A vitória do socialista François Hollande na eleição presidencial francesa, de hoje, 6 de maio de 2012, sobre o presidente em exercício Nicolas Sarkozy (51,6%-48,4%), pode ter, paradoxalmente, efeitos positivos a prazo, em França e na Europa. Já os resultados das eleições legislativas gregas que ocorreram também hoje, representam, na etapa seguinte, a consequência do delírio político socialista, numa antecipação do que poderá suceder depois em França...
Interpreto os resultados da eleição francesa:
- Divisão política entre as urnas (o sistema político) e as ruas (a vontade popular), especialmente se os resultados da segunda volta das próximas eleições legislativas (a França tem um sistema eleitoral maioritário a duas voltas, Hollande prometeu sistema proporcional para as legislativas seguintes a estas) - , prolongarem a erosão da direita centrista e consolidarem uma maioria socialista-comunista na Assembleia.
- Falhanço, mormente no crescimento económico artificial à custa de muito maior endividamento com consequências financeiras dramáticas, e incumprimento das propostas mirabolantes de aumento do Estado social(ista) de Hollande, nomeadamente redução da reforma dos 62 para os 60 anos, depois de Sarkozy a ter subido. Embora, a declaração de guerra de Hollande contra o poder financeiro (em 22-1-2012) possa significar um confronto com a bancocracia.
- Fortalecimento do Front National, à custa da hesitação da direita centrista (UMP e Modem) em substituir o Estado social(ista) e as políticas penais e de imigração e dominar a bancocracia, os interesses das muito grandes empresas e a corrupção. Por incapacidade da direita centrista, a Frente Nacional de Marine Le Pen pode chegar a obter o primeiro lugar no número de votos em próximas eleições...
- Reorganização da direita - necessidade de resolução do problema maior da corrupção (que provocou a derrota de Sarkozy, que não abandona a política para defrontar os tribunais ainda como personalidade política), um problema que não será possível sem resolução do problema do financiamento eleitoral, e de clarificação de propostas políticas. A direita não pode ser uma cópia da esquerda.
- Continuação da reorganização da esquerda, com um desvio de eleitores socialistas para a aliança leninista-trotkista do Parti de Gauche, de Mélenchon.
- A médio-prazo a França poderá ser, politica e economicamente, uma segunda Grécia.
- Risco de divisão da Europa, a prazo, entre quem quer austeridade versus quem quer subvenção económica, entre trabalhistas e assistencialistas, entre bancocratas e democratas, entre quem quer política penal mais dura versus quem quer a manutenção da permissividade face ao crime e entre matricialistas e laicos. E desde já uma brecha entre a austeridade de Merkel, de rápido reequilíbrio financeiro do Estado, e as políticas keynesianas de crescimento à custa do endividamento de Hollande (project bonds**, aumento do capital do BCE e eventual devolução do capital dos Estados no BCE). Se as elites políticas não abandonarem o delírio ideológico socialista, que provoca a ruína financeira e económica, a União Europeia colapsará e teremos novamente moedas nacionais, fronteiras físicas, Europa desunida e... guerra(s). Mas também compreendo que não pode haver unidade, se não houver bom senso político.
- Uma derrota dos socialistas do Pasok (13,2%) no poder, que perdem 70% do seu eleitorado de 2009 (e 119 dos seus 160 deputados) e passam a terceiro partido da Grécia!
- A esquerda trokista do Syriza (16,6%) como o maior partido da esquerda; os comunistas ortodoxos com 8,5%; e a Esquerda Democrática (socialista) com 6,1%.
- O partido mais votado, a Nova Democracia, de direita, obteve apenas 18,9% dos votos. Nova Democracia e Pasok, favoráveis ao acordo austero com a União Europeia e o FMI, ficaram abaixo da maioria no parlamento (108 deputados da Nova Democracia e 41 do Pasok num parlamento com 300 lugares) e carecem de apoio de partidos, à direita e à esquerda... contrários à austeridade da troika. O que sugere a necessidade de renegociação do acordo com a União Europeia e FMI.
- Um valor de 10,6% para o partido dos Gregos Independentes, formado pelos deputados expulsos por não aceitarem o acordo com a União Europeia e FMI.
- E até 7% para os neo-nazis da Aurora Dourada (Chrysi Avyi)!...
- O fracasso sistémico leva à explosão do sistema político moribundo e ao extremismo. E depois à violência.
- Não parece que o novo poder (?) possa resolver a ruína do Estado social(ista) grego, julgar os corruptos, cortar a sua dependência face aos bancos e recuperar a economia através do trabalho.
* Os project bonds são outra forma de project finance, com endividamento público para financiamento de grandes projetos de infra-estrutura, nos transportes (TGV, etc.), energia e telecomunicações (banda larga). Os países grandes definirão os projetos e fornecerão os equipamentos (desde logo os franceses...), os países pequenos obedecerão a essas decisões e os cidadãos pagarão a prazo essa fatura. O impacto desses grandes projetos sobre o emprego e o rendimento dos países pequenos será mínimo. O crescimento económico tem de surgir através da redução da taxa de juro paga pelos Estados ao Banco Central Europeu (ao valor de 1%, como conseguem, do próprio BCE, os bancos privados) e da redução do assistencialismo que provoque o retorno ao trabalho.
Atualização: este poste foi atualizado às 2:00, 8:47, 9:14 e 9:40 de 7-5-2012.
* Imagem picada daqui.
Quem diria, a extrema-direita vai emergir com grande força em França. Marine Le Pen e o seu pai, estão às gargalhadas em Paris. A França vai ter como principal partido a FN, nas próximas eleições legislativas. Como vai ficar a Assembleia Nacional francesa na 2ª volta? Quem sabe?
