Nos EUA, os rendimentos dos empregados que fazem parte da classe média e da chamada working class* estão a diminuir e atiram uma parte destes dois escalões para a classe baixa. Leia-se este interessante artigo no NYTimes, de 18-6-2012, «Lost in Recession, Toll on Underemployed and Underpaid», sobre a perda de rendimento dos subempregados e dos mal pagos.
Apesar da política socialisto-monetarista do quantitative easing de Obama, de emissão de moeda para sustentar bancos falidos, do fornecimento de crédito à economia e da depreciação competitiva do dólar, mas agora com emprego estagnado, ainda que em ano de eleição presidencial, uma parte da classe média empregada está a cair na classe baixa. Ajustando a inflação, o rendimento médio familiar nos EUA de 2010 era similar ao de... 1992. A Europa devia aprender a lição da estagnação japonesa nas últimas décadas (e a recente dos próprios EUA) em vez de gastar o que tem, e o que não tem - como a Irlanda, Portugal e a Espanha - a socializar prejuízos de bancos falidos, arruinando os seus países nessa promiscuidade. Ou a recuperar as políticas demagógicas de os-ricos-que-paguem-a-crise quando, por natureza, e numa era de livre circulação, a riqueza é esquiva e foge logo para outro país, mal um dirigente político ameaça taxá-la . A punição dos ricos que emigrem para outro Estado para evitar sofrer os impostos, mesmo se aplicada por um grande país, ainda resulta pior, pois o investidor evitará aplicar a sua riqueza no país que o quer punir e passará a residir oficialmente num Estado que lhe garante isenção fiscal para rendimentos obtidos no estrangeiro (veja-se o caso de Singapura).
Por mais que se invoque, não há patriotismo francês que resista à «red carpet» que David Cameron, na cimeira do G20, em Los Cabos, México prometeu, em 18-6-2012, estender aos mais ricos franceses. cujos rendimentos o novo presidente socialista François Hollande pretende taxar a 75% e que, no gozo do primeiro-ministro britânico, assim ajudariam a pagar o custo dos sistemas de saúde e de educação da Grã-Bretanha... A demagogia dessas políticas pretende apenas significar aos pobres e à classe média que os ricos é que vão pagar a crise. Mas fora dos microfones, acontecem as negociações para a retenção de capitais e investimentos, de cada grande investidor que ameace fugir, e promessas para novos investimentos, forçando o Estado a conceder generosos pacotes de isenção em exceções à lei, uma manobra que, todavia, não compensa a degradação do rating de atratividade do país para o investimento.
A queda dos salários não é uma virtude, mas um mal inevitável num contexto de baixa competitividade: as organizações não aguentam os salários porque as suas receitas diminuem e os prejuízos aumentam. Creio que este fenómeno também se passa na Europa, nomeadamente em Portugal. Não é apenas com o desemprego que os responsáveis políticos se devem preocupar: o subemprego e o mau emprego são também flagelos sociais muito preocupantes. E não parecem, tal como o desemprego, poder ser resolvidos com uma política de criação artificial de moeda que, a médio-prazo, pelo efeito do rolo da inflação, deteriorará ainda mais o poder de compra dos cidadãos.
Sem a eliminação da corrupção política e o abandono da subvenção do ócio, para um retorno ao trabalho, não é possível o reequilíbrio orçamental e a reanimação económica. Políticos querem resultados rápidos, mas a competitividade é um fenómeno de longo prazo, que resulta de melhoria da educação e da mudança cultural das empresas e da sociedade, e não se compadece com a demagogia pseudomilagreira. Acredito mais na competitividade sustentada das empresas pela vantagem dos produtos do que pelo efeito artificial da manipulação da moeda ou das políticas seletivas, que muitas vezes escondem a distribuição de dinheiro do Estado pelos empresários amigos. Nada melhor do que dar as mesmas condições às empresas: se houver um setor vantajoso os empresários investirão. De outro modo apenas subsidiamos a cáfila que comercializa uma mercadoria chamada dinheiro, enquanto a maioria tenta produzir e vender produtos e serviços.
* Imagem picada daqui.
* A chamada working class (classe trabalhadora)) é uma particularidade política taxonómica (de raiz marxista) aceite pelo Marketing norte-americano que, assim, define um segmento social intermédio entre a classe média e classe baixa. Não me agrada esta classificação, que profissionalmente não uso, mas não devo eliminar o termo quando ele é empregue em textos que trato.
