) de Joaquim Oliveira (que fica reduzido a 27,5%) - e o empresário angolano António Mosquito com outros 27,5%, os bancos credores BES e BCP com 15% cada, além de Luís Montez, genro do Presidente Cavaco Silva, com outros 15% -, insere-se nessa manobra de projeção do poder de Lunda sobre o regime português da III República. Como ler esse negócio? O regime de Luanda quer consolidar a submissão do regime de Lisboa; o BES precisa dos 500 milhões de euros de venda da Escom acordada em dezembro de 2010 com a Sonangol (o BCP não conta e é cada vez mais um atrelado do banco rival) e procura arbitrar o jogo da influência política para recuperar liquidez; o genro (com 15%?!...) é utilizado como garantia da intercessão do sogro; e o futuro chairman Proença de Carvalho funciona como charneira socratina do negócio, já prevendo a próxima transição para o socialismo.
Ó Portugal: onde estão a tua honra e o teu vigor?
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são aqui imputadas de qualquer ilegalidade ou irregularidade.
Muito bom este post.
ResponderEliminarÉ preciso que alguém fale verdade.Sobretudo quando a imprensa portuguesa e angolana está capturada pelos gangs que exploram a actividade política e sugam todos os recursos e o suor de quem vive honestamente do seu trabalho.
A mascarada de Abril de 74 serviu apenas para isto,engordar milhares de pulhas com o que pertencia à nação portuguesa.
Voltaremos.
ResponderEliminarEntretanto, recorde-se apenas que Proença, o peixe de águas profundas de maior dimensão da Tugolândia, foi Colega de José Nisa, foi militante do Partido Comunista Português de Álvaro Barreirinhas Cunhal, e foi advogado de António Sommer Champalimaud. Sócretino, por evidentes necessidades renais!
Prof. Balbino Caldeira,
ResponderEliminarEste é talvez um dos seus mais brilhantes "posts" de sempre.
Este é um "post" que diz tudo, mesmo tudo, sobre a existência em transito daquilo que no passado se chamou a nação portuguesa, actualmente travestida de nação tuga.
Este é um "post" que o Prof. Marcelo, das homilias dominicais junto da douta Judite, gostaria de ter escrito, não fosse ele o máximo exemplo da frouxidão nacional e da complacência com toda a putrefação. Sim, porque Marcelo é o Oráculo das putas. Quando se quer saber qual o preço de um parecer do Freitas, o Marcelo diz. Quando se quer saber quanto vai cobrar o Aníbal, o Marcelo diz. Quando se quer saber o que maquina o Sr. Balsemão, o Marcelo diz. Qual garanhão das putas velhas do Regime.
Diz o Prof. Caldeira, e bem, que "a subserviência das corruptas e ineptas elites políticas portuguesas é determinante na relação entre o Estado português e o Estado angolano", menciona algo que é o pior dos estados: o estado da absoluta indignidade.
Portugal chegou ao fim. Não se pense que a sua Independência formal de chancelaria acabará para a semana. Não. Será ainda pior. Portugal é um trambolho, com aparentes orgãos de soberania, e em que o povo, ingénuo e domado, vai aceitando tudo, por troca da posse duns telemóveis, de uns fins de semana no Algarve e de umas jantaradas com a família.
Resignemo-nos. Não são meia dúzia de portugueses que pensam como o Prof. Caldeira que irão fazer alterar a podridão de uma nação esventrada. Essa mão cheia de portugueses terão o papel de São João Baptista, quando este vagueava no deserto, são malucos!
Repasso…
ResponderEliminarREVOLTA CONTRA O REGIME E O PASSADO
«O verdadeiro responsável pelas agruras do presente não é o actual governo, mas os anteriores executivos, que acumularam uma factura que agora é preciso pagar Uma das questões mais inquietantes do momento em que vivemos é verificar que demasiada gente - com responsabilidades - pensa que as medidas aplicadas pelo actual governo são da exclusiva responsabilidade deste executivo e da troika.
O que se passou nas últimas décadas até sermos empurrados para a troika parece que entrou num buraco negro de memória. É verdade que a profunda inépcia deste governo, e também a sua megalomania ("vamos para além da troika"), ajudou a criar aquela imagem, mas não é por isso que ela passa a ser verdadeira.
Há um grupo de privilegiados do regime que pretende que o povo se rebele, não para impor justiça, mas para que o actual governo caia na rua, em total contradição com os princípios da Terceira República.