ResponderEliminarA Direita moderada vai ficar órfã. Os franceses securitários que acreditaram em Sarkozy, jamais votarão em Jupé ou sequer em Bayrou.
Os alemães vão ter o seu habitual sangue frio, sem emergir a extrema direita que por lá existe, apenas porque têm um Estado funcional e uma economia saudável.
A Grécia, fundadora da democracia, vai levar ao fim da Zona Euro, para já. Entretanto até ao final do ano, teremos eleições na Holanda, com a extrema-direita a subir. E nos EUA, com Obama a derrapar para uma derrota perante o candidato de Wall Street, Romney.
Portugal vai continuar entregue ao Cavaco, ao Marcelo e ao Relvas. O Seguro está emparedado pelo Clã dos Robalos (os do gamanço das SCUT's até ao ferro velho, passando pelos farfalhas).
Está giro, este mundo. A Ordem está a chegar ao Sena. Em Paris. Apertem o 2º cinto, pois o TGV vai descarrilar.
Ainda bem que a Extrema-Direita de França deixou cair o caniche da Srª Merkel.
ResponderEliminarOs ex-partidários do ortodoxo PCF e que são a base eleitoral da Front Nacional sabem defender a Pátria e a República na altura em que o IV Reich tenta reorganizar-se sobre os escombros da Europa.
Uma grande derrota para o governo neo-comunista e pró-alemão da Stassi que Portugal tem.
Se o povo português quiser vai a S. Bento e arrasta aqueles vendilhões de pátrias pelos colarinhos.
É só o povo querer.
O povo é mais bola e cerveja.
ResponderEliminarUmas novelas também caem bem.
A narrativa dos capitães traficantes feitos heróis que libertaram o país das mãos de um monstro devorador de almas,ainda faz caminho.
Os argumentos dos Anacletos,Jerónimos,Sócretinos e herdeiros ainda brilham na lapela das massas.
"Cuidado com o facismo!" é o uivo que se ouve nas noites de lua cheia.
O Hollande prometeu 150.000 empregos,baixar a idade da reforma,etc.
ResponderEliminarOnde é que eu já ouvi isto...?
Ehehehe!
Os franceses nem sabem onde se meteram.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/mota-engil-pagou-350-milhoes
ResponderEliminarAposto que a candidíase morgadia não vai mexer uma palha para investigar e defender os interesses dos portugueses que lhes pagam mais de mil contos por mês.
ResponderEliminarIsto é tão miserável que nem tem nome.
Quando o país entrar em convulsão,veremos se não têm que fugir junto com dom Mário Capone e todo o gang.
Uma coisa é certa: todos os Governos dos países europeus que apanharam esta crise perdem as eleições. Foi assim aqui, como na Inglaterra, Espanha, França, Grécia e em todos os outros lados. E pode acontecer na Alemanha. E todos os que ganharam chegaram ao Governo e fizeram, de imadiato, o contrário do que prometeram na oposição. Os casos mais flagrantes aconteceram em Portugal e em Espanha, pois a direita que ganhou as eleições nestes países chumbaram medidas de austeridade quando na oposição, mas assim que apanharam o Governo depressa aplicaram doses de cavalo de austeridade em cima de austeridade. MENTIRAM.
ResponderEliminarA direita que governa a Europa tem de arrepiar caminho e reconhecer que esta cega austeridade está a matar o futuro e a retirar toda a esperança aos povos. Assim, a vitória de Hollande é uma esperança para que se mude a agulha no rumo político na europa. Tem de haver austeridade, mas não apenas austeridade em cima de austeridade.
E Dr ABC não tenha dúvidas que por cá, quando se esgotarem as desculpas Sócrates, o povo vai sair às ruas e derrotar estas políticas cegas, de além da Troika, que o mentiroso Passos nos está a impor.
O povo português pode ser um pouco tolo, mas sabe quem foi o maior Gangster moderno de Portugal. Está em Paris, de férias permanentes, a gozar as imensas comissões auferidas dos negócios que intermediou.
ResponderEliminarNaturalmente que o povo português vai querer a Ordem, como aliás sempre desejou no passafo. Lembram-se da choldra do Afonso Costa? Duraram até 1926, depois foi o que se sabe. Aliviar a austeridade só lá vai com trabalho. Não pensem que os do Norte da Europa querem pagar a festa da Tugolândia, com a mior rede de estradas do mundo, ou um dos melhores parques de estádios de futebol do mundo.
Acabou!
Isso de confundir a crise internacional com os crimes do PS e do gang socretino é para imbecis ou vendidos.
ResponderEliminarRoubaram milhares de milhões e desperdiçaram outro tanto.
falar em crise internacional é ridículo,areia para os olhos.
A crise internacional que afectou Portugual está nas ilhas Caimão e o autor goza as delícias da vida em Paris!
Isto de confundir a crise internacional e o permanente roubo e confisco da agiotagem internacionais com as malfeitorias deste Governo é ridículo.
ResponderEliminarOs actuais governantes devem ser julgados por estarem a trair e a colaborar no roubo aos portugueses mais pobres!
Com a actualização de certeza que o Dr ABC referiu, como exemplo, o TGV, mas devia ter referido os submarinos.
ResponderEliminarPois é, esqueci-me que eles foram comprados por um governo que tinha um da laranjada como líder.
01:21 "150 000 empregos".
ResponderEliminarA grande vitória de Hollande SÓ foi possível graças à ajuda de um "grande" estratego PORTUGUÊS residente em Paris!
Já não é só no Futebol que temos "grandes crâneos" de craveira internacional.
A Europa que se cuide; temos cá um alfobre de espertalhões capazes de
pedir meças aos "melhores" do Mundo! e Sicília.