Apesar da política socialisto-monetarista do quantitative easing de Obama, de emissão de moeda para sustentar bancos falidos, do fornecimento de crédito à economia e da depreciação competitiva do dólar, mas agora com emprego estagnado, ainda que em ano de eleição presidencial, uma parte da classe média empregada está a cair na classe baixa. Ajustando a inflação, o rendimento médio familiar nos EUA de 2010 era similar ao de... 1992. A Europa devia aprender a lição da estagnação japonesa nas últimas décadas (e a recente dos próprios EUA) em vez de gastar o que tem, e o que não tem - como a Irlanda, Portugal e a Espanha - a socializar prejuízos de bancos falidos, arruinando os seus países nessa promiscuidade. Ou a recuperar as políticas demagógicas de os-ricos-que-paguem-a-crise quando, por natureza, e numa era de livre circulação, a riqueza é esquiva e foge logo para outro país, mal um dirigente político ameaça taxá-la . A punição dos ricos que emigrem para outro Estado para evitar sofrer os impostos, mesmo se aplicada por um grande país, ainda resulta pior, pois o investidor evitará aplicar a sua riqueza no país que o quer punir e passará a residir oficialmente num Estado que lhe garante isenção fiscal para rendimentos obtidos no estrangeiro (veja-se o caso de Singapura).
Por mais que se invoque, não há patriotismo francês que resista à «red carpet» que David Cameron, na cimeira do G20, em Los Cabos, México prometeu, em 18-6-2012, estender aos mais ricos franceses. cujos rendimentos o novo presidente socialista François Hollande pretende taxar a 75% e que, no gozo do primeiro-ministro britânico, assim ajudariam a pagar o custo dos sistemas de saúde e de educação da Grã-Bretanha... A demagogia dessas políticas pretende apenas significar aos pobres e à classe média que os ricos é que vão pagar a crise. Mas fora dos microfones, acontecem as negociações para a retenção de capitais e investimentos, de cada grande investidor que ameace fugir, e promessas para novos investimentos, forçando o Estado a conceder generosos pacotes de isenção em exceções à lei, uma manobra que, todavia, não compensa a degradação do rating de atratividade do país para o investimento.
A queda dos salários não é uma virtude, mas um mal inevitável num contexto de baixa competitividade: as organizações não aguentam os salários porque as suas receitas diminuem e os prejuízos aumentam. Creio que este fenómeno também se passa na Europa, nomeadamente em Portugal. Não é apenas com o desemprego que os responsáveis políticos se devem preocupar: o subemprego e o mau emprego são também flagelos sociais muito preocupantes. E não parecem, tal como o desemprego, poder ser resolvidos com uma política de criação artificial de moeda que, a médio-prazo, pelo efeito do rolo da inflação, deteriorará ainda mais o poder de compra dos cidadãos.
Sem a eliminação da corrupção política e o abandono da subvenção do ócio, para um retorno ao trabalho, não é possível o reequilíbrio orçamental e a reanimação económica. Políticos querem resultados rápidos, mas a competitividade é um fenómeno de longo prazo, que resulta de melhoria da educação e da mudança cultural das empresas e da sociedade, e não se compadece com a demagogia pseudomilagreira. Acredito mais na competitividade sustentada das empresas pela vantagem dos produtos do que pelo efeito artificial da manipulação da moeda ou das políticas seletivas, que muitas vezes escondem a distribuição de dinheiro do Estado pelos empresários amigos. Nada melhor do que dar as mesmas condições às empresas: se houver um setor vantajoso os empresários investirão. De outro modo apenas subsidiamos a cáfila que comercializa uma mercadoria chamada dinheiro, enquanto a maioria tenta produzir e vender produtos e serviços.
* Imagem picada daqui.
* A chamada working class (classe trabalhadora)) é uma particularidade política taxonómica (de raiz marxista) aceite pelo Marketing norte-americano que, assim, define um segmento social intermédio entre a classe média e classe baixa. Não me agrada esta classificação, que profissionalmente não uso, mas não devo eliminar o termo quando ele é empregue em textos que trato.