Uma rebelião da turba tem todas as condições para agravar todos os males presentes. Sem um governo capaz de cumprir as condições dos nossos credores, terá de haver uma redução drástica do défice público, por manifesta incapacidade de financiamento. Poderemos mesmo ser expulsos do euro ou ser forçados a sair, sem qualquer garantia de ajuda, e então é que entraríamos num inferno.
Em termos económicos, seria uma desgraça; em termos políticos, teríamos o caminho aberto para todos os desmandos e injustiças e é bom não esquecer como as revoluções comem os próprios filhos; em termos de ordem pública, seria uma calamidade.
Mas temos uma alternativa, em moldes semelhantes aos da Islândia: pôr o regime no banco dos réus ou, no mínimo, pôr os últimos governos em tribunal. Porque, mais do que qualquer outra coisa, precisamos de uma tomada de consciência, para não repetirmos todos os erros do passado.
No entanto, começamos com um grave problema: o descrédito da justiça portuguesa. O risco de assistirmos a um descarado branqueamento dos últimos executivos é elevado.
Para escolhermos os acusados, temos de fazer um inquérito aos problemas mais graves.
Quais foram os governos que tomaram medidas de destruição da nossa competitividade e com isso deram uma machadada brutal no nosso potencial de crescimento? É importante recordar que até final dos anos 90 a economia portuguesa crescia a 3% ao ano, mas que na década seguinte não conseguiu nem um terço disso. Não há nada que mais tenha destruído a capacidade de Portugal de ter um Estado social forte do que isto.
Que governos estiveram omissos na degradação da nossa natalidade, outra valente causa do enfraquecimento do Estado social?
Quais os governos que conduziram ao descalabro das contas públicas e à explosão da dívida pública? Quais foram os governos que assinaram contratos de PPP, que são dívida pública escondida (só para enganar Bruxelas), com o dobro do custo? Em particular, quais os governos que se comprometeram com PPP com cláusulas frontalmente contrárias ao interesse do Estado e dos contribuintes?
Que governos tomaram medidas eficazes para enfrentarmos a globalização e que governos assobiaram para o lado? Quais os governos que assistiram impávidos à explosão da dívida externa?
Mário Soares, no seu apelo a uma rebelião, esquece duas coisas. A primeira é que aquilo que o actual governo tem sido forçado a fazer é aquilo que, grosso modo, qualquer governo no momento presente teria de fazer, em consequência dos desmandos das últimas décadas.
A segunda coisa que Soares esquece é que a linha que separa o país não é entre a esquerda, que continua a julgar-se dona do regime, por obséquio da Constituição não democrática de 1976, e a direita; a linha que divide profundamente o país é a que separa a classe política da Terceira República, que se auto-atribuiu as mais luxuosas mordomias, e o resto do país.
Por isso Soares está do lado errado e, se apelar muito à violência (que desaprovo completamente), corre bem o risco de ser uma das principais vítimas.»
Pedro Brás Teixeira
O Pedro Brás Teixeira diz uma parte da verdade. A outra, nós sabemos qual é, mas o Pedro Bras Teixeira não diz. Vir dizer que o socialismo socretino trouxe a miséria, é verdade. Mas, não dizer quem esteve por detrás do BPN, é má fé. Não dizer que o monstro da Função Pública foi criado por Cavaco Silva, através das malfadadas promoções automáticas, é má fé. Não dizer que a balda do Ministério da Educação foi criada por Roberto Careiro e Manuela Leite, é má fé. E muito mais haveria de se dizer. O Regime é o resultado dos interesses dos apaniguados Soares e dos seguidores do Cavaco.
ResponderEliminarVai acabar mal. A Europa ainda aguenta isto mais uns anos. Mas, sempre em plano descendente.
O PREC do Arménio e do bandalho da Fenfrop está aí. Aqueles que ainda têm umas terras, preparem umas forquilhas, ou serão fornicados.
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Barcelos&Option=Interior&content_id=3555476.
ResponderEliminarDurante 12 anos os professores serviram para quê?
reaalmente cada vez nos parecemos mais com as democracias consolidadas (Inglaterra e EUA) que andam a volta dos negocios feitos com o dinheiro dos petroleo das "monarquias" do Golfo(Qatar,Dubai,arabia Saudita,Kowait..) enfim tudo onde se paguem chorudas Consultadorias de "espertos" americanos e a prorealeza inglesa para "aplicar" bem os cobres do ouro negro que os locais, como mentecapos não podem decidir com clareza. Se substituirmos os nomes vamos ver o filme a repetir-se comos kopelongas angolanos. Mas claro que há sempre umas almas caridosas que acham que a corrupção é obra de pretos e arabes atrazados!! até dá vontade de receber o Mobutu na casa do Algarve para "amigar" os investimentos.
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