È uma queda sem precedentes. E por mais estranho que pareça a dupla Relvas / Passos Coelho nao decide legislar para responsabilizar criminalmente a governaçao Socratina. Muito estranho tal paralesia destes actuais honestos da governaçao
ResponderEliminarÓh, é mentira!... Tinham-me dito que o DR ABC estava "retirado" a fazer uma investigação relativa à licenciatura do Miguel Relvas, mas pelo que vejo esteve a olhar para os problemas dos EUA, que foram deixados pelo Bush. Referiu os problemas da Grécia, Portugal e Espanha, mas esqueceu os da Irlanda, França, Holanda, etc, esqueceu os problemas de quase toda a Europa. Bem sei que qualquer artigo do Dr ABC vai sempre bater nos socialistas (o homem ainda pensa que os problemas da Grécia foram só da responsabilidade do PASOK, como os de Espanha foram apenas do PSOE ou de Portugal únicamente do PS), portanto qualquer anaílse que apresenta é sempre redutora. Sabe, Dr ABc, eu vi uns tantos papagaios na televisão com filmes, discursos, e não sei mais quê, a mostrar ao mundo que havia armas de destruição em massa no Iraque, que justificaram aquela estúpida guerra. Enganaram-nos. A direita enganou o Mundo. E agora nesta coisa das dividas soberanas também nos está a enganar. Está aenterrar os povos mais pobres, mas a enriquecer à sua custa. Lembre-se disto Dr. A direita está acomer a carne dos pobres e amanhã vai comer os ossos. É o poder do dinheiro...
ResponderEliminarNota: Será que o Dr ABC vai investigar a licenciatura do Relvas? Acredito que sim, porque sempre foi critico activo no que respeita a estas maladrices. Ou isso já não interessa?
O dr ABC está a cagar para ti!
ResponderEliminarNinguém compra essas baboseiras alarves.
Quem sabe, investigar a licenciatura do Dr. Seguro. É que se iniciou nos idos de 80, no ISCTE, e terminou, parece que na Autónoma, bastante depois de 2000. Tantos anos, para se fazer uma licenciaturazinha em, parece que, Relações Internacionais, quando se iniciou em Gestão. Não há por aí um ferrista para analisar a validação destes dados?
ResponderEliminarEngraçado como o chamado "socialismo democrático", do Padrasto soares, anda sempre de mãos dadas com o capitalismo de grande calibre. O Robert Maxweel, antigo tycoon dos media e amigo de Soares. Cébrian, o amigo de Gonzalez em Espanha. Soros um amigo de Tony Blair, de Clinton e de Obama.
ResponderEliminarO patrão do J.P. Morgan, Jamie Dimon, que ainda agora acusou um prejuízo de 2 biliões de dólares, perdido em jogo de casino em Londres, é um apoiante confesso de Obama.
Warren Buffett ou Bill Gates, são apoiantes confessos de Obama. São só os 2º e 3º mais ricos do mundo. O mais rico do mundo é mexicano e chama-se Carlos Slim.
O socialismo anda de braço dado com o grande capital, por causa da necessidade sempre premente da nacionalização dos prejuízos.
Porque não deixou Sócrates falir o BPN? Só foi para torpedear Cavaco e os seus amigalhaços no BPN? Ou foi para dar cobertura aos maçons Valadas da agora chamdaa Galilei? No edifício da Duque d'Ávila, do Dr. Lima Valadas foi a sede de candidatura do Alegrete!
E quem se lembra do salvador do Soares, Frank Carlucci? Sempre ao lado do grande capital.
Quer o socialismo democrático quer a direita estão metidos nisto até à medula.
ResponderEliminarQuem pode atirar pedras?
Alguma coisa mudou depois do inginheiro da treta... As moscas.
Mudou alguma coisa. Mudaram os riquitos donos de farmácia, á custa do contribuinte. Mudou o saque das construtoras, que ficaram sem negócio. reduziu-se a despesa do estado, ainda que de forma cega. Já que não se conseguem erradicar os feudalismos do estado, pelo menos reduziram-se os salários. Etc.
ResponderEliminarFalta ainda muito.
Enquanto formos controlados por seitas e organizacoes secretas e sinistras nao vamos a lado nenhum: Os politicos, independemente da filiacao politica, quase todos pertencem as ditas organizacoes e tem de obedecer aos seus patroes.
ResponderEliminarÉ preciso pôr a Justiça a funcionar:
ResponderEliminarhttp://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=52816
Dois médicos, cinco delegados de informação médica, dois armazenistas e uma pessoas que fazia a ligação entre os elementos do grupo são os 10 detidos hoje numa investigação sobre fraudes no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Fonte ligada ao processo adiantou à agência Lusa que o esquema de fraude e falsificação de documentos envolvia um sistema em que médicos prescreviam medicamentos, através de listagens do SNS, com as receitas a serem entregues a farmácias, onde os medicamentos comparticipados pelo Estado português eram levantados para seguirem, não para os doentes cujos nomes constavam das receitas, mas para exportação.
Segundo a mesma fonte, os medicamentos iam para exportação depois de se dar baixa nas farmácias com a correspondente comparticipação do Estado português.
O prejuízo já apurado ascende a 10 milhões de euros, mas estima-se que o valor global da fraude possa atingir os 50 milhões de euros.
A investigação, a cargo da Polícia Judiciária (PJ) e do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), incidiu na região norte, designadamente no Porto, Maia e Pombal, tendo sido realizadas diversas buscas domiciliárias e não domiciliárias.
A investigação recebeu o nome de ‘Operação Remédio Santo’, envolveu a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ e visou averiguar a eventual prática de crimes de falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção.
Segundo um comunicado da PJ, além da detenção de 10 pessoas «ligadas à actividade médica e farmacêutica», foi apreendido «diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação e outro obtido com recurso aos proventos daí resultantes, como sejam viaturas de gama alta».
Segundo a PJ, os detidos serão terça-feira presentes às autoridades judiciárias competentes, «tendo em vista o primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação».
Em cada sociedade financeira, deveria haver um PJ (mas não igual ao Cristóvão).
ResponderEliminarhttp://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=52228
ResponderEliminarUm político austríaco não identificado está em vias de receber mais de 20 mil euros como indemnização depois de ter sido apanhado por uma câmara a ter relações sexuais num parque florestal do sul da Áustria.
A câmara encontrava-se num local no interior da floresta que é pouco frequentado por pessoas, estava bem escondida e tinha como objectivo captar cenas da vida selvagem da floresta austríaca.
O político, que agora pede uma indemnização por considerar que houve devassa da vida privada, foi apanhado quando os sensores de movimento activaram a máquina que não deixou escapar a actividade sexual que se desenvolveu ângulo 'de observação'.
"Já que não se conseguem erradicar os feudalismos do estado, pelo menos reduziram-se os salários. Etc.".
ResponderEliminarMas os dirigentes da treta recrutados na quadrilha partidária e do amiguismo prometem grandes reformas, abotouam-se a grandes proventos mensais para a árdua tarefa de gerir (!?)os ministérios e secretarias e hospitais, empresas públicas... Metem os filhos como consultores e só falta inscrever como funcionários o gato e o cão lá de casa. No final os ex-funcionários públicos que sempre trabalho vêem-se espoliados do seu vencimento. Grande reforma!!!Um eufemismo para roubo.
Invejas e mediocridades cam+eiam por aí.
Não compro essa dos "coitadinhos dos funcionários públicos".
ResponderEliminarProcurem trabalho,como os restantes trabalhadores.
A teta do Estado não dá para manter o gamanço e os salários.É preciso reduzir pessoal e salários,já que os portugueses não querem correr com os políticos desonestos,continuam a elegê-los.
Pedir empréstimos ao estrangeiro para suportar desmandos de políticos e manter emprego artificial,não dá mais.
Nunca trabalhei para o Estado e nunca me queixei.Sempre que não me sentia bem num emprego,procurava outro.Agora,como é evidente,os trabalhadores do privado têm que engolir muitos sapos.Mas é a vida,não vamos esmolar emprego no Estado falido.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/estado-tirou-500-milhoes-do-bpn-ja-apos-nacionalizacao
ResponderEliminarEstado tirou 500 milhões do BPN já após nacionalização
Durante o periodo em que o Estado geriu o BPN, foram retirados do banco 500 milhões de euros em depósitos por entidades públicas. A revelação foi ferta esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito ao BPN por Jorge Pessoa, administrador da instituição durante o período de gestão liderado por Francisco Bandeira.
Dr. ABC :
ResponderEliminarabaixo mando link para a notícia do CM relacionado com a famosa tríade IMPRESA-ONGOING-SILVACARVALHO, onde se fala numa empresa que preenche em absoluto as características de "intoxicadores de opinião", e concerteza deverá estar associada à gestão de informação que era feita pelo "exilado de Paris"...
seria interessante uma investigação sua e um post sobre este assunto...
Manuel Pereira
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/os-salteadores-das-redes-sociais